tag:blogger.com,1999:blog-75171756413322795662024-03-06T07:46:45.395+00:00Os Romanovmarta_sousahttp://www.blogger.com/profile/09920304980846507368noreply@blogger.comBlogger179125tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-57207519570599408222023-12-28T12:21:00.005+00:002023-12-28T12:21:27.626+00:00Este Jardim do Éden - Os Romanov e a Crimeia - Primeira Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMnEBXav7MAGbvDZzzbpkl4Zdp_2w9z0XpcJZASD77UO3lpUXtZmId00u0zBXA4cSeALMUkVgGZuyQlaYAKRnvwP1LHutjJgFjLgzjETWDWnwVpsQDvlD9NA1r7l4IYKFNA6LdyY6DmsQ/s1600/oreanda.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="920" data-original-width="960" height="382" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMnEBXav7MAGbvDZzzbpkl4Zdp_2w9z0XpcJZASD77UO3lpUXtZmId00u0zBXA4cSeALMUkVgGZuyQlaYAKRnvwP1LHutjJgFjLgzjETWDWnwVpsQDvlD9NA1r7l4IYKFNA6LdyY6DmsQ/s400/oreanda.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anastásia, Olga, Maria e Tatiana em Oreanda, na Criméia<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A família de Alexandre III festejou dois grandes acontecimentos logo em inícios de 1894. Ainda antes do noivado do czarevich, houve o da sua irmã, a grã-duquesa Xenia, com o primo do pai, o grão-duque Alexandre Mikhailovich. Se mais nada tivesse acontecido, este teria sido um ano inesquecível. Mas o passar dos meses trouxe uma reviravolta mais triste. O czar estava a morrer. Alexandre III era um homem grande e forte que ainda não tinha cinquenta anos anos de idade e estava, aparentemente, cheio de vida, o que levava a pensar que fosse provável viver até à década de 1920, mas até os homens mais fortes são derrotados pela doença. Uma doença nos rins, que não foi reconhecida a tempo e era difícil de trtar, começou a afectar o czar no verão de 1894, e o último capítulo da sua vida desenrolou-se em Livadia, na Crimeia, um lugar associado a muitas coisas, tanto boas como más, para a Rússia e a sua família imperial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwgHbEtkBGEm2YQiMY1H6ELooYHHZVurXPiYUmbqEGwW6sKk_ctQNvZusQjJOw2no96tIzxZOjzsxpO3huGaejtEWb2xEsc0Im2uPJZInkhBX6trI4C-gbSzzqMyNe9vTADpgsEM6t6Qs/s1600/fam.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="690" data-original-width="1024" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwgHbEtkBGEm2YQiMY1H6ELooYHHZVurXPiYUmbqEGwW6sKk_ctQNvZusQjJOw2no96tIzxZOjzsxpO3huGaejtEWb2xEsc0Im2uPJZInkhBX6trI4C-gbSzzqMyNe9vTADpgsEM6t6Qs/s400/fam.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III com a sua família em Livadia, em 1891</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"É difícil descrever a grandeza do cenário: algumas partes são completamente selvagens, com montanhas gigantescas sobre nós e águias a pairar sobre elas (...). Passámos por algumas dessas montanhas e depois descemos até aos belos vales. Depois de termos subido durante muito tempo, passámos por um arco antigo e depois, de repente, vimos todo o Mar Negro a estender-se perante os nossos olhos. É a vista mais bonita e surpreendente que se possa imaginar. Nasce quase todo o tipo de fruta nos vales e, na primavera, há uma grande riqueza de flores, rosas e brancas, das macieiras, cerejeiras, pessegueiros, amendoeiras, que transformavam todo o campo num jardim perfumado. No outono, era uma maravilha admirar as muitas frutas douradas. As flores nasciam como se fossem a própria alma da Terra. Nunca vi rosas iguais. Espalhavam-se por todos os edifícios em grandes vinhas, fortes como era, e espalhavam o seu rico aroma pelos relvados e caminhos, numa fragrância que se podia tornar avassaladora."</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqHxbQ03cWipIMkdRo2BDPD7hDviePSSNfF5SwM2UqL4zFEPhhcDcFFifTsz94GuA3ldOB2OW_MTHvrk-eUOlZUPpuxDNnfACzonkUsY9pJS9pq0f7oO5YGquzTTPy2rr5QGViFPUqHME/s1600/8929-1024x682.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="682" data-original-width="1024" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqHxbQ03cWipIMkdRo2BDPD7hDviePSSNfF5SwM2UqL4zFEPhhcDcFFifTsz94GuA3ldOB2OW_MTHvrk-eUOlZUPpuxDNnfACzonkUsY9pJS9pq0f7oO5YGquzTTPy2rr5QGViFPUqHME/s400/8929-1024x682.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ai-Todor, o palácio da família do grão-duque Alexandre Mikhailovich na Crimeia.<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nas memórias da Rússia antiga, a Crimeia é recordada como um lugar de beleza sobrenatural e paz. A península era remota. Mesmo nos últimos anos do império, a viagem de comboio de 2200 quilómetros que a separava de São Petersburgo demorava seis dias e o comboio só chegava até Sevastopol, o que fazia com que os viajantes imperiais tivessem ainda que percorrer as estradas ou andar de barco durante várias horas até chegar às várias casas da família que se espalhavam pela costa. Os czares estavam determinados a manter o seu paraíso intacto. Partilhavam as suas maravilhas com algumas das famílias mais abastadas da Rússia como os Vorontzov, Yusupov, Dolgoruky, etc., que também construíram casas na Crimeia, ao lado das pequenas aldeias tártaras, onde o silêncio só era interrompido pelas rezas diárias do almoadem. Lá, também desfrutavam de um estilo de vida idílico, longe do frio do norte. Também havia aspectos menos ideais, mas os exilados russos queriam apenas recordar a Crimeia pelo seu sol.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSY_wNFCydWJT0f1YM6pdlyfWABGLaZYUgCCAXqqala3tqj5PuzYzsTxONmKzwbNjxlIbjFgBEYHXK5C07J7zaWTcTCR9-0LB1dP_MMoRwNi3NsCx9o9MH8lBz4o0pfG3RArJXySpQ4yg/s1600/800px-Ayu_Dag_Cr-8.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSY_wNFCydWJT0f1YM6pdlyfWABGLaZYUgCCAXqqala3tqj5PuzYzsTxONmKzwbNjxlIbjFgBEYHXK5C07J7zaWTcTCR9-0LB1dP_MMoRwNi3NsCx9o9MH8lBz4o0pfG3RArJXySpQ4yg/s400/800px-Ayu_Dag_Cr-8.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ayu-Dag na Criméia<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Catarina, a Grande visitou a península na década de 1790, mas só quarenta anos depois é que um membro da família imperial comprou uma propriedade lá. Em 1825, o czar Alexandre I adquiriu Oreanda, que fiava perto do sudoeste de Ialta, na costa do Mar Negro e, nesse mesmo outono, levou a sua esposa, a czarina Isabel Alexeievna, até lá para mudar de ares. Tal como muitos outros membros da família imperial, Isabel sofria de uma doença crónica nos pulmões. Inicialmente, o casal ficou em Taganrog, na costa sul do Mar de Azov. Depois, algumas semanas mais tarde, Alexandre seguiu até à Crimeia e Oreanda. Numa carta, contou à mãe que o clima era traiçoeiro, uma vez que havia dias extremamente quentes que depois se transformavam em noites com temperaturas muito baixas. Por causa disso, tinha apanhado uma constipação. "Estas pequenas febres são muito comuns na Crimeia e não são muito graves se forem tratadas como deve ser", contou a sua mãe a outra filha, a rainha Ana dos Países Baixos. No entanto, pouco depois de regressar de Taganrog, Alexandre morreu.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhduZZ11haGRhBsrjN77Odwf_z0Dn6HULPjDPu2ixFH0DWPxdL6pNRYJuAEkcyMVhakhqu_dFEIJ39KZsHHg6HuiiwXpd7tpsG42EUtSgrCMgsyn8wV9G_pHCnmHgaYgO2YCd8_6hyphenhyphenAtHc/s1600/tumblr_msm90jKDpe1s4sgxno1_500.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="605" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhduZZ11haGRhBsrjN77Odwf_z0Dn6HULPjDPu2ixFH0DWPxdL6pNRYJuAEkcyMVhakhqu_dFEIJ39KZsHHg6HuiiwXpd7tpsG42EUtSgrCMgsyn8wV9G_pHCnmHgaYgO2YCd8_6hyphenhyphenAtHc/s400/tumblr_msm90jKDpe1s4sgxno1_500.jpg" width="330" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O czar Alexandre I, o primeiro Romanov a comprar uma propriedade na Crimeia.<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O seu irmão Nicolau visitou Ialta em 1837 e fez planos para desenvolver aquela pequena cidade: tanto ele como a esposa ficaram encantados com a beleza de Oreanda. Nicolau contratou o arquitecto alemão Karl Friedrich Schinkel para desenhar um palácio lá para Alexandra Feodorovna, mas quando o plano foi apresentado, revelou-se de tal forma ambicioso e caro que o czar foi obrigado a chamar Andrei Stackenschneider, o arquitecto de vários palácios e igrejas em São Petersburgo, para tornar o projecto mais modesto. Mesmo assim, o palácio branco de Oreanda, que foi concluído em 1852, era um edifício magnífico que o czar e a sua família esperavam desfrutar durante muitos anos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigUFHMLPyedA4YFozelH7UOuNPf1gPy78I_hYJQ9i4no8lswnw549qj05Nz-OTBWVa1pHB5O24ZsnGyzS7y09P5ZDQcaPtp8HOB6Sn5JHgka5gRwgH7beLpxqgQX_rWxp1Tqzs1VkCulo/s1600/515fff1b144ceaada11c642cf7bf24f1--old-photos-palaces.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="552" data-original-width="736" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigUFHMLPyedA4YFozelH7UOuNPf1gPy78I_hYJQ9i4no8lswnw549qj05Nz-OTBWVa1pHB5O24ZsnGyzS7y09P5ZDQcaPtp8HOB6Sn5JHgka5gRwgH7beLpxqgQX_rWxp1Tqzs1VkCulo/s400/515fff1b144ceaada11c642cf7bf24f1--old-photos-palaces.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Palácio de Oreanda na época de Nicolau II<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na verdade, acabaram por visitar Oreanda apenas uma vez, no outono de 1852. Em 1853, rebentou a Guerra da Crimeia: as primeiras tropas inimigas desembarcaram na península em 1854 e, apesar das batalhas se terem desenrolado vários quilómetros a oeste do palácio, não era a altura nem o local ideais para umas férias de outono. Após a morte de Nicolau em 1855, Alexandra nunca mais voltou à Crimeia. Quando morreu em 1860, Oreanda passou para as mãos do seu segundo filho, o grão-duque Constantino Nikolaevich. O grão-duque visitou o palácio pela primeira vez em Agosto de 1861, e comemorou o terceiro aniversário do seu filho Constantino Constantinovich nos terraços de Oreanda. O Constantino mais velho adorava Oreanda e o seu cenário dramático, tão diferente da sua casa no norte. Ainda existe uma cruz de metal num dos picos favoritos de Constantino que, segundo dizem, foi lá colocada por ele.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS_h6hmEcRnutJORmg47Fu_jTxiSjmgJd8ZW6iGzFXfYBdoqVo1Qn1PHOtdZapARdq9oVVkuwlOPK64QaA-P7w0MoH_wwKePjqBpifODA6K42ZEMGJRzQoJ0HvQKSQrdAtgcSYQjlWaYU/s1600/296245-1340803940.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="979" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhS_h6hmEcRnutJORmg47Fu_jTxiSjmgJd8ZW6iGzFXfYBdoqVo1Qn1PHOtdZapARdq9oVVkuwlOPK64QaA-P7w0MoH_wwKePjqBpifODA6K42ZEMGJRzQoJ0HvQKSQrdAtgcSYQjlWaYU/s400/296245-1340803940.jpg" width="260" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich com a sua esposa Alexandra Iosifovna e a filha Olga.</td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, não demorou muito até o centro de interesse dos Romanov na península desvanecer. Ao mesmo tempo que Constantino Nikolaevich se estabelecia em Oreanda, Alexandre II também se virou para a Crimeia, na esperança de encontrar cura para a sua esposa, cuja fraqueza física o preocupava constantemente. Foi devido ao estado de saúde dela que Alexandre tinha encontrado Sergei Petrovich Botkin, um respeitado professor na Academia de Medicina de São Petersburgo. Botkin acabaria por se tornar no médico pessoal de Alexandre II, acompanhando-o à Bulgária durante a guerra de 1878, mas a parceria quase acabou logo na primeira consulta. Seguindo a etiqueta estabelecida há várias gerações, a czarina Maria Alexandrovna não queria ser examinada sem roupa. O médico ameaçou demitir-se e teve de ser o czar a resolver o problema, conseguindo de forma calma e simples convencer a esposa a deixar os seus velhos escrúpulos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAPMWYiALGnx1BkDOMw37aKoh3AvLkxjWXD5oKh-n5yztwlqRskmhKCYFNXKjWXe6LYzK_smoa4rhxrAlMG8ltq2JT2dRb8485mxWxbpjP91KsbmD9ZExhTrLNkCzH0R01_fk1dkIJBsg/s1600/8f760171d190ee7c07b8af22e71a64e3.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1149" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAPMWYiALGnx1BkDOMw37aKoh3AvLkxjWXD5oKh-n5yztwlqRskmhKCYFNXKjWXe6LYzK_smoa4rhxrAlMG8ltq2JT2dRb8485mxWxbpjP91KsbmD9ZExhTrLNkCzH0R01_fk1dkIJBsg/s400/8f760171d190ee7c07b8af22e71a64e3.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sergei Petrovich Botkin<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A recomendação do médico para a czarina foi uma visita prolongada, ou até várias, à Crimeia. Ele já estava a usar o clima do sul para ajudar no tratamento de doentes tuberculosos e, seguindo o seu conselho, Alexandre II comprou uma propriedade entre Oreanda e Ialta, onde as pessoas diziam que os pinhais emanavam um ar particularmente saudável. O primeiro dono da propriedade, o coronel Feodosy Revelioti, comandante do batalhão Balaklava grego, tinha-lhe dado o nome de "Livadia" em homenagem à sua casa: "Livadia" vem da palavra grega para "prado". Alexandre ofereceu Livadia a Maria como presente e colocou a administração da propriedade inteiramente nas suas mãos.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtf7eXPyVUlPXSZoZcr57ntJgwVMXtNwRbCxeSO2pBK0aMrZIHfX2Hk5kn7jWFCxI88lnfQRG2BPqVyreD7yuM0-MQbHcO5_nrPcf_Y0PcipW6NiFTSl0Nbnhnwz6Et7Cez-L-3oQfttw/s1600/6949584525_31d6dc72c1_o.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="935" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtf7eXPyVUlPXSZoZcr57ntJgwVMXtNwRbCxeSO2pBK0aMrZIHfX2Hk5kn7jWFCxI88lnfQRG2BPqVyreD7yuM0-MQbHcO5_nrPcf_Y0PcipW6NiFTSl0Nbnhnwz6Et7Cez-L-3oQfttw/s400/6949584525_31d6dc72c1_o.jpg" width="311" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna<br /><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Livadia recebeu os seus primeiros visitantes imperiais em Agosto de 1861. O czar e a czarina, juntamente com os seus filhos mais novos, Alexei, Maria, Sérgio e Paulo, fizeram a longa viagem para sul, em direção a Sevastopol, onde puderam ver pela primeira vez os locais que se tinham tornado conhecidos durante a Guerra da Crimeia. A cidade ainda estava a recuperar do seu longo cerco: Alexandre colocou a primeira pedra de uma nova catedral dedicada a São Vladimir, onde alguns dos heróis russos da guerra seriam sepultados. Depois, a família embarcou no navio a vapor <i>Tiger </i>e, a 27 de Agosto/7 de Setembro, viu pela primeira vez a sua nova propriedade pouco antes de o navio atracar em Ialta. Ficaram imediatamente cativados com a beleza do cenário, como seria de esperar, uma vez que a paisagem que rodeia Ialta é de tirar a respiração. O edifício, que na altura era apenas uma casa, estava situado muito acima do nível do mar, com as montanhas de Jaila, que protegem a costa do vento do norte, como pano de fundo. A família passou esta primeira visita a explorar Ialta e a zona circundante, a aprender mais sobre a sua essência, as suas tradições e contos populares. Um dos maiores atractivos da Crimeia seria sempre a falta de cerimónia que era possível sentir lá. A família imperial podia conversar com pessoais normais na rua, algo que seria impensável em São Petersburgo, iam à missa nas igrejas locais e até estiveram presentes num casamento tártaro numa aldeia próxima. Para Maria Alexandrovna, aquele local já se tinha tornado na sua "querida Livadia" e tanto ela como o czar decidiram mandar construir um novo edifício para dar resposta às suas necessidades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhNEmEXKOHNtC0HXl0nF80m27UHtx75Jb_HoQVLDguJsCZuRJTFJGm1TQUTq5hF9AEHXL05OXOPETY-gLyMa21-DVVDKnJvquzbPQUmqZAjg6Kkbg8cbV7e4AA1TozhLkGyjwAcSnRrmY/s1600/0_33e92_c31f013_-3-XL.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="535" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhNEmEXKOHNtC0HXl0nF80m27UHtx75Jb_HoQVLDguJsCZuRJTFJGm1TQUTq5hF9AEHXL05OXOPETY-gLyMa21-DVVDKnJvquzbPQUmqZAjg6Kkbg8cbV7e4AA1TozhLkGyjwAcSnRrmY/s400/0_33e92_c31f013_-3-XL.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alexandre II com os seus três filhos mais novos: Maria, Sérgio e Paulo.</td></tr>
</tbody></table><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Foi chamado mais um dos arquitectos da moda de São Petersburgo para transformar Livadia. Ippolite Monigetti criou o Grande Palácio: um edifício de madeira com varandas compridas e cobertas, com uma vista deslumbrante para o Mar Negro e uma grande faixa costeira para este, com Ialta protegida pelas montanhas mais abaixo. Foi construído também um palácio mais pequeno para o herdeiro do trono e outras casas para os empregados e Monigetti deu a Livadia uma igreja bizantina, feita em mármore branco. Os jardins foram desenhados segundo um novo plano, com pequenos pavilhões, casas de verão e casas de chá que estavam muito na moda na época. No cimo das montanhas, a cerca de uma hora de distância do palácio principal, o czar mandou construir uma datcha para a sua esposa. "Eriklik" era uma casa de madeira bonita, rodeada de pinheiros, com varandas e terraços onde a czarina podia descansar à sombra ao mesmo tempo que desfrutava das belas vistas dos planaltos e do mar. A datcha demorou dois meses a construir e diz-se que Maria Alexandrovna só passou quinze dias lá, mas os seus filhos e netos preservaram a casa que se tornou num local preferido para fazer piqueniques e para se abrigarem do calor durante caminhadas pela floresta.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGp7we5Y-h6-hRVyFDgLVQqw_mXsNzkMdnQbzeosUtnmxFqePdp7gs7Wffvhm108Xk_k-NVum4vm7QE793K024jrVu0LE0ZUZOvzmphcLTgmcqaa6xdZTb6KRFW8QCJkuf2Ciz0zrue6o9-3E49j64FqKyjqOtHU3Xd4vsMGs3JAoutCm2Jwr6zvomzOY/s958/s-l1600.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="598" data-original-width="958" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGp7we5Y-h6-hRVyFDgLVQqw_mXsNzkMdnQbzeosUtnmxFqePdp7gs7Wffvhm108Xk_k-NVum4vm7QE793K024jrVu0LE0ZUZOvzmphcLTgmcqaa6xdZTb6KRFW8QCJkuf2Ciz0zrue6o9-3E49j64FqKyjqOtHU3Xd4vsMGs3JAoutCm2Jwr6zvomzOY/w441-h276/s-l1600.jpg" width="441" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Grande Palácio de Livadia</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">As visitas a Livadia tornaram-se parte da migração anual da família imperial. Ás vezes, os filhos de Alexandre e Maria eram enviados sozinhos para a Crimeia e, nessas ocasiões, os jovens animados corriam à solta, brincando com cabras montesas domesticadas que causavam estragos nos relvados e canteiros de flores cuidadosamente tratados. Eram a desgraça dos jardineiros e cabia à czarina acalmar os ânimos e restabelecer a ordem. Em 1867, um grupo de americanos, incluindo o escritor Samuel Langhorn Clemens ("Mark Twain"), passou por Ialta no navio a vapor de rodas laterais Quaker City e foi convidado a visitar a família imperial em Livadia. Tiveram a oportunidade de explorar o palácio e ficaram surpreendidos e encantados com a informalidade da sua receção:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">"</span><span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;"><i>Reunimo-nos no belo jardim, uma vez que não havia espaço na casa que pudesse acomodar confortavelmente as nossas três dezenas de pessoas. A família imperial saiu, a fazer vénias e a sorrir, e pôs-se no meio de nós. A cada vénia, Sua Majestade dizia uma palavra de boas-vindas. Todos tiraram os chapéus e o nosso Cônsul dirigiu-lhe um discurso. A Imperatriz disse os russos adoravam os americanos e que esperava que os russos fossem considerados da mesma forma na América. Depois disto, a Imperatriz foi falar de forma sociável (para uma Imperatriz) com várias senhoras do nosso círculo; vários cavalheiros entraram numa conversa geral desarticulada com o Imperador; e quem quisesse, avançava e falava com a pequena e modesta Grã-Duquesa Maria, a filha do Czar. Tinha o cabelo loiro, olhos azuis e era muito bonita. Toda a gente fala inglês. O Czar usava um boné, uma túnica e não usava jóias nem qualquer insígnia de posição. Nenhum traje podia ser menos ostentoso.</i>"</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCNSG2rusFVTiLpxSxkRNhjNZvf4RwMj60Kgv0Bd6kozKfeFT0Uw2X07YDUlsQKdtrmxYatdI5xjxMDuJtunM6i5uiDz9ebo9vTN-XrbyMwtk39fUYjZHb2fmhyphenhyphenuiAGcdlDXZ-EYWly662O_AcdlXgmucLF1Flf_DS0A2WrC6s0r_oSP7UGYqBI11fi8c/s500/%D0%98%D0%BC%D0%BF%D0%B5%D1%80%D0%B0%D1%82%D0%BE%D1%80_%D0%B8_%D0%98%D0%BC%D0%BF%D0%B5%D1%80%D0%B0%D1%82%D1%80%D0%B8%D1%86%D0%B0_%D1%81_%D0%B4%D0%B5%D1%82%D1%8C%D0%BC%D0%B8_(%D0%9C%D0%B0%D1%80%D0%B8%D0%B5%D0%B9_%D0%B8_%D0%A1%D0%B5%D1%80%D0%B3%D0%B5%D0%B5%D0%BC).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="423" height="366" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCNSG2rusFVTiLpxSxkRNhjNZvf4RwMj60Kgv0Bd6kozKfeFT0Uw2X07YDUlsQKdtrmxYatdI5xjxMDuJtunM6i5uiDz9ebo9vTN-XrbyMwtk39fUYjZHb2fmhyphenhyphenuiAGcdlDXZ-EYWly662O_AcdlXgmucLF1Flf_DS0A2WrC6s0r_oSP7UGYqBI11fi8c/w310-h366/%D0%98%D0%BC%D0%BF%D0%B5%D1%80%D0%B0%D1%82%D0%BE%D1%80_%D0%B8_%D0%98%D0%BC%D0%BF%D0%B5%D1%80%D0%B0%D1%82%D1%80%D0%B8%D1%86%D0%B0_%D1%81_%D0%B4%D0%B5%D1%82%D1%8C%D0%BC%D0%B8_(%D0%9C%D0%B0%D1%80%D0%B8%D0%B5%D0%B9_%D0%B8_%D0%A1%D0%B5%D1%80%D0%B3%D0%B5%D0%B5%D0%BC).jpg" width="310" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Imperatriz Maria Alexandrovna e Alexandre II com o Grão-Duque Sérgio Alexandrovich e a Grã-Duquesa Maria Alexandrovna</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><div><span style="font-family: georgia;">Esta demonstração de felicidade familiar escondia já o facto incómodo da relação de Alexandre com Ekaterina Dolgorukaya, embora a princesa ainda não o acompanhasse para Livadia e tivesse de se contentar com cartas. Mas a czarita também se encontrava na Crimeia nesse outono e, apercebendo-se da insensibilidade desta situação - principalmente porque Livadia pertencia à sua mulher - Alexandre comprou uma casa separada chamada, na língua tártara, "Biuk Sarai". Assim, todos os anos, no final de agosto, quando a família imperial partia para a Crimeia, Ekaterina seguia a uma distância discreta para a sua própria casa, e foi em Biuk Sarai que nasceram as suas duas filhas.</span></div><div><br /></div></div></div></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em julho de 1880, quatro semanas após a morte de Maria Alexandrovna, Alexandre casou-se em segredo com Ekaterina no Palácio de Catarina, em Czarskoe Selo. Chegou a altura de partir para Livadia, mas só alguns amigos íntimos tinham sido informados do casamento; oficialmente, mais ninguém sabia e, o que quer que soubessem de facto, era preciso continuar a fingir e tornar invisível a presença de uma mulher e três crianças com todos os seus acompanhantes, na viagem e no palácio. Por razões de segurança, dois comboios idênticos fizeram a longa viagem, mudando de posição em cada uma das grandes estações do percurso. O Czar e a sua comitiva apanharam o primeiro comboio em São Petersburgo, enquanto o bebé e a sua ama entraram "despercebidos" no segundo comboio. Entretanto, a própria Ekaterina, as crianças mais velhas e os criados percorreram treze milhas de troika e embarcaram no comboio do Czar na pequena estação rural de Kolpino. Durante o resto da viagem, Ekaterina e as crianças permaneceram na sua carruagem e a entoragem teve de se debater com o incómodo de chegar ao vagão-restaurante sem se cruzar nem serem vistos por ningiuém. Os problemas agravaram-se quando a chegada da entoragem a Livadia coincidiu com uma liturgia em memória da falecida Czarina na capela do palácio. O Czar e a sua comitiva assistiram à cerimónia, enquanto Ekaterina e as crianças se instalaram nos quartos outrora ocupados por Maria Alexandrovna.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqntwwIhGyejI-TBDG0xDRip5UJZNxX3FEoqelN0LukX1Yh0VcvNmiGNrIeb2W86LjWT4-zF-SYBMhbsRZEqw7IhVGEKixd7ExVrdkA3o3eLUG8rvMvG7SNjFncBDDmHM7gS8VlxYvZPkaE1fLyAXbBq-0IZIcqUeHWVDMU-PkNA3bJH8Z3MuVV24RWVg/s1024/Unbekannt_-_Princess_Ekaterina_Mikhailovna_Yurievskaya_with_children_Georgy_and_Olga_End_of_-_(MeisterDrucke-750842).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="708" height="390" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqntwwIhGyejI-TBDG0xDRip5UJZNxX3FEoqelN0LukX1Yh0VcvNmiGNrIeb2W86LjWT4-zF-SYBMhbsRZEqw7IhVGEKixd7ExVrdkA3o3eLUG8rvMvG7SNjFncBDDmHM7gS8VlxYvZPkaE1fLyAXbBq-0IZIcqUeHWVDMU-PkNA3bJH8Z3MuVV24RWVg/w270-h390/Unbekannt_-_Princess_Ekaterina_Mikhailovna_Yurievskaya_with_children_Georgy_and_Olga_End_of_-_(MeisterDrucke-750842).jpg" width="270" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ekatarina Dolgorukaya com os seus dois filhos mais velhos, Jorge e Olga.</td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;"><br /></span></div></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Para o casal, demasiado absorvido um pelo outro para se aperceber do que os outros à sua volta sentiam e diziam, estes três meses em Livadia foram um interlúdio feliz de vida familiar, reconhecido abertamente pela primeira vez. No dia 16 de outubro, os cossacos da escolta do Czar realizam o seu desfile anual e Ekaterina apareceu ao lado do marido. Os espectadores ficaram surpreendidos ao verem que o filho de oito anos, Georgi, que ainda não tinha o estatuto de apelido de família, apareceu com o uniforme de cossaco, como se fosse um dos Grão-Duques. Os cortesãos ficaram chocados e preocupados com o futuro, com pena do Czar que lhes parecia estar completamente influenciado pela Princesa, mas para Alexandre e a sua nova família o outono foi um período de intensa felicidade, que nunca mais voltaria.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Após o seu assassinato, na primavera seguinte, Livadia passou para Alexandre III que fez a sua primeira visita à Crimeia como Czar no outono de 1884, com Maria Feodorovna e os seus filhos mais novos, Xénia, Miguel e Olga, viajando de Ialta a bordo do cruzador Yaroslavl. De Ialta dirigiram-se para Livadia, sem nunca preverem a situação embaraçosa que iriam encontrar. "<i>Partimos para Livadia e para a casa do papá</i>", escreveu o czar no seu diário, "<i>onde demos de caras com a princesa Dolgorukaya e os seus filhos nos aposentos da mamã! Mal podia acreditar nos meus olhos e não conseguia compreender onde estava, principalmente porque Livadia é tão querida aos nossos corações e memórias! Cada coisinha aqui lembrava a nossa querida mamã! A Minny e eu estávamos completamente confusos e estupefactos. Não posso mesmo dizer que a nossa visita a Livadia tenha sido alegre ou agradável; o tempo arrastou-se e houve vários confrontos, mal-entendidos e explicações delicadas, mas no fim as coisas acabaram por correr pelo melhor e espero que agora não haja quaisquer mal-entendidos e que tudo continue como deve ser</i>."</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O encontro deve ter sido muito incómodo para ambas as partes uma vez que, depois disso, Ekaterina não voltou a aparecer em Livadia. Em 1892, vendeu Biuk Sarai.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiBnda2X74iaL1oJCNifGL3vN4MY4FtFWU4rz-0yk4e8CMD2OKgSQcnhBw9DdskBsnulZz5mKZtsPeFLXuGwPfC71bm3s8vLuHuFPzTgi9zasOAGMOKONMo6PsphS5kvf7LMJjhUfiRMuotRG9j16TUXdeZ56Go3V7I0dEEn8VJzxfa-Z2bxS61S30ads/s847/wHz4SAH.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="847" data-original-width="622" height="408" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiBnda2X74iaL1oJCNifGL3vN4MY4FtFWU4rz-0yk4e8CMD2OKgSQcnhBw9DdskBsnulZz5mKZtsPeFLXuGwPfC71bm3s8vLuHuFPzTgi9zasOAGMOKONMo6PsphS5kvf7LMJjhUfiRMuotRG9j16TUXdeZ56Go3V7I0dEEn8VJzxfa-Z2bxS61S30ads/w299-h408/wHz4SAH.png" width="299" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ekaterina</td></tr></tbody></table><br /><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-36748584544595655352017-10-30T16:31:00.000+00:002017-10-31T10:27:25.899+00:00Lembra-te de Coburgo - O Noivado de Nicolau e Alexandra<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Dt_B_XVw4VGqxhOzPDkzv1JO09YC4eFyQdZUToD8aAvHE5w-hRiKRU6763Qovnp7KxVGW8Jvar04Bt2V4L6uchPdjGzSMw7S3g_iU6a-h67eOTiYU-MmmaTqwiA12UHFInemtt7qKEQ/s1600/14974176349_d2cedfe18c_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="1024" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0Dt_B_XVw4VGqxhOzPDkzv1JO09YC4eFyQdZUToD8aAvHE5w-hRiKRU6763Qovnp7KxVGW8Jvar04Bt2V4L6uchPdjGzSMw7S3g_iU6a-h67eOTiYU-MmmaTqwiA12UHFInemtt7qKEQ/s400/14974176349_d2cedfe18c_b.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Membros de várias famílias reais europeias reunidos em Coburgo para o casamento de Ernesto Luís de Hesse com a princesa Vitória Melita, Coburgo, Abril de 1894</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">O czarevich Nicolau Alexandrovich chegou à maioridade a 6/18 de Maio de 1884, o dia em que completou dezasseis anos de idade e prestou o seu Juramento de Lealdade com grande pompa e circunstância no Palácio de Inverno. "</span><i style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">O czarevich vestiu o uniforme azul dos Cossacos da guarda, uma vez que é o seu comandante,</i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">" escreveu o The Graphic, "</span><i style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">tinha um aspecto muito jovem e pequeno para ser o protagonista de uma cerimónia tão grandiosa, mas possui também um rosto alegre e inteligente, e é muito parecido com a mãe. Como na família Romanov, a maioria das pessoas é alta e imponente, a sua estatura baixa parece excepcional. Na igreja, ele caminhou sozinho e com coragem pelo altar e, com a mão direita pousada em cima da Bíblia encrostada de jóias, e da cruz de ouro, repetiu em voz audível e firme, o juramento que o padre lhe ia comunicando e que começava da seguinte forma:</i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;"> 'Em nome de Deus, todo poderoso, e pela a sua santa palavra, juro e prometo servir Sua Majestade Imperial, o meu gracioso pai, bem e de forma sincera', </span><i style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">e terminava com:</i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;"> 'o meu coração está em tuas mãos, Senhor, Amén'".</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeNL-dEH0k_VZcz23tZVUUUnGGtaIlYUmTTh61VUodayq9efYMoxpVeiLysYnHKtkhC9zuW8hEv8qTW7i4CBt6WLuqw5K6gwPRCGky8r0JvGfZuyfeST6T0MM80hTDK4YDp4SFThlb3uk/s1600/tumblr_m2hpv8JqpH1r71ilwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="799" data-original-width="502" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeNL-dEH0k_VZcz23tZVUUUnGGtaIlYUmTTh61VUodayq9efYMoxpVeiLysYnHKtkhC9zuW8hEv8qTW7i4CBt6WLuqw5K6gwPRCGky8r0JvGfZuyfeST6T0MM80hTDK4YDp4SFThlb3uk/s400/tumblr_m2hpv8JqpH1r71ilwo1_1280.jpg" width="250" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau II enquanto czarevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Apenas algumas semanas depois da cerimónia, Nicolau conheceu a jovem com quem se viria a casar. A princesa Alice de Hesse tinha doze anos de idade, e estava na Rússia para assistir ao casamento da sua irmã, Isabel, com o tio de Nicolau, o grão-duque Sérgio Alexandrovich. Alice e Nicolau gostaram imediatamente um do outro e a sua atracção inocente acabaria por florescer para algo mais sério quando a princesa voltou a visitar o país em 1889, altura em que Nicolau decidiu que queria casar com ela e discutiu essa possibilidade com o pai. A sua mãe teria preferido que ele se casasse com uma princesa francesa, mas Nicolau não queria sequer ouvir falar no assunto. Quando viram a determinação do filho, ambos os pais acabaram por ceder e dar a sua bênção a Nicolau. No entanto, com o passar dos meses e dos anos, continuava a haver um obstáculo ao seu casamento. Na primavera de 1894, chegou o momento crítico quando o jovem casal teria de decidir o seu destino, de uma forma ou outra.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja7WGfsgf5htS9h2s9Xdw7NM3TuajcWPn45C_Z-CIzuWyeWv1RMUGGqdh48FR9Tiall-svlbw__CyKGUsd6mJs4lEFF97iVsgECqnOZH3rlqRavkYPBvXf9_B43UxNUhubDLv7QKqHyo8/s1600/519530-1424805623.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEja7WGfsgf5htS9h2s9Xdw7NM3TuajcWPn45C_Z-CIzuWyeWv1RMUGGqdh48FR9Tiall-svlbw__CyKGUsd6mJs4lEFF97iVsgECqnOZH3rlqRavkYPBvXf9_B43UxNUhubDLv7QKqHyo8/s400/519530-1424805623.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alice em 1885, um ano depois de conhecer Nicolau.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O ano de 1894 começou calmamente na família imperial, sem nenhum sinal de que haveria mudanças nos meses próximos. Alexandre III sentia-se doente, mas ninguém estava demasiado preocupado e as comemorações do Ano Novo continuaram como de costume. O czarevich foi beber com o seu tio Vladimir uma noite em Janeiro e, algumas semanas depois, divertiu-se numa das famosas festas da grã-duquesa Maria Pavlovna que duravam toda a noite. É possível que os Vladimirovich soubessem da infelicidade que o seu sobrinho sentia na sua vida privada. Já há quase cinco anos que ele tentava convencer a princesa Alice de Hesse a casar com ele, mas ela não se sentia preparada para se converter à religião Ortodoxa. No caso da esposa de Nicolau, uma futura czarina, não havia espaço para o tipo de excepções que Alexandre II tinha concedido no seu tempo: a czarina tinha de ser ortodoxa. Nicolau sabia que Alice o amava, mas também que ela tinha prometido ao pai que nunca se iria converter a outra religião, e, quando ele morreu na primavera de 1892, levou consigo toda a possibilidade de discutir o assunto ou de mudar de opinião. Para Alice, o assunto trazia uma onda de emoções dolorosas que ela preferia evitar completamente. Em Junho de 1893, decidiu não estar presente no casamento do seu primo, o duque de Iorque [o futuro rei Jorge V] porque sabia que Nicolau estaria lá. Em Novembro desse ano, enviou-lhe uma carta com a sua recusa final, mas Nicolau não estava pronto para desistir e continuava a esperar a oportunidade de se encontrar com ela para discutir o assunto pessoalmente. O casamento do irmão de Alexandra, Ernesto, estava marcado para Abril de 1894, em Coburgo, e era impossível ela não estar presente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisWx5GgTixAaQ2pqpjAHkdHtBFMZhyphenhyphen730qdt7e4Tl3BrzSts8U3omm4csp2FTppLaikVp6fsXPtvMbD8tQNURFBYfwd3Ba8-NCDZY5eK6KeHy48_zjXo-IAKnden0dFY6VLBr1Tf9bTk4/s1600/2904742_295448_ORI_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1012" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisWx5GgTixAaQ2pqpjAHkdHtBFMZhyphenhyphen730qdt7e4Tl3BrzSts8U3omm4csp2FTppLaikVp6fsXPtvMbD8tQNURFBYfwd3Ba8-NCDZY5eK6KeHy48_zjXo-IAKnden0dFY6VLBr1Tf9bTk4/s400/2904742_295448_ORI_1.jpg" width="268" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alice com o seu pai, o grão-duque Luís IV de Hesse-Darmstadt.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À medida que o dia do casamento se aproximava, Coburgo estava em modo festivo. As ruas vibravam com as cores dos estandartes, bandeiras e coroas de flores, além de dois arcos triunfais que foram construídos no caminho entre a estação e o Schloss Platz, à medida que a pequena cidade se preparava para receber uma festa familiar a grande escala. O casamento da segunda filha do duque Alfredo de Saxe-Coburgo-Gota com o seu primo, o jovem grão-duque Ernesto Luís de Hesse, iria juntar primos, tios e tias da realeza de toda a Europa.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsLXL8RCdYOn7l2N_Bwnxxoqz94hNP9kTgGFnkObizhRZtK5xN9dNyzakog9oNBiUZvH5pKaFqcQ1rppU8tceb89Cb_a11YAQ4jc-Ekvt-J0lkw9jIWube_-dQK5I1uNG2YiHUpLSocjc/s1600/2gQmcJxJ.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="446" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsLXL8RCdYOn7l2N_Bwnxxoqz94hNP9kTgGFnkObizhRZtK5xN9dNyzakog9oNBiUZvH5pKaFqcQ1rppU8tceb89Cb_a11YAQ4jc-Ekvt-J0lkw9jIWube_-dQK5I1uNG2YiHUpLSocjc/s400/2gQmcJxJ.jpg" width="278" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vitória Melita e Ernesto Luís no dia do seu casamento</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">De Darmstadt, partiram o noivo, o seu tio Guilherme de Hesse, e Alix: as suas três irmãs mais velhas Vitória, Ella e Irene já estavam todas casadas e iriam juntar-se ao resto da família em Coburgo, assim como os seus maridos, que eram todos parentes do casal directamente e por casamento. O kaiser Guilherme II também partiu de Berlim, juntamente com a sua mãe, a imperatriz-viúva Vitória, a sua irmã Carlota e o marido dela, o duque Bernardo de Saxe-Meiningen (a filha deles, Feodora, era uma das damas-de-honor), o irmão dele, Henrique, marido da princesa Irene de Hesse, a sua prima Maria Luísa e o marido dela, Humberto de Anhalt. A maioria dos convidados iria ficar hospedada no Schloss Ehrenburg, o palácio principal da cidade, onde se iria realizar o casamento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinSqryqrfFPMBlhr4YeeIPst5ZhyAPLIlQXBLVtaYvmKf53nT880gRg9mSqzoVaS-G4Lo81Ql1D9qzUuH6yevmeet7lOQQMv91mWHFg_p1KJWqdBc9tvbzRCYqriooVODnpoLre47I9KQ/s1600/2907338_296142_ORI_1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1054" data-original-width="1500" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinSqryqrfFPMBlhr4YeeIPst5ZhyAPLIlQXBLVtaYvmKf53nT880gRg9mSqzoVaS-G4Lo81Ql1D9qzUuH6yevmeet7lOQQMv91mWHFg_p1KJWqdBc9tvbzRCYqriooVODnpoLre47I9KQ/s400/2907338_296142_ORI_1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A família de Hesse-Darmstadt por volta de 1887 (sentados estão a princesa Irene de Hesse-Darmstadt, a grã-duquesa Isabel Feodorovna, a princesa Alice de Battenberg, a princesa Vitória de Battenbergo grão-duque Sérgio Alexandrovich e o grão-duque Luís IV de Hesse. Em pé, o príncipe Ernesto Luís, o príncipe Luís de Battenberg e a princesa Alice de Hesse-Darmstadt).</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 16 de Abril, chegaram os convidados russos. A mãe da noiva era a grã-duquesa Maria Alexandrovna, filha do czar Alexandre II, o que, por si só, já teria sido o suficiente para ter um grande número de convidados Romanov presentes na cerimónia. Oficialmente, o grupo que esteve em Cobrugo era composto pelo grão-duque Vladimir Alexandrovich, a sua esposa Maria Pavlovna, o grão-duque Sérgio Alexandrovich e a sua esposa Isabel, e o grão-duque Paulo Alexandrovich. Não se esperava que o czarevich estivesse presente e ele chegou mesmo a duvidar se deveria ir. No dia marcado para a sua partida, a irmã dele, a grã-duquesa Xenia Alexandrovna, recebeu uma carta de Alice onde ela mais uma vez salientava que nunca se iria converter à Igreja Ortodoxa e onde pedia que a deixassem em paz. A carta foi um golpe terrível para Nicolau, mas a sua mãe insistiu para que ele fosse na mesma e que aproveitasse aquela última oportunidade. Já há vários anos que também Sérgio e Isabel o encorajam, assim como Vladimir e Maria, e a sua mãe também o aconselhou a tentar colocar a velha avó de Alice, a rainha Vitória, do seu lado. O grupo viajou de comboio em três vagões-cama e atravessou a fronteira com a Alemanha nessa mesma noite. Foram recebidos na estação de Coburgo pelo duque e pela duquesa de Saxe-Coburgo-Gota e por três dos seus filhos: Maria (a futura rainha da Roménia), Vitória Melita e Alfredo, que estavam acompanhados também de Ernesto Luís e Alice. Quando os cumprimentos foram todos trocados, o grupo seguiu viagem para o Palais Edinburg, a residência oficial dos duques, onde se realizou um jantar em família e assistiram a uma operetta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQVeoTy-F0IVcUoPBsKQePj5FEm9emRR-WU17a0b9D_vsS1IfqXepFJQ9F-J3RfOMaiimv6BQ0hjA_Y4aHXeLxTVDN7tiiVH3y-wnZSAs27TmnTOkh0abmMVaRUlh_Y08nNK61aT-zsLE/s1600/59024_435125648773_689603773_4934913_4744937_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="481" data-original-width="629" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQVeoTy-F0IVcUoPBsKQePj5FEm9emRR-WU17a0b9D_vsS1IfqXepFJQ9F-J3RfOMaiimv6BQ0hjA_Y4aHXeLxTVDN7tiiVH3y-wnZSAs27TmnTOkh0abmMVaRUlh_Y08nNK61aT-zsLE/s400/59024_435125648773_689603773_4934913_4744937_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau e Alexandra em Coburgo por volta de 1900. Com eles estão os grão-duques André, Cyrill e Boris Vladimirovich, assim como o grão-duque Ernesto Luís, a princesa Vitória Melita e o príncipe Nicolau da Grécia e Dinamarca.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na manhã seguinte, Nicolau teve a conversa com Alix pela qual ansiava e que temia. Ela não estava à espera de o ver chegar à estação com os tios e tias e o seu primeiro instinto tinha sido fugir, mas a grã-duquesa Isabel reagiu rapidamente e convenceu-os a encontrarem-se. Durante duas horas, a família deixou Nicolau e Alix sozinhos nos aposentos de Isabel, mas foi um encontro pouco satisfatório e cheio de lágrimas. "<i>Ela esteve sempre a chorar</i>", escreveu Nicolau à mãe, "<i>e só sussurrava de vez em quando que não podia</i>". Depois do almoço, Nicolau saiu com o grão-duque Sérgio e a grã-duquesa Isabel e, mais tarde, foi dar uma caminhada com o grão-duque Vladimir. À medida que toda a vila de Coburgo se preparava para receber a convidada mais importante de todas, a cabeça do czarevich estava ocupada apenas pelo seu futuro e, embora tenha descrito o momento em que deixou Alix como "<i>mais calmo</i>", no seu diário, é provável que se sentisse desapontado e sem saber o que deveria fazer a seguir.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjurDtnrWINGdVpsowdnjxWKKw8cevQPr8jTc47kddUQDkDNlf8rjmrxEckAAs7fj_dJWaBPI-QS77NDPn6dlY9VlOLvR8aWOffhZP06A_mCZQUIYwrQUNHZNF3jovSIp8uudTHdzT7Lqk/s1600/519595-1424806209.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1191" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjurDtnrWINGdVpsowdnjxWKKw8cevQPr8jTc47kddUQDkDNlf8rjmrxEckAAs7fj_dJWaBPI-QS77NDPn6dlY9VlOLvR8aWOffhZP06A_mCZQUIYwrQUNHZNF3jovSIp8uudTHdzT7Lqk/s400/519595-1424806209.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alix de Hesse-Darmstadt</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Às 16:30, a rainha Vitória chegou de Itália acompanhada do príncipe e da princesa Henrique de Battenberg [a sua filha mais nova, Beatriz, e o marido]. À medida que o comboio abrandava na estação, as nuvens dissiparam-se e a velha senhora lembrou-se imediatamente do momento em que o seu falecido marido, o príncipe Alberto, a tinha levado pela primeira vez a Coburgo, quarenta anos antes. Agora o duque de Coburgo era o filho deles e ela estava prestes a assistir ao casamento de dois dos seus netos que o seu marido nunca tinha conhecido. Foi o duque Alfredo que a recebeu na estação, na companhia da sua esposa e dos seus filhos, incluindo a noiva. O kaiser tinha dado ordens para que um esquadrão do 1.º Corpo de Guardas Dragões da Prússia fosse a guarda-de-honra da rainha, e senhoras vestidas de branco encheram a carruagem de flores à medida que ela passava pelas ruas da vila. À chegada, a rainha teve direito a receber as boas-vindas do presidente da câmara e a uma marcha militar em frente ao Palais Edinburg antes de chegar ao Schloss, onde já se encontravam os convidados prontos para receber a rainha. Nicolau também estava lá, vestido no seu uniforme, e os dois foram apresentados, mas ainda não era a altura ideal para terem uma conversa privada. No entanto, de qualquer forma, a ideia que a mãe dele tinha de que a rainha Vitória o poderia ajudar, estava um quanto desajustada. Por muito que ela gostasse de Nicolau como pessoa, a rainha Vitória tinha muitas dúvidas relativamente a casamentos russos e era sempre contra eles.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjywXgHd5DKoempPJrtIS_rMBRGquYqOQQJ9RYI8vYrA_VWSUxsPZWzWMPwyqQ0grEAagjybJCZe2wqjBGMeL_flEtYVed8D5LJAJUQCaJPxNghVwG9p3wskkauGZIm0kJlHWImrPmv-3A/s1600/295417-1340801413.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1026" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjywXgHd5DKoempPJrtIS_rMBRGquYqOQQJ9RYI8vYrA_VWSUxsPZWzWMPwyqQ0grEAagjybJCZe2wqjBGMeL_flEtYVed8D5LJAJUQCaJPxNghVwG9p3wskkauGZIm0kJlHWImrPmv-3A/s400/295417-1340801413.jpg" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alix (segunda da esquerda) com a avó Vitória, o primo Eduardo Vítor, a tia Beatriz e a irmã Irene.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na manhã seguinte, Nicolau foi dar uma caminhada de manhã cedo com o grão-duque Vladimir pelo caminho que levava até ao museu de armaduras do Veste, o antigo castelo onde Martinho Lutero tinha procurado abrigo dos seus inimigos. Estava a preparar-se para outro encontro com Alix depois do pequeno-almoço. Ainda marcado pelo encontro do dia anterior, tentou falar o menos possível do assunto de casamento, apesar de lhe ter entregue uma carta da mãe, que tinha a esperança de poder influenciá-la de alguma forma. Alix também estava a ser cada vez mais pressionada pelos membros da sua família. O seu irmão encorajou-a a encontrar-se em privado com Maria Pavlovna, e tanto ele como os outros deram tantas garantias a Nicolau que o jovem apaixonado e desapontado começou a sentir que algo iria correr mal.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjQEJ8JcLk7_atZEb1ghCG16VFpP50zmt6MP8RnAhAQjmN6NPeDBoKWgnjZqbOY4rCrdiN-itY6kwvUXv6WxsldgP5260dH_optKpwI2g9piS8DkcofawgsiFLEFtnDwfXUWQpoX3yJ3Q/s1600/tumblr_mw4borBUoE1r71ilwo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="687" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjQEJ8JcLk7_atZEb1ghCG16VFpP50zmt6MP8RnAhAQjmN6NPeDBoKWgnjZqbOY4rCrdiN-itY6kwvUXv6WxsldgP5260dH_optKpwI2g9piS8DkcofawgsiFLEFtnDwfXUWQpoX3yJ3Q/s400/tumblr_mw4borBUoE1r71ilwo1_500.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A tarde trouxe o alívio que estava a fazer tanta falta, quando os convidados viajaram até Rosenau, nos arredores da vila, para passar uma tarde relaxante que acabou com um chá. "Divertimo-nos muito quando conseguimos finalmente convencer o lacaio-chefe a cantar duas ou três canções", escreveu Nicolau, "começou a cantar na torre e acabou atrás dos arbustos". O kaiser chegou nessa noite e ficou hospedado em aposentos no Palais Edinburg. Esteve acordado até altas horas da noite a conversar com Nicolau e revelou que também apoiava completamente o plano do casamento e sugeriu que a situação se podia tornar mais fácil para Alix se os russos permitissem uma versão mais suave da fórmula de renúncia arcaica à qual ela se teria de submeter caso decidisse converter-se.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyfgJIwEWiUczGCYtQ4kTmSbRuV9wAARbFeLFBjobtRl7SyjW6fBx8Y3oyCV1ccXEbyb2fN04dRdon78wD5tZWEL5-9feaC4pQDzgMDyDaA7mOTc6d3hqkLbYfI0ldCWSfzLii5ercfvM/s1600/546ab79583bf4f363aaa87d350649d5dcbad9ac8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="557" data-original-width="768" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyfgJIwEWiUczGCYtQ4kTmSbRuV9wAARbFeLFBjobtRl7SyjW6fBx8Y3oyCV1ccXEbyb2fN04dRdon78wD5tZWEL5-9feaC4pQDzgMDyDaA7mOTc6d3hqkLbYfI0ldCWSfzLii5ercfvM/s400/546ab79583bf4f363aaa87d350649d5dcbad9ac8.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau II e Guilherme II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A manhã do casamento estava calma e cinzenta, mas os céus não demoraram a abrir e as ruas encheram-se de pessoas, ansiosas por ver a família ducal e a realeza a sair dos palácios que rodeavam a vila até ao Schloss Ehrenburg. Depois da longa conversa que teve com Guilherme na noite anterior, Nicolau chegou atrasado ao pequeno-almoço e teve de ir a pé e sozinho até ao Schloss Ehrenburg, furando entre as multidões que enchiam as ruas. Ás onze da manhã, os noivos fizeram os seus votos civis numa cerimónia discreta realizada no quarto da avó. É provável que a rainha tenha ficado emocionada quando viu Vitória Melita a usar o mesmo véu que a sua filha Alice tinha usado mais de trinta anos antes. Entretanto, os convidados que não faziam parte da realeza e a guarda de honra prussiana iam ocupando os seus lugares na capela, que estava decorada com coroas de galhos de abetos verdes e flores brancas. Pouco depois do meio-dia, a banda que estava instalada no quintal começou a tocar o hino nacional da Alemanha. A música assinalou o início da procissão real, liderada pelo kaiser e pela duquesa de Saxe-Coburgo. Quando estavam todos nos seus lugares, o duque Alfredo levou a sua filha pelo altar da capela juntamente com as suas duas damas-de-honor: a sua irmã Beatriz, que no dia seguinte fazia dez anos de idade, e a princesa Feodora de Saxe-Meiningen, sobrinha do kaiser, de treze anos de idade. Havia cinco clérigos na capela, mas a maior parte da cerimónia foi celebrada pelo capelão da corte de Darmstadt, o Dr. Müller. Os convidados reparam que ele se emocionou com a ocasião e a sua voz estava muito afectada quando deu as bênçãos.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-q9cVvLDuATwLnruWasAToHE011gBg0XgpHk7je_D84yaacSvzDUyVm7dPlhu_NgVKWVh9zEozUK3Cn-lnT-eB3_kRzFh-j4kuLElzuiOE2FK_9JRReRMzuK1D4UyeuAAp2bDKiAJMTE/s1600/mw189132.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="531" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-q9cVvLDuATwLnruWasAToHE011gBg0XgpHk7je_D84yaacSvzDUyVm7dPlhu_NgVKWVh9zEozUK3Cn-lnT-eB3_kRzFh-j4kuLElzuiOE2FK_9JRReRMzuK1D4UyeuAAp2bDKiAJMTE/s400/mw189132.jpg" width="265" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vitória Melita e Ernesto Luís</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois da missa, os convidados seguiram para um pequeno-almoço de casamento que se realizou na sala do trono, e às 15:30, a paciência da multidão que esperava desde manhã foi recompensada quando uma carruagem decorada com flores apareceu na Schloss Platz, pronta para levar o jovem casal até à estação. Um grupo da realeza feliz e relaxado despediu-se deles, a rir e a dar vivas entre chuvas de arroz, e ninguém se opôs aos pedidos dos fotógrafos locais para fotografias. Até o príncipe de Gales [futuro rei Eduardo VII] se colocou em fila com os irmãos para ser fotografado. Ernesto Luís levou a sua nova grã-duquesa para casa, em Darmstadt, onde os dois entraram de forma triunfal na manhã seguinte, viajando numa carruagem aberta pelas ruas da cidade, decoradas com bandeiras e coroas de flores. As comemorações continuaram lá durante vários dias. Era a primeira vez que Darmstadt via comemorações daquele calibre desde a morte da princesa Alice, dezasseis anos antes, e o futuro parecia brilhante para o casal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOPzcXbz-PGl6ZPgSp7jjME7ayNBmeej16t9qvhZf5MTV8Jy87XRWF8uhT1BApcjzKPBtaLMOecsLNr1VcH4pEBB-C3tsw89o4dR-Gjk6AUngbpp-wqElSFAiv-iLhlSzllMqF55ir4Is/s1600/Royal_group_photograph_at_Coburg%252C_1894.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="609" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOPzcXbz-PGl6ZPgSp7jjME7ayNBmeej16t9qvhZf5MTV8Jy87XRWF8uhT1BApcjzKPBtaLMOecsLNr1VcH4pEBB-C3tsw89o4dR-Gjk6AUngbpp-wqElSFAiv-iLhlSzllMqF55ir4Is/s400/Royal_group_photograph_at_Coburg%252C_1894.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha Vitória com alguns dos seus filhos (Vitória, imperatriz-viúva da Alemanha, o príncipe Artur, o príncipe Alfredo e o príncipe de Gales) e o neto, o kaiser Guilherme II da Alemanha, no casamento de Vitória Melita e Ernesto Luís.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Coburgo, a festa da família também continuava, e a tensão estava a aumentar para o czarevich. Ao longo de toda a missa, não tinha conseguido deixar de pensar em Alix, que estava sentado duas filas atrás dele, perto do altar. A tensão emocional em casamentos era sempre grande, no entanto, para Nicolau, que andava entre a esperança e o desespero, o sermão do Dr. </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Müller "foi directo ao meu problema. Naquele momento, quis, mais do que tudo, conseguir ver o que vai na alma da Alix". É provável que não se tenha apercebido de que era aquele mesmo clérigo, o capelão da família de Alix, que a tinha convencido várias vezes de que mudar de religião era um pecado. Nessa tarde, Nicolau e o seu tio, o grão-duque Vladimir, deram um passeio a pé até ao Veste e passaram muito tempo a explorar a sala das armas. Houve um pequeno jantar de família no Palais Edinburg e, depois, os dois foram ao teatro a pé, a correr para tentar fugir à chuva que tinha começado a cair.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQWycRLXwUxQ5ehonD36DroLUmdaNu-tTe82DUa1L8t1BWZ5feImVTZLOZ4jzvLxeWH1uaV_EIQJWdKNsJci4mJBce41jRiQf37noIMuCa3bmykzXq3eZ3zEF_XwI1CfI16opewYJlmU8/s1600/f0a4fd7e71552cea224a1c324fdbbab8--tsar-nicholas-aunt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="986" data-original-width="736" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQWycRLXwUxQ5ehonD36DroLUmdaNu-tTe82DUa1L8t1BWZ5feImVTZLOZ4jzvLxeWH1uaV_EIQJWdKNsJci4mJBce41jRiQf37noIMuCa3bmykzXq3eZ3zEF_XwI1CfI16opewYJlmU8/s400/f0a4fd7e71552cea224a1c324fdbbab8--tsar-nicholas-aunt.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alix, Vladimir Alexandrovich, Maria Pavlovna e Nicolau II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na manhã seguinte, dia 20 de Abril, os pesos pesados foram tentar convencer Alix. O kaiser, seu primo, teve uma conversa em privado com ela antes de a acompanhar até ao Palais Edinburg para se encontrar com a grã-duquesa Maria Pavlovna. Seria difícil imaginar uma situação mais icónica do que esta: a imperatriz-viúva da Alemanha, Vitória, estava muito divertida com o papel que o seu filho, o kaiser, estava a ter no assunto, uma vez que, poucos anos antes, tinha visto a conversão da sua irmã, a princesa Sofia, à Igreja Ortodoxa Grega como um pecado mortal. Maria Pavlovna também se tinha gabado abertamente do facto de se ter recusado a converter quando se casou com um Romanov. Mas nenhum deles tinha a capacidade de se rir das suas próprias inconsistências: neste caso a única coisa que queriam era ficar com a melhor imagem possível junto do jovem que, um dia, iria governar a Rússia, e da sua futura esposa, e essa era a única coisa que conseguiam ver. Às dez da manhã, o kaiser deixou Alix com Maria e, pouco depois, as duas mulheres juntaram-se ao resto do grupo russo: depois, todos se retiraram para uma sala ao lado, deixando Nicolau e Alix sozinhos. Finalmente, Alix cedeu e aceitou a proposta de Nicolau.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOHlJM8d0Jt2D74fo7DpOwit5oX3VFYAzEymKjS04RFCm2RvNhcoXXnKZQE5UgdSRdMiwXBsRIMNR-PFi3Hgs2Yobx3pDlX0QdmmtTMuG_sX3FJW2P5XZeOxD-fotlumkWWSizGoND1XQ/s1600/2926900_250154_ORI_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1039" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOHlJM8d0Jt2D74fo7DpOwit5oX3VFYAzEymKjS04RFCm2RvNhcoXXnKZQE5UgdSRdMiwXBsRIMNR-PFi3Hgs2Yobx3pDlX0QdmmtTMuG_sX3FJW2P5XZeOxD-fotlumkWWSizGoND1XQ/s400/2926900_250154_ORI_0.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alix e Nicolau no dia do seu noivado, em Coburgo.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A tensão dos dias anteriores evaporou-se imediatamente. "Para mim, o mundo inteiro mudou", escreveu Nicolau "a natureza, a humanidade, tudo. E tudo parece ser bom e cheio de amor e felicidade. Nem sequer conseguia escrever, as minhas mãos tremiam tanto". Todos os pormenores desse dia ficaram para sempre gravados nas suas memórias, e foram recordados várias vezes ao longo dos anos:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"Sabes que guardei o vestido de princesa cinzento que usei naquela manhã?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"Tanto quanto me lembro, houve um concerto em Coburgo nessa noite e havia uma banda da Baviera a tocar. O pobre tio Alfredo estava tão cansado à hora do jantar que estava sempre a deixar cair a bengala com um grande estrondo. Lembras-te?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"Ainda sinto o tecido do teu fato cinzento, o cheiro dele quando estávamos sentados naquela janela no castelo em Coburgo. Lembro-me de tudo muito nitidamente. Daqueles doces beijos com os quais tinha sonhado durante tantos e tantos anos e que pensei que nunca conseguiria ter".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"Lembra-te de Coburgo e de tudo o que passámos".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqZUF7jxLsAjajje23pHBYGt8bgmxJPDzkvGkW4B3HfykuLw6MZphugWEDznsyhAgwdwK7F7M2Co2q8joJ3dznSeNyHN4NFjs_HJb_ZXHrEVWXFSaSDGbF5lgznkB_HFPBuUWzTGFRHq4/s1600/2926931_250174_ORI_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1078" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqZUF7jxLsAjajje23pHBYGt8bgmxJPDzkvGkW4B3HfykuLw6MZphugWEDznsyhAgwdwK7F7M2Co2q8joJ3dznSeNyHN4NFjs_HJb_ZXHrEVWXFSaSDGbF5lgznkB_HFPBuUWzTGFRHq4/s400/2926931_250174_ORI_0.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia de noivado de Nicolau e Alix</td></tr>
</tbody></table>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Havia uma pessoa que não fazia ideia de que tudo isto estava a acontecer e, caso Alix quisesse realmente recusar o pedido de Nicolau, poderia ter recorrido directamente a ela para pedir ajuda: a sua avó, a rainha Vitória. A velha rainha tinha feito todos os possíveis para encontrar um marido inglês ou alemão para a sua neta e ficou admirada quando a grã-duquesa Isabel a foi visitar ao seu quarto pouco depois do pequeno-almoço e lhe deu a notícia do noivado. Ainda com lágrimas de felicidade no rosto, Isabel abriu a porta e deixou entrar o casal feliz. No entanto, apesar das suas reservas, a rainha aceitou o que tinha acontecido e ficou bastante comovida com a atitude de Nicolau e a sua alegria óbvia. Um grupo de jornalistas interceptou o kaiser quando ele passava pela Schloss Platz a caminho de uma visita ao duque e à duquesa de Saxe-Coburgo-Gota e também ele "parecia rebentar de felicidade" quando lhes deu a notícia. Quando acabou o encontro com a rainha, o jovem casal regressou ao Palais Edinburg para um almoço de família e uma missa de acção de graças celebrada na capela privada da duquesa de Saxe-Coburgo-Gota, que tinha mantido a sua religião ortodoxa depois de se casar com o príncipe Alfredo.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheehDESLPLCk75n-6kQ1uF3KUYsViDemWmzz014vE5wVArv5b1pZgNLkbDuJnondomMvvh3BYgHo1JsrkraE1qwhto9dsgRK3gy6UY0Vg7dni8eRbbQylQN2JljF-GFrlr-ZCAz7X78DE/s1600/c056b8f50a4ac8c94fea0af7e3c06c72.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="564" height="301" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheehDESLPLCk75n-6kQ1uF3KUYsViDemWmzz014vE5wVArv5b1pZgNLkbDuJnondomMvvh3BYgHo1JsrkraE1qwhto9dsgRK3gy6UY0Vg7dni8eRbbQylQN2JljF-GFrlr-ZCAz7X78DE/s400/c056b8f50a4ac8c94fea0af7e3c06c72.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau e Alix</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os acontecimentos daquela manhã devem ter ofuscado por completo as restantes comemorações do dia. A princesa Beatriz de Saxe-Coburgo-Gota fazia dez anos de idade e tinha sido organizado um baile no Rosenau para essa tarde, no qual estiveram presentes quase todos os convidados. Nicolau esteve presente, embora tenha preferido trocar as danças por um passeio a sós com Alix pelos jardins. Foram chamados fotógrafos para registar o noivado, e tiraram algumas das fotografias mais conhecidas tanto do casal a sós como com o restante grupo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK2GweZ-lG3Y5dObYoAahBBU2uWzTYHr-q7WHQ-3n8nXcy416dxfY15bu4v5P4DnVtmL1LXEVXrDBTCxKdRrbl0jAFwbN0d2WVE8TexI45QJ-47t79HwImfZzX4BSTb4tkLoqaQ7DX6Z8/s1600/295553-1340801842.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1036" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK2GweZ-lG3Y5dObYoAahBBU2uWzTYHr-q7WHQ-3n8nXcy416dxfY15bu4v5P4DnVtmL1LXEVXrDBTCxKdRrbl0jAFwbN0d2WVE8TexI45QJ-47t79HwImfZzX4BSTb4tkLoqaQ7DX6Z8/s400/295553-1340801842.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A princesa Beatriz de Saxe-Coburgo-Gota.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A partir de então, os dias passaram a correr, numa roda viva de jantares, concertos, passeios e, no caso de Nicolau e Alexandra, uma montanha de telegramas para responder. O kaiser partiu no dia do noivado, mas sem antes tirar uma série de fotografias de grupo no jardim do Palais Edinburg, com a mãe e a avó no centro. Quando estava em Coburgo, os pensamentos da rainha nunca se desviavam muito do príncipe Alberto e ela tinha tirado algum tempo para visitar os locais que ele lhe tinha apresentado muitos anos antes. Antes de o grupo se separar, também deu um jantar e o concerto para as três gerações dos seus descentes, a maioria dos quais nunca tinha conhecido Alberto. No dia 22, houve mais uma celebração em família: era o dia do nome do grão-duque Vladimir e os russos deram-lhe presentes de manhã, antes de ele e a sua esposa partirem para São Petersburgo, levando consigo, com muito orgulho, cartas da parte de Nicolau e Alix para o czar e para a czarina.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1214_Dc_VMPB4KJ7mkjQtFR3v35EUbM2S-8w9qkGVPHBuzqdrmHn-0wz0We4D5GfvsmnnrN1ar__O5mfLqG7NP8j1wW6623HaP5_zanYjqO8m_4fe6qbPTkuQ9mYy25pmZz2DiwGe48Q/s1600/45808565cd50994626ccefdf66ff2b4f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="726" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1214_Dc_VMPB4KJ7mkjQtFR3v35EUbM2S-8w9qkGVPHBuzqdrmHn-0wz0We4D5GfvsmnnrN1ar__O5mfLqG7NP8j1wW6623HaP5_zanYjqO8m_4fe6qbPTkuQ9mYy25pmZz2DiwGe48Q/s400/45808565cd50994626ccefdf66ff2b4f.jpg" width="377" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A conhecida fotografia da rainha Vitória e da sua família tirada no dia de noivado de Nicolau e Alexandra.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rússia, a notícia do noivado foi recebida com alegria e com um grande sentimento de alívio. "Não há palavras para descrever o prazer e grande alegria com os quais recebi a notícia!", escreveu a czarina ao seu filho, "Quase desmaiei de alegria! (...) Tínhamos esperado com um sentimento tão grande de desespero quando foste para aí que tinha o coração a sangrar quando te vi partir, e os meus pensamentos e orações nunca te abandonaram". O czar também lhe escreveu alguns dias depois: "tenho de admitir que não acreditei que este desfecho fosse possível e tinha a certeza que a tentativa ia falhar por completo, mas o Senhor guiou-te, deu-te força e abençoou-te, e agradeço-Lhe muito pela sua misericórdia. Quem me dera que tivesses visto a alegria e júbilo com que todos receberam a notícia". O seu primo, o grão-duque Constantino, esteve na missa do Domingo de Ramos em Gatchina a 11/22 de Abril e escreveu no seu diário: "Já não via a imperatriz tão radiante há muito tempo. O noivado do Nicky foi uma alegria para todos os russos que já há muito que esperavam que ele assentasse na vida de casado". Estavam todos ansiosos por voltar a ver o czarevich e dar-lhe os parabéns em pessoa, mas, ao contrário dos tios, ele não ia regressar directamente para a Rússia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-QQlrl5wS0GykxsTHsRau_lglmzGHqulxG3X9-kOaAGgy2PFrf-Ws-eFgBZGrqkaTy7VbsiPZDl4h0WjQo76n5MYG5hjcNrpQTAuHHNvlpEM7C54VWB4FKgJ0-z6HmDlUIGQsGxmmZGI/s1600/0_33e9b_e39ff643_-1-L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="500" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-QQlrl5wS0GykxsTHsRau_lglmzGHqulxG3X9-kOaAGgy2PFrf-Ws-eFgBZGrqkaTy7VbsiPZDl4h0WjQo76n5MYG5hjcNrpQTAuHHNvlpEM7C54VWB4FKgJ0-z6HmDlUIGQsGxmmZGI/s400/0_33e9b_e39ff643_-1-L.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III, Maria Feodorovna e Xenia</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Após as emoções daqueles dias, Alix estava ansiosa por voltar a ver o irmão e voltar para casa, por isso, às 16:30 de dia 22 de Abril, apanhou o comboio para Darmstadt na companhia de Nicolau, das irmãs e dos cunhados, o grão-duque Sérgio e o príncipe Luís de Battenberg. "Fomos recebidos de forma trinfal", escreveu Nicolau "a Ducky [Vitória Melita] e o Ernie foram os nossos anfitriões pela primeira vez. Havia uma guarda de honra, um escolta, iluminações e multidões de pessoas. Comemos a ceia assim que chegámos ao palácio, porque estávamos cheios de fome". A estadia em Darmstadt foi curta. Na manhã seguinte, a família tomou o pequeno-almoço junta e Alix e Nicolau passaram mais algum tempo a responder a telegramas. Visitaram o mausoléu da família no Rosenhöhe, onde estavam sepultados os pais de Alix, e, depois do almoço, houve mais uma sessão fotográfica antes de apanharem novamente o comboio para Coburgo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmuyDDWGCji4Er_sAHSVJ5CuMXR1A17xOAYGzjDEkvm4xwNqGzf7SqMzUk0FSw594NEjty8hIyY-IxKoovFNS9H5OCo2tcxEpsJqVkUKoscOQvyw3DUEYHjrQdAogUvjSoDhQgyY0nRGg/s1600/891px-The_royal_family_of_Hesse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="891" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmuyDDWGCji4Er_sAHSVJ5CuMXR1A17xOAYGzjDEkvm4xwNqGzf7SqMzUk0FSw594NEjty8hIyY-IxKoovFNS9H5OCo2tcxEpsJqVkUKoscOQvyw3DUEYHjrQdAogUvjSoDhQgyY0nRGg/s400/891px-The_royal_family_of_Hesse.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau e Alexandra com a família em Damstadt, Abril de 1894</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O casal só passou mais uma semana juntos, rodeado pela família. Inicialmente, o tempo esteve bom e os dois puderam passear, andar a cavalo, visitar o Rosenau e encontrar-se em privado com a rainha. No caso de Nicolau, também houve as missas e cerimónias tradicionais da Páscoa ortodoxa. A sua tia deu-lhe autorização para sair do palácio e ficar numa residência mais pequena e mais perto de Alix, e os dois viram-se tantas vezes quanto foi possível. Além da sua felicidade, Nicolau também falou sobre um novo sentimento no seu diário: "é tão estranho poder passear de carruagem e a pé sozinho com ela, sem me sentir envergonhado de todo, como se isso não tivesse nada de anormal". No entanto, tudo tem um fim. A rainha Vitória partiu para Inglaterra a 28 de Abril, às seis da tarde, e, a 2 de Maio, chegou o dia de Nicolau e Alix se separarem. Ela deixou Coburgo pouco depois do meio-dia, para regressar a Damstadt, e, depois, para ir até Inglaterra, a convite da avó. Ele passou mais algumas horas com a família, antes de apanhar o comboio das nove para a Rússia, sendo o último convidado do casamento a partir. Partiram os dois, cada um com as suas memórias, esperanças e planos, mas uma coisa era certa: iriam lembrar-se de Coburgo durante muito tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaZq7vF2IfIlTUKLZa8bNEqCZULz0_6IjWnYfn-n8HXzt4PflTD_SF4Gp0j3OOhlvUTKJF_Y65DrWbLTBUC84iz3F8GLdxBWQwNdvkCrbr0Qne32QzHfZVWR-BnoMph0AirDR53XE-odc/s1600/tumblr_nfg7ydxGHO1rqdmblo1_r1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="701" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaZq7vF2IfIlTUKLZa8bNEqCZULz0_6IjWnYfn-n8HXzt4PflTD_SF4Gp0j3OOhlvUTKJF_Y65DrWbLTBUC84iz3F8GLdxBWQwNdvkCrbr0Qne32QzHfZVWR-BnoMph0AirDR53XE-odc/s400/tumblr_nfg7ydxGHO1rqdmblo1_r1_500.png" width="285" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau e Alexandra</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Chalotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-84826534638767944062017-08-04T14:52:00.000+01:002017-08-04T14:53:06.788+01:00Atrás da Imperatriz - A Grã-Duquesa Maria Pavlovna - Segunda Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaMxowlxAey9rnl3h5KO-CJIJYu7vWYAQBDTZXR9dQ20mUhqWcmjloNk79DM9bXCVr2z1J-WihntCDmxbKaNyTnPm9lQO4LI2gD_bcJf4QiPuLmnTzPovHkLqYH4UmqQz3gNe4_6-TV5o/s1600/523198-1425665932.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1163" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaMxowlxAey9rnl3h5KO-CJIJYu7vWYAQBDTZXR9dQ20mUhqWcmjloNk79DM9bXCVr2z1J-WihntCDmxbKaNyTnPm9lQO4LI2gD_bcJf4QiPuLmnTzPovHkLqYH4UmqQz3gNe4_6-TV5o/s400/523198-1425665932.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">É muito provável que, por vezes, Maria se sentisse isolada na Rússia, mas não fazia parte da sua personalidade mostrar isso. Em vez disso, dedicou-se à organização de festas luxuosas e caras e fez amizade com membros da comunidade diplomática e outros estrangeiros que viviam na cidade. Foi a primeira senhora da família imperial a receber divorciados no seu salão: os nouveau riche, as pessoas que estavam na moda e os actores, artistas e escritores que Vladimir conhecia na sua posição de presidente da Academia Imperial das Artes, encontravam todos lugar na sua mesa, onde as conversas eram inteligentes e divertidas e, muitas vezes, tinham um certo tom de vingança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz-NxwFwPtKYD1wOPmXurHdkrjORTs_CHfO0djnNHtU4LKFBS0hlcPmag4LvMhFlFWgQ9mKl0DyptzeJuXXICk1mkmZsevwxeLO0pOn0CnrusTzVEEE7rtprpptYmcuBP6QqjsU4UvmGQ/s1600/860cca858a83b0a0fdfc0fe6ea6931a5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="958" data-original-width="700" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz-NxwFwPtKYD1wOPmXurHdkrjORTs_CHfO0djnNHtU4LKFBS0hlcPmag4LvMhFlFWgQ9mKl0DyptzeJuXXICk1mkmZsevwxeLO0pOn0CnrusTzVEEE7rtprpptYmcuBP6QqjsU4UvmGQ/s400/860cca858a83b0a0fdfc0fe6ea6931a5.jpg" width="291" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vladimir Alexandrovich e Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dentro da família imperial, Maria adoptou os ressentimentos do marido e sentia que eles deviam ser também seus. Ninguém podia acusar Maria de facilitar a paz. Vladimir envejava o irmão por ele ser czarevich e ter óptimas perspectivas de chegar ao poder. As sombras desta rivalidade vinham já desde a infância. Em Março de 1855, algumas semanas após a subida do marido ao trono, Maria Alexandrovna contou a uma das suas damas-de-companhia que tinha ouvido uma conversa preocupante entre os seus filhos. Tinha ouvido o czarevich Nicolau a dizer a Vladimir, na altura com cinco anos de idade, "<i>quando fores czar</i> (...)". Maria interrompeu-o. "<i>Sabes perfeitamente que o Vladimir nunca será czar</i>". "<i>Não, ele vai ser czar</i>", respondeu Nicolau, "<i>o nome dele significa</i> 'governante do mundo'". A mãe dos rapazes explicou-lhes que a sucessão tinha a ver com a ordem de nascimento e não com os nomes, mas Nicolau não desistiu da sua ideia: "<i>o avô era o terceiro filho e tornou-se czar. Eu vou morrer, depois o Sasha vai-me suceder. Mas o Sasha também vai morrer e depois será a vez do Vladimir</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6H6PPQ0jJoItmfbIKakGmLgCYif9oU34dOb7BBvPpIohKN1_mW3oZ0n4UBVonyICrrUg6Te5O0cB40YGHBzDD3iVNPkznJQH147qKQiCMom4wM6FzM1_FhLkXPCWF4YBiOtN0M9TO7ec/s1600/120960_640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="487" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6H6PPQ0jJoItmfbIKakGmLgCYif9oU34dOb7BBvPpIohKN1_mW3oZ0n4UBVonyICrrUg6Te5O0cB40YGHBzDD3iVNPkznJQH147qKQiCMom4wM6FzM1_FhLkXPCWF4YBiOtN0M9TO7ec/s400/120960_640.jpg" width="303" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sasha (o futuro czar Alexandre III) com o seu irmão Vladimir Alexandrovich.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não passavam de conversas de crianças, mas a czarina ficou arrepiada quando ouviu estas palavras saírem da boca de alguém tão novo. A ideia tornou-se mais séria quando Nicolau morreu mesmo e Alexandre se tornou czarevich. Vladimir ficou mais perto do que nunca de chegar ao trono quando Alexandre anunciou a sua intenção de renunciar ao trono para se casar com Marie Mescherskaya: se tivesse mesmo seguido o seu coração, Vladimir teria ocupado o seu lugar de czarevich e, depois, poderia suceder ao pai como czar. É possível que Vladimir tivesse ressentido o seu azar e, à medida que se foi afastando cada vez mais do trono com o nascimento dos filhos do czar, a sua desilusão deve ter aumentado consideravelmente. Por isso, com o passar dos anos, a relação entre os dois irmãos foi piorando cada vez mais e, quando Maria Feodorovna se juntou à mistura, a brecha tornou-se num precipício. Além de Maria Pavlovna, a esposa de Alexandre era a única mulher jovem na família directa do czar depois de a sua filha partir para Inglaterra quando se casou. Era seis anos mais velha do que Maria Pavlovna e também tinha conseguido estabelecer a sua posição e tornar-se popular. Além disso, não gostava de alemães. Não demorou muito até que as duas jovens, as mulheres que ocupavam a segunda e a terceira posições mais importantes na corte, começarem a sentir uma certa rivalidade uma pela outra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih7wH1NYT5TscrDlp6gVqw2ynedy3NjFP6_2WYcYl03NrQX7Dmdi4opSGstbTGTjiNCjPy61aRqWi2uxcN8P_K4ZyqI3b-iciLVjGIn9-b3FZ9-HmeNGRAHaJCvTHB7EhLwqYTsMHFnkA/s1600/tumblr_mrqll0735D1rqdmblo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="651" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih7wH1NYT5TscrDlp6gVqw2ynedy3NjFP6_2WYcYl03NrQX7Dmdi4opSGstbTGTjiNCjPy61aRqWi2uxcN8P_K4ZyqI3b-iciLVjGIn9-b3FZ9-HmeNGRAHaJCvTHB7EhLwqYTsMHFnkA/s400/tumblr_mrqll0735D1rqdmblo1_500.jpg" width="306" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Feodorvna</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Enquanto Alexandre II estava vivo, conseguiu controlar todas as rivalidades na sua família, mas o desconforto que os irmãos sentiam um pelo outro veio à tona na altura do assassinato do pai: quando o czar estava moribundo no seu escritório, foi Vladimir que controlou a situação e deu as ordens necessárias, uma vez que, nos primeiros momentos após a tragédia, o czarevich ficou sem reacção. Desde a infância que tinha sido Vladimir a dominar Alexandre e era provável que pensasse que esse domínio iria continuar. Mas estava enganado. Quando Alexandre III assumiu o poder e a poeira assentou, tornou-se claro que as coisas nunca mais voltariam a ser as mesmas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi07a1E22y-GLRCkKPbBy4fsE4sUKByFJdEtxMMZMdh3soUR3l0nORPg1odAaU8e1LF3HBXsM3ZUUMF7m7f8TSd2LX1SBO5_dgVt_6PllDaH4VnmRRyBKQ0urL5fcD5y-hyejt3S5ej4m8/s1600/grand-dukes-alexander-alexandrovich-the-future-emperor-alexander-iii-b9rnyb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="324" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi07a1E22y-GLRCkKPbBy4fsE4sUKByFJdEtxMMZMdh3soUR3l0nORPg1odAaU8e1LF3HBXsM3ZUUMF7m7f8TSd2LX1SBO5_dgVt_6PllDaH4VnmRRyBKQ0urL5fcD5y-hyejt3S5ej4m8/s400/grand-dukes-alexander-alexandrovich-the-future-emperor-alexander-iii-b9rnyb.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich e Vladimir Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O novo czar impôs a sua vontade à família, introduzindo uma série de alterações aos Estatutos da Família de modo a redefinir os seus direitos, títulos e até os seus rendimentos. Estas medidas faziam sentido e muita gente as apoiou, no entanto Vladimir era contra elas. Alexandre exigiu lealdade e recebeu-a, pelo menos em palavras, no entanto, é mais fácil desobedecer a um irmão do que a um pai. No dia da coroação de Alexandre, Vladimir foi nomeado comandante das forças militares na zona de São Petersburgo, apesar de não gostar particularmente da vida militar. Embora não houvesse um confronto directo entre os dois, o desconforto que ambos os casais sentiam um pelo outro tornou-se cada vez mais palpável.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivLKEa4L593oilH52DD56mJd9GR4PpddHzm1eBPa1wMRLL45HFZxi-sXArMeb-pSlqwQ-rCp9dNHW9siKQAmZZ2UaTmWDdjOMSZaEeqnGnBZFIz1U1ZxPNDCSTVGXTI_i62X7fZfiu13o/s1600/dagmar_sitting_next_to_alexander.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="536" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivLKEa4L593oilH52DD56mJd9GR4PpddHzm1eBPa1wMRLL45HFZxi-sXArMeb-pSlqwQ-rCp9dNHW9siKQAmZZ2UaTmWDdjOMSZaEeqnGnBZFIz1U1ZxPNDCSTVGXTI_i62X7fZfiu13o/s400/dagmar_sitting_next_to_alexander.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Feodorovna e Alexandre III</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vários anos mais tarde, esta fricção iria contribuir para a queda da monarquia, mas na década de 1880, não passava de um tópico divertido para as más-línguas da corte. Em 1888, o comboio imperial descarrilou em Borki quando o czar e a sua família se encontravam a bordo. Alexandre e os três filhos escaparam por pouco. Quando o czar surgiu por entre os escombros, a primeira coisa que terá dito foi: "imaginem qual não vai ser a desilusão do Vladimir". Um ano depois, rebentou um escândalo devido ao desaparecimento de fundos angariados em peditórios públicos para a construção de uma igreja em memória de Alexandre II. Vladimir presidia a comissão responsável pela obra há cinco anos e tornou-se suspeito de estar envolvido no desaparecimento dos fundos. As pessoas chamavam a atenção para as obras de redecoração que estavam a realizar-se no Palácio de Vladimir e os rumores foram-se espalhando. Sem consultar o irmão, Alexandre instaurou um inquérito através do qual se descobriu que o responsável pelo desfalque tinha sido o secretário da comissão que foi a julgamento, mesmo apesar de Vladimir o tentar proteger. Do lado de fora, Maria Feodorovna e Maria Pavlovna iam incentivando os respectivos maridos a levar a sua em diante.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghn-nOJcOoHV9WqwsBk5HnJVRVztoE9WvksnznJJ55aNRvlXuciRG1jJ70oT6UwtNU9xNyfwM1k-XbiDgsG2jjdCv3nJ1dD9O3b4pfRFxkk-ZUxBcJB4zuP7v_QS2dGj2oVeCcFNF_NSg/s1600/tumblr_nrwmdy616K1qzjmo0o1_540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="525" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghn-nOJcOoHV9WqwsBk5HnJVRVztoE9WvksnznJJ55aNRvlXuciRG1jJ70oT6UwtNU9xNyfwM1k-XbiDgsG2jjdCv3nJ1dD9O3b4pfRFxkk-ZUxBcJB4zuP7v_QS2dGj2oVeCcFNF_NSg/s400/tumblr_nrwmdy616K1qzjmo0o1_540.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vladimir Alexandrovich e Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As suas diferenças não eram políticas. Vladimir não sentia mais afinidade pelas políticas do pai do que Alexandre, e Maria era tudo menos liberal. Tratava-se mais de uma questão de estilo e feitio. A família imperial, as famílias aristocráticas mais antigas da Rússia e todos aqueles que, tradicionalmente, prestavam serviços à corte, sentiam-se mais próximos de Alexandre III e de Maria Feodorovna. Os Vladimirovich eram mais arrojados e modernos. Durante as suas visitas a Paris e à Riviera Francesa, Maria tinha ganho um certo gosto pelos jogos de apostas e tinha até uma roleta na sua sala privada. As suas festas eram fabulosas e envolviam grandes gastos e preparativos. Na década de 1880, Maria organizou um baile de máscaras que ficou para a história. Para o preparar, Maria requisitou todos os livros relacionados com o tema da Biblioteca da Academia das Artes vários meses antes e exigiu que os seus convidados se vestissem rigorosamente de boiardos antigos. Não gostava nada de caminhar, mas dançava com gosto e entusiasmo e precisava de estar sempre no centro das atenções. Enquanto as pessoas estivessem a admirá-la, ela sentia-se feliz. Quando lhe pediam para receber e proteger alguém mais jovem e de origens mais humildes, era sempre gentil. Uma das filhas da grã-duquesa Olga Constantinovna, a princesa Maria da Grécia e Dinamarca, que visitou a Rússia pela primeira vez na década de 1889, recordou Maria Pavlovna como "<i>a mulher mais charmosa que alguma vez conheci</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj01dzbx7zYTzie_fI9Yog2H9_sBJAnxBfhcTcDzKlQFwUQZg-twrRAytN99XFoiftrRwUrC_1g5ND51cW2AeWfNgxhZu2qzqkD2Yy6hE9Anw__syjIWM2u6as0qyhlUqvAuDqxiujmSg/s1600/2398061660102753164S600x600Q85.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="466" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj01dzbx7zYTzie_fI9Yog2H9_sBJAnxBfhcTcDzKlQFwUQZg-twrRAytN99XFoiftrRwUrC_1g5ND51cW2AeWfNgxhZu2qzqkD2Yy6hE9Anw__syjIWM2u6as0qyhlUqvAuDqxiujmSg/s400/2398061660102753164S600x600Q85.jpg" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os críticos diziam que Maria só se interessava pelas coisas boas da vida, mas ninguém se interessava pelo lado mais sério da sua personalidade. A correspondência que trocava com diplomatas e políticos por toda a Europa acabou por lhe causar ainda mais problemas. Alexandre III partilhava com a esposa um desdém pelos alemães enquanto que os Vladimirovich eram vistos como favoráveis ao país. Quando a polícia secreta descobriu que Maria trocava correspondência com Bismark, o czar ficou furioso e obrigou-a a parar de o fazer. Vladimir ficou indignado com a ordem, mas a suspeita de que ela não era leal, ou, pior ainda, uma agente da Alemanha, ficaria associada a ela durante muitos anos e não eram só os russos que acreditavam nessa possibilidade. Em 1884, o seu primo em segundo-grau, o kaiser Guilherme II, visitou São Petersburgo e contou ao seu avô que "<i>a grã-duquesa Vladimir (...) faz maravilhas pela causa alemã</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqfIIE9f3r0riZqEkutdGKMaBHZ_qmsbWHKQSsAgjoQGY8AkgnTb7ptgXzSqFd3jG2R0xGgEHBRPFs0VjogrP_O2h4MfLrbR8svbwdYvqCr68y9L7tKFszcuWH991uO5rDpWQDIrxP6g8/s1600/tumblr_muvsenLkKJ1qzjmo0o1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="664" height="361" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqfIIE9f3r0riZqEkutdGKMaBHZ_qmsbWHKQSsAgjoQGY8AkgnTb7ptgXzSqFd3jG2R0xGgEHBRPFs0VjogrP_O2h4MfLrbR8svbwdYvqCr68y9L7tKFszcuWH991uO5rDpWQDIrxP6g8/s400/tumblr_muvsenLkKJ1qzjmo0o1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dez anos depois do seu casamento, Maria continuava a ser vista como uma estranha. Parecia desfrutar da sua posição e exercê-la com toda a dedicação. No entanto, há uma pista que mostra que o seu isolamento a magoava profundamente. Nem sequer Vladimir partilhava a sua religião, mas mesmo assim ela desafiava todas as convenções e ia à missa protestante em São Petersburgo sozinha. No entanto, em 1884, Maria ganhou duas possíveis aliadas. Isabel de Saxe-Altemburgo e Isabel "Ella" de Hesse-Darmstadt, casaram-se com membros da família Romanov nesse ano e ambas se recusaram a converter à Igreja Ortodoxa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg62FrPp-Bzzudv0ngizxFLt_NTWRA1jLOyNZusot2m-5pajU6rwASU81WpjIuuqck_2SDxGUB1G36hYhGbLpqbvXNpRdHft5k7e3nMz_mhGpI6q_GQ9B1I7Me-5daQaIKZrYajSmTAFGQ/s1600/_DSC4573-18.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="784" data-original-width="600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg62FrPp-Bzzudv0ngizxFLt_NTWRA1jLOyNZusot2m-5pajU6rwASU81WpjIuuqck_2SDxGUB1G36hYhGbLpqbvXNpRdHft5k7e3nMz_mhGpI6q_GQ9B1I7Me-5daQaIKZrYajSmTAFGQ/s400/_DSC4573-18.jpg" width="305" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna rodeada das suas damas-de-companhia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Deve ter sido muito importante para Maria receber estes dois novos membros da família e sentir que elas estavam a seguir os seus passos. Ella foi a que mais se aproximou dos Vladimirovich. Era sobrinha de Maria Alexandrovna e conhecia Maria e Vladimir desde que nascera. Devia lembrar-se de como a sua mãe, a princesa Alice, tinha defendido Maria Pavlovna quando ela tinha decidido manter a sua religião. No entanto, em 1891, sete anos depois do casamento, Ella decidiu converter-se à Igreja Ortodoxa e uma das suas maiores preocupações foi não magoar Maria. Pediu mesmo ao pai para manter a notícia em segredo até que ela tivesse oportunidade de comunicar a sua decisão pessoalmente a Maria uma vez que "ela vai ficar muito triste, mas quero que ela saiba antes que se comece a falar muito nisto, para que a magoar o menos possível". No entanto, Maria ficou mesmo magoada e sentiu-se traída. Nunca perdoou Ella pela sua decisão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIY76QCAdv3j6X7RlXqCq4SxiljAx2bNbAK5dc3qVlteQoVkniLAtlRYI_YBh18ZWxcvJCuSzhjxc5NRh2Yn5qMhU4y00ODIkfNOrYAyWmsAjqb8fLQU537BW23MOU2z2o-819WyxgJfk/s1600/tumblr_nwowwqD7iW1t5k7qjo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="495" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIY76QCAdv3j6X7RlXqCq4SxiljAx2bNbAK5dc3qVlteQoVkniLAtlRYI_YBh18ZWxcvJCuSzhjxc5NRh2Yn5qMhU4y00ODIkfNOrYAyWmsAjqb8fLQU537BW23MOU2z2o-819WyxgJfk/s400/tumblr_nwowwqD7iW1t5k7qjo1_500.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isabel Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Era raro uma grã-duquesa mostrar-se tão vulnerável. A adolescente obstinada que tinha brincado com o pobre Jorge de Schwarzburg tinha-se tornado uma das jogadoras mais dinâmicas e interessantes no palco real, com contactos por toda a Europa. Na posição de segunda dama mais importante da corte, estava atrás da czarina em ocasiões oficiais, mas a sua corte era o local que estava mais na moda na altura. No entanto, durante a década de 1890, as coisas começaram a mudar. Os três filhos do czar, Nicolau, Jorge e Miguel estavam a crescer e, se os acontecimentos se desenrolassem como seria de esperar, o mais provável era casarem. Quando o fizessem, a posição de Maria iria perder importância. Esse era o maior medo e o que mais a preocupava.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiINf1qURSwmGqQNTy1rIaQdYTdfZBIqls2so3BowL8B0K-doknpCsZp6XOwd0UluPtf0rkytGrAb3FX_WaFLNs73JTAk6H2Eqgt_mhfT4vYWRsu6Ti7ILAnubwuRJo_XMBOlP9isfUFQA/s1600/RUuQIKjAyMU.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="486" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiINf1qURSwmGqQNTy1rIaQdYTdfZBIqls2so3BowL8B0K-doknpCsZp6XOwd0UluPtf0rkytGrAb3FX_WaFLNs73JTAk6H2Eqgt_mhfT4vYWRsu6Ti7ILAnubwuRJo_XMBOlP9isfUFQA/s400/RUuQIKjAyMU.jpg" width="321" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna em 1895</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A não ser que... Maria Feodorovna era uma mãe possessiva que não iria gostar de partilhar os filhos quando chegasse a altura de se casarem. Se, no futuro, Maria conseguisse atrair a esposa do czarevich para o seu circulo, orientar os seus primeiros passos na sociedade russa, poderia dar um significado completamente diferente às palavras "atrás da imperatriz".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilXaSANe-KGH2b_VFM2JIAW48t1Z2ovZLhiXgh3XBW-_0sEjodNpe_mIT8C2qq2LgrHZZU5VYkHg5hibITdu3M9ee21O3-sng0tMdHSvh8_O5VIZNQlMSlFSOMf8sqbMwizRnWgpdx49M/s1600/22c77868cb7c8d900651e4f4a51d7017--alexandra-feodorovna-grand-duke.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="429" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilXaSANe-KGH2b_VFM2JIAW48t1Z2ovZLhiXgh3XBW-_0sEjodNpe_mIT8C2qq2LgrHZZU5VYkHg5hibITdu3M9ee21O3-sng0tMdHSvh8_O5VIZNQlMSlFSOMf8sqbMwizRnWgpdx49M/s400/22c77868cb7c8d900651e4f4a51d7017--alexandra-feodorovna-grand-duke.jpg" width="342" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau II, Maria Pavlovna, Vladimir Alexandrovich e Alexandra Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-30222549536450313322017-07-31T16:29:00.000+01:002017-07-31T16:29:13.670+01:00Atrás da Imperatriz - A Grã-Duquesa Maria Pavlovna - Primeira Parte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjtQ7zVcuarVpVgzIa7h_pfb8CelrdSFsxr5sFzy-eJMO2lfVBP0VJnAmfQtHqukx9ptOwOFSK1ZFpYZGQUWUGJ2nMk8FAEnR08WipSHIT9IZem7z-2TforqvwDq2C8FkK8kFNISJ15bg/s1600/512851-1422980993.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1143" data-original-width="1600" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjtQ7zVcuarVpVgzIa7h_pfb8CelrdSFsxr5sFzy-eJMO2lfVBP0VJnAmfQtHqukx9ptOwOFSK1ZFpYZGQUWUGJ2nMk8FAEnR08WipSHIT9IZem7z-2TforqvwDq2C8FkK8kFNISJ15bg/s400/512851-1422980993.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A família imperial russa em 1892</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><br />No início do século XIX, a Rússia não estava habituada a ter uma família real. Paulo foi o primeiro czar desde do século XVII a ter uma grande família e foi ele que definiu os Estatutos da Família que estabeleceram a ordem de sucessão, a religião e os casamentos dos seus descentes, algo que lhes viria a causar muita mágoa no futuro. A Revolta Dezembrista colocou os estatutos à prova pela primeira vez: depois de suceder ao trono de uma forma incerta, Nicolau I estava determinado a unir os seus filhos como se se tratassem de uma unidade disciplinada ao serviço da coroa. Um a um, à medida que foram chegando à idade adulta, os seus filhos foram chamados para prestar o Juramento de Lealdade, anunciando a sua fidelidade ao czar perante representantes do governo, da igreja e do exército - e cada um deles proferiu as palavras com sentimento. Nicolau criou uma família unida, impondo a sua autoridade. Alexandre II fortaleceu os laços entre si e os seus irmãos instituindo reuniões de família regulares que, aos poucos, foram atraindo uma nova geração para a "firma". Também fez questão de ter uma boa relação com os filhos dos seus irmãos. No entanto, as mulheres que entravam na família por casamento eram mais difíceis de dominar: o caso amoroso e o segundo casamento de Alexandre fizeram com que todas elas se afastassem e não temos forma de saber como seria a relação da família caso o czar não tivesse sido assassinado tão pouco tempo depois do casamento. No entanto, essa morte trouxe uma mudança ainda mais importante. Pela primeira vez, havia uma geração mais velha de príncipes Romanov, comprometidos por juramento a ser leais ao seu jovem sobrinho. Foi durante o reinado de Alexandre III que começaram a surgir as primeiras fissuras na unidade familiar que tinha sido criada pelo seu avô. A forma como tratou o grão-duque Constantino Nikolaevich mostrou a falta de confiança que tinha nos tios e, pior ainda, com o passar do tempo, também a sua relação com o seu irmão Vladimir começou a ser questionada. Vladimir era esperto e ambicioso e alguns diziam mesmo que tinha sido o filho favorito do seu pai. Logo desde a sua infância que a família sentia que Vladimir estava destinado a grandes feitos: o potencial para surgirem ciúmes e ressentimentos sempre esteve presente, mas só floresceu verdadeiramente quando ele se casou com uma princesa com um nível de ambição parecido com o dele. Ao recordar de forma incrível a corte de São Petersburgo, a rainha Maria da Roménia descreveu com as seguintes palavras o motivo pelo qual a sua tia 'Miechen', a grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia, era inesquecível:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMAgm3YPdnlxaRrcfTNCFJfq7Zmom7fYJO9ZqDj0Zfl41jy04Fh9WfJnQWyzh9sP7PmGCnw4OvcxmgPY9DICq8xZD5sBbC4MVLLAEcEtE2AsJYUU6JO_cSPcQ8uorpaSMohDCnkhCKFak/s1600/xhS3vSM8j1M.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="401" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMAgm3YPdnlxaRrcfTNCFJfq7Zmom7fYJO9ZqDj0Zfl41jy04Fh9WfJnQWyzh9sP7PmGCnw4OvcxmgPY9DICq8xZD5sBbC4MVLLAEcEtE2AsJYUU6JO_cSPcQ8uorpaSMohDCnkhCKFak/s400/xhS3vSM8j1M.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i>"Logo atrás da imperatriz [Maria Feodorovna] vinha a tia Miechen, mais deslumbrante do que um pôr-do-sol, com um vestido laranja bordado a ouro. Sempre que se mexia, as pérolas em forma de pêra no seu diadema balançavam graciosamente para trás e para a frente. Não era magra o suficiente para as linhas clássicas dos vestidos, mas veste as roupas melhor do que qualquer outra mulher presente. Os ombros dela eram sublimes e brancos como creme. Tinha um ar de inteligência que mais ninguém conseguia mostrar".</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><i><br /></i></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNIhuOnBsuPMvUEj4WvzyrPzox9-O8LkKf249cnx1WN_MroFWbBFFY9ehF3P4tp9MS5TF2UVixE26gMydWBMvuMcRCPCu_ZXblkWyvvPY8WqVpCOIfpe3-6Zpfz9oXN3gm4Qv2TxwxFag/s1600/48a2dfae929e2ab90f517817e4d885cdbc5f6c154906320.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1009" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNIhuOnBsuPMvUEj4WvzyrPzox9-O8LkKf249cnx1WN_MroFWbBFFY9ehF3P4tp9MS5TF2UVixE26gMydWBMvuMcRCPCu_ZXblkWyvvPY8WqVpCOIfpe3-6Zpfz9oXN3gm4Qv2TxwxFag/s400/48a2dfae929e2ab90f517817e4d885cdbc5f6c154906320.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Maria Pavlovna (dir.) com a grã-duquesa Anastásia Mikhailovna na coroação de Nicolau II em 1896.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">As palavras mais reveladoras nesta descrição são "atrás da imperatriz". Foi essa a posição que Maria ocupou e ressentiu durante grande parte da sua vida adulta. Algumas pessoas parecem nascer para ocupar uma posição mais importante do que aquela que o destino reserva para elas. Quando sentem esta limitação, os resultados podem ser desastrosos. A grã-duquesa Maria Pavlovna era uma dessas pessoas. Determinada, inteligente e imperial, teria sido uma imperatriz impressionante. Não foi feita para ser a esposa do segundo filho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgegw9sroJbHTJWzZehTP5TCgcRLzH8_QQhmz5D1N97QnE0aROjlv26U6b7u3gzrvqR2STiLOtdj4Z6KqQsPNLMkW-ETeMdXCHNlZxYPBLMOWiIymhaaN-8ZiR1yDzO8hUgsLEfpx_luwY/s1600/35259o6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="801" data-original-width="525" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgegw9sroJbHTJWzZehTP5TCgcRLzH8_QQhmz5D1N97QnE0aROjlv26U6b7u3gzrvqR2STiLOtdj4Z6KqQsPNLMkW-ETeMdXCHNlZxYPBLMOWiIymhaaN-8ZiR1yDzO8hUgsLEfpx_luwY/s400/35259o6.jpg" width="261" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna com o marido, o grão-duque Vladimir Alexandrovich e os seus quatro filhos: Cyrill, Boris, André e Helena.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Miechen" nasceu como duquesa Maria de Mecklemburgo-Schwerin, na primavera de 1854. Nasceu em Ludwigslust, uma residência de campo que ficava a sul da capital do grão-ducado. O ducado era um local calmo e rural que ficava na costa norte da Alemanha. Anos mais tarde, uma das cunhadas de Maria, a rainha Guilhermina dos Países Baixos [casada com o seu meio-irmão Henrique de Mecklemburgo-Schwerin], descreveu o território da seguinte forma: "com pouca gente, cheio de colinas e lagos, campos de milho e florestas". O ducado de Mecklemburgo-Schwerin que Guilhermina conheceu era hostil para com os seus vizinhos prussianos, mas, durante a infância de Maria, foi precisamente a influência prussiana que a dominou, algo que não é de admirar, tendo em conta que o verdadeiro poder em Schwerin estava nas mãos da formidável grã-duquesa viúva Alexandrina, irmã do rei da Prússia. Alexandrina dominava o seu filho, o grão-duque Frederico Francisco II, e deu estabilidade à sua neta, que teve uma infância cheia de tragédias. As duas tinham muitas parecenças. Alexandrina era uma mulher orgulhosa, abençoada com uma confiança absoluta em si mesma e na verdade das suas opiniões. Conseguia ser encantadora, mas, se alguém se metia no seu caminho, era absolutamente cruel.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTr6349OgToYbP8Q6ecbWA_F4DF5O0T3pPfDHgwxioZhhc71evny3wo-lIpsTfMDjJLVbfyNy03IkjulC-uSI_hWj1zTkApezzLJeRT6r3mtcfLJ9M2M2qhhJMK2THnSsb6S8g2bulofk/s1600/Alexandrina+da+Pr%25C3%25BAssia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1434" data-original-width="1268" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTr6349OgToYbP8Q6ecbWA_F4DF5O0T3pPfDHgwxioZhhc71evny3wo-lIpsTfMDjJLVbfyNy03IkjulC-uSI_hWj1zTkApezzLJeRT6r3mtcfLJ9M2M2qhhJMK2THnSsb6S8g2bulofk/s400/Alexandrina+da+Pr%25C3%25BAssia.jpg" width="352" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandrina da Prússia, avó paterna de Maria Pavlovna.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maria foi a primeira filha do grão-duque. Antes, ele e a sua esposa, a princesa Augusta Reuss-Kostritz, tinham tido dois filhos: Frederico Francisco e Paulo Frederico e, depois de Maria, tiveram ainda mais dois rapazes, um dos quais morreu ainda pequeno. Maria perdeu a mãe quando tinha apenas sete anos de idade. As más-línguas disseram que o grão-duque recuperou da sua dor incrivelmente depressa e. pouco depois, já estava à procura de uma nova esposa. Durante algum tempo, parecia que os seus filhos teriam como madrasta a princesa Maria de Cambridge, que, mais tarde, se tornaria duquesa de Teck, mas nada aconteceu. Depois, em Maio de 1864, dois dias antes de a sua filha completar dez anos de idade, o grão-duque casou-se com a princesa Ana de Hesse-Darmstadt, sobrinha da czarina Maria Alexandrovna [e tia da futura imperatriz Alexandra Feodorovna].</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI3C6Tsk65pG2YOLmTU7YrrWuqc8oqsnvQ1G_nIDhjFGXhx0bff3BrtmqNioaX_u4PVLunbEk1M1fachJ0aE5vvYiReyG9ercnqnojECVPq7EzTc6gReGNEXN7FLeuuPjm_fb-jFaYMCs/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="343" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI3C6Tsk65pG2YOLmTU7YrrWuqc8oqsnvQ1G_nIDhjFGXhx0bff3BrtmqNioaX_u4PVLunbEk1M1fachJ0aE5vvYiReyG9ercnqnojECVPq7EzTc6gReGNEXN7FLeuuPjm_fb-jFaYMCs/s400/1.jpg" width="235" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Frederico Francisco II, pai de Maria Pavlovna, com a sua segunda esposa, a princesa Ana de Hesse-Darmstadt.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tal como Maria, Ana era a única filha no meio de uma família de rapazes. Todos a adoravam, mas a princesa teve pouco tempo para causar impacto na sua nova família, uma vez que morreu ao dar à luz onze meses depois do casamento e seriam precisos mais quatro anos até o grão-duque conseguir encontrar uma nova mãe para os seus filhos. Durante esses anos, muito aconteceu na Alemanha. Enquanto a maioria dos príncipes alemães apoiou a Prússia com grande relutância durante a Guerra Austro-Prussiana de 1866, ou recusaram dar o seu apoio de todo, Frederico Francisco era um fervoroso apoiante de uma Alemanha unida sob a liderança da Prússia. Esta atitude causou ressentimento entre os seus vizinhos, mas ficar do lado vencedor fez com que Frederico preservasse o seu ducado e deu à sua família uma nova confiança e posição. No verão de 1868, o grão-duque casou-se pela terceira vez, desta vez com a princesa Maria de Schwarzburg-Rudolstadt, que era apenas quatro anos mais velha do que a sua filha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifd4tb4gfHf0rl-gPDuB6mEoqGHEAWmV5oqvQUKIIzQLBrre_o9kaj-dK0Rq-H3OdW9sO15lQMKuNvfoaRFDhy_JVL4mwu1qeShYwd-uixW8-qC6wZZMYGEGlSsgWc-cSfdKFFFWL2QQk/s1600/Marie_of_Schwarzburg-Rudolstadt%252C_Grand_Duchess_of_Mecklenburg-Schwerin.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1052" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifd4tb4gfHf0rl-gPDuB6mEoqGHEAWmV5oqvQUKIIzQLBrre_o9kaj-dK0Rq-H3OdW9sO15lQMKuNvfoaRFDhy_JVL4mwu1qeShYwd-uixW8-qC6wZZMYGEGlSsgWc-cSfdKFFFWL2QQk/s400/Marie_of_Schwarzburg-Rudolstadt%252C_Grand_Duchess_of_Mecklenburg-Schwerin.jpeg" width="262" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria de Schwarzburg-Rudolstadt, a segunda madrasta de Maria Pavlovna.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A nova grã-duquesa era gentil e descontraída. Sem o orgulho e auto-estima da sua sogra, os seus gostos eram simples e impunha poucas regras na sua casa. Não existem registos do que ela pensava dos seus enteados nem do que eles pensavam dela, mas foi a sua chegada à família que quase decidiu o futuro de Maria. Em inícios de 1871, a princesa-herdeira da Prússia visitou Schwerin e reparou que estavam a decorrer negociações entre as famílias de Mecklemburgo e Schwarzburg. A 27 de Maio escreveu à rainha Vitória: "<i>De certeza que já ouviste dizer que a Maria de Schwerin está noiva daquele idiota do Jorge de Schwarzburg (...) já foi anunciado oficialmente e foi tudo por cabeça dela. Ele parece-se mais com um ganso do que nunca</i>". O "grande ganso" era o príncipe reinante de Schwarzburg-Rudolstadt, um primo em segundo grau da madrasta de Maria. Ele tinha trinta-e-três anos e Maria tinha acabado de fazer dezassete.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMT5MpoJpGdlMxZg0SJFMx9RMBap9fRQgn-WPihmUYVij4UIJDSQM3agD_x56vhwIzDCeahCQgFQKipqcIOj3V7z2oZ6wgINyxjRoFYtWhDtcSA7HciQ6L_x2IQuAnx26e5a0fuJ9iB6U/s1600/383773-1367581746.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1144" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMT5MpoJpGdlMxZg0SJFMx9RMBap9fRQgn-WPihmUYVij4UIJDSQM3agD_x56vhwIzDCeahCQgFQKipqcIOj3V7z2oZ6wgINyxjRoFYtWhDtcSA7HciQ6L_x2IQuAnx26e5a0fuJ9iB6U/s400/383773-1367581746.jpg" width="285" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna em 1865</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os eventos que se seguiram ao longo dos anos seguintes colocaram Maria nas bocas de toda a realeza europeia. A ideia de se casar com Jorge de Schwarzburg tinha sido dela, mas, poucas semanas depois, foi também ela que decidiu romper o noivado depois de ter surgido uma oportunidade melhor. O grão-duque Vladimir Alexandrovich, terceiro filho do czar da Rússia, tinha vinte-e-quatro anos de idade, era culto, inteligente e possuía uma grande fortuna. O seu gosto exagerado pelas coisas boas da vida tinham prejudicado a cintura do grão-duque, mas ele continuava a ser atraente e, em Junho, fez uma visita à Alemanha com a sua família. Maria ficou impressionada e o pobre Jorge de Schwarzburg acabaria por ficar solteiro o resto da vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfBeUH1YoCUGGpX1S-S62i0XsLSOeepWBrFIHg4Dfx6n8fBE5F2s5tpE5aJomRmYjs8sWwnwf_5nS5lVhcN-KiZWippo3hjYB74SdMt9PYcTyTsyqVu6yOnMGxjvrqM41aupKKO2-EG64/s1600/618476-1468512878.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="912" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfBeUH1YoCUGGpX1S-S62i0XsLSOeepWBrFIHg4Dfx6n8fBE5F2s5tpE5aJomRmYjs8sWwnwf_5nS5lVhcN-KiZWippo3hjYB74SdMt9PYcTyTsyqVu6yOnMGxjvrqM41aupKKO2-EG64/s400/618476-1468512878.jpg" width="227" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna em 1872</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A grã-duquesa viúva pode ter tido alguma influência nesta mudança de opinião: se a princesa-herdeira da Prússia tivesse razão, Jorge não era um grande partido. Alexandrina tinha grandes ambições para a sua família e sentia uma simpatia profunda pela Rússia e tia-avó de Vladimir [a sua irmã mais velha, Alexandra Feodorovna, nascida Carlota da Prússia, era esposa do czar Nicolau I]. No entanto, romper um noivado era um passo perigoso. Toda a gente ficou a saber que Maria estava interessada em Vladimir, no entanto o anúncio do noivado tardava em chegar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIMw57CEUpF5GHSv9QE1Qe6g8q-V0iDt8mi8TomEwvLlNsTYp-aRE0UQQkR5p1rK9_3uTQvmphvC6PqR6_RUbReehzVffH8iTjBcL24WxaED0pBTs_b0-nKcJ0SYu_nY4aEZaVq-wB8vs/s1600/11998830_320718924718795_920884433510139987_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="603" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIMw57CEUpF5GHSv9QE1Qe6g8q-V0iDt8mi8TomEwvLlNsTYp-aRE0UQQkR5p1rK9_3uTQvmphvC6PqR6_RUbReehzVffH8iTjBcL24WxaED0pBTs_b0-nKcJ0SYu_nY4aEZaVq-wB8vs/s400/11998830_320718924718795_920884433510139987_n.jpg" width="251" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vladimir Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Quando chegou o ano novo, a jovem duquesa foi considerada novamente "disponível". Em Janeiro de 1872, a rainha Vitória estava preocupada com essa ideia, uma vez que o seu filho favorito, o príncipe Artur, estava prestes a viajar até à Alemanha para conhecer princesas adequadas para se casar. Estaria em segurança? A rainha deu instruções muito claras ao seu tutor. Segundo ela, dizia-se que Maria "<i>era muito bonito, mas também uma grande coquette que deitou fora a oportunidade de se casar com um príncipe de quem estava noiva para tentar conseguir um grão-duque russo. É bem possível que tente apanhar o príncipe Artur, mas <u>não deve</u> ser considerada</i>". Chegou a primavera e depois o verão e mesmo assim o noivado com Vladimir ainda não era oficial, apesar de ele também estar interessado em casar-se com ela. Em Novembro, a princesa Alice contou à rainha Vitória o motivo: "<i>a imperatriz da Rússia acabou de me escrever a informar-me que o noivado com a Maria de Mecklemburgo é completamente impossível uma vez que ela não quer mudar de religião. Espero que todas as outras princesas alemãs lhe sigam o exemplo</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVb6paful0ZvUGDz8pt8cwje8DyRZ-Q4iNJ5l0eMaqcKFUQRAKG2gSGbemHmTgxkXIZmh9LpACkqf49Drr6c25qmdSoYwJdMEV6OzQxY4BzpuB2PQ7L2ceu6p9p-5NK2FTeFaGGae27YY/s1600/150636_527113643976385_359788774_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="581" data-original-width="328" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVb6paful0ZvUGDz8pt8cwje8DyRZ-Q4iNJ5l0eMaqcKFUQRAKG2gSGbemHmTgxkXIZmh9LpACkqf49Drr6c25qmdSoYwJdMEV6OzQxY4BzpuB2PQ7L2ceu6p9p-5NK2FTeFaGGae27YY/s400/150636_527113643976385_359788774_n.jpg" width="225" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna com a sua irmã mais nova, Ana, que morreu antes de chegar à idade adulta.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A determinação que se iria destacar em Maria muitos anos depois já se começava a notar. Depois de ter desistido da possibilidade de se tornar numa princesa reinante, ainda que de um principado menor, para ficar com Vladimir, agora mostrava que apenas o iria fazer se a união fosse realizada segundo os seus próprios termos. Teve de esperar quase dois anos: 1873 chegou e passou e parecia cada vez mais impossível chegar a um acordo. No entanto, com o chegar de uma nova primavera, os muros começaram finalmente a ruir. Alexandre II escreveu ao grão-duque Frederico Francisco a dar a sua permissão para que Maria se casasse com o seu filho. Depois de abrir uma excepção aos rigorosos estatutos da família Romanov, o czar deu também permissão para que Maria mantivesse a sua religião luterana sem que Vladimir perdesse os seus direitos de sucessão ao trono. (Actualmente, alguns membros da família Romanov contestam esta versão dos acontecimentos e afirmam que os seus parentes mais velhos lhes contaram que Vladimir assinou um documento secreto de renuncia ao trono para se poder casar com Maria. No entanto, nunca surgiu nenhuma prova de que tal tivesse mesmo acontecido). O noivado foi anunciado em 1874 e foi muito bem recebido na Alemanha, onde a atitude forte de Maria foi vista como uma grande vitória. As filhas mais velhas da rainha Vitória concordavam com essa opinião, mas mostravam também uma certa cautela. Alice tinha discutido o assunto com a mãe de Vladimir e tinha a certeza que a czarina tinha cedido à ideia do noivado contrariada. A princesa-herdeira previu que a situação iria acabar em conflito: "<i>Não acho que o casamento da Maria de Schwerin com o Vladimir tenha grandes hipóteses de ser feliz</i>", escreveu ela, "<i>e ser de outra religião num país tão preconceitoso vai, sem dúvida, dificultar-lhe muito a vida</i>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-5QV84mvqCf9dy1nzGdaCsu9Ys1IV-yo5az3QGUNNLqNRP2BCEBdv4QcQ9LpW1OTA-zhvAXtu1Q13RdBN76HrVcVUg_np6eFsFzNxN8nkbu6BpAIJM5LytwefWcsbuUImAG7MjX_SyYE/s1600/PQAAAOp2OPzA21xOyY85ZiWToxqLEJtIGRqBIoUI9qtgqhr8QlX7LUj0KLHrMFOPNZSXNd-9chtEjWccxQGsvi4CXkEAm1T1UINELWKWp8R6cluVUPy7f0-ofsGS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="575" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-5QV84mvqCf9dy1nzGdaCsu9Ys1IV-yo5az3QGUNNLqNRP2BCEBdv4QcQ9LpW1OTA-zhvAXtu1Q13RdBN76HrVcVUg_np6eFsFzNxN8nkbu6BpAIJM5LytwefWcsbuUImAG7MjX_SyYE/s400/PQAAAOp2OPzA21xOyY85ZiWToxqLEJtIGRqBIoUI9qtgqhr8QlX7LUj0KLHrMFOPNZSXNd-9chtEjWccxQGsvi4CXkEAm1T1UINELWKWp8R6cluVUPy7f0-ofsGS.jpg" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia do noivado entre Maria e Vladimir</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É possível que o próprio czar tivesse as suas dúvidas. A sua decisão não foi popular dentro da família nem na sociedade. Ninguém queria que os seus adorados costumes e tradições fossem contrariados por uma jovem estrangeira. Vladimir e Maria casaram-se no Palácio de Inverno em Agosto e, provavelmente, não foi por acaso que a cerimónia se realizou no pico do verão. O embaixador britânico na Rússia, Lord Augustus Loftus, escreveu que <i>"nesta época do ano, a cidade está praticamente deserta e, por isso, só vieram</i> [ao casamento] <i>aqueles que eram obrigados</i>". A irmã de Vladimir, a grã-duquesa Maria Alexandrovna, tinha-se casado com o príncipe Alfredo do Reino Unido sete meses antes e Lord Augustus comparou as duas cerimónias de forma bastante desfavorável. Até a cerimónia protestante, pela qual Maria tanto tinha lutado, "<i>pareceu muito aborrecida, quando comparada com a magnifica missa russa. Felizmente, não durou muito tempo</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyH74WfNK8wFS3xCppJ7nmCC6PYj5YbPk3HgOcgF938YGbM5RhsNuGW4ZOBPa7hyphenhyphendHD-qPa9AUwinKZEgiNnPq_ghiEw2Nxpux0xQ2pOZodMur2tmRcX7kY-t9ExTsqN9uZNpy22IgAjk/s1600/closeup1874gdmaria.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="765" data-original-width="728" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyH74WfNK8wFS3xCppJ7nmCC6PYj5YbPk3HgOcgF938YGbM5RhsNuGW4ZOBPa7hyphenhyphendHD-qPa9AUwinKZEgiNnPq_ghiEw2Nxpux0xQ2pOZodMur2tmRcX7kY-t9ExTsqN9uZNpy22IgAjk/s400/closeup1874gdmaria.png" width="380" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Maria Pavlovna pouco depois da sua chegada à Rússia.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No entanto, apesar de tudo, o embaixador mostrou grande admiração pelo mais recente membro da família imperial. "<i>A jovem grã-duquesa é uma personagem superior. Não é muito bonita, mas é extremamente intelectual e com um porte gracioso e digno. No Te Deum pelo aniversário do imperador, permaneceu sempre erecta enquanto todos os outros se ajoelhavam e faziam o sinal da cruz. Aqui é uma surpresa uma princesa estrangeira casar-se com um grão-duque e manter a sua religião, mas é um processo ao qual se terão de habituar, senão, em breve, não haverá esposas para os grão-duques russos</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM141BaZqY179nRYHJDNSJhNDtvGgrvrQcpZds-DaKUm1X9g4DAILahIksGuNM5YgNQ-ymDsAHPsbmJJRnc9OPY5wLIVA35Kxb_oM0K4H5pUzyf2WxB7QqHAbX37uEz9yXKa0wbgdPkyU/s1600/gdmarpav_zps94d5de30.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="380" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM141BaZqY179nRYHJDNSJhNDtvGgrvrQcpZds-DaKUm1X9g4DAILahIksGuNM5YgNQ-ymDsAHPsbmJJRnc9OPY5wLIVA35Kxb_oM0K4H5pUzyf2WxB7QqHAbX37uEz9yXKa0wbgdPkyU/s400/gdmarpav_zps94d5de30.jpg" width="251" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Maria tinha chegado a São Petersburgo com a determinação de enfrentar a hostilidade de frente e com a cabeça erguida. Havia um tom de desafio até no patronímico que escolheu: "Pavlovna" era uma homenagem não só ao seu avô, o grão-duque Paulo Frederico de Mecklemburgo-Schwerin, mas também ao avô dele, o czar Paulo I da Rússia. O nome era uma lembrança constante de que Maria era também uma descente directa dos governantes mais poderosos da Rússia. A grã-duquesa considerava-se igual em estatuto ao marido e o resto da família costumava até dizer que ela era uma eslava mais autêntica do que eles, devido às origens eslavas da sua família. Segundo um amigo, o príncipe von Bulow, Maria achava piada ao antigo rumor de que o seu marido, os irmãos e a irmã dele não eram, na verdade, descendentes do grão-duque de Hesse-Darmstadt, mas sim de um dos seus oficiais da corte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1H9wJFhVlY5-0bijgYw3kVDhmVrMdc0Q6R6QHWcq0SnPDzr7g4QwWJ4HZxmFmzrgRDzciQO5A7RdYEQDndsM_nY6ZatpFFKdCV0E4JTcYZjAwcfrJaRW7SuRVFR436WcNKFFR3o0mxEc/s1600/860cca858a83b0a0fdfc0fe6ea6931a5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="958" data-original-width="700" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1H9wJFhVlY5-0bijgYw3kVDhmVrMdc0Q6R6QHWcq0SnPDzr7g4QwWJ4HZxmFmzrgRDzciQO5A7RdYEQDndsM_nY6ZatpFFKdCV0E4JTcYZjAwcfrJaRW7SuRVFR436WcNKFFR3o0mxEc/s400/860cca858a83b0a0fdfc0fe6ea6931a5.jpg" width="291" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vladimir Alexandrovich e Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No entanto, o casamento em si valeu a pena toda a luta. Quando era solteiro, Vladimir tinha fama de playboy, mas a sua personalidade e a de Maria eram muito semelhantes e o escândalo nunca tocou a sua relação. Eram felizes e, inicialmente, Maria adoptou com prazer o estilo de vida sumptuoso do marido: Vladimir foi o primeiro grão-duque a levar a sua esposa directamente para um palácio construído de propósito para ela. Na barragem do Neva, o local mais prestigiante de São Petersburgo, tinha mandado construir o Palácio de Vladimir, o edifício novo mais luxuoso da capital, com todas as funcionalidades mais recentes, decorado em grande. Poucas semanas depois de se instalar, Maria tinha já encomendado novas fardas de verão vermelhas para os criados.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFBIERY4idHZhhclof9x7U7nDviuvs9GMRdazpEyy60ah2hrtgQ62bwD4YOPOQ6hX3x8ntqdxPhrnYvPflTrMw-QyjhR4vRPhHB8J_KzECmoqWW9AFHH8V9HpJ4BO99Twhq2Os1KMCXV8/s1600/tumblr_nwg77gEoMg1rlm2lro1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1175" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFBIERY4idHZhhclof9x7U7nDviuvs9GMRdazpEyy60ah2hrtgQ62bwD4YOPOQ6hX3x8ntqdxPhrnYvPflTrMw-QyjhR4vRPhHB8J_KzECmoqWW9AFHH8V9HpJ4BO99Twhq2Os1KMCXV8/s400/tumblr_nwg77gEoMg1rlm2lro1_1280.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">No Natal, o casal encontrava-se em Czarskoe Selo, onde ficou durante algum tempo antes de regressar à cidade para uma ronda de festas que lhes ocupou o ano até à Quaresma. Nessa altura, Maria começou a sentir os sintomas da sua primeira gravidez e, em Julho, a sua avó viajou até São Petersburgo para assistir ao parto. O bebé, um rapaz, nasceu de boa saúde em Czarskoe Selo em finais de Agosto e recebeu o nome de Alexandre em honra do seu avô, o czar. Embora muitos membros da família continuassem a tratar Maria friamente, o seu sogro sempre a tratou com grande carinho e ela nunca o esqueceria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQWj0PaFhBwZpsQrplP2u2OfAv04JV4kSF3Zy2cdIy9ULf7xjr0zb_PDUfB8LVyRoPkao6zl257nwfjSYhNlRWKs57yIX2SwFgl9CBDM9w1W-VTESUtAFo_3r1GjF-e5kWN-Ju5emMcyA/s1600/PQAAAMAVPjcZwfIovHKVsKpHTRhL1DDmr9yMrpxx7g5QXwHfxRCYgVpGzLl8zepH_J1ngAlPtd7KgSfjAvXqBjVwgTIAm1T1UDACKPnNh0DNowlOapgmpVxE8sdF.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="480" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQWj0PaFhBwZpsQrplP2u2OfAv04JV4kSF3Zy2cdIy9ULf7xjr0zb_PDUfB8LVyRoPkao6zl257nwfjSYhNlRWKs57yIX2SwFgl9CBDM9w1W-VTESUtAFo_3r1GjF-e5kWN-Ju5emMcyA/s400/PQAAAMAVPjcZwfIovHKVsKpHTRhL1DDmr9yMrpxx7g5QXwHfxRCYgVpGzLl8zepH_J1ngAlPtd7KgSfjAvXqBjVwgTIAm1T1UDACKPnNh0DNowlOapgmpVxE8sdF.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria com o seu filho Kyrill</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em Outubro de 1876, Maria deu à luz o seu segundo filho, Kyrill, no entanto, pouco tempo depois, seguiu-se uma tragédia: o pequeno Alexandre morreu em Março de 1877. Como forma de a compensar, discretamente, o czar Alexandre II nomeou-a chefe do 37.º Regimento de Infantaria. Maria sabia cavalgar muito bem e gostou da oportunidade de participar na inspecção das tropas com o marido. Antes do final do ano, deu à luz o seu terceiro filho, Boris, e dois anos depois, um quarto filho, André. A sua única filha, Helena, nasceu em 1882. Os seus quatro filhos eram crianças bonitas e os pais sentiam-se imensamente orgulhosos deles. A cada dois ou três anos, costumavam levá-los até Schwerin. Kyrill recordou mais tarde uma ocasião na qual a grã-duquesa Alexandrina se vestiu de gala, sem esquecer as suas ordens e medalhas, para jantar com as crianças no berçário, tratando-o a ele e aos irmãos como se fossem monarcas estrangeiros numa visita de estado. Maria fortaleceu os laços entre as duas famílias quando apresentou o seu irmão mais velho, Frederico Francisco, a uma das primas de Vladimir, a grã-duquesa Anastásia Mikhailovna. Os dois casaram-se em 1879.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDGmxAsQ9ppFsSl1BHBl5mmrImalH5_JKbqzhoC7cvNgPJFnHe4IEPefpzY3gD2grqvH8lHYhnjZjRxUsUU1UC2oxk0iCutI0cEt4v77i0ZvVGYrGs1tUSEYrAYN8zars2bchAkAoR8uA/s1600/2s6lx11.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="820" data-original-width="527" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDGmxAsQ9ppFsSl1BHBl5mmrImalH5_JKbqzhoC7cvNgPJFnHe4IEPefpzY3gD2grqvH8lHYhnjZjRxUsUU1UC2oxk0iCutI0cEt4v77i0ZvVGYrGs1tUSEYrAYN8zars2bchAkAoR8uA/s400/2s6lx11.jpg" width="256" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Pavlovna com o seu irmão Frederico Francisco.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-8646935692649255652017-07-28T16:57:00.002+01:002017-07-28T17:01:16.909+01:00Este Castelo Sombrio - Gatchina<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEr52F-j-qrShRxDx8hHE1mbK3Qetr9GdupHjmD_o1-LyvxDw-3QESRd50k6XRgcVFTHuOKvhp-a25uJDDLMfKy59FpLxc5NAJQdTsGjpGdpi_QJwnPeXY4-Nj8ALL7pLbGk3vF_LXkkQ/s1600/%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2582%25D1%2587%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B0.%25D0%2594%25D0%25B2%25D0%25BE%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2586_%25D0%25BF%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B4_%25D0%25B1%25D1%2583%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B9.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="1600" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEr52F-j-qrShRxDx8hHE1mbK3Qetr9GdupHjmD_o1-LyvxDw-3QESRd50k6XRgcVFTHuOKvhp-a25uJDDLMfKy59FpLxc5NAJQdTsGjpGdpi_QJwnPeXY4-Nj8ALL7pLbGk3vF_LXkkQ/s640/%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2582%25D1%2587%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B0.%25D0%2594%25D0%25B2%25D0%25BE%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2586_%25D0%25BF%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B4_%25D0%25B1%25D1%2583%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B9.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Palácio de Gatchina na actualidade (<a href="https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%D0%93%D0%B0%D1%82%D1%87%D0%B8%D0%BD%D0%B0.%D0%94%D0%B2%D0%BE%D1%80%D0%B5%D1%86_%D0%BF%D0%B5%D1%80%D0%B5%D0%B4_%D0%B1%D1%83%D1%80%D0%B5%D0%B9.JPG" target="_blank">fonte</a>)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre III ficou profundamente afectado com o assassinato do seu pai e acreditava que tinham sido as tentativas do último czar para reformar o governo do país que tinham provocado a onda perigosa de instabilidade. O caminho que o novo czar queria seguir não incluía concessões aos seus adversários: preferia governar numa posição de força, tal como o seu avô, o czar Nicolau I tinha feito. Vários anos depois, os liberais russos no exílio iriam culpar a mudança de direcção política de Alexandre III pela revolução, no entanto, havia outros que viam o seu reinado como uma época dourada. Durante o seu reino, o império esteve em paz, se não com o mundo exterior, pelo menos dentro das suas fronteiras. Alexandre sabia o que queria mas era, ao mesmo tempo, um homem de paradoxos: não se sentia confortável na sociedade desde criança, no entanto era capaz de presidir as ocasiões formais mais brilhantes, era um homem que conseguia dobrar uma barra de ferro com as próprias mãos, mas, ao mesmo tempo, conseguia ter o bom gosto e o requinte para mandar fazer as criações Fabergé mais delicadas. Nunca quis ser czar. No fundo, não havia nada que lhe desse mais prazer do que passear pelo campo com os filhos, e, de todos os palácios ligados à família imperial na Rússia, aquele que mais tem a sua marca é o Palácio de Gatchina, aquele que escolheu como residência oficial, uma vez que também Gatchina era um local de paradoxos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6tzyV1Lq2xLjqZg9EmZYo95C89ZKmUYUWGO0OElsNfz0GeaPOXNi_cJKBP6XyLk8-zG9EBTmnpiFLVI4pscH_gJ3QXtYWsFtkAk7j4ff9tBhZdeOt2h7sLwzh3Qfl18WvGGvzz6I6Qa4/s1600/file+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="507" data-original-width="600" height="337" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6tzyV1Lq2xLjqZg9EmZYo95C89ZKmUYUWGO0OElsNfz0GeaPOXNi_cJKBP6XyLk8-zG9EBTmnpiFLVI4pscH_gJ3QXtYWsFtkAk7j4ff9tBhZdeOt2h7sLwzh3Qfl18WvGGvzz6I6Qa4/s400/file+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III, Maria Feodorovna e quatro dos seus filhos no Palácio de Gatchina.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>Quase consigo ver Gatchina a esta altura. Mando-te um beijo carinhoso. O teu, Misha</i>". Em Setembro de 1913, o grão-duque Miguel Alexandrovich, filho mais novo do czar Alexandre III, estava no topo da Torre Eiffel e escreveu estas palavras num postal dirigido à mulher que amava. Para se casar com Natália Sheremetevskaya, teve de aceitar o exílio e, apesar de haver humor na mensagem, também havia tristeza. Miguel sentia a falta de Gatchina, onde tinha conhecido Natália e onde, quando era criança, tinha acompanhado o pai em passeios pelo parque coberto de neve. Gatchina era a casa dele e, em cinco gerações da família, poucos tiveram a oportunidade de conhecer e amar tanto este palácio como ele. Alguns odiavam Gatchina e outros até o temiam. Ao longo da sua história com mais de trezentos anos, o palácio ganhou uma série de contrastes, de tal forma que há até quem diga que a cor das suas pedras muda ao longo do dia, conforme a luz disponível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzC2zvZyBh3D3vYmeFDkw8oWHq2a3SGMsZTEPz-BEbt7autmoYiJnp82d5Ls-MFmVYuxQE_JaxR_EChygyjtn5LBOy-IVhmFitjV9XZdwpnUsaIouD3U3qxbk6ZEqr-UqGjSONA9G0qX0/s1600/grand_duke_michael_and_natalia_brassova.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="640" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzC2zvZyBh3D3vYmeFDkw8oWHq2a3SGMsZTEPz-BEbt7autmoYiJnp82d5Ls-MFmVYuxQE_JaxR_EChygyjtn5LBOy-IVhmFitjV9XZdwpnUsaIouD3U3qxbk6ZEqr-UqGjSONA9G0qX0/s400/grand_duke_michael_and_natalia_brassova.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grão-duque Miguel Alexandrovich com a sua esposa Natália.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Era precisamente o contraste que o criador de Gatchina, Gregório Orlov, um dos amantes de Catarina, a Grande, tinha em mente. Queria um edifício com fachadas austeras, mas que escondesse um interior rico e czarina encontrou um arquitecto para dar vida às suas ideias. A casa original tinha dois andares e consistia em dois quadrados idênticos, um de cada lado que se uniam em galerias semicirculares. O efeito geral era uma mistura entre um castelo e um quartel militar. Por trás do edifício havia dois lagos, e a paisagem do parque que o rodeava foi cuidadosamente planeada. Quando Orlov morreu, a czarina comprou a propriedade aos seus herdeiros e ofereceu-a ao seu filho Paulo, para comemorar o nascimento da primeira filha dele. O grão-duque Paulo odiava a mãe, mas recebeu o presente de bom grado, e sua personalidade tornou-se indissociável da história de Gatchina.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgW5d-ex8yKIBsJ2d5XnuJ1TC8-fUlbPuo0bPUdB_o_Q4CqCGXLwNnPykU-qicV-qIujuefZ7NfuPNPvwkdhkps9BEyt-wNmFeleASuFeSlANr4_M9QPepyg1lJIh-kBU1K0myA4NScC8/s1600/Karpin_Prud_Sergeev_1798.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="441" data-original-width="600" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgW5d-ex8yKIBsJ2d5XnuJ1TC8-fUlbPuo0bPUdB_o_Q4CqCGXLwNnPykU-qicV-qIujuefZ7NfuPNPvwkdhkps9BEyt-wNmFeleASuFeSlANr4_M9QPepyg1lJIh-kBU1K0myA4NScC8/s400/Karpin_Prud_Sergeev_1798.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Palácio de Gatchina na época de Paulo I, em 1798.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Paulo tinha vinte-e-nove anos de idade quando recebeu a propriedade. Ressentido por ter sido excluído do governo, decidiu transformar Gatchina no seu pequeno reino, desenvolvendo uma corte rival à da mãe e impondo um sistema de disciplina militar rígida. Tinha um exército de dois mil homens vestidos com uniformes em estilo prussiano e levantava-se de madrugada para vigiar os seus exercícios militares. As pessoas queixavam-se que tudo isto era demasiado estrangeiro, diziam que Gatchina era uma Potsdam russa e, com o passar dos anos, a obsessão de Paulo continuou a aumentar. Não confiava em ninguém e tinha um forte dispositivo de segurança à sua volta, mas nem toda a sua influência foi má. Na pequena vila de Gatchina, onde viviam os criados da propriedade e as famílias dos soldados, o grão-duque construiu uma igreja para católicos e luteranos, assim como um hospital, uma escola e um orfanato. Construiu fábricas e oficinas, controlava o preço das rendas e tentou até providenciar uma espécie de organização para ajudar os mais pobres.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSzriSTqOCk9mOxPf1mHlAXDxWTULtJv8a2NekcDXHJhkdx0VX3gJcIyN-clEBaeCnexX46NlQLV3pTmnBdzlb-9hXhnYvup432sK-tzZ1aD-UV040nwMwJxpI5XmBktwwNMA5r1IJrOc/s1600/2012-05-03_%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25BC%25D1%258F%25D1%2582%25D0%25BD%25D0%25B8%25D0%25BA_%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25BB%25D1%2583_I_%25D0%25B2_%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2582%25D1%2587%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B5_%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1179" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSzriSTqOCk9mOxPf1mHlAXDxWTULtJv8a2NekcDXHJhkdx0VX3gJcIyN-clEBaeCnexX46NlQLV3pTmnBdzlb-9hXhnYvup432sK-tzZ1aD-UV040nwMwJxpI5XmBktwwNMA5r1IJrOc/s400/2012-05-03_%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25BC%25D1%258F%25D1%2582%25D0%25BD%25D0%25B8%25D0%25BA_%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25BB%25D1%2583_I_%25D0%25B2_%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2582%25D1%2587%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B5_%25281%2529.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Estátua do czar Paulo I em Gatchina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Gradualmente, nas mãos de Paulo, a casa original foi sendo aumentada substancialmente. Paulo contratou o arquitecto Brenna para fechar as galerias semicirculares e construir um andar superior em cada uma das alas de serviço, colocando uma capela por cima das cozinhas e transformando os antigos estábulos em aposentos, com uma biblioteca, um teatro e uma sala de armas. Até aos dias de hoje, essa sala ainda é chamada do Arsenal ou Praça do Arsenal. Quando Paulo sucedeu ao trono em 1796, Gatchina voltou a ganhar uma importância especial, tornando-se a residência imperial e as suas mobílias foram melhoradas para se ajustarem ao novo estatuto. Foram também acrescentadas divisões para assuntos de estado e trazidas obras de arte da colecção do Hermitage para decorar as paredes. Foram também criados novos jardins mais formais e iniciou-se um grande projecto para gravar todos os cantos do palácio e dos seus quatro parques em aguarelas. Foi a última vez que iria florir nesse século. Em 1801, Paulo foi assassinado, alguns diziam com a ajuda do filho, e Gatchina ficou para a sua viúva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW67qJcmYnIpln_xTjkha1T0L-NIvlNesOzvrfAz5hEMZyXv5Hd3wiYJwb9ncF2FlGH7QU3NyaRi7cHpLW43MC2pgMbw5hiL_1vyWsEqja_-d7q7_NDa-KOoo9ASkko28ow9z0Og-ad1s/s1600/Le_palais_de_Gatchiva_c%25C5%258Dt%25C3%25A8_du_cour_avant%253B_by_J._Meyer%252C_lith._C._Shultz%252C_1845-55.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="875" data-original-width="1200" height="291" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW67qJcmYnIpln_xTjkha1T0L-NIvlNesOzvrfAz5hEMZyXv5Hd3wiYJwb9ncF2FlGH7QU3NyaRi7cHpLW43MC2pgMbw5hiL_1vyWsEqja_-d7q7_NDa-KOoo9ASkko28ow9z0Og-ad1s/s400/Le_palais_de_Gatchiva_c%25C5%258Dt%25C3%25A8_du_cour_avant%253B_by_J._Meyer%252C_lith._C._Shultz%252C_1845-55.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Palácio de Gatchina na década de 1840</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Durante os quarenta anos seguintes, a história ignorou Gatchina. Maria Feodorovna visitava o palácio ocasionalmente, mas preferia Pavlovsk. Tentou despertar o interesse dos filhos mais velhos por Gatchina, mas ambos estavam demasiado concentrados em resistir a tudo o que os fizesse lembrar do pai. A mãe deles ia observando-os com preocupação e, no inverno de 1810, em sinal de protesto pela vida que eles levavam na cidade, decidiu levar os seus dois filhos mais novos, Nicolau e Miguel, até Gatchina, para que eles pudessem concluir a sua educação longe das distracções e tentações de São Petersburgo. Na altura, Nicolau tinha catorze anos e Miguel doze, e acabariam por ficar a odiar o palácio, por o associarem aos três anos mais aborrecidos das suas vidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRb2HUz5yOZtZpbhcf1PWWJv5IVumWFZuTOtPYc3yLDYam86HzggWOoLDkiMy-Xe3fkGake5yvNVL-dgPa71Q6nn-d6O-1akjYdl_gIZ4kkuOZNZpfoIV6ySzWfBSTaEl_4WavApngQm4/s1600/tumblr_ont9bka53p1u1gauyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="438" data-original-width="500" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRb2HUz5yOZtZpbhcf1PWWJv5IVumWFZuTOtPYc3yLDYam86HzggWOoLDkiMy-Xe3fkGake5yvNVL-dgPa71Q6nn-d6O-1akjYdl_gIZ4kkuOZNZpfoIV6ySzWfBSTaEl_4WavApngQm4/s400/tumblr_ont9bka53p1u1gauyo1_500.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grão-duque Miguel Alexandrovich, com a sua esposa Helena Pavlovna, a czarina Alexandra Feodorovna e o czar Nicolau I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, quando eram mais velhos, as coisas mudaram. Todos os outonos, a família juntava-se em Gatchina para festas de caça e a esposa de Nicolau, Alexandra Feodorovna, que tinha achado o palácio sombrio da primeira vez que o viu, acabaria por escrever numa carta que gostava muito "<i>desta casa de campo e da vida activa que aqui vivemos. Estávamos felizes, faladores, fomos agradáveis, cada um à sua maneira, e partimos muito satisfeitos uns com os outros</i>". À noite, a família juntava-se para ler os romances de Sir Walter Scott e Fenimore Cooper. O salão da Praça do Arsenal tinha um palco para a família fazer peças de teatro e brincar às charadas, um escorrega que era grande o suficiente para os adultos brincarem, e outros jogos para jogar dentro de portas. Alexandra falou também da "<i>libertação da rigidez que lá há quando comparado com outros palácios (...) os jogos tornavam tudo mais alegre. Foi lá que experimentei pela primeira vez deslizar em pé pela colina de uma montanha</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-C2fhlEiKRUX6MxKPrqGVEkHrORWz-gvVoOhAnlJyBpZTYfs2EeJLi00SrLnEaYwATffMkSxMGaZVmXCUDzsXriPzfa7eXtqtCHRmgg7Y0yK0eeJk_cgZaGw0lTWZ0QSZMAzt9DL98H0/s1600/466px-Alexandra_Fed._by_Lagrenee.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="466" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-C2fhlEiKRUX6MxKPrqGVEkHrORWz-gvVoOhAnlJyBpZTYfs2EeJLi00SrLnEaYwATffMkSxMGaZVmXCUDzsXriPzfa7eXtqtCHRmgg7Y0yK0eeJk_cgZaGw0lTWZ0QSZMAzt9DL98H0/s400/466px-Alexandra_Fed._by_Lagrenee.JPG" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A czarina Alexandra Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em 1828, a czarina-viúva Maria Feodorovna morreu, deixando Gatchina a Nicolau I. Ao longo de vinte-e-sete anos, Maria tinha sempre viajado com relíquias do seu marido assassinado para onde quer que fosse: o uniforme e roupa interior de Paulo, a sua espada, a sua bengala e a cama onde dormia na noite em que foi assassinado, foram colocados nos seus aposentos em Gatchina. Com o passar do tempo, esta espécie de museu deu um certo fascínio aos aposentos e corredores do bloco central, e as pessoas começaram a acreditar que Paulo tinha sido assassinado lá. No entanto, Nicolau I sentia apenas a ternura de um filho para com os seus pais e decidiu preservar os seus aposentos como uma espécie de museu da família. Até a cama onde a sua mãe morreu foi transferida do Palácio de Inverno para Gatchina.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiWvfXkP-_u3ZZYcZABiL7GpR_JuGtZvyhBR5-ifT90At0dRpynABnWZf5p4eDsIowy5tOf_pjwNxttk0K_U8LHZLGGZVCl0GJOI-YPCPhinOr9lo0rd3WiUc6xpR7UznhY_cAmoLhas0/s1600/%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2583._%25D0%2593%25D0%25BE%25D1%2582%25D0%25B8%25D1%2587%25D0%25B5%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B0%25D1%258F_%25D0%25B3%25D0%25B0%25D0%25BB%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%258F._1877.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="503" data-original-width="361" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiWvfXkP-_u3ZZYcZABiL7GpR_JuGtZvyhBR5-ifT90At0dRpynABnWZf5p4eDsIowy5tOf_pjwNxttk0K_U8LHZLGGZVCl0GJOI-YPCPhinOr9lo0rd3WiUc6xpR7UznhY_cAmoLhas0/s400/%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2583._%25D0%2593%25D0%25BE%25D1%2582%25D0%25B8%25D1%2587%25D0%25B5%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B0%25D1%258F_%25D0%25B3%25D0%25B0%25D0%25BB%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%258F._1877.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Galeria Gótica no Palácio de Gatchina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Se os aposentos antigos não eram para ser utilizados, então era necessário reconstruir outros novos para a família imperial e a sua comitiva. Nicolau ordenou que os quadrados fossem completamente reconstruídos, mas, antes, contratou um jovem artista, Konstantin Ukhtomsky, para fazer pinturas das suas divisões favoritas antes de elas desaparecerem. A partir desse momento, o andar superior do quadrado da cozinha teria aposentos para a comitiva, empregados e convidados, assim como uma capela, enquanto que o centro da vida em Gatchina mudou para o Arsenal. O casal imperial, o czarevich e a sua esposa tinham os seus aposentos no andar de baixo enquanto que os restantes grão-duques, grã-duquesas e senhoras que ocupavam as posições mais importantes da comitiva, ficavam alojados no andar de cima. Havia um "entresol" entre ambos os andares, onde ficavam alojados os empregados. O salão foi completamente redecorado e foi acrescentado um barco de baloiço aos jogos que já havia. As obras de arte foram levadas para o Hermitage para serem limpas e restauradas e, a 1 de Agosto de 1851, o Palácio de Gatchina voltou a abrir em grande. No ponto mais alto das comemorações, Nicolau I revelou uma nova estátua do seu pai, na praça do palácio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw4PP7MqGSNtNXoaQ-qOp8wqqQwyo2QSYf2-omHOmrU1VZVu0hTzaNRnaFugClRHeYO0B8sxwep3ROf3mOEhqRh2uYKVLw7haZGhX9366W9i02ocJJb7TE_fs5OYXMcwf3LjCim3NIeZY/s1600/Alexander_II_with_the_courtiers_in_the_Arsenal_Hall_of_the_Gatchina_Palace.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="818" data-original-width="1190" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw4PP7MqGSNtNXoaQ-qOp8wqqQwyo2QSYf2-omHOmrU1VZVu0hTzaNRnaFugClRHeYO0B8sxwep3ROf3mOEhqRh2uYKVLw7haZGhX9366W9i02ocJJb7TE_fs5OYXMcwf3LjCim3NIeZY/s400/Alexander_II_with_the_courtiers_in_the_Arsenal_Hall_of_the_Gatchina_Palace.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Arsenal de Gatchina durante a época de Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Duas vezes por ano, na primavera e em Outubro, a corte viajava até Gatchina e, durante algumas semanas, o palácio voltava à vida. Os convidados vinham para relaxar, mas a presença do czar garantia uma onda constante de ministros, embaixadores e oficiais, assim como a família imperial que era numerosa e alegre. Havia jogos e charadas no Arsenal, noites musicais, passeios de carruagem, piqueniques e caçadas nas quais até as senhoras participavam. Era tudo diversão, mas alguns membros da comitiva não conseguiam perceber o encanto de Gatchina. Anna Tiutcheva, uma dama-de-companhia, descreveu a sua reacção quando chegou ao palácio:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7gbJavrURYEhwt2-6d6j7yKCHr-WVpJT4RhJsIKXmxCdLnp2hogJmC0VLjR5umCY7Z6GkfiNAlyOmpqyB1WWZOyvZWULw2z5k6WyeIEaDbrtZWfLOB0aYbqIOnpzpIdiBerwi6vSPDk8/s1600/Anna_Tyutcheva3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="580" data-original-width="395" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7gbJavrURYEhwt2-6d6j7yKCHr-WVpJT4RhJsIKXmxCdLnp2hogJmC0VLjR5umCY7Z6GkfiNAlyOmpqyB1WWZOyvZWULw2z5k6WyeIEaDbrtZWfLOB0aYbqIOnpzpIdiBerwi6vSPDk8/s400/Anna_Tyutcheva3.jpg" width="271" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anna Tiutcheva</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>"Estou em Gatchina pela primeira vez e já estou a achar a experiência difícil de suportar neste palácio vasto, com as suas escadarias e corredores sem fim. O palácio é composto por dois blocos habitacionais enormes, unidos por um edifício semi-circular (...) vivo no bloco direito e, por isso, tenho de passar pelos salões do edifício central três ou quatro vezes por dia para chegar ao Arsenal, onde todos os ocupantes devem tomar o pequeno-almoço, jantar e tomar chá. Muitas vezes atravesso estes salões à noite, apenas com a luz fraca de uma lamparina trémula, passo pelo quarto do imperador Paulo e pelo trono com o seu tecido gasto. Confesso que o meu coração bate acelerado e que começo a andar mais depressa, sempre com medo que a figura sinistra do imperador Paulo surja de repente dos cantos escuros (...).</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i><br /></i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>No parque, perto do lago, vê-se uma caverna, fechada com um portão de ferro. Dizem que se trata da saída para os túneis subterrâneos que o imperador tinha construído por baixo dos seus aposentos. Foi uma precaução inútil, uma vez que não o salvaram da morte que ele tanto temia, e, segundo percebo, bem merecia. Todas estas memórias tornam a estadia em Gatchina muito sombria e desagradável. Não percebo porque escolhem Gatchina quando se querem divertir (...) o parque é enorme. No verão até pode ser bonito, mas agora não passa de campo desfolhado e outonal, com ramos negros e secos, e o chão pantanoso, cheio de poças, que lhe dá uma imagem melancólica".</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i><br /></i></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih1NzvoBJfiJufGpQ9RGkoiMKUOqYgK04GMNQa_56QxJpkcbSpLr61fzjBvRu42WAFBQ9BzFCApNM80pQJf-LA5r40hx0z4zAbhUDlLI9g6RvAC-jQEYqAhyphenhyphenx8mb3RfjkFcVARXU_jsmo/s1600/%25D0%259E%25D0%25B3%25D1%2580%25D0%25B0%25D0%25B4%25D0%25B0_%25D1%2581%25D0%25BE%25D0%25B1%25D1%2581%25D1%2582%25D0%25B2%25D0%25B5%25D0%25BD%25D0%25BD%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D1%2581%25D0%25B0%25D0%25B4%25D0%25B8%25D0%25BA%25D0%25B0_%25D0%25B2%25D0%25B4%25D0%25BE%25D0%25BB%25D1%258C.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih1NzvoBJfiJufGpQ9RGkoiMKUOqYgK04GMNQa_56QxJpkcbSpLr61fzjBvRu42WAFBQ9BzFCApNM80pQJf-LA5r40hx0z4zAbhUDlLI9g6RvAC-jQEYqAhyphenhyphenx8mb3RfjkFcVARXU_jsmo/s400/%25D0%259E%25D0%25B3%25D1%2580%25D0%25B0%25D0%25B4%25D0%25B0_%25D1%2581%25D0%25BE%25D0%25B1%25D1%2581%25D1%2582%25D0%25B2%25D0%25B5%25D0%25BD%25D0%25BD%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D1%2581%25D0%25B0%25D0%25B4%25D0%25B8%25D0%25BA%25D0%25B0_%25D0%25B2%25D0%25B4%25D0%25BE%25D0%25BB%25D1%258C.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Parte do parque em Gatchina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Claramente, alguém tinha enchido a cabeça de Anna com histórias de terror, mas a sua primeira visita também aconteceu numa altura sensível. Longe, na Crimeia, as forças inimigas estavam a cercar Sevastopol e não era possível sentir grande alegria nos jogos em Gatchina nesse outono.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando Nicolau I morreu, Gatchina passou para o seu filho mais velho, na condição de que o palácio, o parque e as organizações caritativas na aldeia próxima deveriam ser mantidos como estavam. Alexandre II acrescentou alguns dos aposentos dos pais ao museu e mudou a cabana imperial de Peterhof para Gatchina. De resto, permaneceu tudo igual ao tempo do seu pai. Alexandre II encomendou a realização de mais uma série de quadros para registar os interiores do palácio e o parque. O artista, Eduard Petrovich Hau, recebeu aposentos privados no quadrado das cozinhas e criou uma série de cinquenta-e-oito pinturas ao longo de oito anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5TkoJcknX5bc9rZsATyjrLYsCsc3Fc1Ym9GuISJod5vf2DlgkCrqwQTmM-pRvJYr2UzUq_EISDY8_deAopjZF_1yhVzGuQJQItgP5h1ApCHaC40jEwmD62zksm3SLkVwD1ecvhF3DpyA/s1600/%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2583._%25D0%25A2%25D1%2580%25D0%25BE%25D0%25BD%25D0%25BD%25D0%25B0%25D1%258F_%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25BB%25D0%25B0_I._1878.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="600" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5TkoJcknX5bc9rZsATyjrLYsCsc3Fc1Ym9GuISJod5vf2DlgkCrqwQTmM-pRvJYr2UzUq_EISDY8_deAopjZF_1yhVzGuQJQItgP5h1ApCHaC40jEwmD62zksm3SLkVwD1ecvhF3DpyA/s400/%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2583._%25D0%25A2%25D1%2580%25D0%25BE%25D0%25BD%25D0%25BD%25D0%25B0%25D1%258F_%25D0%259F%25D0%25B0%25D0%25B2%25D0%25BB%25D0%25B0_I._1878.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Sala do Trono de Paulo I por Hau.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O assassinato de 1881 mudou o destino de Gatchina de forma tão decisiva como tinha acontecido oitenta anos antes. Após o assassinato de Alexandre II, o seu filho aceitou o conselho dado pelo general Loris Melikov e mudou-se para longe da cidade, escolhendo Gatchina como sua residência oficial. Foi tudo feito à pressa: a nova czarina, Maria Feodorovna, contou aos pais que não tinha havido tempo para preparar Gatchina e que os aposentos estavam ainda cheios de trabalhadores. O inverno ia a meio e o palácio era frio e vazio. Para piorar ainda mais a situação, na pressa de abandonar a cidade, o casal imperial tinha sido obrigado a deixar os seus filhos mais novos para trás: o bebé, Miguel, apanhou uma constipação e não pôde sair de casa durante algumas semanas. Maria sentia falta dos seus aposentos acolhedores e confortáveis no Palácio de Anichkov e confessou se desfazia em lágrimas muitas vezes. No entanto, acrescentou também que o marido estava feliz por estar longe da cidade e que também ela estava a começar a encontrar conforto na sua nova casa, e a gostar da paz que tão rara tinha sido na sua vida na Rússia. Gatchina tornava-se novamente no centro do império russo, vigiado de forma tão apertada como no tempo de Paulo I. Era preciso ter passaportes especiais para entrar na aldeia onde os Couraceiros Azuis e o Regimento Combinado, os guarda-costas pessoais do czar, construíram o seu quartel-general. Com o passar do tempo, os soldados fizeram amizade com a família imperial e os filhos do czar gostavam de fugir até ao quartel para ouvir os soldados cantar e, talvez, serem atirados ao ar por um par de braços fortes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhARB8CtOIn4blFypOeQN_cT5WiN94P1RszFuWJaAXcNiAai0S7NDzmjv17kKNMm6xfmEb8OQpCO6RuN82CpmQLGttsQta3QEJtdqwwdujZQipCU4B0zAI05Be8j9rmefRtBKgQHyCiUCI/s1600/2926842_250122_ORI_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1129" data-original-width="1500" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhARB8CtOIn4blFypOeQN_cT5WiN94P1RszFuWJaAXcNiAai0S7NDzmjv17kKNMm6xfmEb8OQpCO6RuN82CpmQLGttsQta3QEJtdqwwdujZQipCU4B0zAI05Be8j9rmefRtBKgQHyCiUCI/s400/2926842_250122_ORI_0.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III, Maria Feodorovna e os seus filhos em Gatchina.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre III impôs controlos rigorosos ao país, mas essa era a única semelhança que tinha com o seu bisavô, o czar Paulo I. A nível pessoal, Alexandre era extremamente humilde, e detestava todo o tipo de cerimonial. Optou por viver nos aposentos de abóbada baixa do "entresol", que costumavam estar reservados aos criados. Levantava-se cedo, vestia-se, fazia o seu próprio café e sentava-se a trabalhar até a sua mulher estar pronta para o pequeno-almoço. Quando não tinham convidados, os membros da família optavam por jantar juntos no andar de baixo numa sala que, anteriormente, tinha sido a casa-de-banho da avó do czar, Alexandra Feodorovna. A banheira tinha sido enchida com azáleas e colocada no jardim.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgYfJSKVhEj5JvtvpXklKTGvByZmZvwaXBWTKh6XVRXkBu-_qhiDKn7v2YSpgjRtPXcTHqZfmf44ZMdj9hPxsujpPFFNC8BYcWaBztROEpFL_YEJIXHXK-2lc3ZVoapt5_nG0NEoDi1xE/s1600/AlexanderIIIMichaelJune1894.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="803" data-original-width="501" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgYfJSKVhEj5JvtvpXklKTGvByZmZvwaXBWTKh6XVRXkBu-_qhiDKn7v2YSpgjRtPXcTHqZfmf44ZMdj9hPxsujpPFFNC8BYcWaBztROEpFL_YEJIXHXK-2lc3ZVoapt5_nG0NEoDi1xE/s320/AlexanderIIIMichaelJune1894.jpg" width="199" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III e Miguel Alexandrovich em Gatchina</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;">Além de ser o centro do governo, Gatchina era também uma casa de família. Alexandre guardava boas memórias da sua infância e, no escritório, escondia uma colecção de animais em miniatura feitos de vidro e desenhos de "Mopsopolis", o mundo de fantasia que tinha criado juntamente com o seu irmão Nicolau no pico da Guerra da Crimeia. Eram criaturas estranhas para um homem alto e forte, mas Alexandre adorava partilhá-las com os filhos. Sentia-se mais à vontade com os membros mais novos da família. Em certa ocasião, levou os seus filhos numa expedição ao parque de veados de Gatchina para ir buscar dois burros para acrescentar à já extensa colecção de animais de estimação. Com o passar dos anos, a família juntou animais, um papagaio, um corvo albino, uma lebre e uma cria de lobo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSMifil3nHUn5nZ7Lk4P065SxTl7UYqi5tj7vyfW43P5irSIECgDeBwf00TXDgu2V2XjXPrLBQaFKSmkI0uS06e-CtJZjR76QgJUXxijbo8NQnSkzKJXGZn_SppTPSdPqVVZdxDsXCcEg/s1600/tumblr_mi27qvBREy1qzjmo0o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="498" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSMifil3nHUn5nZ7Lk4P065SxTl7UYqi5tj7vyfW43P5irSIECgDeBwf00TXDgu2V2XjXPrLBQaFKSmkI0uS06e-CtJZjR76QgJUXxijbo8NQnSkzKJXGZn_SppTPSdPqVVZdxDsXCcEg/s400/tumblr_mi27qvBREy1qzjmo0o1_500.jpg" width="265" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga Alexandrovna e Miguel Alexandrovich em Gatchina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Olga, a filha mais nova, recordou a magia especial que sentia quando ia passear com o pai e com Miguel, o irmão que tinha a idade mais aproximada da sua: "<i>Caminhávamos até ao parque dos veados, só nós os três, como os três ursos do conto de fadas. O meu pai levava sempre uma pá grande , o Miguel levava outra mais pequena e eu tinha uma muito mais pequena do as deles só para mim. Cada um de nós também levava um machado, uma lanterna e uma maçã. Se estivéssemos no inverno, ele ensináva-nos a limpar a neve para criar um caminho e como cortar uma árvore morta. Ensinou-me a mim e ao Miguel a fazer uma fogueira. No fim, assávamos as maçãs, apagávamos a fogueira e, com a ajuda das lanternas, lá encontrávamos o caminho para casa. No verão, ensinava-nos a distinguir os animais uns dos outros, Queria que soubéssemos ler o livro da natureza tão bem quanto ele</i>". Olga e Miguel eram os verdadeiros filhos de Gatchina e as suas memórias estavam repletas de alegria. Uma vez, fugiram para um telhado a meio da noite para ver o parque à luz da lua. Nem o fantasma de Paulo I os assustava: na verdade, Olga queria até vê-lo, mas nunca conseguiu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJAnw4k8I2MjkUEvwGA-_xBaGiNiufEu6KrEW4D4kHW_E9h4hk5AAg0BFnVNXGUwZqSrgCuwmBe-ATxMEKUT4LMd2w7_mrqaMNxgwJthPded5gzhtQNqGSa9D4HIUlo7Cmiu3GNIwxLTM/s1600/aleks3171.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="366" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJAnw4k8I2MjkUEvwGA-_xBaGiNiufEu6KrEW4D4kHW_E9h4hk5AAg0BFnVNXGUwZqSrgCuwmBe-ATxMEKUT4LMd2w7_mrqaMNxgwJthPded5gzhtQNqGSa9D4HIUlo7Cmiu3GNIwxLTM/s400/aleks3171.png" width="365" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III com os filhos Miguel e Olga.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Era uma existência estranha, algures entre a simplicidade e o esplendor. Eram crianças do campo que dormiam em camas amovíveis em quartos decorados com a mobília mais simples possível e, no entanto, os seus tutores usavam casacos de cerimónia. Olga tinha os aposentos mais sumptuosos da família porque a ama dela, Mrs. Franklin, achava que o "entresol" apertado e abafado prejudicava demasiado a saúde da criança. A sua comitiva de amas estava instalada nos aposentos do andar superior, por cima do Arsenal, onde havia tapeçarias com imagens de cenas das Bíblia penduradas nas paredes. As crianças brincavam às escondidas na galeria chinesa, onde havia vasos de valor incalculável grandes o suficiente para elas se puderem esconder. Aos domingos, Miguel e Olga podiam convidar os seus amigos para brincar nos salões estatais. Os seus brinquedos eram também saídos dos sonhos de qualquer outra criança da época: um dos mais populares em Gatchina era uma linha de comboio eléctrica em miniatura, que tinha sido presenteada por uma empresa de construção. "<i>As carruagens e as carrinhas eram cópias exactas de outras que existiam mesmo e os motores conseguiam atingir velocidades de oito e dez quilómetros por hora. As linhas estavam equipadas com estações, túneis e pontes, que deixavam qualquer criança encantada</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeJLg7Wdk5sdGJPoXeC3b3imhmZK3qsB4VuXWHauCRstNq05qEtbvZlqmXO6UWcF9VeQzb10Z4GwHaHgGxyT7nsnH6jwT8KjITJXwvXFkiTcQ7uQ0tIVbnvfa0DLcMorpqVKYdQnA7wKI/s1600/a33c20820b235269d0f7aa6968a5a4a3--grand-duchess-olga-emperor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="659" data-original-width="501" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeJLg7Wdk5sdGJPoXeC3b3imhmZK3qsB4VuXWHauCRstNq05qEtbvZlqmXO6UWcF9VeQzb10Z4GwHaHgGxyT7nsnH6jwT8KjITJXwvXFkiTcQ7uQ0tIVbnvfa0DLcMorpqVKYdQnA7wKI/s400/a33c20820b235269d0f7aa6968a5a4a3--grand-duchess-olga-emperor.jpg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III com a sua filha Olga</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O encanto terminou cedo demais. Num dia, na primavera de 1894, Olga estava a caminhar com o pai no parque em Gatchina quando se apercebeu que ele estava doente. O czar acabaria por morrer antes do final do ano. O palácio passou para a sua viúva, que deu ordens para que não se voltasse a mudar nada nos seus aposentos, nem sequer o seu lenço. Maria Feodorovna continuou a utilizar Gatchina, mas nunca tinha gostado tanto da vida no campo como Alexandre e preferia passar mais tempo na cidade. O seu filho, Nicolau II, continuou a visitar a cabana de caça no inverno e, nos primeiros anos após a morte do pai, visitava o palácio com frequência na companhia da esposa quando a sua mãe se encontrava lá.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtFeFUAzFV3mcj2tbyedWo1PlgvEecgA1SX_rUtfb0xqEYV2TY_sABhLXlbM7hdDnnD0rZ7xL8_uYeRiODFpbsCmJ4T9XJ9CgkrOTUWC88tyrbTf_baHGvoq2BaK8xuoXBO_GPHMZVnok/s1600/dbe2bde0cfc63949b601e8f3d10e57cc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="353" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtFeFUAzFV3mcj2tbyedWo1PlgvEecgA1SX_rUtfb0xqEYV2TY_sABhLXlbM7hdDnnD0rZ7xL8_uYeRiODFpbsCmJ4T9XJ9CgkrOTUWC88tyrbTf_baHGvoq2BaK8xuoXBO_GPHMZVnok/s400/dbe2bde0cfc63949b601e8f3d10e57cc.jpg" width="233" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga Alexandrovna e Miguel na Galeria Chinesa em Gatchina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As tensões começaram a aumentar de forma quase imperceptível entre as cortes da czarina-viúva e da jovem czarina Alexandra. Uma dama-de-honra de Czarskoe Selo descreveu a sua primeira visita a Gatchina com a jovem czarina que se realizou numa noite, em finais de 1894. Sophie Buxhoeveden achou a atmosfera tão opressiva quanto Anna Tiutcheva a descrevera cinquenta anos antes. A sala-de-estar para onde foi levada parecia "a fantasia de um decorador profundamente deprimido" e as damas-de-companhia mais velhas bombardearam-na com perguntas, condenando a forma como as coisas eram feitas na corte mais jovem. Sophie sentia-se cada vez mais desconfortável e, no andar de cima, a sua senhora não se estava a sair melhor com a czarina-viúva. Alexandra Feodorovna tinha até dificuldade em respirar quando estava nos aposentos abafados e demasiado aquecidos da sua sogra e estava tão ansiosa quanto Sophie para ir embora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpHBivn0fWpSSqpuIIyToS7HRPgCp3AnKlRnr3PqlJFpkfhMyJVA5aq0tneyPijb9p0Nb2_AH1zLs6SGJNQliuRQN_hbiVm1S9u3bWco-rOeDWD92tRhkoazZfIG8cjrSLZJhlzqSEpnk/s1600/Family_of_Dowager_Empress_Maria_Feodorovna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1003" data-original-width="1600" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpHBivn0fWpSSqpuIIyToS7HRPgCp3AnKlRnr3PqlJFpkfhMyJVA5aq0tneyPijb9p0Nb2_AH1zLs6SGJNQliuRQN_hbiVm1S9u3bWco-rOeDWD92tRhkoazZfIG8cjrSLZJhlzqSEpnk/s400/Family_of_Dowager_Empress_Maria_Feodorovna.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Feodorovna com a neta Olga Nikolaevna nos braços, a grão-duquesa Olga Alexandrovna, Alexandra Feodorovna e, de pé, a grã-duquesa Xenia Alexandrovna com a filha Irina e o irmão, Nicolau II.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, a noite acabaria de forma divertida: Alexandra aceitou de bom grande o convite do grão-duque Miguel para ir dar um passeio de trenó ao luar pelo parque coberto de neve. No momento em que Alexandra e Sophie começavam a relaxar e a desfrutar da paisagem encantada, o trenó derrapou e as duas foram atiradas para fora dele. Havia neve suficiente para amparar a queda e, depois de horas de tensão, a jovem czarina não conseguia parar de rir. <i>"O que é que as velhotas não diriam se tivessem visto esta cena?" disse ela. "É melhor nunca saberem que aconteceu: não iriam encontrar palavras para descrever o horror". Ajudei-a a levantar-se e tiramos a neve das capas uma da outra com os nossos lenços. Depois voltámos para o trenó".</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i><br /></i></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7U_4_9lDQTyWC562exoglHhd6UdlyZ72u8XQfanNpemk8Ply7eVIYt9GRB8j7_aPM6Chk-9A1UHvZaR_K9iIM9S1L3VXne9StZqrG79W2zCx3t2jiZWLr2OLzdyY0yzOPqrS4fq17XVI/s1600/OgAAAIsQryn74KV-qeP40Z9TWTvUL9C5xpzvky39hGHkoue6MBx6PxyipIE_hJCjP4l4eFRCKc3Anyc4iqv9FU13vOcAm1T1UDaerPpMNciiKOj3hl6Y0RlXxoLA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="291" data-original-width="364" height="318" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7U_4_9lDQTyWC562exoglHhd6UdlyZ72u8XQfanNpemk8Ply7eVIYt9GRB8j7_aPM6Chk-9A1UHvZaR_K9iIM9S1L3VXne9StZqrG79W2zCx3t2jiZWLr2OLzdyY0yzOPqrS4fq17XVI/s400/OgAAAIsQryn74KV-qeP40Z9TWTvUL9C5xpzvky39hGHkoue6MBx6PxyipIE_hJCjP4l4eFRCKc3Anyc4iqv9FU13vOcAm1T1UDaerPpMNciiKOj3hl6Y0RlXxoLA.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel Alexandrovich com a cunhada Alexandra Feodorovna e o irmão Nicolau II.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Durante aquela época, Gatchina perdeu um pouco a sua vida, mas, no Natal, a czarina-viúva e os seus filhos mais novos organizavam festas no Salão de Banquetes para os oficiais da guarda. Durante muitos anos, as famílias dos oficiais guardaram com carinho os doces embrulhados em papel dourado e os presentes que a própria Maria Feodorovna lhes entregava em mãos. No entanto, quem passava mais tempo no palácio era Miguel. Era comandante dos </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Couraceiros Azuis, um dos regimentos de Gatchine, e foi nessa capacidade que conheceu a sua futura esposa, Natália, que, na altura era casada com um dos oficiais e foi convidada para uma recepção no palácio. No entanto, essa não seria a única história de amor que começou em Gatchina. Miguel era um das poucas pessoas que sabia que, em 1903, a sua irmã mais nova, Olga, que sentia profundamente infeliz com o seu casamento, tinha conhecido e se tinha apaixonado por Nikolai Kulikovsky, outro oficial do seu regimento. Foi um segredo que se manteve durante treze anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf4Rg0n73CTRT7M0UA5OjjE3-3oUjDn2pGBhDNnRL_otaI3O9lNzAjnJxmvO-4QDFC0o8VxNz16BAvcCDi0wBsp8tMlCKYe5e2ShRFpvmWSkIhsEaNEqKxKltz3b3_PT3APepW4UX0OaI/s1600/c8ebe87a64f7119080aba27b7c29b3b2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="460" data-original-width="600" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf4Rg0n73CTRT7M0UA5OjjE3-3oUjDn2pGBhDNnRL_otaI3O9lNzAjnJxmvO-4QDFC0o8VxNz16BAvcCDi0wBsp8tMlCKYe5e2ShRFpvmWSkIhsEaNEqKxKltz3b3_PT3APepW4UX0OaI/s400/c8ebe87a64f7119080aba27b7c29b3b2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel Alexandrovich com a sua futura esposa, Natália Brassova e Olga Alexandrovna com o seu futuro marido, Nikolai Kulikovsky.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois de serem enviados para o exílio por terem casado sem autorização do czar, em 1914, com o rebentar da Primeira Guerra Mundial, Miguel e Natália receberam permissão para regressar à Rússia. Miguel passava muito tempo longe, na frente de batalha, mas a sua esposa estabeleceu-se na aldeia de Gatchina e abriu um hospital militar. Nunca seria aceite na família do marido, mas tinha pouco tempo para eles. Uma pessoa sociável por natureza, Natália continuou a organizar festas em Gatchina, mesmo depois da Revolução de Fevereiro e Miguel não interferia nas suas vontades, apesar de não partilhar o mesmo prazer pela vida social. Um amigo descreveu mais tarde uma noite durante a qual ele e Miguel evitaram a companhia que se encontrava no palácio: "<i>ele [Miguel] não queria nenhuma luz, apesar de ter escurecido cedo e estarmos a olhar um para o outro no crepúsculo. Deitado num sofá, a tremer por causa da febre, o Miguel falou numa voz triste sobre como era difícil viver com as lamentações, maldade e enganos dos homens e disse que Deus estava longe (...) Estava com medo do futuro. Tentei consolá-lo, mas não consegui encontrar palavras que diminuíssem a intensidade da sua dor. A sua voz estava embargada pelas lágrimas. Ficou muito escuro. Quando liguei a luz, fiquei chocado com o desespero puro que se via no seu rosto pálido e tive a sensação clara de que estávamos prestes a sofrer um grande infortúnio</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTQF2GZqhlrhOiYxz0I2Wa7dHoFETarJYbzlb8bsM6R7yMVdsPtpZTulipGV_XFVX2O1FzRnIZ8phhf0hWQItm2r55dW0Y1XDalhv4nbxIttkuv2WTw6edQjbD0FP6uHVKq3OjR6MC8iY/s1600/3181c6a5c579.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="610" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTQF2GZqhlrhOiYxz0I2Wa7dHoFETarJYbzlb8bsM6R7yMVdsPtpZTulipGV_XFVX2O1FzRnIZ8phhf0hWQItm2r55dW0Y1XDalhv4nbxIttkuv2WTw6edQjbD0FP6uHVKq3OjR6MC8iY/s400/3181c6a5c579.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel com a sua esposa Natália durante a Primeira Guerra Mundial</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Infelizmente foi exactamente isso que aconteceu e a história voltou a Gatchina. Nicolau II abdicou do trono a favor do Miguel e, durante algumas horas, o palácio foi a residência do último czar. Mais tarde, Kerensky mudou-se para o Palácio de Gatchina numa última tentativa para salvar o seu governo. Quando uma multidão de bolcheviques se aproximava do palácio, Kerensky fugiu pelo parque: algumas relatos dizem que terá utilizado o túnel que tinha assustado Anna Tiutcheva muitos anos antes. Miguel e Natália ficaram na aldeia de Gatchina durante a primavera de 1918, até Miguel ser exilado e, mais tarde, assassinado em Perm, nos Montes Urais. Natália e a família fugiram para ocidente, e palácio ficou abandonado com as suas memórias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjScSNv8Bn-bBmfp4j0FdwXbq_1N8CWp1ij7C4-fQsXr8QlXIr5FzCSPkx7koRRg3uSUfyuqbhM2R-aZX4vRuYzirjuI8MnNnKmjO0Dx-ml5Y7I4vU90tTeD2xFbz8W4r4rYRArwJrUX3g/s1600/8e739dfab492c3a1330705e16572b7e7--grand-duke-tsar-nicholas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="521" data-original-width="236" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjScSNv8Bn-bBmfp4j0FdwXbq_1N8CWp1ij7C4-fQsXr8QlXIr5FzCSPkx7koRRg3uSUfyuqbhM2R-aZX4vRuYzirjuI8MnNnKmjO0Dx-ml5Y7I4vU90tTeD2xFbz8W4r4rYRArwJrUX3g/s400/8e739dfab492c3a1330705e16572b7e7--grand-duke-tsar-nicholas.jpg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Actualmente, o Palácio de Gatchina está a ser restaurado, depois vários anos de negligência. O edifício sofreu alguns danos na altura da Revolução e alguns objectos valiosos foram roubados e vandalizados enquanto que outros se perderam nos leilões de arte soviéticos da década de 1920, mas fotografias tiradas em 1940 mostram os aposentos de Miguel no Arsenal tão cheios de pessoas e de vida como se o dono tivesse saído rapidamente e pudesse voltar a qualquer momento. Quem quisesse visitar as salas de estado, os aposentos do czar Paulo, onde o seu fantasma costumava passear, e os aposentos da família no Arsenal só tinha de pagar alguns kopecks. Foi a Segunda Guerra Mundial que quase destruiu tudo: quando os alemães bateram em retirada em 19414, deixaram uma concha queimada e vazia e os tesouros que tinham sido salvos foram levados para outros locais. A aldeia de Gatchina foi uma zona militar fechada até 1977, ano em que se deu início ao restauro, recorrendo aos quadros de Ukhtomsky e Hau como referência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxVKEITTBaJUlGFhUBtvzcqbVQvbhkJCMwUF4OUnkQcrcvPWbjx-Lqgw3tBDrFVj5oRa5inoHN48tsNDDXHZLsf-nWw7bj2swCK7Jwy8UsBuRaWMz3o3JA_K1fPtTO7c-oB68qCqXbKeo/s1600/9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="437" data-original-width="634" height="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxVKEITTBaJUlGFhUBtvzcqbVQvbhkJCMwUF4OUnkQcrcvPWbjx-Lqgw3tBDrFVj5oRa5inoHN48tsNDDXHZLsf-nWw7bj2swCK7Jwy8UsBuRaWMz3o3JA_K1fPtTO7c-oB68qCqXbKeo/s400/9.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Palácio de Gatchina após a Segunda Guerra Mundial</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O trabalho é lento, mas a habilidade dos restauradores é incrível e, um dia, todo o palácio irá voltar à vida. Talvez até os seus fantasmas regressem. Havia algumas pessoas que odiavam Gatchina, mas outros pertenciam ao palácio. Exilado em Perm na primavera de 1918, o grão-duque Miguel escreveu: "<i>é horrível não estar no nosso querido palácio de Gatchina nesta altura do ano. Costumava passar lá todas as primaveras e tenho muitas memórias perfeitas e felizes de infância passadas lá e também de anos posteriores. Parece que lá é sempre primavera</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0CWXdz6I1m55U5F3Xa3V5nrV_7DqOR4DSchKOkOci2KvF-stYeXpNhYkAIv0zv_rZMVOQ7CYWQ3LYNIqsN20Bet4RLMxhuAR_DayPKmfeyfaHgqcgfKm8r38Rfgk7U1_YqUlu_Wn0sPU/s1600/%25D0%2594%25D0%25B2%25D0%25BE%25D1%2580%25D1%2586%25D0%25BE%25D0%25B2%25D1%258B%25D0%25B9_%25D0%25BF%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25BA_%25D0%25B2_%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2582%25D1%2587%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B5_-_panoramio_%25289%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="800" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0CWXdz6I1m55U5F3Xa3V5nrV_7DqOR4DSchKOkOci2KvF-stYeXpNhYkAIv0zv_rZMVOQ7CYWQ3LYNIqsN20Bet4RLMxhuAR_DayPKmfeyfaHgqcgfKm8r38Rfgk7U1_YqUlu_Wn0sPU/s400/%25D0%2594%25D0%25B2%25D0%25BE%25D1%2580%25D1%2586%25D0%25BE%25D0%25B2%25D1%258B%25D0%25B9_%25D0%25BF%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25BA_%25D0%25B2_%25D0%2593%25D0%25B0%25D1%2582%25D1%2587%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B5_-_panoramio_%25289%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Parque do Palácio de Gatchina em 2009</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nota: desde a publicação do livro em 2001, a maioria do Palácio de Gatchina já se encontra restaurado e aberto ao público.</span></div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-65407565524579807032017-07-11T17:58:00.000+01:002017-07-12T12:02:13.737+01:00O Almirante General - Grão-Duque Constantino Nikolaevich - Segunda Parte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5DmsTkvofFBYKoz5IL_7_2reSiA6U4UrAQOyJQ5Ev6wz6waepBmndygyWbszvVYfxJK82NR5hiQmjLk_GuOXSQV4nhg_hizzUDp_es_ai2AADDRdhKNUZGJ2Nb8hHNc7_T3ndixjYtbg/s1600/501992-1421055770.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1075" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5DmsTkvofFBYKoz5IL_7_2reSiA6U4UrAQOyJQ5Ev6wz6waepBmndygyWbszvVYfxJK82NR5hiQmjLk_GuOXSQV4nhg_hizzUDp_es_ai2AADDRdhKNUZGJ2Nb8hHNc7_T3ndixjYtbg/s400/501992-1421055770.jpg" width="267" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na posição de vice-rei, o grão-duque tinha feito todos os possíveis para agradar aos polacos, mas o que eles queriam realmente era autonomia e não reformas e tiveram a oportunidade de colocar em marcha os seus planos bem formulados para um levantamento quando Constantino implementou um imposto para o recrutamento militar em 1863. O motim que se seguiu colocou um ponto final abrupto no governo de Constantino, que foi obrigado a regressar a São Petersburgo com a família e a voltar ao trabalho de reforma na marinha russa, principalmente na necessidade de possuir uma frota no Mar Negro. A abolição dos castigos corporais em Abril de 1863 tinha facilitado o seu trabalho, e os relatórios oficiais do Ministério da Marinha começaram a registar casos de oficiais disciplinados e dispensados por crueldade nos postos mais baixos. Em reconhecimento pelos vários serviços que tinha prestado ao país, Alexandre II elevou a posição de Constantino para presidente do Consílio de Estado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_ziFotuZJLeg5GR_C-yznXBmXU6gso7hhyphenhyphen90Mv6-2Dx3X-DoPpLFf1rPUtufCpuTfxtMPRUGKqkVhWA-SBsgTRs5xnunAu6Isuau7mEzlMwIy70_DkjNNCAzcFFQWkUvOhQn9mb_FW0k/s1600/512535-1422976472.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1090" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_ziFotuZJLeg5GR_C-yznXBmXU6gso7hhyphenhyphen90Mv6-2Dx3X-DoPpLFf1rPUtufCpuTfxtMPRUGKqkVhWA-SBsgTRs5xnunAu6Isuau7mEzlMwIy70_DkjNNCAzcFFQWkUvOhQn9mb_FW0k/s400/512535-1422976472.jpg" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em meados da década de 1860, os seus filhos estavam a crescer. Em 1867, Olga ficou noiva do rei Jorge da Grécia, cuja irmã, a princesa Dagmar, se tinha casado com o czarevich Alexandre Alexandrovich no ano anterior, tornando-se a czarevna Maria Feodorovna. Maria esforçou-se ao máximo para conseguir assegurar o noivado do irmão, mesmo sabendo que os Constantinovich estavam contra ele: de alguma forma, a jovem conseguiu fazê-los reconsiderar o assunto. A sua hesitação era compreensível. Olga tinha apenas quinze anos de idade, ainda era uma criança, e o casamento realizou-se algumas semanas depois de ela completar dezasseis anos. A jovem partiu para a Grécia com todas as suas bonecas e brinquedos e considerou a sua chegada a Atenas avassaladora. Até a língua era estranha. Antes de uma recepção, Olga desapareceu e, depois de uma longa busca pelo palácio, os criados encontraram-na a chorar debaixo das escadas, enquanto se abraçava a um dos seus ursos-de-peluche favoritos. Com o passar do tempo, Olga acabaria por se habituar à sua nova vida, mas nunca perdeu o seu amor pela Rússia e regressava sempre que podia. Em Julho de 1868, nasceu o seu primeiro filho e ela deu-lhe o nome de Constantino, em homenagem ao pai.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij-t3mdD34wBd_GnyPLy8ORoGEz92v63bqesUT44Czbnrz89q4bpbJ8GSVDedH1ZeD-KWRr-NNWZp428XSLApCZhWXYfvD_TvV1p-bAXgf5aHXBQvLGLTu49yvcM9pv4RpE0CSKEi6ugk/s1600/296245-1340803940.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="979" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEij-t3mdD34wBd_GnyPLy8ORoGEz92v63bqesUT44Czbnrz89q4bpbJ8GSVDedH1ZeD-KWRr-NNWZp428XSLApCZhWXYfvD_TvV1p-bAXgf5aHXBQvLGLTu49yvcM9pv4RpE0CSKEi6ugk/s400/296245-1340803940.jpg" width="260" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino e Alexandra com a sua filha Olga</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Constantino e Alexandra deveriam ter conseguido entrar na nova fase das suas vidas como avós com alegria, mas o início de uma nova geração da família coincidiu com uma crise na sua. Por volta de 1866, no ano em que Alexandre II começou a sua relação com Catarina Dolgorukaya, Constantino começou a seduzir uma jovem bailarina da Conservatória de São Petersburgo. Anna Kousnetsova era vinte anos mais nova do que ele e resistiu aos seus avanços durante vários anos, mas Constantino sabia como conseguir aquilo que queria. Em 1873, Anna deu à luz o seu primeiro filho, a quem chamou Sergei. Iriam seguir-se mais quatro e o grão-duque mantinha uma casa independente para a sua amante e filhos dentro da propriedade de Pavlovsk e na Crimeia. Corriam até rumores de que ele tinha pedido autorização ao czar para se divorciar da sua esposa, mas que ele tinha recusado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzVzRaUqWno0NkkJ7iH6Pe1zWhNz-0FNoGdZlU5WN7Jzcy80NoarN8KORE-HRyV5iY_rMo4Ux9c8VL9JlozuZgJSVFy6eaMhBQCj7zt-11cEETYRdtn04K1YF38gwGfPXKm97dgG7TgEI/s1600/84cd994cf307ded447b710c0d5528e8e--grand-duke-the-young.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="265" data-original-width="236" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzVzRaUqWno0NkkJ7iH6Pe1zWhNz-0FNoGdZlU5WN7Jzcy80NoarN8KORE-HRyV5iY_rMo4Ux9c8VL9JlozuZgJSVFy6eaMhBQCj7zt-11cEETYRdtn04K1YF38gwGfPXKm97dgG7TgEI/s400/84cd994cf307ded447b710c0d5528e8e--grand-duke-the-young.jpg" width="356" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anna Kousnetsova, amante de Constantino</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Para Alexandra, este foi um golpe amargo. Tinha sido feliz com Constantino e era uma mulher orgulhosa. A partir do momento em que soube do caso do marido, começou a ter cada vez mais cuidado com a sua aparência. Havia um tom de desafio e até um pouco de tristeza quando começou a comparar-se insistentemente com a imperatriz da Áustria, que, na altura, tinha a reputação de ser a mulher mais bela da Europa: muitos enviados estrangeiros ficavam sem palavras quando ela o fazia, com medo de a ofender com uma resposta sincera. Há rumores de que, nos seus últimos anos de vida, Alexandra usava corpetes e sapatos na cama para manter a sua cintura fina e os seus pés pequenos. Ao contrário de Maria Alexandrovna, não estava preparada para amar de forma calada e sacrificada: quando foi confrontada com a traição de Constantino, afastou-se dele e da corte, refugiando-se na companhia dos seus filhos mais novos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgunt7vzsHWf0_bP9KnIhnWwgHqhsS7XrHySHrqICSir2L3vVCh41zPVlvDZ8MrQb-WZ1Zixr1z0BA8aznSVUaGQZozWlTwKRt1tF1aZ8XrcRGVcinn8rNe1zm-jJ4d1zCG0IZDHbJalcM/s1600/11228125_320719121385442_8070952804233401408_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="588" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgunt7vzsHWf0_bP9KnIhnWwgHqhsS7XrHySHrqICSir2L3vVCh41zPVlvDZ8MrQb-WZ1Zixr1z0BA8aznSVUaGQZozWlTwKRt1tF1aZ8XrcRGVcinn8rNe1zm-jJ4d1zCG0IZDHbJalcM/s400/11228125_320719121385442_8070952804233401408_n.jpg" width="245" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Iosifovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandra estava a preparar-se para viajar para o casamento da sua filha mais nova, Vera, em 1874, quando descobriu que faltavam três diamantes valiosos de um ícone que lhe tinha sido oferecido pelo seu sogro, o czar Nicolau I, e que ela tinha no quarto. Um outro ícone estava danificado. Alexandra mostrou o que tinha acontecido a Constantino e foi chamada a polícia enquanto ela partiu para Estugarda, onde Vera, de vinte anos, se ia casar com um primo afastado, o duque Guilherme Eugénio de Wuttenberg. Dois dias depois, os diamantes foram encontrados na posse do capitão Varpakhovsky, ajudante-de-campo do grão-duque Nicolau Constantinovich. O chefe da polícia, o conde Schouvalov, informou Constantino de que o ladrão era o seu filho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT6rrzJPpVUr6Tse6RYqAaBY33YF6ahQBSbgm5eABgKB4RznTXz37cyOcnLHd6ZTFQkzCp_0Dh2Xzv0U7rMh0Zaz67CT6gsmo7mbqqk7-xqmjSUAMif7xFUEzGPA-jkBjm3Pcw7Pd2Xzk/s1600/0dfb15a385c3b891033888a759cbff7bbc5f6c129692304.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="725" data-original-width="501" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT6rrzJPpVUr6Tse6RYqAaBY33YF6ahQBSbgm5eABgKB4RznTXz37cyOcnLHd6ZTFQkzCp_0Dh2Xzv0U7rMh0Zaz67CT6gsmo7mbqqk7-xqmjSUAMif7xFUEzGPA-jkBjm3Pcw7Pd2Xzk/s400/0dfb15a385c3b891033888a759cbff7bbc5f6c129692304.jpg" width="275" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Iosifovna com o seu filho Nicolau e a filha Olga</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Vinte anos de adoração dos pais tinham transformado Nicolau Constantinovich no pior tipo de príncipe aristocrata possível. Atraente, culto e inteligente, gostava de se fazer passar por revolucionário liberal, mas, na verdade, não queria saber de ninguém a não ser ele próprio. Contava muitas vezes histórias sobre a severidade sem sentido, quase brutalidade, com a qual tinha sido criado, mas todos os que o tinham visto crescer lembravam-se de um adolescente mimado fora do controlo de todos, que era capaz de fazer a vida negra a qualquer tutor de quem não gostasse. Não respeitava os padrões normais do comportamento: quando tinha dezasseis anos, Marie von Keller viu-o a torturar um cordeiro que tinha atado a uma árvore, e a rir-se quando ele morreu. O sexo tornou-se uma obsessão e a tentativa da sua mãe de o tentar acalmar através de um casamento com a filha da sua irmã, a princesa Frederica de Hanôver, falhou porque Nicolau já estava envolvido com várias amantes. Agora, quando foi interrogado pelo seu pai e pelo conde Schouvalov, Nicolau não mostrou medo nem arrependimento. Acabou por se descobrir que aquele roubo tinha sido apenas mais um entre muitos e ambos os homens ficaram chocados com a atitude dele. Com a bênção do czar, Nicolau foi declarado louco e colocado sob vigilância médica. A nível privado, tal como Constantino escreveu no seu diário: "<i>para castigar o Nikola, vamos fechá-lo numa cela sob vigilância apertada, e as suas medalhas e epaulettes vão ser retiradas. Apenas nós sabemos disto, e não o público</i>".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Mfypusfoen3GcgJa8giEBn2QpxLWWbgMS4sS69IEu43Xp7BTKJwt-uOTpAfjld1KusaA_mg1HJWqY-HAnU1br8r9oZ6NnIh5tUuPJKhe1E1PzX3XqF1GMir8xJXqEd3-qFtDie-eoeo/s1600/02b9cafff8d9ba3xl.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="624" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-Mfypusfoen3GcgJa8giEBn2QpxLWWbgMS4sS69IEu43Xp7BTKJwt-uOTpAfjld1KusaA_mg1HJWqY-HAnU1br8r9oZ6NnIh5tUuPJKhe1E1PzX3XqF1GMir8xJXqEd3-qFtDie-eoeo/s400/02b9cafff8d9ba3xl.jpg" width="311" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grão-duque Nicolau Constantinovich</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br />Mas mesmo na prisão, Nicolau continuava a causar problemas. Enviado inicialmente para Oreanda na Crimeira, onde a vigilância não era tão apertada quanto o seu pai tinha esperado. Uma jovem, Alexandra Demidov-Abaza, teve acesso ao grão-duque e, quando escreveu ao czar a afirmar que estava grávida e a pedir o reconhecimento legal do seu filho, Nicolau foi enviado para a Ucrânia, depois de volta para a Crimeia, sendo sempre seguido pela sua amante. Quando a encontraram, Nicolau foi enviado novamente para outro local, mas, em Setembro de 1876, descobriram novamente a sua amante a viver nos seus aposentos e, desta vez, estava grávida novamente. O general responsável por vigiar o grão.duque pediu a demissão e, em Maio de 1877, o conde Rostovtsev chegou para o substituir, levando Nicolau para um novo local de exílio em Orenburg. Nicolau nunca mais voltou a ver Alexandra nem os seus filhos.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSs7EGRvAntG3pqT1QGNhujob14-A1Q_dVdJxhWxSoHu6gi9jtIR_gdjRwLFDxy9ct9cdXSOJyH9szN-R0i3lPiHAXVqcE5kaklBIe17vNB2rRVkAadZJRfPpxH2OUk1bAcIuG1HJm2iA/s1600/tumblr_nifwbtmV5V1qzjmo0o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="704" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSs7EGRvAntG3pqT1QGNhujob14-A1Q_dVdJxhWxSoHu6gi9jtIR_gdjRwLFDxy9ct9cdXSOJyH9szN-R0i3lPiHAXVqcE5kaklBIe17vNB2rRVkAadZJRfPpxH2OUk1bAcIuG1HJm2iA/s400/tumblr_nifwbtmV5V1qzjmo0o1_500.jpg" width="283" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Constantinovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Orenburg, Nicolau começou a mostrar um lado diferente da sua personalidade. Interessou-se profundamente pela Ásia Central e passou várias horas a ler e a pesquisar seriamente sobre o assunto. No outono de 1878, organizou a primeira de várias expedições de investigação e, depois, escreveu artigos para jornais científicos. A sua grande paixão tornou-se o melhoramento da vida no Turquestão, principalmente através da introdução de sistemas de irrigação funcionais, mas isso não significou que as suas outras paixões tivessem ficado para segundo plano. O czar ficou exasperado quando soube que, a 15 de Fevereiro de 1878, Nicolau se tinha casado em segredo com Nadejda Dreyer, filha do chefe de polícia local. Para o fazer, tinha utilizado o nome de Coronel Volinsky, o seu herói da infância. Nicolau tentava passar a imagem de que era um revolucionário e que as pessoas se iriam revoltar e reunir à volta dela: não é de admirar que o seu pai e o tio tenham perdido a paciência e parece ter sido por esta altura que o seu nome foi removido das listas públicas da família imperial. Oficialmente, o grão-duque Nicolau Constantinovich deixou de existir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPWyy48YvX2rCzSIc2hcm30F1bvAi5n8xbRZ77GfH26j03yr19oLxOXw1-jxKErwDbQzOm_of2HLMJimNJ_AVNbwkOW6CNWERt51lT7s1wvOm3Px1_yO0PgNLqVXmKuZcJuUdLjiD2sOE/s1600/tumblr_nzwv03esZQ1rh07xwo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="750" data-original-width="488" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPWyy48YvX2rCzSIc2hcm30F1bvAi5n8xbRZ77GfH26j03yr19oLxOXw1-jxKErwDbQzOm_of2HLMJimNJ_AVNbwkOW6CNWERt51lT7s1wvOm3Px1_yO0PgNLqVXmKuZcJuUdLjiD2sOE/s400/tumblr_nzwv03esZQ1rh07xwo1_500.jpg" width="260" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau com a sua mãe, Alexandra, e a irmã Vera.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, em privado, como não podia deixar de ser, continuou a ser um problema com o qual a família tinha de lidar. Os responsáveis pela sua guarda, envergonhados, tentaram atirar as culpas uns para os outros, mas no outono de 1880, a vida em Orenburg tinha-se tornado insuportável. Nicolau recusou-se a receber mais ordens do conde Rostovtsev e um representante enviado pelo czar mostrou alguma compreensão pela sua posição. Em Novembro, foi enviado para uma pequena propriedade perto de São Petersburgo e a vigilância à sua volta foi relaxada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFgocLFQTW28DayAKB7B2ZQwpN66PZlxt8u25VPDZc65OREgoAb2WVbVCmFbDlXB_-svFO4TDMMyql1uuqeRJeLPhKDxBv70z_UAsodwudawoPwSLdHDGS0ALIIfRifsbHP0F5aixEfec/s1600/ac69c81e4663d61a59b3d0550854a8e2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1106" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFgocLFQTW28DayAKB7B2ZQwpN66PZlxt8u25VPDZc65OREgoAb2WVbVCmFbDlXB_-svFO4TDMMyql1uuqeRJeLPhKDxBv70z_UAsodwudawoPwSLdHDGS0ALIIfRifsbHP0F5aixEfec/s400/ac69c81e4663d61a59b3d0550854a8e2.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Constantinovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em inícios de Fevereiro de 1879, a grã-duquesa Alexandra Iosifovna estava a caminhar numa galeria em Pavlovsk quando viu uma aparição aterrorizante: uma dama vestida de branco a flutuar na direcção dela. A grã-duquesa acreditou que se tratava de um mau-presságio e os seus medos foram confirmados no dia seguinte quando o seu filho mais novo, Viacheslav, adoeceu. Acabaria por morrer em menos de uma semana. Agora, Alexandra estava mais só do que nunca, e via com tristeza e raiva a forma como o marido e o irmão se dedicavam cada vez às suas amantes. Ficou zangada com Constantino por este apoiar o caso amoroso do czar com Catarina e furiosa quando o seu filho ilegítimo, Georgi, recebeu uma casa temporária em Pavlovsk, no verão de 1872. A 22 de Maio/3 de Junho de 1880, a czarina Maria Alexandrovna morreu sozinha no seu quarto do Palácio de Inverno. O czar viúvo tomou medidas quase imediatas para cumprir a promessa que tinha feito a Catarina de se casar com ela. O czar explicou à sua irmã Olga, rainha de Wuttenberg, a sua decisão: "<i>Nunca me teria casado antes de fazer um ano de luto se não fosse pelos tempos perigosos em que vivemos. (...) A Catarina Dolgorukova preferiu recusar todos os prazeres e alegrias da sociedade que dizem tanto a uma jovem da idade dela, para dedicar a vida dela a amar-me a cuidar de mim. Por isso, terá todo o direito ao meu amor, carinho e gratidão</i>". Alexandre esperava que a sua família o compreendesse e aceitasse, mas a maioria, principalmente as mulheres, ficou horrorizada. Alexandra Iosifovna recusou-se a sequer conhecer Catarina, desafiando assim uma ordem imperial. Constantino tentou conversar com ela, mas de nada lhe valeu e Alexandra só acabaria por ceder à última da hora porque uma das filhas de Catarina adoeceu e, na altura, a situação parecia grave. No entanto, apesar de tudo, manteve-se sempre fiel à memória da czarina, que tinha sido sua amiga.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYMw_n9eQfeTNDInTMqlE8IwNyET8HNXEXAAiaeHqi0nRJWBqd6Ipj1IRrhu_OiyV1JoyCgMt7mZ6_KXPHKTH1seHmggrspAaO7VCCAuZrevblL44d25Cz2_70Qa-1MkdlNSXBps2cSIY/s1600/tumblr_o70uyrNtxT1rh07xwo2_540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="650" data-original-width="540" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYMw_n9eQfeTNDInTMqlE8IwNyET8HNXEXAAiaeHqi0nRJWBqd6Ipj1IRrhu_OiyV1JoyCgMt7mZ6_KXPHKTH1seHmggrspAaO7VCCAuZrevblL44d25Cz2_70Qa-1MkdlNSXBps2cSIY/s400/tumblr_o70uyrNtxT1rh07xwo2_540.jpg" width="331" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Iosifovna com a sua filha Olga.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não teria de aguentar a situação durante muito tempo. Pouco depois do meio-dia de domingo, dia 1/13 de Março de 1881, Alexandre II saiu do Palácio de Inverno para participar numa parada militar que se realizava todas as semanas na Escola de Cavalaria de Mikhailovsky, ignorando as ameaças terroristas que agora faziam parte da sua vida. Respondia-lhes com a mesma coragem resoluta que tinha mostrado perante o seu neto Nicolau na Capela Gótica em Peterhof. Além disso, nesta ocasião, o seu sobrinho Dmitri Constantinovich, iria cavalgar ao seu lado como ajudante-de-campo pela primeira vez, e a última coisa que Alexandre queria era desiludi-lo ao cancelar a parada. Quando terminou, o czar foi visitar a sua prima, a grã-duquesa Catarina Mikhailovna, no Palácio de Mikhail. Estava já de regresso a casa quando duas explosões ensurdecedoras abalaram a cidade. No silêncio que se seguiu, uma multidão abalada e assustada reuniu-se à volta do Palácio de Inverno para saber o que tinha acontecido. O czar tinha sido atingido com uma bomba de fabrico manual no cruzamento do Canal de Catarina e, apesar de o seu irmão Miguel ter corrido para o seu lado para o ajudar, e de o czar ter sido transportado ainda com vida para o Palácio de Inverno, os seus ferimentos eram muito graves. Acabaria por morrer poucas horas depois e esta tragédia dividiu profundamente a sua família.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwAAFtHLboi7sWK0y17J_FqJIMwSCsryJ3DyBYeKDp-n00ptKCrsGiH3SdnZB_Um3u2fbOHLM6-jMmFJ-Il-U-L7q7hHIOPZij6C0pOeHq5X_gvVnjIzc3IjNTdFTrCjuh-lsniSy6BoI/s1600/fffffffffffffffg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="614" data-original-width="575" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwAAFtHLboi7sWK0y17J_FqJIMwSCsryJ3DyBYeKDp-n00ptKCrsGiH3SdnZB_Um3u2fbOHLM6-jMmFJ-Il-U-L7q7hHIOPZij6C0pOeHq5X_gvVnjIzc3IjNTdFTrCjuh-lsniSy6BoI/s400/fffffffffffffffg.jpg" width="373" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II no seu leito de morte, rodeado da família.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No seu último ano de reinado, Alexandre tinha dado início aos procedimentos necessários para começar as discussões que iriam levar a uma reforma constitucional. Constantino era um dos principais impulsionadores e, na categoria de Presidente do Conselho de Estado, ajudou a preparar a proposta para a criação de uma assembleia eleita limitada que Alexandre iria aprovar precisamente no dia em que morreu. Para Constantino e os seus colegas reformadores, a esperança acabou poucos meses depois da ascensão do novo czar. Inicialmente, parecia que Alexandre III poderia dar continuidade às políticas do pai, mas, atrás das costas deles, dava ouvidos ao conservadorismo do seu antigo tutor e redigiu um manifesto no qual acabou com todas as esperanças de conseguir reformas. Quando os reformadores o ouviram, não tiveram outra escolha senão demitir-se. Para Constantino, o dilema era tanto pessoal como político, uma vez que o novo czar era o "Sasha-Patas-de-Urso", o sobrinho de quem ele não gostava e que tinha humilhado. Aquele incidente distante na Polónia deve ter sido apenas um entre muitos e Alexandre III deixou bem claro que o seu tio já não era bem-vindo na corte. Foi gentil com Alexandra, mas recusou os pedidos que ela lhe fez para perdoar o seu filho Nicolau, uma vez que era da opinião de que também não podia confiar no primo. A sua vigilância foi novamente reforçada e Nicolau foi transferido para Pavlovsk, antes de ser finalmente condenado ao exílio no interior do império, em Tashkent. O desdém que Alexandre sentia pelo grão-duque Constantino e pelo seu filho foi notado e fez com que se espelhasse pelas cortes europeias o rumor de que Constantino estaria envolvido no assassinato do seu irmão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb-qO9NqJZXRzq72Mx8zjmuThbwMZpM6zn21lxyzm1leLsZZnQn6Z5sKzPozfxSyP2mpRBZtKaT7Ea3RR-BVpeqtpKpPYL9hWOslcYrRBdWpaKI1LGgGJljaRNr4TGoo4Eo2qiE9IZAHg/s1600/512528-1422976349.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1235" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb-qO9NqJZXRzq72Mx8zjmuThbwMZpM6zn21lxyzm1leLsZZnQn6Z5sKzPozfxSyP2mpRBZtKaT7Ea3RR-BVpeqtpKpPYL9hWOslcYrRBdWpaKI1LGgGJljaRNr4TGoo4Eo2qiE9IZAHg/s400/512528-1422976349.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Sem mais nada para fazer, o grão-duque retirou-se para Pavlovsk. Os seus problemas de xadrez foram publicados em jornais internacionais, mas isso nunca poderia substituir a posição que ele tinha ocupado no centro dos assuntos de estado. Em 1883, visitou a sua filha Olga e a família dela na Grécia e estava ansioso pela visita deles à Rússia: adorava os seus netos gregos e costumava diverti-los pregando partidas a criados distraídos. Alguns já estavam tão habituados aos truques do grão-duque que deixaram de reagir, mas Constantino ficava exultante se os conseguisse fazer dar um salto ou gritar, um sinal do seu aborrecimento e do agravamento do seu mau-feitio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidtQiIPc8643P7VCmSsbEK1dwChTaDAs1vUmCaRyf279q8eugbfaXU8-AL0DVYD7XkSzeUr6CrKuAsXYBhpnLdO1cIZsIuEBG_aI4gOFDOINhUL9j07D7bf6on2dYw-FDSg8LSEiPdTjM/s1600/508851-1422375389.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1234" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidtQiIPc8643P7VCmSsbEK1dwChTaDAs1vUmCaRyf279q8eugbfaXU8-AL0DVYD7XkSzeUr6CrKuAsXYBhpnLdO1cIZsIuEBG_aI4gOFDOINhUL9j07D7bf6on2dYw-FDSg8LSEiPdTjM/s400/508851-1422375389.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Constantino sofreu uma pequena apoplexia no casamento da sua neta, a princesa Alexandra da Grécia, com o seu sobrinho, o grão-duque Paulo Alexandrovich, no verão de 1889 e, um segundo ataque pouco tempo depois, deixo-o paralisado da cintura para baixo e sem a capacidade de falar. As suas tentativas para comunicar traduziam-se numa série de barulhos incompreensíveis. Agora dependente do cuidado de outros, o grão-duque passou a ser da responsabilidade da sua esposa, que aproveitou esta época para se vingar de certa forma da sua infidelidade. Anna Kousnetsova e os seus filhos ainda viviam numa casa perto do palácio, que Constantino lhes tinha oferecido, mas Alexandra Iosifovna certificava-se de que os seus criados nunca o lavavam até lá e ele não podia ir sozinho. O seu neto, o príncipe Cristóvão da Grécia, testemunhou as consequências de uma das tentativas que o grão-duque fez para os ir visitar: depois de ser trazido para casa por um dos criados que sabia que já não seguiam as suas ordens, Constantino agarrou a sua esposa pelos cabelos e começou a bater-lhe com a bengala até surgir alguém para os separar. Deve ter sido uma situação miserável para ambos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixfdXiZZkVodR14iU5B6V7qMLCOXz9mUEL3RhKFOHNs4SzJjGkkokIge1Fep7CVETBEFNoQAO-x1vl6hDhUGUbPj44Cse97irV6pqLdBLRHxWmo3UnN4J5jb2WH6eXmiucysT39WMgAHY/s1600/512548-1422976609.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1012" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixfdXiZZkVodR14iU5B6V7qMLCOXz9mUEL3RhKFOHNs4SzJjGkkokIge1Fep7CVETBEFNoQAO-x1vl6hDhUGUbPj44Cse97irV6pqLdBLRHxWmo3UnN4J5jb2WH6eXmiucysT39WMgAHY/s400/512548-1422976609.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Iosifovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Janeiro de 1892, o grão-duque Constantino Nikolaevich morreu em Pavlovsk. Nos seus últimos anos de vida, tinha-se tornado numa figura misteriosa, suspeito do envolvimento em todo o tipo de conspirações dos quais nunca se teria aproximado ao longo de toda a sua vida, uma vez que, apesar de ser um homem difícil, e muitas vezes desagradável, tinha-se esforçado sem pausas para ajudar o seu irmão e o seu país. No entanto, poucas pessoas se lembram do seu contributo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2kdbRXCclX8Fx8-biVeC4uQ2OOvY_oD2lyiMx5hmdJ5rZ1XI16JN8-uVzC42kh_nxSm3kiCdGIPCG9-VAaUtD5KpZjjYOnpFnnDRjzmrJ6kljMJvS7MjCBWLzQ6LAPqTrdrF4zEjF9d8/s1600/3f9vxuEOU_k.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="367" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2kdbRXCclX8Fx8-biVeC4uQ2OOvY_oD2lyiMx5hmdJ5rZ1XI16JN8-uVzC42kh_nxSm3kiCdGIPCG9-VAaUtD5KpZjjYOnpFnnDRjzmrJ6kljMJvS7MjCBWLzQ6LAPqTrdrF4zEjF9d8/s400/3f9vxuEOU_k.jpg" width="243" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-17208776033638346482017-07-07T15:08:00.001+01:002017-07-07T15:08:45.481+01:00O Almirante General - Grão-Duque Constantino Nikolaevich - Primeira Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsomw_CzjMq_Vjd3shgpOT-6p0L4c28zDPquxYlxXxYm4SRhj_IFgjJ1LcP9riPKVBhS-tjm6cwP60k8yFGeKcOvf3wQvmluSibYAFvAv0Kwyt6SGgSExknRjZRT07gf4P2Xcl146HOjA/s1600/0_1572ad_18820e08_XXXL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="943" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsomw_CzjMq_Vjd3shgpOT-6p0L4c28zDPquxYlxXxYm4SRhj_IFgjJ1LcP9riPKVBhS-tjm6cwP60k8yFGeKcOvf3wQvmluSibYAFvAv0Kwyt6SGgSExknRjZRT07gf4P2Xcl146HOjA/s400/0_1572ad_18820e08_XXXL.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Grão-duque Constantino Nikolaevich da Rússia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A bomba no Palácio de Inverno foi apenas o início de muitas tentativas de assassinato e despertou os rumores mais inimagináveis. Murmurava-se em São Petersburgo que o grão-duque Constantino Nikolaevich estava a conspirar contra o trono do irmão e as más-línguas viam a sua mão em todos os atentados que eram feitos contra a vida de Alexandre. Nove anos mais novo do que o czar, Constantino conseguia ver apenas que havia a necessidade de fazer mudanças na Rússia, nunca pensava nas dificuldades, e incentivou o irmão com toda a confiança. Tinha uma forte veia de arrogância: a sua personalidade podia ser abrasiva e muitos desejavam a sua queda, mas, quando essa queda chegou, foi provocada pelo próprio Constantino e não pelos rumores. Deixou para trás uma família muito amada e unida que sempre foi leal à coroa... e uma ovelha muito negra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj14QoNr_SlMaM8qVUibbybq8tXVsVa1hmlGH4jANptCV3IzLcMVaIpnty85johVM-GSBd8nbVV91nEq4q1b-Mhrig2GwB2PuZRC04JO4fjIVg_MXtkhGjigtzWEbVYGHjRhLHre-V0VdQ/s1600/800px-%25D0%259F._%25D0%25A1%25D0%25BE%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25BE%25D0%25B2.%25D0%259F%25D0%25BE%25D1%2580%25D1%2582%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2582_%25D0%25B2%25D0%25B5%25D0%25BB._%25D0%25BA%25D0%25BD%25D1%258F%25D0%25B7%25D1%258F_%25D0%259A%25D0%25BE%25D0%25BD%25D1%2581%25D1%2582%25D0%25B0%25D0%25BD%25D1%2582%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B0_%25D0%259D%25D0%25B8%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25B0%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25B8%25D1%2587%25D0%25B0.%25D0%259A%25D0%25BE%25D0%25BD%25D0%25B5%25D1%2586_1820-%25D1%2585.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="919" data-original-width="800" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj14QoNr_SlMaM8qVUibbybq8tXVsVa1hmlGH4jANptCV3IzLcMVaIpnty85johVM-GSBd8nbVV91nEq4q1b-Mhrig2GwB2PuZRC04JO4fjIVg_MXtkhGjigtzWEbVYGHjRhLHre-V0VdQ/s400/800px-%25D0%259F._%25D0%25A1%25D0%25BE%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25BE%25D0%25B2.%25D0%259F%25D0%25BE%25D1%2580%25D1%2582%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2582_%25D0%25B2%25D0%25B5%25D0%25BB._%25D0%25BA%25D0%25BD%25D1%258F%25D0%25B7%25D1%258F_%25D0%259A%25D0%25BE%25D0%25BD%25D1%2581%25D1%2582%25D0%25B0%25D0%25BD%25D1%2582%25D0%25B8%25D0%25BD%25D0%25B0_%25D0%259D%25D0%25B8%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25B0%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25B8%25D1%2587%25D0%25B0.%25D0%259A%25D0%25BE%25D0%25BD%25D0%25B5%25D1%2586_1820-%25D1%2585.png" width="347" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grão-duque Constantino Nikolaevich por Pyotr Fyodorovich Sokolov</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>Podes imaginar a nossa alegria! Correu tudo muito bem e foi bastante rápido. Estou mais feliz do que eu mesmo consigo acreditar e agradeço a Deus com toda a minha alma</i>". O czar Nicolau I adorava todos os seus filhos, mas, depois de nove anos a ter só filhas, ficou exultante quando a sua esposa deu à luz um segundo filho, em Setembro de 1827. O pequeno príncipe tinha apenas alguns meses de vida quando o seu pai o descreveu numa carta dirigida à sua tia, a grã-duquesa Ana Pavlovna, na Holanda, como "<i>um rapaz grande, gordo e bonito, tão rápido e pesado que não consigo pegar nele: parece pertencer realmente à família, uma vez que a única coisa que ouve com prazer são os tambores</i>". Quando tinha cinco anos de idade, Constantino tinha-se tornado demasiado obstinado e difícil para a sua governanta, por isso o seu pai decidiu contratar um tutor masculino. Foi o primeiro sinal da personalidade que iria tornar-se a sua característica menos atraente ao longo da sua vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIP0wkWJLpt20CYl3X4MJOOVskghZjOMG44j7bQacdt0R23uRBrEzXit2QqXi5QhtzwThkNa5dfzXIE4ExvicLpywFLqMvWvMPcMNKSrSFbpgQEXyvxAIhEpxPKaZ-3vy2t7fKBgIPq8s/s1600/Nicholas_I_with_son_Constantin_by_Lev_Kiel_%25281832%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="218" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIP0wkWJLpt20CYl3X4MJOOVskghZjOMG44j7bQacdt0R23uRBrEzXit2QqXi5QhtzwThkNa5dfzXIE4ExvicLpywFLqMvWvMPcMNKSrSFbpgQEXyvxAIhEpxPKaZ-3vy2t7fKBgIPq8s/s400/Nicholas_I_with_son_Constantin_by_Lev_Kiel_%25281832%2529.jpg" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino com o seu pai, Nicolau I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O czar queria que, um dia, Constantino se torna-se almirante-general da Frota Russa, e escolheu um tutor com esse objectivo em mente. Frederick Lütke tinha circum-navegado o planeta aos vinte anos de idade e ensinou ao rapaz as ciências navais, enchendo-lhe a cabeça das suas histórias sobre a vida no mar. No hall do Palácio de Inverno, que na altura era uma espécie de sala de jogos para os filhos mais novos do czar, havia um navio feito à escala que era grande o suficiente para que os três rapazes subissem os mastros e aprendessem os fundamentos da navegação em terra firme. O jovem Constantino nunca se podia esquecer do seu destino e olhava ansiosamente para o futuro: "<i>as horas do meu primeiro encontro com o rapaz passaram a correr," </i>recordou </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">L</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">ütke<i>, "com histórias sobre o Vesúvio, em Roma, e viagens marítimas. Senti imediatamente que a minha missão iria dar frutos</i>."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEkdlC-3FfYh68lQeW40l0FCZ0HPuHNd7M8dBSVzI6h1i_UstwmrAZQRwJ_5Nh7hYdPlbYAPPjmYTWPBIIByvdNSRhm7kRHEPAA-bS95IEtmGLitZiitbTUPO0taab_5T1G1c0dHLb-g/s1600/tumblr_ng4tmc6MRr1u1gauyo5_540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="659" data-original-width="540" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEkdlC-3FfYh68lQeW40l0FCZ0HPuHNd7M8dBSVzI6h1i_UstwmrAZQRwJ_5Nh7hYdPlbYAPPjmYTWPBIIByvdNSRhm7kRHEPAA-bS95IEtmGLitZiitbTUPO0taab_5T1G1c0dHLb-g/s400/tumblr_ng4tmc6MRr1u1gauyo5_540.jpg" width="327" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, por muito ansioso que Constantino estivesse, o seu verdadeiro treino naval apenas iria começar aos doze anos de idade e, antes disso, o jovem grão-duque tinha de aprender outras coisas. Os seus pais e tutores criaram um programa de estudos muito menos académico do que o horário que Zhukovsky tinha criado para o czarevich. Só tinha três horas de aulas por dia e o resto do seu tempo era dedicado a caminhadas, exercícios e à música, uma vez que Constantino também aprendeu a tocar piano e violoncelo. Também começou a aprender francês e alemão, além de russo e inglês, que tinha começado a aprender ainda no berçário, e Constantino desenvolveu um grande gosto pela leitura. </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">L</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">ütke também estava decidido a ensinar o seu aluno aspectos sobre o mundo real que ficava além dos muros do palácio. Professor e aluno criaram uma amizade que iria durar o resto das suas vidas, mas, à medida que foi crescendo, Constantino passou a encontrar um ambiente mais estimulante a nível intelectual na casa da sua tia, a grã-duquesa Helena Pavlovna. Foi ela quem encorajou o seu gosto pela literatura e pela música, apresentando-lhe os melhores trabalhos que estavam a ser publicados na época. Também foi ela que lhe mostrou os mais recentes desenvolvimentos nas ciências e encorajou o idealismo político que iria caracterizar a sua vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-GZpPoGR2NNPa6AIXCF_qqcZ9HwGHuvpZqcI03Hbr2-576WHJJyKMkZER0SSn8d6CSupuvsQ9lNQvzop1lACu6Zqk-Fo4Rk0Y3SIEjTbkT8nWUFw0EAo8ek2e17j1PN78r0Dv3hyphenhyphen4Iq8/s1600/Konstantin_Nikolayevich_by_I.Tyurin_%2528Navy_museum%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="599" data-original-width="495" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-GZpPoGR2NNPa6AIXCF_qqcZ9HwGHuvpZqcI03Hbr2-576WHJJyKMkZER0SSn8d6CSupuvsQ9lNQvzop1lACu6Zqk-Fo4Rk0Y3SIEjTbkT8nWUFw0EAo8ek2e17j1PN78r0Dv3hyphenhyphen4Iq8/s400/Konstantin_Nikolayevich_by_I.Tyurin_%2528Navy_museum%2529.jpg" width="330" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Constantino vivia a alta velocidade. Antes de completar vinte-e-um anos de idade, ficou noivo da princesa Alexandra de Saxe-Altemburgo. Dizia-se que ela tão parecida com uma das irmãs de Constantino, a grã-duquesa Alexandra Nikolaevna, que tinha morrido alguns anos antes ao dar à luz, que a mãe dele começou a chorar quando a viu pela primeira vez. A princesa de Saxe-Altemburgo esteve em São Petersburgo para assistir à cerimónia de maioridade de Constantino, quando ele fez o juramento de lealdade ao seu pai e irmão mais velho, uma prática que tinha sido introduzida pelo seu pai para garantir que a ordem de sucessão nunca mais seria desafiada. O futuro czar Alexandre II foi o primeiro a fazer o juramento em 1834, quando tinha dezasseis anos de idade. Agora, no inverno de 1847, o czar conduziu o seu segundo filho à capela do Palácio de Inverno e "<i>depois de fazer o sinal da cruz e de beijar a Bíblia, Constantino leu o juramento numa voz clara, com a mão levantada. Parecia estar muito impressionado, e, assim que acabou de ler o juramento, recebeu a bênção e um abraço do pai e da mãe, que estavam muito emocionados. Depois, abraçou os irmãos, as irmãs e a sua noiva</i>". Depois, todos os presentes foram em procissão até ao Salão de São Jorge, onde o grão-duque voltou a repetir o juramento em frente de alguns oficiais e representantes do exército escolhidos a dedo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit1Qn4hYux2wsAUV0GSsmnxinRiRkDfJAm3ZBORP0AWq6eO2NSMaQhysm_Rvbla4WwghdAQzlY0ufCSZiIaWhcoBCg5ktJt1OnOMUzHXclVL5JQBjzQy1w0D6I-2WTqmze_kpqm0S3hRI/s1600/1397758669_velikiy-knyaz-konstantin-nikolaevich-1827-1892.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="486" data-original-width="350" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit1Qn4hYux2wsAUV0GSsmnxinRiRkDfJAm3ZBORP0AWq6eO2NSMaQhysm_Rvbla4WwghdAQzlY0ufCSZiIaWhcoBCg5ktJt1OnOMUzHXclVL5JQBjzQy1w0D6I-2WTqmze_kpqm0S3hRI/s400/1397758669_velikiy-knyaz-konstantin-nikolaevich-1827-1892.jpg" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Setembro de 1848, nove meses depois da sua cerimónia de maioridade, Constantino casou-se com Alexandra. A princesa juntou-se à família imperial como grã-duquesa Alexandra Iosifovna e, um ano depois, após a morte do grão-duque Miguel Pavlovich, marido da grã-duquesa Helena Pavlovna, o jovem casal herdou o Palácio de Pavlovsk, uma das propriedades mais bonitas dos Romanov. A maior parte da sua vida conjunta seria passada entre os palácios de Pavlovsk e de Mármore na cidade de São Petersburgo e o Palácio de Strelna, perto de Peterhof.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTN0BXK0zpv6Bt_Wzh2CsbCBNtcJx9TeM1mIeNI4x-5qWtRTli7Bmc31g5XV7Lg-w9CURxLPrAqw4PoCdcn43Lm8EvRELOODG9af5kI8qiyd7KBdkpu3Yfvs2MogoA8ndZygVFgWRGAMI/s1600/tumblr_n1d2u0HT3e1rqdmblo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="696" data-original-width="500" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTN0BXK0zpv6Bt_Wzh2CsbCBNtcJx9TeM1mIeNI4x-5qWtRTli7Bmc31g5XV7Lg-w9CURxLPrAqw4PoCdcn43Lm8EvRELOODG9af5kI8qiyd7KBdkpu3Yfvs2MogoA8ndZygVFgWRGAMI/s400/tumblr_n1d2u0HT3e1rqdmblo1_500.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Alexandra Iosifovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandra Iosifovna era uma princesa até à ponta dos pés, com um sentido de dignidade nato e um respeito profundo pelos valores tradicionais. Nos seus últimos anos de vida, divertia-se quando ouvia as conversas das suas netas e damas-de-companhia sobre os seus pretendentes e contava sempre como os tempos tinham mudado. Recordava que, quando a sua irmã, a princesa Maria, tinha ficado noiva do príncipe-herdeiro de Hanôver, apenas o tinha visto uma vez e que, quando ele chegou ao palácio do pai dela para o anúncio oficial, a sua mãe mandou todas as quatro irmãs ao encontro dele vestidas com vestidos cor-de-rosa muito parecidos e com rosas no cabelo. O príncipe, que era praticamente cego, olhava para cada uma delas à vez, muito confuso. A noiva ficou muito envergonhada por não ser reconhecida e quase começou a chorar. Alexandra, que na altura tinha apenas doze anos, ajudou o seu futuro cunhado, dizendo-lhe em modo trocista: "<i>Não sou eu!</i>", mas foi preciso que um ajudante-de-campo empurrasse o príncipe na direcção de Maria para ele a encontrar. "<i>Depois, deu-lhe um ramo de flores de modo cerimonial para as mãos e agradeceu-lhe a honra que lhe dava (...). A minha irmã fez uma vénia e eles ficaram noivos. Era assim que se fazia a corte no meu tempo</i>", contava ela a rir-se.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTsDIrQ43EHK3-VM24Ae7GCo9Qajt4UlVkO-bSwCcPlFl8Lg0YQQG1H64cDaEeb5dpLTpZaZhdKZXv7Pc3wmwHllpM4u29tocUVZ965SPtm5LlXSSS1sXMmeha7UZwHjr5hvgtyeydR-E/s1600/Joseph_Karl_Stieler_-_Portrait_of_the_Family_of_Joseph%252C_Duke_of_Saxe-Altenburg_-_WGA21794.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1019" data-original-width="1242" height="327" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTsDIrQ43EHK3-VM24Ae7GCo9Qajt4UlVkO-bSwCcPlFl8Lg0YQQG1H64cDaEeb5dpLTpZaZhdKZXv7Pc3wmwHllpM4u29tocUVZ965SPtm5LlXSSS1sXMmeha7UZwHjr5hvgtyeydR-E/s400/Joseph_Karl_Stieler_-_Portrait_of_the_Family_of_Joseph%252C_Duke_of_Saxe-Altenburg_-_WGA21794.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Iosifovna (em pé, à direita) com os pais, a princesa Amélia de Wüttenberg e José, Duque de Saxe-Altemburgo. No quadro encontra-se a sua irmã mais velha, Maria que, por sua vez, está a olhar para um outro retrato do seu marido, o futuro rei Jorge V de Hanôver. À esquerda de Alexandra está outra das suas irmãs mais velhas, a princesa Isabel de Saxe-Altemburgo, depois duquesa de Oldemburgo. </td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, a corte dela foi mais elaborada: não havia dúvidas de que ela e Constantino tinham muitas coisas em comum e o casamento começou com muita felicidade. O seu primeiro filho, Nicolau, nasceu em São Petersburgo em 1859, sendo seguido, dezanove meses depois, de uma filha, Olga. Constantino era um pai carinhoso e o seu diário e cartas dirigidas ao seu irmão mais velho são testemunhos da harmonia pessoal dos seus primeiros anos de casado. Era raro os dois irmãos referirem as esposas sem usarem frases como "o teu anjo", ou, quando falavam dos filhos, sem referirem como eram crianças doces, gentis ou bonitas, adjectivos que ecoavam o afecto e orgulho que tinham nas suas famílias. Ambos os homens se envolviam completamente nos pormenores dos partos e dos cuidados para com as suas crianças, assuntos que a maioria dos homens da sua geração preferiam delegar às mulheres e criados. "<i>Estou a escrever-te algumas palavras, meu querido Sasha</i>", escreveu Constantino a partir de Strelna, no verão de 1858, pouco depois do nascimento do seu segundo filho, "<i>para te contar que tudo aqui está a correr muito bem, graças a Deus. Hoje é o terceiro dia. O leite da minha esposa está a começar a aparecer, e os peitos dela estão cheios e inchados, o que lhe causa muito desconforto, mas, graças a Deus, ainda não há nenhum sintoma de febre. Infelizmente, as insónias que a afectaram há algum tempo voltaram. O pequeno Kostya</i> [grão-duque Constantino Constantinovich] <i>também está muito bem e fica deitado ao lado da mãe, na cama, o dia todo. A nossa mamã é inestimável, está connosco todos os dias e fica contente por poder ficar durante muito tempo. Ontem jantou comigo</i>".</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihrMO5e9pYH2zQLtpJdkRvzwV4YNCNvHTVkTN3FlTND9lqb-GHNzG9-p0BAUa5gSjkK26kHXGnMJz9YaUqtfkD01Ittoe8bc4my1c5NtvIG6TEKVTtJIFhh-QkyYhQPTsCBAt_al77p3c/s1600/tumblr_mpxv45Dgx01rkh5mko1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="438" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihrMO5e9pYH2zQLtpJdkRvzwV4YNCNvHTVkTN3FlTND9lqb-GHNzG9-p0BAUa5gSjkK26kHXGnMJz9YaUqtfkD01Ittoe8bc4my1c5NtvIG6TEKVTtJIFhh-QkyYhQPTsCBAt_al77p3c/s400/tumblr_mpxv45Dgx01rkh5mko1_500.jpg" width="342" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich com dois dos seus filhos.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Novembro de 1859, Nicolau adoeceu e os seus pais ficaram transtornados com preocupação. "<i>O nosso pobre Nikola não está bem</i>", escreveu Constantino no seu diário no quarto dia da doença, "<i>a febre ainda não desceu, ele está a ficar mais fraco e os médicos começam a temer que seja tifo, apesar de não se atreverem a dizê-lo abertamente. Estamos muito preocupados. A nossa esperança está em Deus</i>". Constantino e Alexandra passaram essa noite junto do filho, fizeram o mesmo no dia seguinte e ficaram encantados quando a criança começou a melhorar nessa noite. Os dois adoravam Nicolau, se calhar até demais, como os eventos futuros viriam a mostrar".</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiSIRAUqzWYnDBWCcWbeQdvyI3VFiu35X5EH3QNqWhB4mr4EfD7fspJxoc-UW3SHgy-V1todVoJ9yEn813o0vHP_ejjgcKwAoMtWjmfcqsifUEkj39gB3uOgdFhz1ZElPPbHftX2vYCFQ/s1600/gdr237.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="530" data-original-width="496" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiSIRAUqzWYnDBWCcWbeQdvyI3VFiu35X5EH3QNqWhB4mr4EfD7fspJxoc-UW3SHgy-V1todVoJ9yEn813o0vHP_ejjgcKwAoMtWjmfcqsifUEkj39gB3uOgdFhz1ZElPPbHftX2vYCFQ/s400/gdr237.jpg" width="373" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich com os seus filhos</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No início do reinado do irmão, o que mais ocupava o tempo de Constantino eram os planos para uma reforma na marinha. Foi uma época durante a qual o grão-duque colocou os seus conhecimentos completamente à prova. Em 1857, as visitas que fez a Inglaterra e a França mostraram-lhe como deveria ser uma marinha moderna, mas tudo o que ele tinha eram 200 navios mal equipados, uma burocracia mal preparada que obstruía todos os seus movimentos, e praticamente nenhum financiamento. Constantino queria que o país tivesse os seus próprios estaleiros para que a marinha se libertasse da sua dependência de encomendas ao estrangeiro, mas era uma luta difícil. "<i>Quero construtores de navios e marinheiros, não multidões de escrituários</i>", dizia ele. Também explicou a um amigo quais eram as suas ambições a longo prazo: "<i>estou prestes a criar um Marinha. Não temos nenhuma e temos de o fazer. O nosso primeiro dever é trabalhar no duro e não esperar grandes resultados (...) não devemos trabalhar para a nossa época, mas sim para o futuro</i>". Nada parecia capaz de o parar, nem sequer as obrigações às quais o país se encontrava sujeito devido à Guerra da Crimeia e que proibiam a Rússia de colocar uma frota naval no Mar Negro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdrZhxI-vF-XONsF_HI9QNHSa1lF6zD8hLMsKffnvj0TUK3kVJp3aKhWmkrFBw6nKoPVgU-KGd7agYAxpSWcI1cFUWU_Y1Oca_jxQTpo50-NyDie7wFKK9dFxRCHjG51UjWESqTLGz1Xo/s1600/tumblr_ns7f40FdY61rh07xwo1_540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="499" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdrZhxI-vF-XONsF_HI9QNHSa1lF6zD8hLMsKffnvj0TUK3kVJp3aKhWmkrFBw6nKoPVgU-KGd7agYAxpSWcI1cFUWU_Y1Oca_jxQTpo50-NyDie7wFKK9dFxRCHjG51UjWESqTLGz1Xo/s400/tumblr_ns7f40FdY61rh07xwo1_540.jpg" width="246" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich com o uniforme da marinha.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O grão-duque era energético e determinado, e, além de promover os seus planos para a marinha, também estava envolvido nas reformas dos colégios navais e militares, numa investigação rigorosa da corrupção no exército, e na revisão das leis intransigentes de censura do país. Patrocinava expedições para explorar e mapear zonas remotas do império. Era a arma secreta do czar. Abrupto e temperamental, odiava profundamente qualquer pessoa que se opunha às suas ideias, mas conseguia lidar mais eficazmente com os problemas que assombravam o seu irmão mais sensível. A emancipação dos servos, a reforma mais importante de todas, não era uma política popular. Quando o comité nomeado para a organizar colocava exigências e se mostrava inabalável, Alexandre chamava Constantino. O seu feitio fez com que ganhasse inimigos, mas ele insistiu nas suas ideias, apesar de essa atitude acabar por se tornar num pesadelo para ele. Depois de doze meses tempestuosos, Constantino perdeu a paciência e partiu num cruzeiro para o estrangeiro "<i>desanimado e frustrado com tudo o que era dito sobre ele na Rússia</i>". Regressou à sua posição quase um ano depois. Quando a emancipação entrou finalmente em vigor em 1861, Alexandre II agradeceu publicamente ao irmão o contributo que tinha feito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjssq_c7FOxsGgcCDxQQWSie6UjlFhQ8GtoexybPK8376frqv-Sc_9Wl0TsLa1wgyQkhnXFRopAAYqjSTR8fgA9WQCLz35_OANr-I_qR-TxuDNxfgzafk3QnZWh9pCLAQLWpn_yAOw2mxQ/s1600/8da5e11a32bd28bc530eaacf2d275d7c--grand-duke-constantine.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1126" data-original-width="736" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjssq_c7FOxsGgcCDxQQWSie6UjlFhQ8GtoexybPK8376frqv-Sc_9Wl0TsLa1wgyQkhnXFRopAAYqjSTR8fgA9WQCLz35_OANr-I_qR-TxuDNxfgzafk3QnZWh9pCLAQLWpn_yAOw2mxQ/s400/8da5e11a32bd28bc530eaacf2d275d7c--grand-duke-constantine.jpg" width="261" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nesse mesmo ano, em 1861, alguns eventos trouxeram mudanças significativas à vida do grão-duque e da sua família. O sector russo da Polónia, repartida por vários países desde o século anterior, estava a passar por distúrbios e tinha sido imposta a lei marcial. O antigo vice-rei, que tinha implorado para ser libertado do seu cargo, tinha acabado por morrer de falha cardíaca. À medida que a agitação aumentava, Alexandre achou que precisava de um vice-rei em quem pudesse confiar realmente e decidiu nomear Constantino. O grão-duque chegou a Varsóvia em inícios de 1862 e foi quase imediatamente alvejado no ombro por um aprendiz de alfaiate. O czar voltou a chamá-lo para casa, para o grão-duque recusou-se a ir e a sua esposa e família decidiram apoiá-lo e ficar com ele. Assim que pôde, Constantino apareceu em público e pediu o fim da violência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZV22gYu1jPvo1qvxfYMXTp9VVjlcpiUHTShfgqDXvHwTXIccUIkmBTDRaxo7xM2SJ6_1OKzqiI0HNxf0VE3r4IbNUavMIiCrIzK7DI-IoF05Mk95Q_4uINZ8SEtAmC-o7sKecar2b3yo/s1600/409229-1377780052.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1082" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZV22gYu1jPvo1qvxfYMXTp9VVjlcpiUHTShfgqDXvHwTXIccUIkmBTDRaxo7xM2SJ6_1OKzqiI0HNxf0VE3r4IbNUavMIiCrIzK7DI-IoF05Mk95Q_4uINZ8SEtAmC-o7sKecar2b3yo/s400/409229-1377780052.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O grão-duque sentia compaixão pelos polacos e, ignorando os conselhos dos generais nomeados pelo irmão, acabou com a lei marcial e deu início a um programa de liberalização. O polaco voltou novamente a ser a língua oficial do país, Constantino nomeou polacos para cargos administrativos e reuniu uma corte de polacos e russos de renome à sua volta. Muitos anos depois, a condessa Marie Kleinmichel, filha do conde von Keller, um dos ministros nomeados por Constantino, ainda recordava aquele período glorioso da sua vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6v6fo58Yz1Nbjc5fxba-ux4w7WZoqD2jXbnsnlZaaiVeVVbRqOAHiCccU2rFhtDN4jsIoj7HKMKhSwLGtmX7AcxUEa0MvMWrQPD6sz01peezIvwWBFJqbR1SmNZIKOssg7Ik22GRhKiI/s1600/tumblr_np1dj5GaTS1rm85fxo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="608" data-original-width="261" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6v6fo58Yz1Nbjc5fxba-ux4w7WZoqD2jXbnsnlZaaiVeVVbRqOAHiCccU2rFhtDN4jsIoj7HKMKhSwLGtmX7AcxUEa0MvMWrQPD6sz01peezIvwWBFJqbR1SmNZIKOssg7Ik22GRhKiI/s400/tumblr_np1dj5GaTS1rm85fxo1_500.jpg" width="171" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ainda criança na altura, Marie era muitas vezes convidada para brincar com os filhos do grão-duque. A sua filha mais velha, Olga, tinha-se tornado numa menina gentil e tímida, que se desfazia em lágrimas muito facilmente. A filha mais nova, Vera, passava longos períodos de tempo na Alemanha com a sua tia, a grã-duquesa Olga Nikolaevna, que não tinha filhos. Com doze anos de idade, Marie era, em idade, mais próxima do filho mais velho, Nicolau, que era já moreno, atraente e, em todos os aspectos, o filho favorito dos pais, ofuscando completamente os seus irmãos mais novos, Constantino, de quatro anos, e Dmitri, que era ainda bebé. Tanto Nicolau como Marie estavam, na altura, obcecados com o livro "A Casa de Gelo", que descrevia as lutas do herói Artemi Volinsky contra o malvado estadista Biron, durante o reinado da czarina Anna Ivanovna, no século XVIII. O jovem sonhava ser Volinsky e imaginava grandes aventuras, nas quais ele é que era o herói. Tinha herdado o idealismo do pai, mas também o seu orgulho e temperamento imprevisível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_kQw9K7iMpDjV2gTUXm0R-oGyZzALNNNQmeU5hEmm7ZhWYxz4rAU4wgAOp83cKzOeEMUh0OM0BFFbtLYojc9pui5toEEEERuMY47fIMw_QWOAK0HVcZlAiCxE_yKON6O_d22Sh9onrLQ/s1600/tumblr_o5bfdqHXnt1rh07xwo1_540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="535" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_kQw9K7iMpDjV2gTUXm0R-oGyZzALNNNQmeU5hEmm7ZhWYxz4rAU4wgAOp83cKzOeEMUh0OM0BFFbtLYojc9pui5toEEEERuMY47fIMw_QWOAK0HVcZlAiCxE_yKON6O_d22Sh9onrLQ/s400/tumblr_o5bfdqHXnt1rh07xwo1_540.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino e Alexandra com o seu filho mais velho, Nicolau.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Julho de 1862, a grã-duquesa Alexandra deu à luz o sexto filho do casal no Palácio de Lazienki em Varsóvia. Para elogiar os polacos, o casal decidiu chamá-lo Vacslav, mas a escolha foi infeliz. Os russos na corte em São Petersburgo insistiam em utilizar a forma russa do nome, Viacheslav, o que causou muitas querelas e situações desagradáveis desnecessariamente. Apesar de tudo, o bebé Vacslav, ou Viacheslav, foi baptizado em grande estilo. O seu tio, o grão-duque Miguel Nikolaevich e a esposa dele, assim como uma das filhas da grã-duquesa Maria Nikolaevna, duquesa de Leuchtenberg, viajaram até Varsóvia com as suas comitivas, e o czar mandou o seu segundo filho, o grão-duque Alexandre Alexandrovich, para segurar o bebé na pia. Com dezassete anos de idade, Alexandre era alto, pesado e desajeitado. Ao contrário do seu irmão mais velho, o czarevich, faltavam-lhe as boas maneiras e era, muitas vezes, tempestuoso nos momento errados, deitava mobílias ao chão e mostrava não se sentir confortável em ocasiões formais. Os seus primos até lhe chamavam "<i>Sasha Patas-de-Urso</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZmKZPXCvo3R1JThd4441Ql86UU4-NlWoLC4SI-26wzBJaIJu5042KjXaw3hfIhCbJaSe1QrNUkRoAf-_Uj2r2sDvrXmwJEflpYy0lSPkXh9Zh9Kl4GkBIE2wBH81F1aQrmDpyH1axOzw/s1600/file-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="402" data-original-width="270" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZmKZPXCvo3R1JThd4441Ql86UU4-NlWoLC4SI-26wzBJaIJu5042KjXaw3hfIhCbJaSe1QrNUkRoAf-_Uj2r2sDvrXmwJEflpYy0lSPkXh9Zh9Kl4GkBIE2wBH81F1aQrmDpyH1axOzw/s400/file-3.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Feodorovna com o seu filho mais novo, Vacslav.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Durante a semana de festividades que assinalou o baptizado, os observadores mais atentos poderiam ter reparado que havia problemas no horizonte. O grão-duque Constantino não era um homem tolerante. Conhecia os filhos do irmão desde que eles tinham nascido e tinha uma relação particularmente próxima com o czarevich Nicolau. Quando o seu sobrinho mais velho começou a mostrar um interesse sério por música, Constantino registou esse facto com muito orgulho no seu diário e assistiu ao seu progresso com muita satisfação. No entanto, nunca tinha conseguido sentir o mesmo nível de afecto por Alexandre e ficou transtornado com o fraco desempenho que o jovem mostrou em Varsóvia. Durante um jantar formal, Alexandre deixou cair um decantador de vinho tinto, o que levou Constantino a comentar: "<i>Vejam só o porco que nos mandaram de São Petersburgo</i>". Alexandre não disse nada, mas lançou um olhar furioso ao tio e nunca lhe perdoaria a humilhação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi7dsNR_6YJBnNCrjBJh73yeyGeUCRVGaKp7g6IZVstQbmYMlYcOMhIrvQdOA8r-FvckiiBtCy_VoxfEFqBbcK51pBCHOQvhiITkjKaMz5ktLFy8Wx4Oyej6wHjd5wGP7otCgDJaafX64/s1600/54.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="391" data-original-width="259" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgi7dsNR_6YJBnNCrjBJh73yeyGeUCRVGaKp7g6IZVstQbmYMlYcOMhIrvQdOA8r-FvckiiBtCy_VoxfEFqBbcK51pBCHOQvhiITkjKaMz5ktLFy8Wx4Oyej6wHjd5wGP7otCgDJaafX64/s400/54.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich (futuro czar Alexandre III) com a sua prima, a princesa Eugénia de Leuchtenberg.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-65487655354869992322017-07-04T18:00:00.000+01:002017-07-04T18:00:27.734+01:00Um Czar em Guerra - A Guerra Russo-Turca de 1877-78<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfgsNqQCWeSKvkn36sXqYYdijY9C2FycmcG55B_-OL4afdJZnE7YEdL0u1G04s3i8MwjnCYVxNgxQ18p5K-BcveTLZjQq_8Ai2SeippD4cnHIJpWUVA3jwIb_8fjlyJzjmFano8pVScTg/s1600/6a92c7797961084b6fb69f3a5863eb08.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfgsNqQCWeSKvkn36sXqYYdijY9C2FycmcG55B_-OL4afdJZnE7YEdL0u1G04s3i8MwjnCYVxNgxQ18p5K-BcveTLZjQq_8Ai2SeippD4cnHIJpWUVA3jwIb_8fjlyJzjmFano8pVScTg/s400/6a92c7797961084b6fb69f3a5863eb08.jpg" width="292" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 23 de Dezembro de 1877, Alexandre II entrou triunfalmente em São Petersburgo. Após vários meses de derrotas e desilusões, os seus exércitos conseguiram derrotar os turcos na Bulgária e na Arménia e pareciam estar mais perto do que nunca de conseguir cumprir o sonho de dar liberdade a todos os povos cristãos dos Balcãs e, talvez até o sonho ainda mais antigo de expandir a influência russa até Constantinopla. A família imperial e os oficiais mais importantes da corte e do governo deram-lhe as boas vindas na praça ao largo da Estação de Nicolau e as ruas estavam cheias com milhares de pessoas que o aplaudiam e se juntavam às comemorações. Chamavam-lhe "Duas Vezes Libertador", primeiro dos servos e, agora, dos Balcãs, e, em alguns momentos, a sua carruagem quase não conseguia avançar devido ao entusiasmo da multidão. Poucos dos que estavam presentes conseguiram chegar perto o suficiente para ver o efeito que a guerra tinha tido no "Czar Libertador", mas uma testemunha reparou com horror que "<i>os seus músculos estavam relaxados, os seus olhos apáticos, a sua figura desleixada, todo o seu corpo tão magro que parecia não ter carne nos ossos. Tinham bastado alguns meses para ele envelhecer completamente</i>". Assim que as comemorações oficiais terminaram, Alexandre escondeu-se no único lugar no mundo onde se sentia à vontade: a cada no Cais Inglês que tinha alugado em 1874 para a sua amante Catarina.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwTgM6Q8_ljvGxKLSRDhyphenhyphenWvThvdbT-6nHl8Q-8FpULWWVZDDuulji_1HIMGvQpf6shs7jonYxFigv4MgCith-ftQHtiIvwc8hyphenhyphen0VeDPyPb6Xp7bumLtGZEkQddFsbDUOqCUxFjkwdwbNY/s1600/original.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwTgM6Q8_ljvGxKLSRDhyphenhyphenWvThvdbT-6nHl8Q-8FpULWWVZDDuulji_1HIMGvQpf6shs7jonYxFigv4MgCith-ftQHtiIvwc8hyphenhyphen0VeDPyPb6Xp7bumLtGZEkQddFsbDUOqCUxFjkwdwbNY/s400/original.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II (sentado) com o príncipe Suvorov, o príncipe Carlos da Roménia e o grão-duque Nicolau Nikolaevich na vila de Pordim na Bulgária em 1877</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tinham passado três anos desde que a repressão exercida pelos turcos sobre os Balcãs tinha começado a alarmar os governos europeus. Um motim em Nevesinye, perto de Mostar, na Herzogovina, foi reprimido com grande crueldade. A instabilidade começava também a espalhar-se pela Sérvia e pela Bulgária, e as histórias sobre as atrocidades cometidas pelos turcos multiplicavam-se. Era difícil ignorar o que estava a acontecer, mas as grandes potências tinham os seus próprios planos contraditórios para os Balcãs e não parecia provável que fossem agir em conjunto. A Áustria queria aumentar o seu próprio império, ao mesmo tempo que a Grã-Bretanha queria proteger o seu status quo e evitar o risco de aumentar a influência russa na região. Já há vários anos que os pan-eslavistas russos tentavam fortalecer os laços dos Balcãs com a Igreja Ortodoxa e alguns intelectuais russos defendiam que deveria haver uma guerra de libertação na região.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBnWBFNypgtidbOUa1yPaxdtntMqeVVpeMMUFmLHulcsBaj-gk0epwJnZu-6cnPF2ebUppiBtSImC472dTQ1tlJv3Ct8NONAPLZLRFd4XrRqOT7LKhYYD11rPBvEXpBP3COralU68XVng/s1600/%25D0%259F%25D0%25B8%25D0%25BE%25D1%2582%25D1%2580%25D0%25BE%25D0%25B2%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B8%25D0%25B9._%25D0%25B1%25D0%25B0%25D1%2582%25D0%25B0%25D0%25BA%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B0%25D1%258F_%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B7%25D0%25BD%25D1%258F._1889_%25D0%25B3%25D0%25BE%25D0%25B4.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBnWBFNypgtidbOUa1yPaxdtntMqeVVpeMMUFmLHulcsBaj-gk0epwJnZu-6cnPF2ebUppiBtSImC472dTQ1tlJv3Ct8NONAPLZLRFd4XrRqOT7LKhYYD11rPBvEXpBP3COralU68XVng/s400/%25D0%259F%25D0%25B8%25D0%25BE%25D1%2582%25D1%2580%25D0%25BE%25D0%25B2%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B8%25D0%25B9._%25D0%25B1%25D0%25B0%25D1%2582%25D0%25B0%25D0%25BA%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25B0%25D1%258F_%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B7%25D0%25BD%25D1%258F._1889_%25D0%25B3%25D0%25BE%25D0%25B4.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quadro a representar o Massacre de Batak, na Bulgária, um dos acontecimentos que levaria mais tarde ao rebentar da Guerra Russo-Turca de 1877-78</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Janeiro de 1876, as grandes potências enviaram um protesto oficial à Turquia, que não teve qualquer efeito. Milhares de voluntários russos viajaram para sul e surgiu até o falso rumor de que um dos filhos do czar, o grão-duque Vladimir Alexandrovich, tinha oferecido os seus serviços ao príncipe da Sérvia. À medida que a crise se aprofundava e o movimento a favor da guerra ganhava expressão na Rússia, Alexandre II viajou por toda a Europa para defender a paz. Falou com o seu tio, o kaiser Guilherme I da Alemanha e com Bismark, o chanceler da Alemanha, e apelou também à ajuda da rainha Vitória através da sua filha Alice, que contou à mãe que o czar falou na necessidade de preservar a paz com lágrimas dos olhos. Depois, Alexandre tentou convocar uma conferência europeia. Em Julho, os turcos massacraram os habitantes de Batak, na Belgária, depois de estes terem prometido livre passagem em troca da sua rendição. A luta intensificou-se e Alexandre foi para casa.</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHB83-7yNWkPaFmXs1Q64AkwfHmL1d5GgBSc-8Go2uenyMuehpW_Tbl7CA-zvF3wfc-rueIL7iTDu4U4TTjS0of4_LEOC0ChJkBbptJP2gmCC3chZDwYAJyu7qhORiX_-yzLi23VK4-yI/s1600/_DSC9269-16.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="748" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHB83-7yNWkPaFmXs1Q64AkwfHmL1d5GgBSc-8Go2uenyMuehpW_Tbl7CA-zvF3wfc-rueIL7iTDu4U4TTjS0of4_LEOC0ChJkBbptJP2gmCC3chZDwYAJyu7qhORiX_-yzLi23VK4-yI/s400/_DSC9269-16.jpg" width="298" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O czar não estava com vontade de entrar em guerra. Tinha testemunhado os danos que o conflito na Crimeia tinha causado no seu país e sabia que a Rússia não estava em condições de enfrentar outra guerra. As reformas que ele tinha tentado levar a cabo nas forças armadas ainda não tinham tido tempo de surtir efeito, mas dentro do país, a vontade de ir para a guerra era tal que ninguém queria dar ouvidos ao czar. Apesar de tal estar banido oficialmente, realizam-se apelos e recrutamentos para a guerra nos Balcãs por todo o império e até a própria família do czar estava profundamente empenhada na causa. Quando chegou a casa, Alexandre encontrou Maria Alexandrovna a financiar e equipar comboios hospitalares, incentivada pelo seu confessor, o padre Bajanov. A czarina estava firme no seu entusiasmo pela guerra e, após vários anos a trabalharem juntos, Alexandre e a sua esposa viram-se em lados opostos. Os seus irmãos e filhos também estavam ansiosos por se juntarem à luta e o czarevich Alexandre estava a dar permissão aos soldados do seu regimento para se juntarem para a guerra nos Balcãs. Os governos europeus não acreditavam que o governante autocrático de todas as Rússias tivesse tão pouco controlo e duvidavam da sinceridade dele. O stress desta época fez com que o asma de que Alexandre sofrera toda a vida piorasse e sentia-se magoado com os ataques de que era alvo na imprensa internacional. Colocou toda a sua esperança numa conferência de paz que estava planeada para Dezembro, mas Lord Beaconsfield, o primeiro-ministro britânico, piorou a atmosfera com um discurso sobre a inviolabilidade das possessões turcas que causou grande indignação na Rússia. Havia o perigo muito real de que, caso Alexandre não levasse o seu país para a guerra, o país iria para guerra sem ele, por isso, mesmo perante as acusações de duplicidade vindas do estrangeiro, Alexandre ordenou uma mobilização parcial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzZCyvGhfe7yEADYi0ofFC70NfLB8jZbp6eBtFxStZtz4rM_XNX-RrrCu3WkLWGEhQtynDW6EJxkrF9WZXMhB9jpQlk9LYF7D35gF_2F3R9l_jro9eNVtTEfeiPAfbtx4D2OUtPaVQ2P4/s1600/x_fb48ba69.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="456" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzZCyvGhfe7yEADYi0ofFC70NfLB8jZbp6eBtFxStZtz4rM_XNX-RrrCu3WkLWGEhQtynDW6EJxkrF9WZXMhB9jpQlk9LYF7D35gF_2F3R9l_jro9eNVtTEfeiPAfbtx4D2OUtPaVQ2P4/s400/x_fb48ba69.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Março de 1877, as Grandes Potências ordenaram que a Turquia reduzisse a força dos seus exércitos e que prometesse reformas. A Turquia recusou. Alexandre partiu do Palácio de Inverno e caminhou sozinho até à Catedral de Kazan para rezar. A sua decisão estava tomada: a 12 de Abril, a Rússia declarou guerra à Turquia e, entre cenas de júbilo generalizado, as tropas receberam ordens para marchar para sul. Alexandre seguiu com elas, apesar de ter entregue o comando supremo dos exércitos ao seu irmão, o grão-duque Nicolau Nikolaevich. O seu irmão mais novo, o grão-duque Miguel Nikolaevich, que comandava o exército do Cáucaso, iria abrir uma segunda frente de combate a ocidente do Mar Negro. Houve apenas uma pessoa que apoiou o czar sem rodeios: Alexandre escreveu a Catarina "<i>compreendes melhor do que ninguém aquilo que sinto no começo de uma guerra que queria e esperava tanto evitar (...) É um pesadelo</i>". O discurso que fez ao exército foi igualmente fatalista e honesto: "<i>lamento profundamente ter de vos enviar nesta missão. Como devem saber, tentei continuamente evitá-la até a última réstia de esperança ter desaparecido. Agora, só posso desejar-vos sucesso</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipp8G71QbwGZYRC3vA6S1WWLXx-kwr8wa5yNLjZHtWdYNOuvlHtK-R-Yv4Tpx-FpLeog8UpBkqEpacsGPPDgriHuuACvTEnZl81DLM4TmTivs3Bp9MYuasbRmERWTr3-i5J8StHeGsY2M/s1600/179c78c2125c5c47802aae66a90fa099.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="405" data-original-width="240" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipp8G71QbwGZYRC3vA6S1WWLXx-kwr8wa5yNLjZHtWdYNOuvlHtK-R-Yv4Tpx-FpLeog8UpBkqEpacsGPPDgriHuuACvTEnZl81DLM4TmTivs3Bp9MYuasbRmERWTr3-i5J8StHeGsY2M/s400/179c78c2125c5c47802aae66a90fa099.jpg" width="236" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As chuvas fortes impediram a marcha do exército pelos planaltos da Valáquia e aumentaram de tal forma o caudal do rio Danúbio, a fronteira entre a Roménia e a Bulgária, que foi impossível passá-lo durante várias semanas. Alexandre viajou para sul com os seus filhos, Alexandre, Vladimir e Sérgio. O seu quarto filho, Alexei, estava a comandar uma companhia naval no Danúbio e os seus sobrinhos Nicolau Nikolaevich Júnior, que se tornaria comandante supremo dos exércitos russos em 1914, e Sérgio de Leuchtenberg também estavam a combater no exército russo. Outro sobrinho, o príncipe Alexandre de Battenberg, tinha recebido permissão especial para deixar o seu regimento em Berlim e juntar-se ao pessoal do czar. Recebeu a Cruz de Vladimir pelo papel que desempenhou na passagem do rio Danúbio, que foi conseguida a 27 de Junho com grande custo. A czarina tinha oferecido cinco comboios-hospital luxuosos com 600 camas, mas, nos primeiros dias da guerra, registaram-se milhares de mortes e feridos todos os dias que tinham se ser retirados do campo de batalha em carrinhos de mão, nas carroças das armas ou em carros de bois.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8aStZNKuBzs697AsrDJxiSNauBb8CMQYdeoWV5cBDc9TKivDXFhwSV-wwVBQUAzKwQjhAsL2644lmy4okLNAxHAdoO4cyFdKhFnDATzWq7U0nWVEDzaOWLbxvEobzGXaYXmduW6JN9sk/s1600/0140_%25D0%25A1%25D0%25B0%25D0%25BD%25D0%25B8%25D1%2582%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25BD%25D1%258B%25D0%25B9_%25D0%25BE%25D0%25B1%25D0%25BE%25D0%25B7_%25D0%25B4%25D0%25BB%25D1%258F_%25D0%25BF%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25BE%25D0%25B7%25D0%25BA%25D0%25B8_%25D1%2580%25D0%25B0%25D0%25BD%25D0%25B5%25D0%25BD%25D1%258B%25D1%2585_%25D1%2580%25D1%2583%25D1%2581%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25B9_%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25BC%25D0%25B8%25D0%25B8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1241" data-original-width="1600" height="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8aStZNKuBzs697AsrDJxiSNauBb8CMQYdeoWV5cBDc9TKivDXFhwSV-wwVBQUAzKwQjhAsL2644lmy4okLNAxHAdoO4cyFdKhFnDATzWq7U0nWVEDzaOWLbxvEobzGXaYXmduW6JN9sk/s400/0140_%25D0%25A1%25D0%25B0%25D0%25BD%25D0%25B8%25D1%2582%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25BD%25D1%258B%25D0%25B9_%25D0%25BE%25D0%25B1%25D0%25BE%25D0%25B7_%25D0%25B4%25D0%25BB%25D1%258F_%25D0%25BF%25D0%25B5%25D1%2580%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25BE%25D0%25B7%25D0%25BA%25D0%25B8_%25D1%2580%25D0%25B0%25D0%25BD%25D0%25B5%25D0%25BD%25D1%258B%25D1%2585_%25D1%2580%25D1%2583%25D1%2581%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25B9_%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25BC%25D0%25B8%25D0%25B8.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Caravanas de transporte de feridos russos durante a Guerra Russo-Turca</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre escolheu como quartel-general a cidade de Sysov, na Bulgária, ao mesmo tempo que os engenheiros russos se apressavam por construir pontes permanentes ao longo do rio. O czarevich recebeu o comando do XII e XIII Corpos do exército, com ordens para aguentar uma linha de oitenta quilómetros ao longo do rio Lom, para proteger o flanco esquerdo do exército e ameaçar as forças turcas em Rustchuk, Shumla, Varna e Silistra. O futuro czar Alexandre III não era nenhum génio militar, mas segurou a sua posição com grande coragem contra um exército muito mais forte e ganhou um horror à guerra que iria durar o resto da sua vida. Todos os dias, escrevia cartas à sua esposa, Maria Feodorovna, que estava ocupada com trabalho caritativo em São Petersburgo para ajudar as famílias dos soldados feridos. Chegou mesmo a correr o rumor na cidade que a futura czarina se disfarçou de enfermeira para ir visitar o marido à frente de batalha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqUuOtc9uP6K10O0lyBOiOLCdq1Ffowr6bjVMW1H5GuHi0PjOnbJyqp4nTywsQbUmmypgqOPolhgceRtY7jyFSGXcpUu-4pVYbtpB4z1lEHIehdV_IOBDLIxSId6dEwJF_Jkmd9Tm9pJo/s1600/2520670880101857556S600x600Q85.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="331" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqUuOtc9uP6K10O0lyBOiOLCdq1Ffowr6bjVMW1H5GuHi0PjOnbJyqp4nTywsQbUmmypgqOPolhgceRtY7jyFSGXcpUu-4pVYbtpB4z1lEHIehdV_IOBDLIxSId6dEwJF_Jkmd9Tm9pJo/s400/2520670880101857556S600x600Q85.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O futuro czar Alexandre III e a sua esposa Maria Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O czar também escrevia cartas todos os dias, mas não para a esposa. A czarina Maria Alexandrovna apoiava a guerra de tal forma que Alexandre sentia que não podia ser sincero com ela e guardava apenas para a sua amante Catarina os seus verdadeiros sentimentos sobre o que estava a acontecer e a sua ansiedade perante a atitude demonstrada pelas potências estrangeiras, principalmente por parte da Grã-Bretanha. Sentia-se humilhado por a sua saúde não lhe permitir lutar e trabalhava durante várias horas por dia, gastas principalmente em visitas aos hospitais de campanha para ver os soldados feridos. Sofria de insónimas e a sua asma piorou. O Dr. Botkin pediu-lhe que regressasse para norte, mas ele recusou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYisnXJiKrvlvgz-fV1H_IyjoGH5VTyh82ccrhSIWvH_VcOgHu9cbSDbZCNO06DSFlP4eMdHlZMMYdXstE9DnVzxb9wJn0gtVsf1bEqWmVFfMaydEgC7Rls1auRZUOpBtRolhXhWJqL-g/s1600/78b10a49761a8f5526c7eaafed44e7a6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="298" data-original-width="236" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYisnXJiKrvlvgz-fV1H_IyjoGH5VTyh82ccrhSIWvH_VcOgHu9cbSDbZCNO06DSFlP4eMdHlZMMYdXstE9DnVzxb9wJn0gtVsf1bEqWmVFfMaydEgC7Rls1auRZUOpBtRolhXhWJqL-g/s400/78b10a49761a8f5526c7eaafed44e7a6.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Inicialmente, o exército teve êxito, capturando as cidades de Tyvorno e Plevna, no entanto, a pressão da guerra não demorou a revelar fraquezas graves no alto comando. Depois de ter consigo atravessar para a Bulgária de forma épica através da passagem de Khainkioy e de ter conquistado Shipka com sucesso, a divisão do general Hourko foi obrigada a bater em retirada porque ninguém lhes enviou reforços. Tyvorno tinha grande importância simbólica, uma vez que era a antiga capital da Bulgária, mas os comandantes russos não conseguiram compreender a importância estratégica de Plevna, que ficava num cruzamento vital. Deixada sem uma defesa eficaz, a cidade voltou a cair em mãos turcas pouco tempo depois, e, após uma série de reviravoltas, Alexandre teve de mudar o seu quartel-general para Gorny Studen, a oeste de Tyvorno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiQdwXN1k4eoyzxeaEYKiYcS2VCls-uZIvuUS745EfYpEkn6e5KFgQVzsBB4W2BJZ4I_vUOjS6DGmO4EPh7ULOiqgVIFiDGPu6qYIPl23WVVY4Nz-mrcRWP5QPFiOW8S6ACWtB9bd6E6A/s1600/Russian_troops_marching_past_the_Emperor_Alexander_II_and_the_Grand_Duke_Nicholas_at_Ploesti.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1123" data-original-width="1600" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiQdwXN1k4eoyzxeaEYKiYcS2VCls-uZIvuUS745EfYpEkn6e5KFgQVzsBB4W2BJZ4I_vUOjS6DGmO4EPh7ULOiqgVIFiDGPu6qYIPl23WVVY4Nz-mrcRWP5QPFiOW8S6ACWtB9bd6E6A/s400/Russian_troops_marching_past_the_Emperor_Alexander_II_and_the_Grand_Duke_Nicholas_at_Ploesti.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tropas russas a marchar perante o czar Alexandre II e o grão-duque Nicolau Nikolaevich em Ploesti, 30 de Junho de 1877</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No calor insuportável do verão, com mantimentos inadequados e, muitas vezes, inexistentes, Alexandre continuou a trabalhar sem parar. Um velho opositor das suas políticas, o príncipe Cherkassky, visitou Gorny Studen em Julho na categoria de comandante da Cruz Vermelha Russa, que tinha sido criada recentemente pela czarina Maria Alexandrovna, e ficou preocupado com a incompetência do pessoal, mas deixou muitos elogios a Alexandre: "<i>neste vortéx</i>", escreveu ele, "<i>não posso deixar de admirar o imperador, que mantém a calma, apesar da sua agonia mental profunda. É a única pessoa por aqui que parece capaz de avaliar o que está mesmo a acontecer. Quando o vemos, cansado e doente como está, a visitar hospitais, a querer saber sobre os interesses e as necessidades dos homens, a comportar-se com a dignidade de um soberano e a compaixão de um amigo (...) é impossível não o amar como um homem.</i>"</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnm6eOusE_ihIDUOQ40FDcdzxKyk-IwZk4d1moY4tz33vxmNZHUxPQ7z0k32u9OAXFO8qmB-3oAONtV4WqLcIy5wSHjZnj1un6S2q2LJVkGzDnBmc6hy1XgecM4lr_ENZ9jUqYZB4kSP8/s1600/0050_%25D0%2592%25D1%2580%25D0%25B0%25D1%2587%25D0%25B8_%25D0%25B8_%25D0%25BC%25D0%25B5%25D0%25B4%25D1%2581%25D0%25B5%25D1%2581%25D1%2582%25D1%2580%25D1%258B_%25D0%25BF%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D0%25BB%25D0%25B0%25D0%25B7%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2582%25D0%25B0_%25D1%2580%25D1%2583%25D1%2581%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D0%259A%25D1%2580%25D0%25B0%25D1%2581%25D0%25BD%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D0%25BA%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2581%25D1%2582%25D0%25B0%252C_%25D0%25BD%25D0%25BE%25D1%258F%25D0%25B1%25D1%2580%25D1%258C_1877.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1004" data-original-width="1600" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnm6eOusE_ihIDUOQ40FDcdzxKyk-IwZk4d1moY4tz33vxmNZHUxPQ7z0k32u9OAXFO8qmB-3oAONtV4WqLcIy5wSHjZnj1un6S2q2LJVkGzDnBmc6hy1XgecM4lr_ENZ9jUqYZB4kSP8/s400/0050_%25D0%2592%25D1%2580%25D0%25B0%25D1%2587%25D0%25B8_%25D0%25B8_%25D0%25BC%25D0%25B5%25D0%25B4%25D1%2581%25D0%25B5%25D1%2581%25D1%2582%25D1%2580%25D1%258B_%25D0%25BF%25D0%25BE%25D0%25BB%25D0%25B5%25D0%25B2%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D0%25BB%25D0%25B0%25D0%25B7%25D0%25B0%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2582%25D0%25B0_%25D1%2580%25D1%2583%25D1%2581%25D1%2581%25D0%25BA%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D0%259A%25D1%2580%25D0%25B0%25D1%2581%25D0%25BD%25D0%25BE%25D0%25B3%25D0%25BE_%25D0%25BA%25D1%2580%25D0%25B5%25D1%2581%25D1%2582%25D0%25B0%252C_%25D0%25BD%25D0%25BE%25D1%258F%25D0%25B1%25D1%2580%25D1%258C_1877.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Médicos e enfermeiros da Cruz Vermelha Russa num hospital de campo durante a Guerra Russo-Turca</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Apercebendo-se tarde demais de que precisavam de Plevna, os russos tentaram voltar a conquistar a cidade, mas o primeiro assalto, realizado a 20 de Julho, resultou em milhares de vítimas. Os atacantes estavam em menor número numa proporção de 3 para 1 e, se os turcos tivessem continuado a sua retirada atá ao fim, as esperanças da Rússia poderiam ter acabado nesse mesmo dia. Dez dias depois, tentaram um segundo assalto que também falhou. Gorny Studen já não estava a salvo e o quartel-general de Alexandre teve de ser deslocado novamente. Os seus filhos pediram-lhe em vão que deixasse a Bulgária. A leste, o exército do grão-duque Miguel Nikolaevich foi dizimado pelos turcos em Kizil Tépé: era quase impossível que a moral esteve mais baixa e Alexandre foi obrigado a pedir ajuda ao príncipe Carlos da Roménia, que contribuiu com um exército de 50.000 homens e 180 armas. O czar também voltou a chamar o general Totleben, que tinha ganho fama graças à defesa de Sevastopol durante a Guerra da Crimeia. Em inícios de Setembro, foi levado a cabo um terceiro assalto a Plevna que também falhou e resultou na morte de 25.000 pessoas. Os romenos lutaram com grande bravura e firmeza, o que conquistou a admiração de todos, mas um oficial inglês deixou uma descrição do estado caótico em que se encontrava o exército russo: "<i>a negligência e falta de organização (para os feridos) é assombrosa. Um dia, em Plevna, três mil soldados russos, feridos na cabeça, braços e peito, tiveram de marchar vinte milhas para a retaguarda, uma vez que só havia carros de bois para aqueles que não se aguentavam de pé!</i>". "<i>Deus nos ajude a acabar com esta guerra</i>", escreveu Alexandre à sua amante Catarina, "<i>desonra a Rússia e a Cristandade. É esta a angústia do meu coração e ninguém a compreende melhor do que tu, meu tesouro e minha vida</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRfrtKfqI9UztYRJQI7RMiE03_byZCagMKbH9EKMQxuR8qc-3skPPni09eOTGLP_dbwZMzziF44vMx6Ato01r4-N8usUgfTIoMre8t8fKnLbKoyQzd31tmqVgG-0exW3j5yVPLetw9IkY/s1600/dmitriev_orenburgsky_nikolai_9_capture_grivitskogo_redoubt_at_plevna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="517" data-original-width="900" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRfrtKfqI9UztYRJQI7RMiE03_byZCagMKbH9EKMQxuR8qc-3skPPni09eOTGLP_dbwZMzziF44vMx6Ato01r4-N8usUgfTIoMre8t8fKnLbKoyQzd31tmqVgG-0exW3j5yVPLetw9IkY/s400/dmitriev_orenburgsky_nikolai_9_capture_grivitskogo_redoubt_at_plevna.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A batalha em Plevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na Rússia, a moral também estava em baixo. As pessoas tinham imaginado uma guerra vitoriosa rápida, com muito brilho e glória e não estavam preparadas para o que estava a acontecer. Os grão-duques eram criticados, o czar foi acusado de cobardia por não participar nas batalhas e de negligência por não regressar a São Petersburgo - alguém tinha de arcar com as culpas de toda a miséria. Houve quem defendesse a criação de uma Assembleia Nacional e a actividade revolucionária era abundante. A 13 de Setembro, realizou-se um concílio de guerra no quartel-general. Temendo que, com a chegada do inverno, houve uma falha geral na entrega de mantimentos, o grão-duque Nicolau Nikolaevich era da opinião de que o exército devia bater em retirada pelo Danúbio até chegar à segurança da Roménia e os seus comandantes concordaram. Apenas Milutin, o ministro da guerra, se manifestou contra a ideia, afirmando que a Rússia não se podia dar ao luxo de abandonar uma posição que já tinha custado a vida a 60.000 pessoas: Plevna comandava a estrada para sul, por isso era necessário conquistar Plevna. Rompeu uma violenta discussão até que o czar se levantou. "<i>Não haverá retirada, cavalheiros</i>", afirmou e, depois, saiu da sala na companhia de Milutin e Totleben.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZIy4hXCgcCb9cw1pZnPM8SlspHOszVGWNdJ_Q6Y1Js-MYfY0TsVCpHlXSkaESSgp0EV0pSq1WZuKicfZ8ENSieLb5fhlFYA_jsECu74eAMB6T_g5UkZttM4f6PoKGqfF0jbz4mUc8dm0/s1600/453802-1397553627.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1173" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZIy4hXCgcCb9cw1pZnPM8SlspHOszVGWNdJ_Q6Y1Js-MYfY0TsVCpHlXSkaESSgp0EV0pSq1WZuKicfZ8ENSieLb5fhlFYA_jsECu74eAMB6T_g5UkZttM4f6PoKGqfF0jbz4mUc8dm0/s400/453802-1397553627.jpg" width="292" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grão-duque Nicolau Nikolaevich Sr.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre tinha assumido o controlo e os efeitos da sua decisão foram abrangentes. Totleben passou a comandar o cerco de Plevna e recusou-se a desperdiçar mais vidas num ataque frontal, decidindo, em vez disso, concentrar-se em cortar todas as vidas de fornecimento de mantimentos à cidade. Quando chegou o inverno, o Dr. Botkin voltou a pedir para Alexandre regressar a casa, uma vez que a sua asma, insónias e o stress da campanha tinham piorado consideravelmente. Alexandre contou a Catarina que "<i>todas estas visões fazem sangrar o meu coração e é difícil para mim aguentar as lágrimas</i>". No entanto, estava determinado a ficar até que Plevna caísse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg3-mzAgej5qkueOHmaFuRrf2jkTxzysGRFMlRGUqVFkntwJu30TpNxlot1GUn0n0t931OEeS9WK53jfArB6t9VEzCnXyc7qJt4UPiPjIHpBr_YyYEPGwo8htNDA_G5-MWE8vE2zyEwLk/s1600/502037-1421056613.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1217" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg3-mzAgej5qkueOHmaFuRrf2jkTxzysGRFMlRGUqVFkntwJu30TpNxlot1GUn0n0t931OEeS9WK53jfArB6t9VEzCnXyc7qJt4UPiPjIHpBr_YyYEPGwo8htNDA_G5-MWE8vE2zyEwLk/s400/502037-1421056613.jpg" width="303" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> A 24 de Outubro, o seu sobrinho, o príncipe Sérgio de Leuchtenberg, morreu em combate. Sérgio pertencia ao XII Corpo do czarevich, que tinha recebido ordens para avançar na direcção de Basarbowa e Iovan-Tschiflik depois de pequenos grupos de combate terem conseguido fazer os turcos recuar nessa região. Em Basarbowa, os combates intensificaram-se: Sérgio estava a liderar um grupo de reconhecimento quando uma bala turca o atingiu na têmpora e o matou. Tinha vinte-e-seis anos de idade. Longe, em Berlim, a princesa-herdeira da Prússia lamentou a sua morte, apesar de acrescentar que o príncipe "<i>era o mais rebelde que se pode imaginar</i>". No entanto, quem o conhecia melhor tinha uma opinião mais gentil. Sérgio era um jovem culto e inteligente que tinha passado grandes períodos de tempo a viver na Itália. Doze anos antes, em Florença, tinha sido ele o maior conforto que o seu primo, o czarevich Nicolau, tinha tido quando estava a morrer, uma vez que Sérgio o confortava com descrições das maravilhas da cidade que conhecia tão bem. Uma amiga dele, a princesa Kurakin, tinha-se encontrado com ele na casa da irmã antes de ele partir para a frente de combate: "era um europeu ocidental de gema" recordou ela, "<i>um artista, elegante e inteligente. Adorava a Itália, a casa das artes, a ciência e a cultura, mas disse-me que não tinha qualquer compaixão pelos búlgaros, sérvios e outros eslavos</i>". A guerra tinha matado um dos seus poucos opositores.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHeVfxfIxqvzaTiwCrsRw1_XOKx_of4UogKBJ6PP-6A4o11faw8DGvNWZh5CdqR5PlQ0Whio829aNgRpwFII6f3aBgViRC6ssMNrEmi97C2ygRWfO_U5U3QurNGV0AFV0xzbDCV4t1Yus/s1600/512459-1422974929.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1136" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHeVfxfIxqvzaTiwCrsRw1_XOKx_of4UogKBJ6PP-6A4o11faw8DGvNWZh5CdqR5PlQ0Whio829aNgRpwFII6f3aBgViRC6ssMNrEmi97C2ygRWfO_U5U3QurNGV0AFV0xzbDCV4t1Yus/s400/512459-1422974929.jpg" width="283" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O príncipe Sérgio de Leuchtenberg, filho da grã-duquesa Maria Nikolaevna e sobrinho do czar Alexandre II.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A primeira oportunidade surgiu a leste em Novembro, quando o general Loris Melikov, o chefe do pessoal do grão-duque Miguel Nikolaevich, conquistou a cidade de Kars. Plevna caiu a 10 de Dezembro, após algumas horas de combate, quando os turcos tentaram quebrar as linhas russas uma última vez. Alexandre esteve presente numa missa de acção de graças na cidade capturada antes de regressar a São Petersburgo, tal como tinha prometido. Chegou ás 10 da manhã do dia 23 de Dezembro e foi recebido por multidões em júbilo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois da conquista de Plevna, a resistência turca esmoreceu. Ao mesmo tempo que Alexandre entrava em São Petersburgo, a divisão do general Hourko repetia a sua travessia dos Balcãs. Desta vez, conquistou Shipka e avançou na direcção de Sofia. Algumas semanas depois, o general Skobelev, cunhado do príncipe Eugénio de Leuchtenberg, irmão mais velho de Sérgio, conquistou Adrianpole sem disparar um único tiro e, em Fevereiro, foram assinadas as tréguas e começaram as negociações para um tratado de paz. O Tratado de San Stefano criou uma grande Bulgária autónoma - na verdade, autónoma só em nome, uma vez que, na verdade, se encontrava sob controlo russo - e deu a independência à Roménia, Sérvia e Montenegro, assim como o pagamento de indemnizações e território à Rússia. No entanto, as clausulas do tratado eram pouco generosas para o príncipe da Roménia, cujo exército tinha dado um apoio essencial quando a Rússia estava no seu ponto mais baixo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAdyPj2TFfG7i0rbgDXz-G3Sphfw1uBq_WSSwFvbQuSXVnUgYojMO_QSj0jVkP2jEX4gUfKDpIa4ohh0N0-oM88SYmWD66Ghsu6M7krPKCQn1yyn9ZJYHQcdytYQUwtvAo8VLikpIwlNk/s1600/unknown-artist-signing-the-russo-turkish-peace-treaty-in-san-stefano-b9r7a3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="464" data-original-width="640" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAdyPj2TFfG7i0rbgDXz-G3Sphfw1uBq_WSSwFvbQuSXVnUgYojMO_QSj0jVkP2jEX4gUfKDpIa4ohh0N0-oM88SYmWD66Ghsu6M7krPKCQn1yyn9ZJYHQcdytYQUwtvAo8VLikpIwlNk/s400/unknown-artist-signing-the-russo-turkish-peace-treaty-in-san-stefano-b9r7a3.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Negociações do Tratado de San Stefano</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As Grandes Potências ficaram alarmadas e decidiram que a Rússia não devia beneficiar tanto. Os países dos Balcãs também ficaram alarmados, uma vez que agora o caminho estava aberto para a cidade de Constantinopla. Alexandre considerou a hipótese de ordenar a conquista da cidade, mas depois esmoreceu. As suas tropas estavam a sofrer de tifo e já não havia dinheiro para pagar uma guerra prolongada. Os britânicos enviaram uma força naval para o Mar Negro para o desencorajar ainda mais. A princesa Maria de Battenberg descreveu a ansiedade que sentiu nas semanas que se seguiram, uma vez que o seu irmão Alexandre fazia parte do exército de Alexandre e um outro irmão, Luís, pertencia à Marinha Britânica e estava a bordo de um dos navios que tinha sido enviado para o Mar Negro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAfFeEQYycIF4sgNYvdBEThO3LjSOdpDMmdE6TtTDvwIbZ3s3WW_qaYP3-EHxmG32b7mPFPC_hUvYj4gPICXWNytckdJXLJbwMT2Smc29AobDjE9rh5sMuw8dJdWh9tHsDBCqUCda1Ms0/s1600/295354-1340801234.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1140" data-original-width="1500" height="303" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAfFeEQYycIF4sgNYvdBEThO3LjSOdpDMmdE6TtTDvwIbZ3s3WW_qaYP3-EHxmG32b7mPFPC_hUvYj4gPICXWNytckdJXLJbwMT2Smc29AobDjE9rh5sMuw8dJdWh9tHsDBCqUCda1Ms0/s400/295354-1340801234.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As famílias reais de Battenberg e Hesse-Darmstadt em Osborn, Inglaterra. A princesa Maria de Battenberg encontra-se de pé, no extremo esquerdo da fotografia, ao lado do seu irmão, o príncipe Alexandre de Battenberg, depois príncipe da Bulgária. Na fotografia também se encontram os seus pais Alexandre e Júlia, os restantes irmãos (Henrique e Luís) e as suas respectivas famílias, incluindo a princesa Beatriz do Reino Unido, as princesas Irena, Alix e Vitória de Hesse-Darmstadt, o príncipe Ernesto Luís de Hesse-Darmstadt e o grão-duque Luís IV de Hesse-Darmstadt.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O czar não teve outra escolha senão voltar atrás, mas o seu país nunca conseguiu perdoá-lo. Os termos do Tratado de San Stefano foram alterados por um congresso internacional em Berlim, no qual as outras potências intervieram para ficarem com a sua parte dos despojos. Mesmo assim, a Rússia conseguiu libertar os Balcãs do domínio turco e estabelecer o novo estado da Bulgária. No aniversário de Alexandre II em 1879, o seu sobrinho, o príncipe Alexandre de Battenberg tornou-se no primeiro príncipe reinante da Bulgária.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhstldilw9PCRojLEafQ4aBrqZ0_pyyo9zXud_Q6pUQPxJmUw5leztnpclpX-_EgAEsH1ovO6jBlwjhuvqK-xP6-sz0pyCoFZpRsv_x1LlATak9Oe1Xi9YNTqQ4Xk38bXdujFgAp0L1KbA/s1600/335422-1351698948.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="982" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhstldilw9PCRojLEafQ4aBrqZ0_pyyo9zXud_Q6pUQPxJmUw5leztnpclpX-_EgAEsH1ovO6jBlwjhuvqK-xP6-sz0pyCoFZpRsv_x1LlATak9Oe1Xi9YNTqQ4Xk38bXdujFgAp0L1KbA/s400/335422-1351698948.jpg" width="261" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre de Battenberg, sobrinho de Alexandre II e primeiro príncipe reinante da Bulgária.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, dentro da Rússia, as consequências da guerra foram tão más quanto o czar tinha previsto. Os termos do novo acordo foram muito mal recebidos, havia grande instabilidade e os grupos terroristas começaram a surgir a um ritmo nunca antes visto. Multiplicavam-se os assassinatos políticos e foram os heróis da guerra (Hourko, Totleben e Loris Melikov) que receberam a responsabilidade de controlar a situação. Incentivado por Loris Melikov e pelo grão-duque Constantino Nikolaevich, Alexandre deu início a um novo programa para levar a cabo uma reforma constitucional, a única forma que o governo via para acalmar os distúrbios a longo prazo. No entanto, em privado, Alexandre estava doente, desiludido e muito cansado. Agora, estava completamente dependente a nível emocional de Catarina Dolgorukaya e chocou profundamente a sua família, a corte e toda a Europa quando a convidou a ela e aos filhos a viver no Palácio de Inverno, para os poder ver com mais frequência enquanto a sua esposa definhava nos seus aposentos, que ficavam imediatamente abaixo dos da amante do marido e da família. Alexandre passaria o resto da sua vida a viver numa espécie de exílio, tanto em público como em privado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoQ7jaPtMwv9MLth0H9RPeoXcw3OKJ142s_7m9sGD5xhnU-0Eox4On5KWczQdtjcaK90d2FCzMGyq9TfvgUFw0_pcJzklcaNazKNYd8IYgJreyAT8Xa864B1brCgz3Q4VhfbLuksYZYuA/s1600/Tsar_Alexander_II%252C_Princess_Catherine_Dolgorukova_with_their_children_George_and_Olga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1235" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoQ7jaPtMwv9MLth0H9RPeoXcw3OKJ142s_7m9sGD5xhnU-0Eox4On5KWczQdtjcaK90d2FCzMGyq9TfvgUFw0_pcJzklcaNazKNYd8IYgJreyAT8Xa864B1brCgz3Q4VhfbLuksYZYuA/s400/Tsar_Alexander_II%252C_Princess_Catherine_Dolgorukova_with_their_children_George_and_Olga.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II com a sua amante, Catarina, e dois dos seus filhos.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">No entanto, ninguém sabe ao certo qual era a opinião de Maria relativamente à amante do marido e à sua segunda família, depois de o segredo se tornar ainda mais exposto. Em Julho de 1878, Maria Alexandrovna sofreu uma crise grave na sua doença e parecia estar prestes a morrer, mas recebeu e ficou na companhia do marido, partilhando com ele as suas preocupações do dia-a-dia, como sempre tinha feito. A ideia de que o seu casamento só existia em nome depois do caso amoroso de Alexandre com Catarina não passa de um palpite, e a verdade podia ter sido bastante diferente. Vera Borovikova, a criada que cuidava dos filhos de Catarina, descreveu uma ocasião durante estes últimos anos da vida da imperatriz, quando Georgi e Catarina (filhos de Alexandre e Catarina) visitaram o Palácio de Inverno. O próprio czar levou-os até ao quarto da imperatriz e apresentou-lhes a sua esposa como "tia" Maria. Depois, a imperatriz abençoou as crianças e tanto ela como o marido ficaram em lágrimas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKHUMpn8Z7GApDkrBJ7088qV6-YOBBWSRFyGi5c3kGseAdI0zzXYLARmSjwQc0Z_1J0iLEOm7iH9NdrjfuBB1eSE8yIQEC6xXFCm6nNTZkzYih-oGVc1k-k6_NB07tuCsxaEg70oflodA/s1600/empress-maria-alexandrovna-4.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="555" data-original-width="346" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKHUMpn8Z7GApDkrBJ7088qV6-YOBBWSRFyGi5c3kGseAdI0zzXYLARmSjwQc0Z_1J0iLEOm7iH9NdrjfuBB1eSE8yIQEC6xXFCm6nNTZkzYih-oGVc1k-k6_NB07tuCsxaEg70oflodA/s400/empress-maria-alexandrovna-4.jpeg" width="248" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Há profundezas em todas as relações que o mundo exterior simplesmente não consegue compreender. Até ao fim, quando Maria estava prestes a morrer, Alexandre nunca se esqueceu de tudo o que os dois partilharam nem o que significavam um para o outro. Em Fevereiro de 1880, quando uma bomba terrorista destruiu a sala-de-jantar do Palácio de Inverno, onde Alexandre II estava prestes a jantar, num ataque que matou muitos soldados que se encontravam no andar de baixo, Maria tinha acabado de regressar de Cannes, naquela que provavelmente era a pior altura do ano para quem sofria de tuberculose. O primeiro impulso de Alexandre foi correr até ao quarto dela para garantir que ela estava bem. Quando a encontrou ainda a dormir, sentou-se do lado de fora da porta para que pudesse ser o primeiro a contar-lhe o que tinha acontecido e reconforta-la. Durante catorze anos, o czar Alexandre II tentou ser o marido de duas mulheres e o pai de duas famílias, sem magoar ninguém. Mas esse era um desafio demasiado exigente, até para um czar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWaFMXDlGywKuk7EN76p2axNZOBQhYoG4W_OxgPdkerFVn19dqUs1ct9x7D7ADzmJLsFp5FySvNrXTqXjWf_8wFitwnCuxK0NPrv6Zh0tEu1cYm1iLY3xSH1MZ1RqDnNKB6ElrMY6xnOU/s1600/postmortem_zps7be032d0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="604" data-original-width="479" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWaFMXDlGywKuk7EN76p2axNZOBQhYoG4W_OxgPdkerFVn19dqUs1ct9x7D7ADzmJLsFp5FySvNrXTqXjWf_8wFitwnCuxK0NPrv6Zh0tEu1cYm1iLY3xSH1MZ1RqDnNKB6ElrMY6xnOU/s400/postmortem_zps7be032d0.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II lamenta a morte da esposa Maria Alexandrovna numa gravura da época.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: x-small;"><i>Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</i></span></div>
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-61610977238573711842017-06-19T17:02:00.000+01:002017-06-19T17:02:14.235+01:00[Livros] - O Último dos Czares de Robert Service<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6OJBoPo6n8_2CZ20W8F7h5UXFFetg_wAGZnqJ63kA_iq2QF2h52ma6zTe9YtfNwNH8Yv81Qv7oY5wO5E9r9x8IU4ZbfYKJBpdcBwPoCMqJfMm4f3rSRdSqlJ9i5wV6SAajLlyU0lKwok/s1600/mw-680.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="981" data-original-width="680" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6OJBoPo6n8_2CZ20W8F7h5UXFFetg_wAGZnqJ63kA_iq2QF2h52ma6zTe9YtfNwNH8Yv81Qv7oY5wO5E9r9x8IU4ZbfYKJBpdcBwPoCMqJfMm4f3rSRdSqlJ9i5wV6SAajLlyU0lKwok/s400/mw-680.jpg" width="276" /></a></div>
<div class="lead" style="background-color: #f9f9f9; color: dimgrey; font-family: "Lucida Sans", "Lucida Grande", sans-serif; font-size: 13px; margin: 0px; padding: 0px;">
<b><br /></b></div>
<div class="lead" style="background-color: #f9f9f9; color: dimgrey; margin: 0px; padding: 0px;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><b>A história trágica de um monarca apanhado desprevenido pelos ventos da revolução.</b><br /></span></div>
<div style="background-color: #f9f9f9; color: dimgrey; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em março de 1917, Nicolau II, o último Czar da Rússia, abdicou e a dinastia que governara o império por mais de três séculos foi forçada a ceder o poder aos revolucionários bolcheviques.</span></div>
<div style="background-color: #f9f9f9; color: dimgrey; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />Com acesso a documentos nunca antes investigados, incluindo os diários pessoais do próprio Czar, Robert Service, um dos mais respeitados especialistas na História russa, lança uma nova luz sobre os últimos meses da vida de Nicolau, entre a abdicação e o assassinato de toda a família a sangue-frio.</span></div>
<div style="background-color: #f9f9f9; color: dimgrey; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br />O Último dos Czares é uma investigação admirável de um homem apanhado desprevenido pela História. E revela nos o cenário social, económico e político que fermentava na Rússia após a tomada de poder bolchevique e no início da República Soviética de Lenine.</span></div>
<div style="background-color: #f9f9f9; color: dimgrey; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIOZaRS6swczC49c4gw_JIy1NgTJgLweItR5qA1quV30pj4Oj6dhJJFXTvei-39dcRKj6EIoPFJsxD0bVwoWefBUgPGmUNcHip2-VlP3aylSgt_XhhF82p725xXEw44GEw0kXAFDZH-OI/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="371" data-original-width="579" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIOZaRS6swczC49c4gw_JIy1NgTJgLweItR5qA1quV30pj4Oj6dhJJFXTvei-39dcRKj6EIoPFJsxD0bVwoWefBUgPGmUNcHip2-VlP3aylSgt_XhhF82p725xXEw44GEw0kXAFDZH-OI/s400/image.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Robert Service</td></tr>
</tbody></table>
<div style="background-color: #f9f9f9; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: dimgrey;">Já em antecipação do centésimo aniversário da morte dos Romanov, começam a ser publicados alguns volumes interessantes sobre a família, uma raridade em Portugal. Um deles é este "O Último dos Czares" de Robert Service que teve até direito a um artigo publicado no jornal Expresso esta semana. O artigo trata-se de uma entrevista com o autor, Robert Service, tem o título "É inconcebível Lenine não ter aprovado o assassinato dos Romanov" e pode ser lido <a href="http://expresso.sapo.pt/cultura/2017-06-15-Robert-Service-E-inconcebivel-Lenine-nao-ter-aprovado-o-assassinio-dos-Romanov" target="_blank">aqui</a>.</span></span></div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-12134115304823744242017-06-19T16:54:00.000+01:002017-06-19T16:54:19.803+01:00[Livros] Os Romanov: Volume 1 - Ascensão: 1613 - 1825 de Simon Sebag Montefiore<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw1WaxwPErLQhjDmbx1co2UPYAI_iRiwABDLFz0-wfZWW4tzVhh5mrLvXO1toAYi9z-Xk5gWtEKujaIRjA1RO5lqnG0uxgG1Ulp2DvAspFATo6me1NPTwqnYtwiQoZ2K6UehW1JSPUdYw/s1600/Liv10170047_f.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="613" data-original-width="400" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw1WaxwPErLQhjDmbx1co2UPYAI_iRiwABDLFz0-wfZWW4tzVhh5mrLvXO1toAYi9z-Xk5gWtEKujaIRjA1RO5lqnG0uxgG1Ulp2DvAspFATo6me1NPTwqnYtwiQoZ2K6UehW1JSPUdYw/s400/Liv10170047_f.jpg" width="260" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;"><i style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px;">Os Romanov</i></span><span style="color: #5b6060;"> foram a mais bem-sucedida dinastia dos tempos modernos. </span><span style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">Como foi possível uma família transformar um reino débil e arruinado, devido à guerra civil, no maior império do mundo?</span><span style="color: #5b6060;"> E como deitaram tudo a perder? </span><br style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;" /><br style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;" /><span style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">Esta é a história de vinte czares e czarinas, alguns tocados pelo génio, outros pela loucura,</span><span style="color: #5b6060;"> mas todos inspirados pela sagrada autocracia e ambição imperial. Esta arrebatadora narrativa revela de forma magistral a família Romanov - </span><span style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">o seu mundo secreto de poder ilimitado, a implacável construção de um império, ensombrado por conspirações palacianas, rivalidades familiares, assassinatos, decadência e excessos sexuais, a influência dos cortesãos, aventureiros, revolucionários e poetas.</span><span style="color: #5b6060;"> É apresentado um vasto painel de figuras desde Ivan, </span><i style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">o Terrível</i><span style="color: #5b6060;">, a Tolstoy, da rainha Vitória a Lenine, de Pedro, </span><i style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">o Grande</i><span style="color: #5b6060;">, a Catarina, </span><i style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">a Grande</i><span style="color: #5b6060;">.</span><br style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;" /><br style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;" /><span style="color: #5b6060;">Baseado numa </span><span style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">aprofundada pesquisa de arquivos a que nunca tinha havido acesso</span><span style="color: #5b6060;">, esta é uma obra fascinante e indispensável para conhecer </span><span style="border: 0px; color: #5b6060; margin: 0px; padding: 0px;">a história empolgante de triunfo e de tragédia, de amor e de morte, de uma família e de um imenso país</span><span style="color: #5b6060;"> - um estudo universal do poder e um retrato essencial do império que define a Rússia atual. Uma obra de leitura obrigatória que a Presença publica em dois volumes.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #5b6060;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD6Zk_Fnr4RlE6MeWaGq2RjB_1rZfEe3BVcXnzYnXpmr9mJvmRYLNSyJ-RQE6jK2o3m_wCWHIR76Alyyersjv2RsQ0wJ4y6kDj2pDPV0lzBujCYGloUg7xfDSyh4IRE50dScUDB9l2DmA/s1600/Simon-Sebag-Montefiore-by-Ian-Jones.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD6Zk_Fnr4RlE6MeWaGq2RjB_1rZfEe3BVcXnzYnXpmr9mJvmRYLNSyJ-RQE6jK2o3m_wCWHIR76Alyyersjv2RsQ0wJ4y6kDj2pDPV0lzBujCYGloUg7xfDSyh4IRE50dScUDB9l2DmA/s320/Simon-Sebag-Montefiore-by-Ian-Jones.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Simon Sebag Montefiore</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="color: #5b6060;">Este livro é um dos mais bem sucedidos e completos sobre os Romanov a ser publicado nos últimos anos. Ficou em segundo lugar na categoria de História e Biografia dos Goodreads Choice Awards de 2016 e já foi recomendado por várias personalidades nacionais de relevo, nomeadamente Paulo Portas e Miguel de Sousa Tavares. Encontra-se disponível na maioria das livrarias nacionais e também online <a href="https://www.presenca.pt/livro/os-romanov-volume-1/" target="_blank">aqui</a>. O preço varia entre os €22 e os €25.</span></span></div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-35592878488539333172017-03-09T10:54:00.000+00:002017-03-09T10:54:13.091+00:00[Notícias] - Descendente dos Romanov emociona-se ao recordar a morte da família<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBeDeeBmuJQZjtdfxhSm09yV4iPVWugvlJoUB3ZqAnmlZIJiadT-_BPLRYLuvR5aTkQZBVKIsu1qCl6iwH7prbvmhu44SbPoVPma54iA3UZSFBb0oEvadHIsFnpg2rkzpKbf8OzTO-Fq4/s1600/3D92234900000578-4252686-image-m-23_1487859298024.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="282" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBeDeeBmuJQZjtdfxhSm09yV4iPVWugvlJoUB3ZqAnmlZIJiadT-_BPLRYLuvR5aTkQZBVKIsu1qCl6iwH7prbvmhu44SbPoVPma54iA3UZSFBb0oEvadHIsFnpg2rkzpKbf8OzTO-Fq4/s400/3D92234900000578-4252686-image-m-23_1487859298024.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A princesa Olga Romanoff na série documental "The Royal House of Windsor"</td></tr>
</tbody></table>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A princesa Olga Romanoff, filha do príncipe André Alexandrovich da Rússia, sobrinho do czar Nicolau II, emocionou-se recentemente quando recordou a morte de vários membros da família entre 1918 e 1919 e o facto de o rei Jorge V do Reino Unido não os ter ajudado, recusando-lhes exílio em Inglaterra.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No primeiro episódio da série documental "The Royal House of Windsor", emitida pelo Channel 4 no Reino Unido, a p<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">rincesa Olga Andreevna, de 66 anos de idade, recordou o seu avô, o grão-duque Alexandre Mikhailovich, afirmando "<i>o meu avô tinha sido um dos conselheiros de Nicolau</i> [II da Rússia] <i>e acho que se ele tivesse ouvido os conselhos do meu avô, é possível que este desastre não tivesse acontecido</i>", tendo-se emocionado de seguida.</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Depois, Olga acrescentou que o seu pai, o príncipe André, "<i>nunca, nunca culpou o Jorge</i> [V do Reino Unido] <i>por isso. Sempre disse que tinha sido por causa do primeiro-ministro, mas, pelos vistos, não foi o primeiro-ministro de todo, foi tudo culpa do Jorge. Fico aliviada por o meu pai ter morrido antes de encontrar aquela carta</i> [onde Jorge afirmava que não era prudente receber Nicolau II e a família em Inglaterra] <i>porque teria ficado muito transtornado.</i>"</span></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span class="text_exposed_show" style="display: inline;"><br /></span></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ-wl_R3C-NbjY_sGOBTn1egAKtrE7vdBkTES8z3it4S74u6GZubwC2xHSFKUpiIGqZwwcHDBVVtIITeHs-rECerlZ2ZRz65e-EfDoRansemQy5-3UCeFA9bnmbQKEnWkhkZzfj5wTT2A/s1600/tumblr_ngztso3uJ01t5k7qjo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZ-wl_R3C-NbjY_sGOBTn1egAKtrE7vdBkTES8z3it4S74u6GZubwC2xHSFKUpiIGqZwwcHDBVVtIITeHs-rECerlZ2ZRz65e-EfDoRansemQy5-3UCeFA9bnmbQKEnWkhkZzfj5wTT2A/s400/tumblr_ngztso3uJ01t5k7qjo1_1280.jpg" width="282" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Parte da família da princesa Olga Romanoff: os seus avós Alexandre Mikhailovich e Xenia Alexandrovna, o pai, o príncipe André, e a tia, a princesa Irina Alexandrovna.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Muitos criticaram a princesa Olga pelas suas palavras, uma vez que, embora não tenha permitido a ida de Nicolau II e da sua família mais próxima para o Reino Unido, mais tarde, em Dezembro de 1918, o rei Jorge V enviou um navio inglês, o HSM Marlborough, à Crimeia para salvar outros membros da família Romanov, incluindo a bisavó (Maria Feodorovna), avós (Alexandre Mikhailovich e Xenia Alexandrovna), o pai e os tios de Olga. Outros acrescentaram também que a reacção de Olga parece exagerada, tendo em conta que ela nasceu trinta anos depois da tragédia, em 1950.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, há também muitos que a defendem, recordando que a morte de 18 membros da família no espaço de alguns meses deixou para sempre as suas marcas nos sobreviventes e que foi nessa atmosfera que Olga foi criada. Também se destaca o facto de, apesar de ter salvo a família mais próxima de Olga, foi de facto a falta de acção de Jorge V relativamente ao resto da família que contribuiu directamente para as suas mortes.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Para saber mais sobre a forma como Jorge V do Reino Unido agiu para com a família Romanov, podem consultar a <a href="http://os-romanov.blogspot.pt/2016/09/jorge-v-do-reino-unido-e-o-exilio-dos.html" target="_blank">primeira </a>e a <a href="http://os-romanov.blogspot.pt/2016/09/jorge-v-do-reino-unido-e-o-exilio-dos_7.html" target="_blank">segunda </a>parte do artigo "Jorge V do Reino Unido e o exílio dos Romanov" neste blog.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O documentário está disponível online <a href="http://www.channel4.com/programmes/the-royal-house-of-windsor/on-demand/62564-001" target="_blank">aqui</a>, mas apenas no território do Reino Unido.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px; text-align: center;">
<a href="https://www.blogger.com/"></a><span id="goog_2136926368"></span><span id="goog_2136926369"></span><br /></div>
<center>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" src="https://players.brightcove.net/2540076170001/NykPWQNal_default/index.html?videoId=5333140385001"></iframe></center>
<center>
<br /></center>
<center>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></center>
<center>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b>Quem é a princesa Olga Romanoff?</b></span></center>
<center>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></center>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu8KM0g-FqIqqdWWX2t8u_y3lBIHZZbCMdxpxGj5PK1NVbZpLZs9MQSQYsJ7q0uSJKU_czDhH1a4jJkXrKLfJgb4k4yq773y_NdjFYimgiWoEQ-QIhshoVrF3kxP4fJLM3tAYlI9IINbI/s1600/8620555a0ccc35e57763ee1ff3f2cbc6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu8KM0g-FqIqqdWWX2t8u_y3lBIHZZbCMdxpxGj5PK1NVbZpLZs9MQSQYsJ7q0uSJKU_czDhH1a4jJkXrKLfJgb4k4yq773y_NdjFYimgiWoEQ-QIhshoVrF3kxP4fJLM3tAYlI9IINbI/s400/8620555a0ccc35e57763ee1ff3f2cbc6.jpg" width="276" /></a></div>
<center>
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><b><br /></b></span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nascida a 8 de Abril de 1950 em Londres, no Reino Unido, a princesa Olga Romanoff é a única filha do segundo casamento do príncipe André Alexandrovich da Rússia com Nadine Sylvia Ada McDougall, proveniente de uma família abastada de Inglaterra. Olga tem três meios-irmãos do primeiro casamento do pai, incluindo o actual chefe da família Romanov e presidente da Associação da Família Romanov, o príncipe André Andreyevich Romanov.</span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Durante a década de 1970, Olga chegou a ser considerada como uma possível candidata a noiva do príncipe de Gales, Carlos, mas acabaria por se casar em 1975 com </span><span style="background-color: #f8f9fa;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Thomas Mathew com quem teve quatro filhos antes de os dois se separarem em 1989.</span></span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #f8f9fa;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #f8f9fa;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Olga é conhecida por participar em vários reality shows, nomeadamente o "Australian Princess", onde foi uma das mentoras e o "You Can't Get This Staff" onde apresentava os seus criados. Também um dos seus filhos, Francis Alexander Mathew participou na versão ucraniana do programa "The Bachelor" e noutro reality show chamado "Secret Princes".</span></span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #f8f9fa;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></span></center>
<center style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #f8f9fa;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Actualmente, Olga é uma das organizadoras do Baile de Debutantes Russas que se realiza todos os anos em Londres e está também a escrever um livro de memórias.</span></span></center>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-23438324759147167052017-03-08T11:29:00.000+00:002017-03-08T14:50:58.074+00:00A nossa alegria desde que nasceu - Czarevich Nicolau Alexandrovich - Segunda Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMwmzeQ6J98_zM4PwdjwhBwmRy6slHtHzTMqjiSwRJB2m7VslMm5JDiA45lFuzy-zxO3bybycjLibBNIJCxzBdgbbSQTPu39P1hN1WMseQo4FEyVOKWoxjME3nmuYvuoFS7LZVubSOJjI/s1600/tumblr_oc68zitsg01u1gauyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMwmzeQ6J98_zM4PwdjwhBwmRy6slHtHzTMqjiSwRJB2m7VslMm5JDiA45lFuzy-zxO3bybycjLibBNIJCxzBdgbbSQTPu39P1hN1WMseQo4FEyVOKWoxjME3nmuYvuoFS7LZVubSOJjI/s400/tumblr_oc68zitsg01u1gauyo1_500.jpg" width="298" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No dia seguinte, Nicolau obrigou-se a levantar da cama e estava determinado a ver os tesouros do Palácio Pitti, mas o esforço foi demasiado grande e, quando regressou, teve de voltar para a cama onde ficou durante as seis semanas seguintes. Tinha um inchaço nas costas. Segundo os médicos, tratava-se de um abcesso e, enquanto era submetido a uma série de tratamentos dolorosos, a sua comitiva fazia os possíveis para o distrair. Sérgio de Leuchtenberg, o seu primo de quinze anos que estava a viver em Florença, ia visitá-lo todos os dias e falava-lhe sobre todas as maravilhas da cidade que ele nunca conseguiria ver. No dia de ano novo, o czarevich e a sua comitiva partiram para Livorno, onde a corveta Vitiaz os esperava para os levar por mar até Nice para junto da czarina. Tinham sido preparados aposentos no primeiro andar da Villa Diesbach. Um dos tios maternos de Nicolau, o grão-duque Luís III de Hesse estava a ocupar o rés-do-chão, por isso a sua comitiva teve de se alojar num hotel próximo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglYPZKHeEBAEsl3v4Vj25zlrB9o1uMo2ZhgiM2MedsShuoCo80b-As_rhmk2VkzY0ITIO50l72kd55WZpF14dPmI6dxCrRhGtd42GzdhO1duQHSuS0dvp2ZVUlaily_aYQ79OmRiDqio8/s1600/460372-1402499228.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglYPZKHeEBAEsl3v4Vj25zlrB9o1uMo2ZhgiM2MedsShuoCo80b-As_rhmk2VkzY0ITIO50l72kd55WZpF14dPmI6dxCrRhGtd42GzdhO1duQHSuS0dvp2ZVUlaily_aYQ79OmRiDqio8/s400/460372-1402499228.jpg" width="253" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sérgio de Leuchtenberg, filho da grã-duquesa Maria Nikolaevna da Rússia.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As dores diminuíram, mas Nicolau tinha medo de voltar a sofrer tanto como nos meses anteriores. Sentia-se muito fraco e não conseguia endireitar as costas, por isso tinha de ser levado ao colo quando subia e descia as escadas. Os médicos franceses receitaram massagens e tratamentos com vapor. Nicolau também dava passeios de carruagem todos os dias e parava do lado de fora da Villa Bermond, para que a sua mãe pudesse sair e vê-lo. As pessoas que os viram comentaram que a relação entre mãe e filho era extremamente afectuosa. Sempre que via a mãe, Nicolau segurava-lhe a mão e beijava cada um dos seus dedos e nenhum deles conseguia esconder a preocupação que sentiam. Ao longo de toda a sua curta vida, Nicolau tinha aprendido a dominar as suas emoções. Um dia, quando caminhava no Vale das Flores, apoiado numa bengala e no braço de um amigo, disse que não se atrevia a falar sobre Dagmar porque a amava demasiado e, se pensasse nela, não se conseguiria controlar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqJly-VnDJseq28pk1DghUdFXC1cz-FmidpKMj1dvwEP3OoOK7UKiDvAH7v4CaSMHOZWwoeVNc5t53h59nwglEtD_3WlfOOhC5Mcb78XyB3uQiKhe60Oh4EOqh8olk1rG88YSy5_JAAVM/s1600/1418f7d37301.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqJly-VnDJseq28pk1DghUdFXC1cz-FmidpKMj1dvwEP3OoOK7UKiDvAH7v4CaSMHOZWwoeVNc5t53h59nwglEtD_3WlfOOhC5Mcb78XyB3uQiKhe60Oh4EOqh8olk1rG88YSy5_JAAVM/s400/1418f7d37301.jpg" width="236" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich e Dagmar</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Desde que o noivado tinha sido anunciado que o jovem casal trocava correspondência regularmente. Enquanto Nicolau enfrentava a sua doença, Dagmar estava a aprender a língua e os costumes russos que, dentro em breve, seria o seu país. Nesse inverno, quando contou a Nicolau que, agora, sentia que acreditava mais na Igreja Ortodoxa do que naquela que tinha sido a sua religião desde que nasceu, ele ficou particularmente feliz: as suas cartas mostram que era profundamente religioso e que estava desejoso por partilhar essa fé com a sua futura esposa. O casal fantasiava sobre os filhos que teriam e sobre como seria a sua vida juntos no Palácio de Anichkov, a residência onde normalmente vivia o herdeiro do trono e onde já estavam a ser preparados apartamentos para eles. No seu estado enfraquecido, eram estes sonhos que davam esperança a Nicolau.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOCJisBIEkbf2DA6SQHxsZAFeHwZzhYzrvxTM66PXsDiaxXWzVgteWG0thQGMcDP0LJ-CmP-qCn6vnmFPnXOHnMCMuy4K-VMGJ3Xuz_6cZm2Fn_qsahd8u5M5O-A0rgwGwiIwFLaNNw_4/s1600/tumblr_o1yb3qFqHX1qiu1coo2_r1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOCJisBIEkbf2DA6SQHxsZAFeHwZzhYzrvxTM66PXsDiaxXWzVgteWG0thQGMcDP0LJ-CmP-qCn6vnmFPnXOHnMCMuy4K-VMGJ3Xuz_6cZm2Fn_qsahd8u5M5O-A0rgwGwiIwFLaNNw_4/s400/tumblr_o1yb3qFqHX1qiu1coo2_r1_1280.jpg" width="242" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau </td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">À medida que as semanas iam passando, Nicolau começou a sofrer dores de cabeça e enjoos frequentes. Os médicos diziam que tudo não passava de reumatismo, talvez com um ligeiro toque de malária, e a czarina queria acreditar, mas houve fortes discussões entre os médicos e o conde Stroganov e a tensão começou a aumentar. Tiveram de ser chamados dois especialistas franceses, Nélaton e Rayer, no final de Janeiro que confirmaram o diagnóstico de reumatismo, um grande alívio para os médicos que já o estavam a tratar. No entanto, o professor Burci, que o tinha tratado em Florença, enviou várias mensagens preocupantes através do cônsul russo a avisar que o abcesso que tinha detectado tinha todas as hipóteses de piorar caso se insistisse no tratamento actual, e que, naquele ponto, já podia estar a afectar a medula óssea. No entanto, ninguém ouviu os seus avisos. Os médicos oficiais estavam de tal forma confiantes que, em finais de Fevereiro, foi enviado um emissário a Copenhaga para tratar de um encontro entre Dagmar e a czarina e até para dar início aos preparativos para o casamento.</span></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0WblMo38uyhuzgc9tsWqL0s0NWZ1c0VZhN5iTpfAWFY-a4gGE2m3fKTmuNBZ4wah6dtjsiFPBkDHkcFfO-arzyZS4zKurGmtDHycdd931dqqw800VPBGQLq_90zE02n5LumO1d9C-MxU/s1600/8a06fce8230af6b2d0d16d0e732ef056.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0WblMo38uyhuzgc9tsWqL0s0NWZ1c0VZhN5iTpfAWFY-a4gGE2m3fKTmuNBZ4wah6dtjsiFPBkDHkcFfO-arzyZS4zKurGmtDHycdd931dqqw800VPBGQLq_90zE02n5LumO1d9C-MxU/s400/8a06fce8230af6b2d0d16d0e732ef056.jpg" width="277" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
</span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">Em Março, Nicolau piorou novamente e mostrava uma sensibilidade anormal ao som. Queixava-se que o barulho das ondas na praia não o deixava dormir, por isso foi levado para a Villa Bermond. A 11 de Março, o Journal de Nice publicou um boletim optimista do progresso do seu estado de saúde e, dois dias depois, esteve presente numa festa para os Chasseurs da Guarda Imperial, para fazer revista às tropas e distribuir prémios, mas não conseguiu sair da carruagem e teve de se esforçar para disfarçar as dores que sentia. Entretanto, passou mais um mês e, na Dinamarca, Dagmar começou a preocupar-se com a falta de cartas do seu noivo. A 7 de Abril, depois de passar quinze dias sem saber nada dele, enviou um pedido desesperado ao seu "querido Nixa", onde lhe relembrou que, com a chegada da primavera, o seu próximo encontro se estava a aproximar. A princesa não conseguia pensar em mais nada e estava desesperada por saber novidades. Numa das suas cartas brincava com ele com a possibilidade de que, talvez, se tivesse apaixonado por outra, uma carta que demorou dois dias a escrever. No entanto, quando chegaram finalmente notícias, não podiam ter sido piores. No domingo de Páscoa, o estado de saúde de Nicolau piorou subitamente: tinha febre e a sua visão estava turvada. Foi enviado um telegrama ao czar que pariu de São Petersburgo nessa mesma noite levando consigo o seu médico pessoal.</span></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;">
</span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;"><br /></span></div>
<span style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhutBAxJNKt0YmNa7GYzf10l3cQCG6xQy4qL_iEN30_m2F3_PAjs4ZnDmkAFrXDIjf8DWZw6js6r7YKSrEi4ATLgZkJ486wDGgstDDglP65eNxRKOukMOCWcivXpy-0UIvEzaEAjpYz-eI/s1600/1f8b7ca8f099974c3eb1b4f5203d403e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhutBAxJNKt0YmNa7GYzf10l3cQCG6xQy4qL_iEN30_m2F3_PAjs4ZnDmkAFrXDIjf8DWZw6js6r7YKSrEi4ATLgZkJ486wDGgstDDglP65eNxRKOukMOCWcivXpy-0UIvEzaEAjpYz-eI/s400/1f8b7ca8f099974c3eb1b4f5203d403e.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dagmar da Dinamarca</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Nessa mesma noite, Nicolau teve um ataque e ficou com o lado direito do corpo paralisado durante algumas horas, o que fez com que se instalasse o caos na Villa Bermond. Começaram também a juntar-se multidões silenciosas do lado de fora. A czarina recusava-se a deixar a cama do filho e as suas damas-de-companhia estavam a ficar de tal forma histéricas que o conde Stroganov perdeu a paciência e mandou sair todos os que não se conseguissem controlar. Na segunda-feira de Páscoa, a 18 de Abril, os criados vestiram o czarevich e colocaram-no numa cadeira para que ele recebesse a comunhão. A notícia da sua doença tinha atraído especialistas de toda a Europa e um deles, o professor Rehrberg de Viena, conseguiu apresentar o primeiro diagnóstico correcto: tratava-se de uma meningite bacteriana que lhe estava a afectar o cérebro e a coluna. Mas era tarde demais. Poucos dias depois, Nicolau começou a sofrer períodos de delírio durante os quais não conseguia reconhecer ninguém. Até esse momento, os únicos parentes adultos da czarina presentes eram o seu irmão Alexandre de Battenberg e a esposa dele, Júlia, mas a partir daí começaram a chegar membros da família de toda a Europa. Na quinta-feira, chegou o irmão mais novo de Nicolau, o grão-duque Alexandre. Nicolau ficou contente por ver o irmão que era criticado por todos menos por ele. Quando comparado com o czarevich, Alexandre sempre parecera desajeitado e pouco inteligente, e a maioria das pessoas ignorava-o. Dagmar chegou a Nice na sexta-feira acompanhada da mãe. Às 14:30 desse mesmo dia chegou o czar. A czarina acordou o filho para lhe dizer que o pai tinha chegado. Nicolau segurou-lhe a mão, beijou-lhe cada um dos seus dedos e perguntou-lhe o que faria ela sem ele. Era a primeira vez que falava da sua morte e o seu pai caiu de joelhos ao lado da sua cama, lavado em lágrimas.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidcKUTeDbZbcBHiIQ1V3ZI1UiiwwW519cyhCryNM9oYEI6QxEdj_YNLWNqx10kuPusFVaMKHGdyXOdM2hjZDfH_7Jx7ifggLQ11VXBBlBcIzVyANpLgb_4EqZpS6fdl6TgRQeGFYnPr5Q/s1600/e2d4bda20b49a57f4727e9fe987789c3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidcKUTeDbZbcBHiIQ1V3ZI1UiiwwW519cyhCryNM9oYEI6QxEdj_YNLWNqx10kuPusFVaMKHGdyXOdM2hjZDfH_7Jx7ifggLQ11VXBBlBcIzVyANpLgb_4EqZpS6fdl6TgRQeGFYnPr5Q/s400/e2d4bda20b49a57f4727e9fe987789c3.jpg" width="283" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau com o seu irmão mais velho, Alexandre</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Nicolau passava cada vez mais tempo a dormir, apesar de acordar com todos os pequenos sons. No domingo, viu Dagmar a entrar no quarto e perguntou à mãe num suspiro: "não é bonita?". Dagmar passou muito tempo ao lado dele nesse dia, a ajeitar-lhe as almofadas e a segurar-lhe a mão enquanto lhe falava docemente. Alexandre também esteve algum tempo ao lado do irmão, a segurar-lhe a outra mão. Mais tarde, criou-se a lenda de que Nicolau tinha juntado as mãos dos dois e que lhes pediu para se casarem um com o outro quando ele morresse, mas não há qualquer relato de que tal tenha acontecido, pelo menos nos testemunhos mais antigos. O fim chegou na noite de domingo, dia 24 de Abril. Lá fora brilhava o sol do início da primavera e guardas franceses e russos faziam uma vigília silenciosa. O quarto de Nicolau estava cheio de pessoas, entre parentes, comitivas e médicos enquanto padres iam cantando orações. Nicolau já não conseguia falar, mas, antes de morrer, deixou cair uma lágrima.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDWO-jOL0g1EwSe1TmTbah-2uWmqqUWMVReiyCYA6QZ_MRH6WB38dGFVjrpHYLDIvPEVEycKSsqr2lGUhuk380FEXLYV81YfCg0o5rlE8AYRZP1WSfgAH9NdRs1xgTiX0nHyM2J8DUXDo/s1600/tumblr_nam9zdpqb81qkmq5do1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDWO-jOL0g1EwSe1TmTbah-2uWmqqUWMVReiyCYA6QZ_MRH6WB38dGFVjrpHYLDIvPEVEycKSsqr2lGUhuk380FEXLYV81YfCg0o5rlE8AYRZP1WSfgAH9NdRs1xgTiX0nHyM2J8DUXDo/s400/tumblr_nam9zdpqb81qkmq5do1_500.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gravura a representar a morte de Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Dois dias depois, o corpo foi levado numa procissão de velas para a Igreja Ortodoxa na Rue de Longchamps. O corpo de Nicolau seria levado para casa a bordo do Alexander Nevsky, com os navios Oleg, Vitiaz e Almaz como escolta, e estavam marcadas cerimónias solenes para cada paragem da procissão até o caixão ser colocado em segurança a bordo do navio. Apenas o conde Stroganov se lembrava de uma manhã, cerca de três meses antes, quando Nicolau estava a ver um esquadrão a navegar pela sua janela e ficou numa espécie de transe. Quando voltou a si, disse: "<i>pensei que estava a bordo do Alexander Nevsky e que ia começar uma longa viagem</i>..."</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmDOLFyKARVnCrmBTYhuGsH5UdlDmm8MGvOQyLw1fNO_Supdd28GovOYGveDQMsbPcmgHm0jUVqwRH7MH-XQ2dTsNxEzS4sVDF2_GEUcnfIQGVSDGDr9T7-HVPFGeHPlHwI7lnXbCuqYg/s1600/tumblr_nv3hb360vp1rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmDOLFyKARVnCrmBTYhuGsH5UdlDmm8MGvOQyLw1fNO_Supdd28GovOYGveDQMsbPcmgHm0jUVqwRH7MH-XQ2dTsNxEzS4sVDF2_GEUcnfIQGVSDGDr9T7-HVPFGeHPlHwI7lnXbCuqYg/s400/tumblr_nv3hb360vp1rh07xwo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau no seu leito de morte</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
A viagem foi longa e difícil. O Alexander Nevsky quase se perdeu devido aos ventos fortes que se faziam sentir na costa de Portugal. O esquadrão teve de parar em Lisboa durante algum tempo antes de seguir viagem para Plymouth, onde os navios britânicos Liverpool e Royal Adelaide dispararam uma salva de vinte-e-uma balas e padres russos ortodoxos de Londres foram a bordo do navio para dar uma missa. Na costa dinamarquesa havia um nevoeiro espesso e o navio quase foi contra as rochas em Skaggerrak antes de chegar a águas mais calmas para um encontro triste com a família real dinamarquesa. A 2 de Junho, o Alexander Nevsky chegou finalmente a Kronstadt, o porto que Nicolau tinha admirado da sua janela um ano antes. Agora, com grande solenidade, o seu caixão foi levado para o convés do iate Alexandria para a sua última viagem pelo Neva até à Catedral de São Pedro e São Paulo. A 6 de Junho, o czarevich Nicolau, que nasceu para governar a Rússia como czar Nicolau II, foi sepultado. "<i>Não foi só um homem que nos deixou</i>", escreveu o seu tutor, o historiador Stassioulevich, "<i>foi a juventude, a beleza, o primeiro amor, acabado de despertar (...) Foi um jovem que personificava todas as esperanças que um milhão de homens corajosos tinham no futuro. Foi a nobreza, a bondade, a amizade, o espírito de justiça e de igualdade. Foi o símbolo de tudo o que é amado e sagrado para nós neste planeta</i>".</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQwJ-s-rhvMH9dSfIlZLuF-4jHNTNn15SWpp6omY27YAf-bTswlJu2v4F9b39-NW5yQAveNASNr7Ee4I0v_Zgc6_s5JvdqTe8jVP86lrL99zFI8ca7eBSk9lE2dREZR02O8QRhd6X5T90/s1600/tumblr_nsemtasDNc1rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQwJ-s-rhvMH9dSfIlZLuF-4jHNTNn15SWpp6omY27YAf-bTswlJu2v4F9b39-NW5yQAveNASNr7Ee4I0v_Zgc6_s5JvdqTe8jVP86lrL99zFI8ca7eBSk9lE2dREZR02O8QRhd6X5T90/s400/tumblr_nsemtasDNc1rh07xwo1_1280.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Esta tragédia mudou para sempre o futuro da dinastia, mas os seus efeitos imediatos foram sentidos em especial por dois jovens que estavam presentes na Villa Bermond: a princesa Dagmar e o grão-duque Alexandre Alexandrovich. Dagmar não esteve presente no funeral de Nicolau. Juntamente com o irmão mais velho, teve um encontro privado com o czar e a czarina em Heiligenberg, onde os russos ficaram a descansar durante a viagem de regresso a casa, mas o príncipe-herdeiro Frederico foi o único membro da família real dinamarquesa a seguir viagem até São Petersburgo. Com apenas dezassete anos de idade, Dagmar ficou esgotada física e psicologicamente pelas experiências que tinha vivido nos últimos meses e os seus pais queriam protegê-la de mais sofrimento.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAZRCnvJR3L5fTCgvcsoMMHMn3Fe5NoEfmCFuZ8rBptwD1sQAqDLNLTvc1bN-5yY0-dLqkIEZQZIfJya-VbUVDl5ULn47-6Wr0dS2gRqh7XvwX9lf1xM7YNRGoun5aMMzvcUIpQRvu8y0/s1600/03ede2bbd4c4ed7099cde28e77981313.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAZRCnvJR3L5fTCgvcsoMMHMn3Fe5NoEfmCFuZ8rBptwD1sQAqDLNLTvc1bN-5yY0-dLqkIEZQZIfJya-VbUVDl5ULn47-6Wr0dS2gRqh7XvwX9lf1xM7YNRGoun5aMMzvcUIpQRvu8y0/s400/03ede2bbd4c4ed7099cde28e77981313.jpg" width="253" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A princesa Dagmar de luto por Nicolau.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Mas havia também planos sobre os quais ninguém queria falar de momento e que poderiam ser postos em causa caso fossem propostos na altura errada. Tanto o czar e a czarina como os pais de Dagmar queriam um noivado entre ela e Alexandre, que tinha agora de ocupar o lugar de Nicolau. A czarina insistiu de forma demasiado insistente e rápida na ideia que tinha todas as possibilidades de falhar. Ainda não tinha passado sequer um mês desde a morte de Nicolau quando a mãe de Dagmar, a rainha Luísa, pediu cuidado. Disse que também que o melhor era dar espaço a Alexandre para se habituar à sua nova posição e chegar às suas próprias conclusões sem pressões desnecessárias. Por seu lado, a rainha Luísa sabia que a sua filha iria sentir-se repelida e magoada se começassem imediatamente as negociações para um novo casamento. Nicolau ainda era a única pessoa que lhe ocupava a cabeça. Algumas semanas depois, a rainha Luísa recusou um convite feito pela corte russa para que Dagmar fizesse uma visita a São Petersburgo. Disse que seria demasiado doloroso fazer uma peregrinação até à campa do seu falecido noivo e as conversas especulativas que iriam surgir caso uma visita desse género fosse feita só podiam ser prejudiciais. Luísa conseguia ver como a situação seria interpretada e queria proteger a filha de invejas e boatos maldosos.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7oAEZuAxZ1sa4sFekWz41aOT8QDEB7AqlVx1rNxlx1kBvbmY6foN-u0coSB5hhiZR4kj5lD2h9ksaUgkF4QqAbdresBvVjrhapZ0Qau5gLcmQpbo_myrVEcTlhCqTPKi1DCk0CLctIuc/s1600/fecdd4d07a853e7558b16aee53b0ec58.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7oAEZuAxZ1sa4sFekWz41aOT8QDEB7AqlVx1rNxlx1kBvbmY6foN-u0coSB5hhiZR4kj5lD2h9ksaUgkF4QqAbdresBvVjrhapZ0Qau5gLcmQpbo_myrVEcTlhCqTPKi1DCk0CLctIuc/s400/fecdd4d07a853e7558b16aee53b0ec58.jpg" width="291" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha Luísa da Dinamarca com a sua filha Dagmar.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Mas a czarina tinha bons motivos para a sua pressa quase indecente uma vez que, após a morte de Nicolau, ela e o marido ficaram com um czarevich muito hesitante e infeliz nas mãos. Alexandre ficou destroçado com a morte do irmão. Com menos de dois anos de diferença de idades, os irmãos eram extremamente unidos. Mesmo quando estava na Dinamarca a comemorar o seu noivado, Nicolau não conseguia deixar de pensar em Alexandre. "<i>Tenho muitas saudades do Sasha</i>", escreveu ele à sua mãe, "<i>gostava muito que ele estivesse aqui</i>". No caso de Alexandre, o seu afecto tinha também um toque de respeito e, até certo ponto, dependência. Alguns meses após a morte de Nicolau, Alexandre escreveu no seu diário que ainda se sentia triste e só desde que ficou "<i>sem o meu amigo de quem gostava mais do que qualquer outra pessoa no mundo</i>". Recordou como partilhava tudo com o seu irmão mais velho, como não escondia nada dele e como sabia que Nicolau fazia o mesmo. Apesar de continuar a ter os seus irmãos mais novos Vladimir, Alexei, Sérgio e Paulo, Alexandre sentia que nenhum deles poderia ocupar o mesmo lugar de Nicolau na sua vida.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-Tq5uF5bFXTZiRHwc5qS3jC8EuKdrpPyEHSjYHpIB5PFtaZ0XZqqUbHWx8Qz7yS7l3CxBbYaP_14enzv1jt6hF8BcIr_sZL0Bz-_rgkDxH98gWpr22W5yeKETCnC0STQB3Ez6gx9CkU/s1600/Alexander-Nicholas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5-Tq5uF5bFXTZiRHwc5qS3jC8EuKdrpPyEHSjYHpIB5PFtaZ0XZqqUbHWx8Qz7yS7l3CxBbYaP_14enzv1jt6hF8BcIr_sZL0Bz-_rgkDxH98gWpr22W5yeKETCnC0STQB3Ez6gx9CkU/s400/Alexander-Nicholas.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich (Nixa) com o seu irmão mais novo Alexandre (Sasha, futuro czar Alexandre III)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Alto, com uma constituição forte e desastrado, Alexandre nunca teve as muito admiradas boas maneiras do irmão nem se sentia tão à vontade na companhia de outros. Não era tão inteligente, nem atraente: as pessoas achavam-no grosseiro e ele não fazia nada para as convencer do contrário - apesar de o seu diário mostrar que era um jovem inesperadamente sensível e que se exprimia de forma notável. No entanto, Alexandre tinha noção e sentia-se intimidado pela sua falta de talento, e, pouco depois de se tornar czarevich, um primo encontrou-o a chorar amargamente devido à mudança do seu destino. Alexandre queria ser apenas o irmão mais novo e, para piorar ainda mais a situação, estava apaixonado.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy1LeVk8seOC6vEMOB4w0nLR214hxgbDGxiDEu3U3h4sC7ENCiW_D45G5FhzSTBXIDXHeuh5BEj9aYc9KJcEQP-DF1ZAwv9YlJ6wtUQkmjK6PKQ-9TrYoOuUB9cBml1gsn95QHE-tcpgY/s1600/c6b2361d8ca848123588952c9b803f3e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy1LeVk8seOC6vEMOB4w0nLR214hxgbDGxiDEu3U3h4sC7ENCiW_D45G5FhzSTBXIDXHeuh5BEj9aYc9KJcEQP-DF1ZAwv9YlJ6wtUQkmjK6PKQ-9TrYoOuUB9cBml1gsn95QHE-tcpgY/s400/c6b2361d8ca848123588952c9b803f3e.jpg" width="298" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich, futuro czar Alexandre III</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Era normal que um grão-duque - ou qualquer príncipe - se afeiçoasse a uma das muitas jovens atraentes e de boas famílias com quem se cruzava na corte. Tinha acontecido o mesmo ao czar Alexandre II quando era mais novo, por isso ele sabia bem que tal podia acontecer e até o aceitava até certo ponto. A princesa Maria Elimovna Mescherskaya era uma das damas-de-companhia mais jovens da czarina e particularmente bonita: "<i>toda ela tinha algo de oriental, principalmente nos seus olhos escuros e aveludados que deixavam todos fascinadas</i>", recordou um amigo. Maria conseguia despertar o lado mais gentil de Alexandre e ele conseguia falar facilmente com ela: a relação entre eles parecia durar já há algum tempo e estar sólida na altura em que Nicolau morreu. Além de todos os outros deveres que herdou, foi-lhe também transmitido que teria de contrair um casamento adequado - com Dagmar, que tinha conhecido pela primeira vez no leito de morte do irmão. Em inícios de Julho, quando os seus pais estavam a pressionar os dinamarqueses para enviar Dagmar para uma visita, Alexandre decidiu cortar todos os laços com Maria, uma decisão que foi extremamente difícil para ele. A ausência da dama-de-companhia magoou-me porque ele estava habituado a vê-la todos os dias. Gostava das conversas que tinham e ansiava por elas: tendo em conta o facto de não se sentir à vontade perto de outras pessoas, devia ser particularmente difícil encontrar alguém com quem conseguisse falar facilmente e com prazer. No entanto, apesar de tudo, esforçou-se por se habituar à ideia de que se teria de casar com Dagmar.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3iDUofcdQIWmINWQZsW3tTrlqR1G1UH493UgzmRK89PFtZyppru5155dWIV_pDudff7He3axJ74yfpPESAgsOF0E0Be9flSodiSQbS2-VzlhPbphjzaAmhAWgP0Hz5lwBwoK2zz0fFq4/s1600/097c8ccf831aab9f8f96fe60af70ddab.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3iDUofcdQIWmINWQZsW3tTrlqR1G1UH493UgzmRK89PFtZyppru5155dWIV_pDudff7He3axJ74yfpPESAgsOF0E0Be9flSodiSQbS2-VzlhPbphjzaAmhAWgP0Hz5lwBwoK2zz0fFq4/s400/097c8ccf831aab9f8f96fe60af70ddab.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Elimovna Mescherskaya</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
No entanto, alguns meses depois, Alexandre perdeu a coragem. Era difícil evitar Maria e o amor que sentiam um pelo outro tornou-se ainda mais forte ao longo da primavera e outono de 1865. À medida que o ano de luto obrigatório chegava ao fim, Alexandre sabia que teria de tomar uma decisão. O seu pai já o tinha avisado de que, assim que o período de luto terminasse, ele teria de viajar até à Dinamarca e que já estavam a decorrer os preparativos para o casamento. Em inícios de Abril, Alexandre escreveu novamente no seu diário que teria de interromper as visitas a Maria. "<i>Vou-me despedir da M.E. que amei como nunca amei mais ninguém até hoje e a quem estou agradecido por tudo o que fez por mim: o bom e o mau</i>". Alexandre tinha a certeza daquilo que sentia, mas não sabia o que pensava a sua amada, mas recordava as suas longas conversas a sós e as dificuldades que tinham passado com saudade e nostalgia. No entanto, bastaram apenas algumas semanas para Alexandre se aperceber novamente que não se conseguia separar dela e, em finais de Maio, prestes a partir para a Dinamarca, tomou uma decisão muito difícil. Queria libertar-se das paredes que se fechavam à sua volta. Não conseguia sentir nada por Dagmar e começava a achar que a única solução era renunciar dos seus direitos ao trono. "<i>Não me sinto capaz de governar. Tenho pouco respeito pelas pessoas e farto-me de tudo o que está relacionado com a minha posição</i>". Alexandre queria viver novamente a vida despreocupada de um irmão mais novo e queria casar-se com Maria Elimovna.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB3_BRA98EzJGRovMfnYlMV8z4-yUPzEF-x-4o32qwQix2vttr__otturQFXiGwkesfBSUxQaBJBshfQFjbthTb6KtvuJjDT8sNU9f1L_fgvaetRUf9QNgOYxMzeSH7KbZDXphND2EpLM/s1600/e835f9e31d62b1cbe3c4c93724ecafa2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB3_BRA98EzJGRovMfnYlMV8z4-yUPzEF-x-4o32qwQix2vttr__otturQFXiGwkesfBSUxQaBJBshfQFjbthTb6KtvuJjDT8sNU9f1L_fgvaetRUf9QNgOYxMzeSH7KbZDXphND2EpLM/s400/e835f9e31d62b1cbe3c4c93724ecafa2.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Não se sabe bem como, mas os jornais ficaram a saber desta história e foram publicados artigos sobre o romance entre Alexandre e a princesa Mescherskaya na Dinamarca, onde, compreensivelmente, causaram alguma preocupação. O czar mandou chamar o filho e perguntou-lhe se havia verdade nos rumores. Confrontado com uma pergunta tão directa, Alexandre admitiu que não queria casar-se com Dagmar. O czar deu-lhe um dia para pensar. A 31 de Maio, quando a sua partida para a Dinamarca estava eminente, Alexandre foi dar um passeio com os pais, passou algum tempo sozinho com a mãe e depois foi enfrentar o pai a quem anunciou que não iria à Dinamarca. Quando o czar lhe perguntou os motivos para ter tomado essa decisão e o questionou sobre o que sentia por Maria, Alexandre confessou sem rodeios que tinha decidido abdicar dos seus direitos ao trono.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgobpVvSJ7oDUA_B3h7hz7PBXJePWrlKfgzu0M7aenYejfa_9qz04y8K1PdQPlWl_khj0LKhYhG0YngJQxinO-YnCC3IC8iLYRLpDN6Snm8TvvT6Aghm0JmNBNrrhXT9Yyz15CwSngim1g/s1600/250066-1329736636.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgobpVvSJ7oDUA_B3h7hz7PBXJePWrlKfgzu0M7aenYejfa_9qz04y8K1PdQPlWl_khj0LKhYhG0YngJQxinO-YnCC3IC8iLYRLpDN6Snm8TvvT6Aghm0JmNBNrrhXT9Yyz15CwSngim1g/s400/250066-1329736636.jpg" width="280" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
Esta notícia apanhou o czar num momento vulnerável. Algumas semanas antes, Alexandre II tinha escapado por pouco a uma tentativa de assassinato que o deixou abalado. Havia várias coisas que o preocupavam: morte do filho mais velho, a esposa completamente entregue à sua dor, e uma obsessão que durava já há quase um ano pela princesa Dolgorukaya que, na altura, ainda resistia aos seus avanços. Talvez noutras circunstâncias Alexandre tivesse compreendido, mas, naquele dia, perdeu completamente o controlo e disse ao filho que também ele ocupava uma posição que nunca tinha desejado. Tanto ele como o filho tinham de colocar o dever em primeiro lugar. O czar já não estava disposto a ter paciência e a pena que sentia pelo filho estava por um fio, por isso ordenou-lhe que fosse até à Dinamarca e deixou bem claro que a princesa Mescherskaya já não estaria na corte quando ele regressasse. Talvez fosse a culpa que ele próprio sentia que intensificaram a raiva do czar. Alexandre não teve sequer oportunidade de se defender, foi simplesmente dispensado a sentir-se miserável.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT8Xc5BeclAK6uzUP-k0M7qr8mZYewJUe8F_h2QW3582WzYrwRSXzRGwoKMmio6tSTB0HIn6zN3ghUcPJDkRHjIf_Pm-nYjmYhdEE_9QTOnoono-0iVGTmOXanTh8mGWnSlE9PaKZaioI/s1600/v2el7ddl2x.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT8Xc5BeclAK6uzUP-k0M7qr8mZYewJUe8F_h2QW3582WzYrwRSXzRGwoKMmio6tSTB0HIn6zN3ghUcPJDkRHjIf_Pm-nYjmYhdEE_9QTOnoono-0iVGTmOXanTh8mGWnSlE9PaKZaioI/s400/v2el7ddl2x.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre (esq) com o pai e os irmãos Alexei e Vladimir</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
No dia seguinte, Alexandre embarcou no iate imperial com destino à Dinamarca, juntamente com o seu irmão Vladimir. Seria difícil imaginar circunstâncias menos favoráveis do que estas, mas, alguns dias depois de chegar, Alexandre enviou uma carta com boas notícias para casa: afinal achava que, com o tempo, iria conseguir gostar de Dagmar. Como já tinha acontecido noutras ocasiões, Alexandre não tinha a certeza dos seus sentimentos, o que o deixava preocupado, mas agora estava preparado para seguir em frente com esperança. O ponto essencial para esta mudança de opinião parece ter sido o amor e dor que tanto ele como Dagmar sentiam pela perda de Nicolau e também a sensação de que ela já fazia parte da família. Foram precisos mais alguns dias para Alexandre ganhar coragem e falar de casamento, mas, quando o fez, os dois compreenderam-se imediatamente. Alexandre ainda mal tinha acabado de falar quando Dagmar o abraçou e os dois começaram a chorar. Nesse momento, todos os seus pensamentos e palavras foram para Nicolau. Alexandre garantiu-lhe que o seu irmão ficaria feliz por eles e perguntou-lhe se era capaz de o aceitar como substituto dele. Dagmar disse-lhe que os iria amar sempre aos dois e, depois, o novo casal abraçou-se e ficou a falar sobre Nicolau, a trocar memórias que tinham dele e que ainda estavam frescas nas suas mentes.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ2Ou-9zD8lO67plZNF4shtd9Yav3br-tmbIPrF_HXGHfsQjeXcM9skcS4bWzUWlwVIo9t7SLrwZabOTATnwwRj6n0l08yuwjIb825W3dSynq0vAh971ZTWgWP8jTk0c6-5mhbrmUDfuo/s1600/a5d64381da8da7be1b0ca15636213db2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ2Ou-9zD8lO67plZNF4shtd9Yav3br-tmbIPrF_HXGHfsQjeXcM9skcS4bWzUWlwVIo9t7SLrwZabOTATnwwRj6n0l08yuwjIb825W3dSynq0vAh971ZTWgWP8jTk0c6-5mhbrmUDfuo/s400/a5d64381da8da7be1b0ca15636213db2.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre e Dagmar</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
O noivado foi anunciado e Alexandre regressou à Rússia. Inicialmente o casamento estava planeado para a primavera seguinte, mas o czar e a czarina mudaram rapidamente de ideias, insistindo que Dagmar devia mudar-se para a Rússia no outono para que o casamento se realizasse em Novembro. Talvez sentissem que a determinação do filho iria esmorecer se Dagmar não estivesse com ele ou que ele poderia sentir a falta da sua antiga vida se estivesse sozinho na Rússia. Mas talvez a sua maior preocupação fosse o facto de Alexandre não se conseguir adaptar à sua nova posição pública. Qualquer que fosse o motivo, Dagmar deixou a Dinamarca a 22 de Setembro, fazendo a sua entrada oficial em São Petersburgo ao lado do irmão a 29 de Setembro. Teve um mês para se preparar para a sua cerimónia de conversão à Igreja Ortodoxa Russa sob a orientação do arcebispo da Grande Capela do Palácio de Inverno e tudo isto não deve ter sido fácil uma vez que a jovem era constantemente confrontada com aquela que poderia ter sido a sua vida junto de Nicolau. Os aposentos dele no palácio e em Czarskoe Selo foram preservados tal como ele os tinha deixado, o seu rosto surgia em milhares de molduras e o corpo dele estava sepultado do outro lado do rio Neva, à vista do palácio. Muitos anos depois, Dagmar ainda chorava quando falava do seu primeiro noivo. Durante aquelas primeiras semanas, decidiu gastar todas as suas energias em festas e bailas, até receber um aviso gentil do pai de que tanta actividade lhe podia fazer mal à saúde.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTUn-YEtVIoMbXMwHL0SHbng8gbYtJBKPn-jslRfUxJSzan7QE5Fd7MQJk7SicpLfUG1xVCdQsitzsN1sFpqUgTARyHns_mc0ufq5rToeDmAu6OIdeQfZGIx5NLNTwj75moz4z23qNTbY/s1600/250059-1329736621.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTUn-YEtVIoMbXMwHL0SHbng8gbYtJBKPn-jslRfUxJSzan7QE5Fd7MQJk7SicpLfUG1xVCdQsitzsN1sFpqUgTARyHns_mc0ufq5rToeDmAu6OIdeQfZGIx5NLNTwj75moz4z23qNTbY/s400/250059-1329736621.jpg" width="250" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dagmar da Dinamarca</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
A 24 de Outubro, a princesa converteu-se e deixou os seus nomes de infância, passando, a partir desse dia, a chamar-se Maria Feodorovna. No entanto, a família preservou a sua alcunha, Minny. O casamento realizou-se catorze dias depois. Pouco depois do meio dia foi disparada uma salva de tiros e, dentro do palácio, começaram as procissões. O czar e a czarina lideraram o cortejo que atravessou a capela até chegar à cúpula de luz do altar, onde o arcebispo metropolitano de Novgorod e São Petersburgo estava à espera para os receber, a segurar um crucifixo que cada um deles beijou. Alexandre ia logo a seguir aos pais, depois vinha a sua noiva, depois o princesa de Gales e as princesas-herdeiras da Prússia e da Dinamarca. Atrás deles vinham os irmãos mais novos e a irmã de Alexandre, assim como outros membros da família imperial. Quem observou a cerimónia, reparou que o arcebispo teve um cuidado especial com as crianças, baixando-se para as ajudar a beijar a cruz. O esplendor deve ter sido quase avassalador e, quando o dia chegou ao fim, o ministro do interior, Peter Valuyev, escreveu no seu diário que tinha visto Maria cansada pela primeira vez e que tinha, por momentos, perdido a força de vontade que a tinha levado até ali.</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgotK7pcH-_W5DWMMTRvgXT2cnacniGb8I2RFYu8Rnd-TAoNo6SHGz6L8nK5xW_dWf5DbMUk0C1auu7nRs4GefQe6NNB5wvbMwVhLXiOjuF9b-Hu0kUprVEZEUi9mqc0ZgIE-mdCBAyEKs/s1600/03714994de9835d59b9c2c0a871667f8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgotK7pcH-_W5DWMMTRvgXT2cnacniGb8I2RFYu8Rnd-TAoNo6SHGz6L8nK5xW_dWf5DbMUk0C1auu7nRs4GefQe6NNB5wvbMwVhLXiOjuF9b-Hu0kUprVEZEUi9mqc0ZgIE-mdCBAyEKs/s400/03714994de9835d59b9c2c0a871667f8.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Feodorovna e Alexandre (futuro Alexandre III)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
No entanto, Maria recuperou rapidamente a sua energia e a sua capacidade de encantar todos aqueles que a conheciam. Desde o início que tanto ela como Alexandre mostraram o afecto que sentiam um pelo outro em público, assim como não escondiam de ninguém quando estavam irritados um com o outro. O pai de Maria, o rei Cristiano, comentou com agrado que, depois de um desentendimento, os dois mostravam-se ainda mais felizes um com o outro. O facto de os dois se entenderem bem em privado foi excelente uma vez que Alexandre teve sempre dificuldades em aceitar o seu papel público. Não gostava de ter de aparecer em público, mesmo perante pessoas simples que viajavam vários quilómetros só para o ver passar ao longe. Quando era obrigado a aparecer em público, muitas vezes recusava-se e ficava amuado e difícil, ficando de mau humor no final da tarefa. No entanto, Maria Feodorovna possuía o talento social que faltava ao marido e, felizmente, mesmo quando o mau humor dele a magoava, parecia compreendê-lo profundamente, ajudando-o a ultrapassar as suas dificuldades. Com o passar do tempo, a força que ela mostrava em todas as situações começou a ajudá-lo a adaptar-se. Na verdade, o facto de ele se ter tornado num dos czares mais admirados da Rússia deveu-se tanto a Maria quanto a ele. No final de 1866, um ano que tinha sido tão monumental para ambos, Alexandre escreveu no seu diário que ainda não se sentia digno da sua esposa, mas que estava determinado a melhorar para se sentir adequado. Compreendia tudo aquilo que ela tinha feito por ele e estava ansioso por aumentar a sua felicidade. A rápida sucessão dos acontecimentos que o tinha atirado para a segunda posição mais importante do império, como herdeiro do trono, e o tinham levado a casar com a mulher que o seu irmão tinha amado ao longo de vários anos ainda o deixavam assombrado: "<i>acho difícil que alguém tenha passado pelas mesmas mudanças que passei</i>".</div>
<div style="font-family: georgia, "times new roman", serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: georgia, "times new roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_Fx5vm37fINLTw9PF4Uk2JYDUOoEZu03Hkvq1rKRNUFbHygBJqRpr_BGv5zWy0ps0k2Y35EOdB_Vl6Ov3qdFJWjthhaW1Y8ekfKAsNrT4jgsNJL2S7FIimuJbWcMrH6SW_ztUpIg0T1g/s1600/6783060616f0bc980e23c956a4a9efca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_Fx5vm37fINLTw9PF4Uk2JYDUOoEZu03Hkvq1rKRNUFbHygBJqRpr_BGv5zWy0ps0k2Y35EOdB_Vl6Ov3qdFJWjthhaW1Y8ekfKAsNrT4jgsNJL2S7FIimuJbWcMrH6SW_ztUpIg0T1g/s400/6783060616f0bc980e23c956a4a9efca.jpg" width="332" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre III e Maria Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</span>tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-60311224255354127192017-02-23T10:36:00.000+00:002017-02-23T10:36:07.308+00:00A nossa alegria desde que nasceu - Czarevich Nicolau Alexandrovich - Primeira Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSX_VX7Fs0kPJxly7oWUkyKZH7EONnUszjyPwjUyIpNcWmbCNqt5LQg2i_HPIYUJaW7YXkK4ccJ8_xq877kkGtTENRGnVcPj9gsVTgA3cEZPiwcJ70pRIIpOqCoCJkLvjoj4NZPvhtmV0/s1600/tumblr_o4r13oIiC71rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSX_VX7Fs0kPJxly7oWUkyKZH7EONnUszjyPwjUyIpNcWmbCNqt5LQg2i_HPIYUJaW7YXkK4ccJ8_xq877kkGtTENRGnVcPj9gsVTgA3cEZPiwcJ70pRIIpOqCoCJkLvjoj4NZPvhtmV0/s400/tumblr_o4r13oIiC71rh07xwo1_1280.jpg" width="336" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A emancipação dos servos foi a grande conquista de Alexandre II que também levou a cabo um impressionante número de reformas na educação, direito, governo e forças armadas do império russo. Fez todos os possíveis para satisfazer a onda de esperança que o tinha acompanhado desde a sua subida ao trono. No entanto, foi também durante o seu reinado que surgiu uma nova ameaça: grupos terroristas que queriam colocar os seus próprios programas para o império em vigor, escolheram o czar como alvo principal e a sua vida estava constantemente em perigo. Os sonhos começaram a morrer e a esperança a desvanecer. Alexandre hesitava entre a reforma e a repressão. Até o seu casamento, que tinha começado tão bem, e contribuído tanto para as conquistas positivas do seu reinado, também começou a falhar e a sua felicidade a escapar-lhe entre os dedos. Tudo aconteceu de forma gradual, mas um dos golpes mais duros que sofreu, embora poucos o tivessem visto na altura, foi a morte do filho mais velho do casal imperial, o czarevich Nicolau.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBP1vWsxCClIk-BGkBYpAKn5076TatzmLieBP9QydYGWoOtoRAUouS5YFejznWIXwqYHf14Lrd8GJhP0wJuwfUqbwYv2SvDYD52g_I7Q1yqgMHn1ytqZmQN-sf06FCqTqSOUERxNn3Evc/s1600/nixa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBP1vWsxCClIk-BGkBYpAKn5076TatzmLieBP9QydYGWoOtoRAUouS5YFejznWIXwqYHf14Lrd8GJhP0wJuwfUqbwYv2SvDYD52g_I7Q1yqgMHn1ytqZmQN-sf06FCqTqSOUERxNn3Evc/s400/nixa.jpg" width="322" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich por Hau</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>Se alguma vez encontrar algo tão belo quanto isto em qualquer outro país, ficarei a saber que as minhas viagens valeram a pena</i>". Nicolau Alexandrovich, filho mais velho do czar Alexandre II e herdeiro do trono da Rússia, estava na varanda do Chalé de Peterhof no início do verão de 1864, a ver as florestas, o mar, e o reflexo distante do sol nos telhados de Kronstadt quando escreveu esta frase. No dia seguinte, iria partir para uma visita prolongada ao estrangeiro para terminar a sua educação e encontrar uma noiva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfRKojdesxesBl2CwmuLI6R07Bqtr90udx4mZDcJdI6AtB47ZI1y2toFKsGRu-Z_FxLseGrZADjj0WP3cHn5PVN31WNkpW3VOGl4r6EoShV34s_V0Fg2C98lazrzlvdsAJJ0083c3UXV8/s1600/tumblr_nyyzdbuDid1u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfRKojdesxesBl2CwmuLI6R07Bqtr90udx4mZDcJdI6AtB47ZI1y2toFKsGRu-Z_FxLseGrZADjj0WP3cHn5PVN31WNkpW3VOGl4r6EoShV34s_V0Fg2C98lazrzlvdsAJJ0083c3UXV8/s400/tumblr_nyyzdbuDid1u1gauyo1_1280.jpg" width="280" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau com a sua irmã mais velha, Alexandra.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Todos os relatos parecem indicar que o czarevich era um jovem excepcional. O poeta Tiutchev dizia que ele era "a nossa alegria desde que nasceu". Alto e magro, tinha herdado a postura e feitio do pai, com a beleza e inteligência da mãe, a czarina Maria Alexandrovna. Nasceu em São Petersburgo, a 20 de Setembro de 1843, e o acontecimento foi comemorado tanto como o nascimento de qualquer primeiro varão em linha de sucessão directa ao trono: "<i>foi uma grande alegria para nós e para o império</i>", escreveu o seu avô Nicolau I, "<i>que Deus guarde esta criança tão preciosa para nós</i>". Nicolau tornou-se herdeiro do trono quando tinha onze anos de idade, numa altura em que a Guerra da Crimeia estava a chegar ao fim. Juntamente com o seu irmão mais novo, Alexandre, o novo czarevich decidiu criar a sua pequena vingança do inimigo criando um mundo de fantasia chamado "Mopsopolis", desenhado a caneta com grande mestria e no qual os ingleses eram representados como cães pug.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK7nE7CQAl3T3iB2bAUiA8C2DacpoaoNfN_j8YtwnQ6CDCMEkNFff_B6rGEDydOdC7mG2BJAJ8PgGw6JbQxRPePHpRgEVf5TTC_58xCVdQPTNiq1SfMT9-dAQ7VJ53TTDRAds_UnKzTNI/s1600/tumblr_nnbrbwjsSH1u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK7nE7CQAl3T3iB2bAUiA8C2DacpoaoNfN_j8YtwnQ6CDCMEkNFff_B6rGEDydOdC7mG2BJAJ8PgGw6JbQxRPePHpRgEVf5TTC_58xCVdQPTNiq1SfMT9-dAQ7VJ53TTDRAds_UnKzTNI/s400/tumblr_nnbrbwjsSH1u1gauyo1_1280.jpg" width="311" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau com os seus irmãos mais novos: Alexandre (futuro czar Alexandre III), Vladimir e Alexei.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau tinha cinco anos quando a sua irmã mais velha, Alexandra, morreu. Os seus companheiros de infância mais próximos foram os seus irmãos e os seus primos Leuchtenberg, filhos da irmã do pai, a grã-duquesa Maria Nikolaevna. Eram todos crianças felizes e normais. Anna Tiucheva, uma dama-de-companhia da czarina, descreveu uma briga entre Nicolau e os irmãos que aconteceu algumas semanas depois de o seu pai subir ao trono. Os rapazes estavam a falar sobre o pai quando </span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>o pequeno grão-duque Nicolau disse, com um ar de importância: '</i>o papá agora anda tão ocupado que vai adoecer de exaustão. Quando o avô estava vivo, o papá ajudava-o, mas ninguém ajuda o papá. O tio Constantino está demasiado ocupado com a sua área e os tios Nix e Misha ainda são muito novos. Eu também ainda sou pequeno demais para o poder ajudar<i>'. Quando ouviu isto, o seu irmão Alexandre levantou-se cheio de vontade: '</i>o problema não é seres pequeno demais, é seres estúpido demais<i>'. O herdeiro protestou enfurecido: '</i>isso não é verdade, eu não sou estúpido. Sou só pequeno demais<i>'. '</i>Não, não, és só estúpido<i>'. O herdeiro perdeu a paciência com estas acusações desrespeitosas. Agarrou numa almofada e atirou-a às costas do irmão. O grão-duque Alexei decidiu que era um momento oportuno para escolher um lado e começou a gritar o mais alto que conseguia: '</i>és estúpido, só isso: estúpido<i>'. Começou então uma briga e as amas tiveram de intervir e restaurar a paz. O herdeiro afastou-se, profundamente ofendido com a falta de confiança que os seus irmãos tinham na sua capacidade de ajudar na gestão do país</i>".</span></blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOzt6UhGaeYH_u-rH52v9Lj8czDyMwrz7PWjrlMBk7khhH87SVX6hVKhjQT3Lj_PXIQ5IrnLGcbRQ5P-XQeQ9yZrhSySs8hcV3ochhc8lPVGZ8PrlMbDFM2T4Q4tPlLK4WWgzGJEaibcY/s1600/0_38183_b9c96c88_-1-L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOzt6UhGaeYH_u-rH52v9Lj8czDyMwrz7PWjrlMBk7khhH87SVX6hVKhjQT3Lj_PXIQ5IrnLGcbRQ5P-XQeQ9yZrhSySs8hcV3ochhc8lPVGZ8PrlMbDFM2T4Q4tPlLK4WWgzGJEaibcY/s400/0_38183_b9c96c88_-1-L.jpg" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau (dir) com os seus irmãos Alexandre, Alexei e Vladimir.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau foi educado para o trono, independentemente do que os irmãos poderiam pensar, e seguiu um programa rigoroso e intensivo de estudos que tinha sido criado especialmente para ele. Ambos os seus pais o adoravam, mas, embora o seu pai pudesse ser severo, a sua mãe dedicou-se exclusivamente a ele, quase esquecendo os seus outros filhos. Nicolau desenvolveu-se rapidamente, mostrando ter uma inteligência rápida e interesse em questões importantes que impressionavam e, por vezes, até preocupavam as pessoas responsáveis pela sua educação. O seu governante, o conde Stroganov, referiu que a maturidade de pensamento e da expressão do czarevich pareciam quase pouco saudáveis para alguém tão jovem. Um dos seus tutores tinha uma visão mais optimista: "<i>se conseguir formar um estudante igual a Nicolau Alexandrovich a cada dez anos</i>," escreveu o professor Soloviev, "<i>ficarei com a sensação de que cumpri a minha vocação para o ensino</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBIytGt3kL6xMV6J1bXmtyAWsAY8zK0BVnYnFUhVNDjiXG1V59EqXlbHfmmd-JI0jrGFZCULG2CjnwrZ-_mJ5a3JvJMvqSlRUsYrk3Xt47K5rKuqM-oLjK3Gb6hFVFL291lIDcUgBQ5i4/s1600/b72e448a168c.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBIytGt3kL6xMV6J1bXmtyAWsAY8zK0BVnYnFUhVNDjiXG1V59EqXlbHfmmd-JI0jrGFZCULG2CjnwrZ-_mJ5a3JvJMvqSlRUsYrk3Xt47K5rKuqM-oLjK3Gb6hFVFL291lIDcUgBQ5i4/s400/b72e448a168c.jpg" width="277" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parece tudo perfeito, mas existe uma imagem bastante diferente do czarevich nas memórias de um dos seus contemporâneos. Uma vez por semana, por insistência da mãe que achava que lhe faria bem estudar com outros rapazes, Nicolau tinha aulas de álgebra no Corps des Pages. Entre esses rapazes encontrava-se o príncipe Peter Kropotkin que recordou que o czarevich passava grande parte das aulas a desenhar - muito bem - e a fazer piadas com os amigos. O príncipe acrescentou que Nicolau era bem humorado e gentil, mas que tinha uma atitude extrema com tudo. Todos os esforços para o educar foram em vão e ele acabaria por chumbar no exame final que se realizou em Agosto de 1861. Podia estar a falar-se de uma outra criança, mas o testemunho de Kropotkin deve ser lido com cuidado. Quando escreveu as suas memórias, o príncipe estava exilado, depois de ter sido condenado à prisão na Rússia e na França devido às suas actividades revolucionárias. Não tinha motivos para gostar da família imperial, mas a sua descrição acaba mesmo por mostrar um lado mais humano do czarevich. Os desenhos e o humor fazem lembrar a sua criação de "Mopsopolis" e é possível que Nicolau visse esta sala-de-aulas como uma pausa do palácio, onde era o único aluno de uma equipa de tutores extremamente respeitada e exigente. Afinal, não deixava de ser uma criança, ainda que prodigiosa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm3WpGDEdoZRcTudAixVqT2yHfu3vl58zvswp9ZP3Mfz22l2EnkmJ2zmNKEKldKyfl5qJ4PuAoQ-f2dRbSScE9ChrbFZZmXFATwhkWGldYVEIX7DijrFIP9lGdz8kji7LiF98RhBd1xQs/s1600/tumblr_nhvoi1riFU1u1gauyo1_1280.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm3WpGDEdoZRcTudAixVqT2yHfu3vl58zvswp9ZP3Mfz22l2EnkmJ2zmNKEKldKyfl5qJ4PuAoQ-f2dRbSScE9ChrbFZZmXFATwhkWGldYVEIX7DijrFIP9lGdz8kji7LiF98RhBd1xQs/s400/tumblr_nhvoi1riFU1u1gauyo1_1280.png" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Tal como tinha acontecido com o pai, quando Nicolau deixou a sala-de-aula, foi fazer uma viagem por todo o império russo que durou três anos. Nesta altura, já estava a começar a pensa no futuro. Em 1860, tinha comprado ou foi-lhe oferecida uma fotografia da princesa Dagmar da Dinamarca. Na altura, ela tinha apenas doze anos e ele dezassete, mas é possível que já lhe tivessem falado da importância do casamento para alguém na sua posição. Não há duvidas de que começou a ver Dagmar como uma forte candidata. A sua colecção de fotografias dela cresceu e, em Agosto de 1863, quando estava a visitar as cidades do sul da Rússia, garantiu à mãe que já não conseguia apaixonar-se por mais ninguém. As suas cartas mostram um jovem que sabia perfeitamente que tinha sido impulsivo no passado e que estava desesperado para ser levado a sério. Não sabia se alguma vez iria conhecer Dagmar, mas escreveu: "<i>deixo isso nas mãos de Deus, uma vez que se trata de um assunto sagrado, um sacramento (...) estimo de tal forma estes sentimentos que seria doloroso se me dissesses que não passam de uma ilusão, que podem mudar mil vezes e por aí fora. Se assim fosse, por que motivo haveriam de durar três anos? E porque é que estão a aumentar e não a diminuir?</i>". Em Junho de 1864, Nicolau deixou a Rússia na companhia do conde Stroganov e de uma grande comitiva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSPHAPVpUY2oQXImaZbiOSOmna_22_23vaA179aoQXeyoEwpSavvdpWUPKndfUT_CcZDu7AIDeMsIulTe7o2JkFwF3nZEwMYfFAcJ4q6sz8kGYPNI5cAslOTqcJPc1EerSbiFyQWBAHHo/s1600/tumblr_n913xd2Wvs1s8jys7o3_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSPHAPVpUY2oQXImaZbiOSOmna_22_23vaA179aoQXeyoEwpSavvdpWUPKndfUT_CcZDu7AIDeMsIulTe7o2JkFwF3nZEwMYfFAcJ4q6sz8kGYPNI5cAslOTqcJPc1EerSbiFyQWBAHHo/s400/tumblr_n913xd2Wvs1s8jys7o3_1280.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A princesa Dagmar da Dinamarca por volta de 1860</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nesse verão, a Dinamarca estava em guerra contra a Prússia e as fronteiras estavam fechadas, por isso o primeiro destino da comitiva foi Bad Kissingen, onde a czarina estava a fazer tratamento num spa acompanhada de algumas das mais importantes figuras políticas da época. O imperador e a imperatriz da Áustria também lá estavam, assim como o grão-duque de Mecklemburgo-Schwerin e Nicolau ficou tempo suficiente para se tornar amigo do rei Luís II da Baviera de dezoito anos. Depois, viajou até Weimar, a convite de um primo do seu pai, o duque Carlos Alexandre. Nicolau ficou impressionado com as semelhanças que encontrou entre aquela capital de um pequeno estado alemão e a Rússia. Tal devia-se ao facto de, em 1804, a sua tia-avó, a grã-duquesa Maria Pavlovna da Rússia, ter ido viver para Saxe-Weimar como noiva do futuro grão-duque e a sua influência estava em todo o lado. Nicolau adorou a visita e não demoraram a surgir rumores de que tinha ficado noivo da filha de quinze anos do duque, a princesa Maria, que chegou mesmo a conhecer a czarina em Schwalbach. No entanto, Nicolau tinha outras ideias. De Weimar viajou até à Holanda onde passou várias semanas em Scheveningen, a tomar banhos de sol e mar. Outra prima do seu pai, a rainha Sofia dos Países Baixos, e a rainha-viúva Ana Pavlovna, sua tia-avó, ficaram encantadas por o conhecer, mas, logo que pôde, Nicolau apressou-se a chegar à Dinamarca para o encontro que tanto tinha antecipado. Em Copenhaga, foi recebido pelo príncipe-herdeiro e pelo irmão do rei, e, na manhã seguinte, chegaram as carruagens reais que os levaram numa viagem de três horas até Fredensborg: o rei e toda a sua família esperavam-nos na escadaria principal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCk6nFzf3gC7NvzCGNu5AnLZnwAywwBFJE4O1o8uE09KhiBlNjpx12ZnQVOxLCIjdGfpe18llB73o1Xr0Eh_-tPYahONWMKeUSWN9_1tejEhCi7kaiycn0iDMLRy-tIFrs_i4ShMSDaTs/s1600/tumblr_nhgtlxMYxs1t5k7qjo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCk6nFzf3gC7NvzCGNu5AnLZnwAywwBFJE4O1o8uE09KhiBlNjpx12ZnQVOxLCIjdGfpe18llB73o1Xr0Eh_-tPYahONWMKeUSWN9_1tejEhCi7kaiycn0iDMLRy-tIFrs_i4ShMSDaTs/s400/tumblr_nhgtlxMYxs1t5k7qjo1_500.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dagmar da Dinamarca e Nicolau Alexandrovich (em pé, à esquerda) com a família real dinamarquesa no verão de 1864.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Dagmar não o desiludiu. As filhas da rainha Luísa da Dinamarca eram conhecidas pela sua simplicidade e a princesa cumprimentou o seu possível futuro noivo enquanto estava a usar um vestido de verão leve com um bibe preto por cima e o cabelo preso num puxo arranjado que lhe caía pelo pescoço. Segundo Feodor Oom, o secretário do Gabinete do Czarevich, a quem Nicolau tinha mostrado a fotografia de Dagmar várias vezes "<i>ela brilhava com a frescura dos seus dezasseis anos de idade</i>". Mas, inicialmente, a atmosfera era tensa e desconfortável. Apaixonar-se por uma fotografia era muito mais fácil do que conhecer uma jovem de carne e osso - sempre sob o olhar atento dos seus parentes. Durante vários dias, ninguém sabia o que dizer, e era o rei quem se sentia mais inibido entre todos. Nicolau gostou do rei Cristiano, reagindo bem à sua abertura e franqueza, mas teve algumas hesitações relativamente à sua futura sogra: numa longa carta que escreveu à mãe a 5 de Setembro, elogiou o rei, mas recusou-se a fazer comentários sobre a rainha, dizendo que se sentia demasiado feliz para estar a criticar alguém. Havia bons motivos para a sua felicidade, uma vez que Nicolau estava finalmente a ganhar coragem e a fazer progressos a sério. Ficou encantado com a atmosfera rural do palácio e encontrava uma escapatória nos jogos com os irmãos mais novos de Dagmar: Tira e Valdemar. Com a ajuda do seu ajudante-de-campo, o coronel Richter, conseguiu abordar pela primeira vez o assunto que o tinha levado até à Dinamarca através do irmão mais velho de Dagmar, o príncipe-herdeiro Frederico: será que uma proposta de casamento seria geralmente bem vista no país, e será que Dagmar sentia o mesmo por ele? A resposta para ambas as perguntas terá sido positiva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSk5w02WIlPqQRdiJxGrSyXoXV87D6GudKJiVzjTYDRvwEei19Os2MDN_4b6ThCFyA6RrIzXfyqPkgFIwichzALWrnMe4bTnjsUmaw4MMZPzq4QsQt8L2x8zrGCpjwmzbYtXb6Z68D0Jc/s1600/tumblr_n5k124JVdX1rh07xwo1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSk5w02WIlPqQRdiJxGrSyXoXV87D6GudKJiVzjTYDRvwEei19Os2MDN_4b6ThCFyA6RrIzXfyqPkgFIwichzALWrnMe4bTnjsUmaw4MMZPzq4QsQt8L2x8zrGCpjwmzbYtXb6Z68D0Jc/s640/tumblr_n5k124JVdX1rh07xwo1_500.png" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dagmar, a sua irmã Tira, o czarevich Nicolau Alexandrovich e a rainha Luísa da Dinamarca.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O tempo passou a correr e a conhecida boa disposição da família real dinamarquesa fez com que a timidez de Nicolau desaparecesse rapidamente. O grupo saía em passeio para locais interessantes, organizavam-se chás e jantares informais nos quais se conversava livremente, faziam-se corridas, jogos e riam sem parar - foi um tempo de alegria para os dinamarqueses que tinham acabado de sair de uma guerra. Nicolau ficou encantado com Dagmar, mas garantiu à sua mãe que tinha tido o cuidado de não falar do assunto do casamento, principalmente com ela, e que tinha apenas perguntado aos seus pais se poderia regressar. Sabendo que o seu filho tinha grandes esperanças para o encontro, a czarina aconselhou-o a conter os seus sentimentos. Antes de mais, tinha de se encontrar com os pais e obter a sua permissão antes de fazer a proposta de casamento oficial.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigUBkOISXGQF1GeA_Ip22LyfOoxxPr3N-eFfeKKAeQ44RlfvcY_lopnLKwANG4kIdNtmrNW9lZp8hA41Ct6x8XyG2iC_akadZxggDHFtcWqRZW4_mgalKTrF1JrRIbxaqdJ38F4CgOods/s1600/tumblr_nv1dy3f3R61rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigUBkOISXGQF1GeA_Ip22LyfOoxxPr3N-eFfeKKAeQ44RlfvcY_lopnLKwANG4kIdNtmrNW9lZp8hA41Ct6x8XyG2iC_akadZxggDHFtcWqRZW4_mgalKTrF1JrRIbxaqdJ38F4CgOods/s400/tumblr_nv1dy3f3R61rh07xwo1_1280.jpg" width="243" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau viajou da Dinamarca para sul para se juntar aos pais em Heiligenberg, a casa do seu tio materno a sul de Darmstadt. Passou a sua primeira noite lá sozinho com a mãe enquanto o resto da família estava no teatro. O czar e a czarina tiveram todo o gosto em aceitar os planos do filho e ele mostrou-se ansioso por regressar à Dinamarca para fazer o pedido de casamento, mas, antes disso, teria de passar pela Prússia para assistir a um dia inteiro de manobras militares juntamente com o pai. No caminho para lá, pararam em Estugarda para visitar outra tia, a rainha Olga de Wuttemberg, e Nicolau comemorou o seu 21.º aniversário na Alemanha. É provável que não tivesse grande vontade de saudar o exército que tinha acabado de derrotar de forma humilhante os dinamarqueses e que temesse que aquele compromisso fosse mal visto na Dinamarca. Pior ainda, na noite antes das manobras, o czarevich sofreu de dores fortes nas costas, mas esforçou-se por participar de qualquer das formas. Depois de passar onze horas em cima de um cavalo, ficou exausto e foi esse o primeiro sinal de que algo se passava. Infelizmente, ninguém lhe deu atenção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJrwQ6sTEodFktBsBExT46JVNSramp6GEgrBQ4jPWtzEYOql5pLBBXzhhumG0hj3vI-w7PnHR6ogBkzrmvOyD5FZtPPaAghosdcJEG7xOeEnXMQAPP-og4TNzOO7mdmNlaLeVOMR1ohKk/s1600/tumblr_o1dfzwCP9X1rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJrwQ6sTEodFktBsBExT46JVNSramp6GEgrBQ4jPWtzEYOql5pLBBXzhhumG0hj3vI-w7PnHR6ogBkzrmvOyD5FZtPPaAghosdcJEG7xOeEnXMQAPP-og4TNzOO7mdmNlaLeVOMR1ohKk/s400/tumblr_o1dfzwCP9X1rh07xwo1_1280.jpg" width="275" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Assim que pôde, Nicolau viajou novamente para a Dinamarca e juntou-se à família real em Bernstorff. Teve imediatamente uma conversa com o rei que, posteriormente, explicou o motivo da visita de Nicolau com muita calma à sua visita e juntou o casal. Os dois foram depois dar um passeio pelo parque, com o rei e a rainha a caminhar um pouco mais à frente e um dos irmãos de Dagmar um pouco mais atrás. Tanto Nicolau como Dagmar se sentiram tímidos e apreensivos: "<i>Queria que a Terra me engolisse</i>", contou Nicolau à mãe. Mas esforçou-se por expressar os seus sentimentos e, com alívio, descobriu que eles eram recíprocos: Dagmar aceitou o seu pedido e os dois beijaram-se e deram aos mãos. "Mal conseguia falar", escreveu ele, "<i>e apesar de ser um dia frio de outono, sentia-me a arder como se estivesse dentro de um forno</i>". O noivado foi anunciado oficialmente nessa mesma noite, a 28 de Setembro, e, nos dias seguintes, houve trocas de presentes e visitas. O jovem casal teve também permissão para falar a sós pela primeira vez. Nicolau mostrou a Dagmar as fotografias suas que tinha juntado ao longo de cinco anos e ela surpreendeu-o ao revelar que já pensava nele antes de se conhecerem e que tinha prometido a si mesma que não se casaria com mais ninguém. Existe a ideia de que os casamentos entre realeza nesta época eram sempre assuntos políticos, mas se era esse o caso com Nicolau e Dagmar, nenhum deles se sentia dessa forma. Nicolau garantiu à mãe que ninguém tinha falado de casamento com Dagmar anteriormente. Era importante saber que a atracção de Dagmar também tinha crescido lentamente e em privado. Mas ele foi ainda mais longe. O czarevich tinha reparado que havia muitos na Dinamarca que viam o casamento como uma aliança política e ele tinha tido o cuidado de não os encorajar. Pelo menos para ele, tratava-se de um assunto absolutamente privado.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ0DWPRQ1eTIkO8hbN-dp92aE0u9JGzef4M8kwSr6L-4H_V_2ZMCFFJ5_bZN_4dFeMZq2DZgo9lLISD8HPHlwOa1uTDC_e2CKpFKZpPun0vZTXNPYOOD6ooq1T9nH8XGahr13mBIFDwZ0/s1600/04081e99eae05f97b64203534bcf45c5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQ0DWPRQ1eTIkO8hbN-dp92aE0u9JGzef4M8kwSr6L-4H_V_2ZMCFFJ5_bZN_4dFeMZq2DZgo9lLISD8HPHlwOa1uTDC_e2CKpFKZpPun0vZTXNPYOOD6ooq1T9nH8XGahr13mBIFDwZ0/s400/04081e99eae05f97b64203534bcf45c5.jpg" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Dagmar de mãos dadas com Nicolau Alexandrovich, rodeados de três dos irmãos de Dagmar (Valdemar, Tira e Frederico) e da sua mãe, a rainha Luísa.</td></tr>
</tbody></table>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 12 de Outubro, Nicolau teve de partir para se juntar à sua família em Darmstadt. Estava intensamente feliz, bombardeando a sua mãe com histórias sobre a ingenuidade da sua noiva, a sua beleza e a gentileza dos seus olhos enquanto rezava com toda a sinceridade para que o seu futuro juntos fosse feliz. Ficou encantado quando soube que Dagmar iria escolher o nome da mãe dele, Maria, quando se convertesse para a Igreja Ortodoxa Russa. Um dos objectivos da sua viagem tinha sido cumprido, mas ainda faltavam várias visitas culturais antes de Nicolau poder regressar à Rússia com a sua noiva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7RlrXfwT7Xp9DU0za_Ke68DfcWg0ud-YeVVOEZLsJWsUM-Mxd4rGnIs3Tby_aVh7eF2RAPEUpXqZvzH8ht5mxxSo0y8N-sq_xO0rBalUoH6gh9vjjl9xwwmpRbEvwXmJI0s6dxcZhcu0/s1600/tumblr_n957faToR11qiu1coo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7RlrXfwT7Xp9DU0za_Ke68DfcWg0ud-YeVVOEZLsJWsUM-Mxd4rGnIs3Tby_aVh7eF2RAPEUpXqZvzH8ht5mxxSo0y8N-sq_xO0rBalUoH6gh9vjjl9xwwmpRbEvwXmJI0s6dxcZhcu0/s400/tumblr_n957faToR11qiu1coo1_1280.jpg" width="245" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich e Dagmar</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A viajar com pequenas paragens por toda a Alemanha e Áustria, o czarevich e a sua comitiva chegaram a Veneza a 30 de Outubro. Passaram duas semanas a visitar museus, igrejas e teatros antes de avançarem para Milão onde foram recebidos por Humberto, o príncipe-herdeiro da Itália. Nicolau queria saber mais sobre o sistema político italiano, mas ficou desiludido com as respostas que príncipe-herdeiro deu às suas perguntas. Humberto disse que Nicolau, na categoria de herdeiro de uma monarquia absoluta, provavelmente seria obrigado a saber tudo sobre direito e sobre a constituição, mas que ele próprio preferia deixar esses assuntos nas mãos dos políticos. No entanto, os italianos ficaram impressionados com o nível de conhecimento que o czarevich tinha sobre os mais variados assuntos. Em comparação com os príncipes que tinham, ele parecia estar extremamente bem informado e as suas perguntas eram pertinentes e perspicazes. Na verdade, Nicolau recebia boletins diários com notícias do seu gabinete em São Petersburgo que lia sempre atentamente. O objectivo da viagem era impressionar a Europa com o homem que, um dia, iria governar a Rússia. Nicolau encontrou-se também com o rei Vítor Emanuel II num jantar de gala dado em sua honra em Turim e, a 11 de Novembro, partiu para Génova com a sua comitiva. O primeiro vislumbre que tive da cidade, com a luz outonal e o mar Mediterrâneo a toda a volta, fizeram-no lembrar com nostalgia a costa do Mar Negro e a sua casa. Nesse dia, estava um esquadrão naval russo ancorado no porto de Génova e o almirante foi cumprimentar Nicolau na estação de comboios. O czarevich ficou tão contente por ver homens em uniformes russos que convidou todos os oficiais do esquadrão para jantar no seu hotel.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX6W6gfJ0H2PILCVgZXNXyeFe86dPe35S80DRIBofc5H7bUCxZGZyB2DJfmMJWo0jwCQzRm4pbMNRLgX_aXGNaclD_98zQVEgJB2p3Yj4Y2laZzXW0TojYqQN66oSkWBTDHwycl3ekSBw/s1600/05cc6ab3c392cc2e15f584c047f65194.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX6W6gfJ0H2PILCVgZXNXyeFe86dPe35S80DRIBofc5H7bUCxZGZyB2DJfmMJWo0jwCQzRm4pbMNRLgX_aXGNaclD_98zQVEgJB2p3Yj4Y2laZzXW0TojYqQN66oSkWBTDHwycl3ekSBw/s400/05cc6ab3c392cc2e15f584c047f65194.jpg" width="262" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau estava com saudades de casa e decidiu fazer uma pausa do seu programa oficial para visitar a mãe. Nesse outono, a czarina teve uma crise de tuberculose particularmente grave e, da última vez que a tinha visto, a sua mãe estava a ser transportada numa maca para a estação de comboios de Darmstadt de onde viajou para Nice. Naquele momento, estava hospedada na Villa Bermond, que, embora tivesse o nome de Villa, era, na verdade, uma vasta propriedade numa colina, conhecida pelos seus pomares e campos de violetas de Parma. O parque tinha cinco casas, três das quais se encontravam ocupadas pela czarina e pela sua comitiva. Nicolau viajou por mar, a bordo de uma corveta russa chamada Vitiaz e com o nome falso de "Comte du Nord", o mesmo nome que o seu bisavô, o czar Paulo I, utilizava mais de meio século antes. Quando chegou a Nice, Nicolau ficou alojado na Villa Diesbach e passou alguns dias com a mãe antes de a corveta Vitiaz o levar de volta a Itália, desembarcando desta vez em Livorno. Grande parte da comitiva estava à sua espera em Florença, onde estava planeado um programa preenchido de actividades. No entanto, quando o comboio parou na estação, Nicolau queixou-se de dores nas costas de tal forma fortes que os seus companheiros quase tiveram de o carregar para os quartos que tinha reservado no Hotel Itália. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVa7e1x_P07j0WZ47z2uo4Gkp0dJSXZ7PlyOAkZlM0ozBHoCAVoe2V-WTBPOuStmNa1xDCq_SQbnD2A_8nYDvVJNa5OyxISnvccQlI_d-I22sAHiTP37yajHq1cLWF8ovaoGDzUePANdg/s1600/tumblr_o0jo0rc63F1qzjmo0o1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVa7e1x_P07j0WZ47z2uo4Gkp0dJSXZ7PlyOAkZlM0ozBHoCAVoe2V-WTBPOuStmNa1xDCq_SQbnD2A_8nYDvVJNa5OyxISnvccQlI_d-I22sAHiTP37yajHq1cLWF8ovaoGDzUePANdg/s400/tumblr_o0jo0rc63F1qzjmo0o1_1280.jpg" width="243" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-72491487692345390152017-02-21T15:35:00.000+00:002017-02-21T15:35:16.493+00:00Um Voo de Pombas - Os primeiros anos de Alexandre II - Segunda Parte<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJwutJclfj7gH_MRIR6Qy4iAhj6aLTlSVy5hGTZDvcPLIP_XfNaRwcSL1CZJ_22BVzfUsqXSNzrc3nZ1P2pfguyNPUQlyl9svdoQ1oQ6hR3jF5hzhmV1awBqto6VyawGU1ZjLVzEw3p9g/s1600/AIIB.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJwutJclfj7gH_MRIR6Qy4iAhj6aLTlSVy5hGTZDvcPLIP_XfNaRwcSL1CZJ_22BVzfUsqXSNzrc3nZ1P2pfguyNPUQlyl9svdoQ1oQ6hR3jF5hzhmV1awBqto6VyawGU1ZjLVzEw3p9g/s400/AIIB.jpg" width="335" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Alexandre Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Com alguma relutância, Nicolau I deu autorização ao filho para convalescer em Itália, mas, em finais de Janeiro de 1839, a comitiva já estava novamente em viagem, desta vez pelas cortes da Alemanha. Não era segredo que Alexandre estava à procura de uma esposa. Os seus pais tinham esperança que gostasse da princesa Alexandrina de Baden, mas a jovem de dezoito anos não despertou qualquer sentimento em Alexandre. A partir da corte do pai dela, em Karlsruhe, Alexandre avançou para Heidelberg, mas estava normalmente a sentir-se exausto e, a 12 de Março, o general Kavelin sugeriu uma paragem não-planeada em Darmstadt. Alexandre queria uma noite descansada, mas o grão-duque de Hesse tinha outros planos, convidando o czarevich e a sua comitiva para o teatro e, depois, para jantar. A maioria sentia-se demasiado cansada para ir, mas Alexandre não podia recusar. "Foi só na manhã seguinte", contou Zhukovsky aos pais dele, "<i>que fiquei a saber o que tinha acontecido na noite anterior. Dizer que estava feliz não chega (...). Atingimos o objectivo da nossa viagem</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFI5W1voXlNv5hz8vnPXTORqKCyqZVx5K02hseoFHd5WT0uIQJcL_dXUrjzcoizckbdHRGSGorjnROtkNo_etxQmal-9sycZ1YQVZQmYJj5jphNJbyzdJPZIRAu4CIeRBLc4yObypLtVM/s1600/marktDarmstadt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFI5W1voXlNv5hz8vnPXTORqKCyqZVx5K02hseoFHd5WT0uIQJcL_dXUrjzcoizckbdHRGSGorjnROtkNo_etxQmal-9sycZ1YQVZQmYJj5jphNJbyzdJPZIRAu4CIeRBLc4yObypLtVM/s400/marktDarmstadt.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Darmstadt em 1830</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre ficou paralisado quando viu a filha do grão-duque. Aos catorze anos de idade, Maria de Hesse-Darmstadt ainda era uma criança, mas era alta para a idade e inteligente. Também se sentia sozinha, sentia a falta da mãe que a tinha criado longe da corte e que tinha morrido de tuberculose quando Maria tinha apenas onze anos de idade. Durante um curto período de tempo, quando Maria era mais nova, os seus pais tinham-se separado e havia rumores em todas as cortes da Europa de que o grão-duque não era o seu pai biológico. Nem toda a gente em Darmstadt era simpática para Maria e Alexandre era demasiado sensível para resistir à combinação da sua juventude, beleza e infelicidade. A sua comitiva ficou em Darmstadt durante alguns dias e, quando chegou a altura de partir, Alexandre levou consigo um medalhão com uma madeixa de cabelo de Maria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtoVgz1NZwKGUyS07xsjoU0WeB97I75fzwHXEn2gVv1DoZVO6oOefqM8KcjpiH7ycoSNVW-Unn3x4p_1egT9jVjkLADUiWu0s2xpuc-mnOrtR8OsUA0MgF_XpZtVXWWURv4x5TF6EYsXY/s1600/tumblr_o0uv9zCau01rh07xwo1_r1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtoVgz1NZwKGUyS07xsjoU0WeB97I75fzwHXEn2gVv1DoZVO6oOefqM8KcjpiH7ycoSNVW-Unn3x4p_1egT9jVjkLADUiWu0s2xpuc-mnOrtR8OsUA0MgF_XpZtVXWWURv4x5TF6EYsXY/s400/tumblr_o0uv9zCau01rh07xwo1_r1_1280.jpg" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Maria de Hesse-Darmstadt</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na noite de 19 de Março, Alexandre chegou a Haia onde iria passar um mês com a sua tia, a grã-duquesa Ana Pavlovna, princesa de Orange, e a família dela para comemorar a Páscoa e o seu vigésimo-primeiro aniversário. "O Sasha foi encantador no seu uniforme de cossaco, que lhe fica maravilhosamente bem.", escreveu Ana ao seu irmão nessa noite. "<i>O bigode pequenino dele está a crescer e, quanto à aparência, posso dizer-te que o acho um jovem muito bonito</i>". Os dias em Haia eram passados tranquilamente, a fazer visitas e escrever cartas, e, à noite, Alexandre fazia companhia à tia à hora do chá. É possível que lhe tenha falado de Maria, pelo menos é essa a ideia que a grã-duquesa Ana transmite numa outra carta dirigida ao irmão: "<i>tenho a certeza que a diferença de locais e ambiente não o distraíram do objectivo principal que o devia ocupar</i>". Ana ficou encantada com o seu sobrinho: "<i>tem muito tacto, graciosidade e dignidade</i>", escreveu ela, "<i>com uma naturalidade que encanta</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsjemWROE6HXc7WWs2lGorC8cIqx-2nzFiIFHmP8cgE39NXDUSKt8_b3fCsKSJNzZulYn0Jq02wojdawKyIcTh7V0G0gV_Jvj2uNnFTFdcexpagCFJHwMQa6nEfWj9z4Lwi6uS2kaMtMc/s1600/State_Portrait_of_Anna_Pavlovna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsjemWROE6HXc7WWs2lGorC8cIqx-2nzFiIFHmP8cgE39NXDUSKt8_b3fCsKSJNzZulYn0Jq02wojdawKyIcTh7V0G0gV_Jvj2uNnFTFdcexpagCFJHwMQa6nEfWj9z4Lwi6uS2kaMtMc/s400/State_Portrait_of_Anna_Pavlovna.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px;">Ana Pavlovna, princesa de Orange</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 20 de Abril, Alexandre deixou Haia e partiu para Inglaterra para mais uma visita de sucesso. A rainha Vitória, que era um ano mais nova do que ele e ainda solteira, achou a naturalidade tão encantadora como a sua tia tinha achado. Alexandre ficou no país um mês e foi recebido com entusiasmo por todo o lado. A 29 de Maio regressou a Haia e, depois, com a autorização dos pais, voltou a Darmstadt onde já tinham começado as negociações preliminares para o seu casamento com Maria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioi_Gct86Kfc0mJD9A6JgoMCITlm9OPA0ATJ5HMXINJbLkl5EbqBKM5HCsc_-Dg1kHfPvpkZEM6NFhGNjJvsUvYtJB8chXaauoKH1TtuOiknALVZ7ucZhxenR26dp8q9pOa9ocr3bwhzo/s1600/121547-1292710778.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioi_Gct86Kfc0mJD9A6JgoMCITlm9OPA0ATJ5HMXINJbLkl5EbqBKM5HCsc_-Dg1kHfPvpkZEM6NFhGNjJvsUvYtJB8chXaauoKH1TtuOiknALVZ7ucZhxenR26dp8q9pOa9ocr3bwhzo/s400/121547-1292710778.jpg" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha Vitória em 1838</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Existe uma história contada desde sempre e, por isso, dada como verdadeira, de que o czar Nicolau I estava contra o noivado e manteve a sua posição durante um ano, obrigando o filho a lutar por aquilo que queria. Almedingen descreveu como o czar, furioso, exigiu que Alexandre regressasse à Rússia após a primeira visita a Darmstadt, e escreve que Alexandre voltou para enfrentar a fúria do pai antes de continuar a sua viagem pelas cortes europeias. Apesar de este cenário parecer familiar, não há provas que o sustentem. A comitiva de Alexandre chegou a Darmstadt a 12 de Março e ficou lá durante alguns dias, chegando a Haia no dia 19. Sendo que na altura não tinham um meio de transporte mais rápido do que um cavalo, seria impossível incluir uma visita a São Petersburgo neste período de tempo, mesmo que o czar a tivesse ordenado, e, além disso, não existem sinais de que Nicolau estivesse realmente contra a união: o que o czar queria realmente era ver o filho bem casado. Em Abril, o embaixador austríaco em São Petersburgo reportou que o czar tinha aceite a aliança de Hesse e que a tinha comunicado ao seu próprio governo. Em Maio, Nicolau escreveu ao seu cunhado, o príncipe de Orange, e, ao referir-se ao seu sobrinho, o filho mais velho da sua irmã, acrescentou: "<i>também o meu filho já encontrou o seu amor. Vamos ver o que irá acontecer. Pelo menos até agora, as belas jovens inglesas ainda não conseguiram ultrapassar Darmstadt</i>". Havia apenas um motivo pelo qual Alexandre teria de esperar para o casamento: o facto de Maria ainda não ter sequer quinze anos de idade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsopy5H0xGcsLTx5MIKUX-bF9M7JYC4QSzl_jL0f3tWH5ImaG5_ZeNQvEIZ0GpNF9BvQEM1o0jk5Fp2Shz_BEG1yhjIsdszhGS2Nv3dFZRfQxOa15x6Xtfxr6d3se6nTOHpq-z3zK3irI/s1600/tumblr_odk37hNmWD1u1gauyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsopy5H0xGcsLTx5MIKUX-bF9M7JYC4QSzl_jL0f3tWH5ImaG5_ZeNQvEIZ0GpNF9BvQEM1o0jk5Fp2Shz_BEG1yhjIsdszhGS2Nv3dFZRfQxOa15x6Xtfxr6d3se6nTOHpq-z3zK3irI/s400/tumblr_odk37hNmWD1u1gauyo1_500.jpg" width="283" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria de Hesse-Darmstadt</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Após uma breve visita à família de Hesse, Alexandre regressou à Rússia, onde o seu pai o começou a incluir nos assuntos de estado e, à medida que o ano ia passando, o czarevich preparava-se para regressar a Darmstadt. O seu pai era da opinião de que ele não podia tomar uma decisão definitiva enquanto não visse a princesa novamente. O czar e a czarina não iriam tentar influenciar o filho, "mas ficaríamos encantados se a decisão fosse afirmativa". O noivado foi anunciado em Abril. Nicolau I e Alexandra também estavam a viajar pela Europa nessa primavera e deram os parabéns a Alexandre e Maria pessoalmente em Frankfurt, nesse mês de Junho. Em Agosto, algumas semanas depois de Maria completar dezasseis anos de idade, a família viajou em conjunto para a Rússia. A 28 de Abril de 1841, na véspera do dia em que Alexandre completou vinte-e-três anos de idade, os dois casaram-se na capela do Palácio de Inverno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQiwe1OAeRkWKE5qgtUrNbqk0o-3B6CLF3FBU-LrIALR-C3PUoOTVdmQagQ7vuCiOT-gZhCrxVrAVoaz32ldOS4ikxqIq82O-hbF3RZGMM9z9bQgPQwi7COSXVEZah_YrTy6XRGt23ADY/s1600/tumblr_od5xvzgTy21u1gauyo1_540.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQiwe1OAeRkWKE5qgtUrNbqk0o-3B6CLF3FBU-LrIALR-C3PUoOTVdmQagQ7vuCiOT-gZhCrxVrAVoaz32ldOS4ikxqIq82O-hbF3RZGMM9z9bQgPQwi7COSXVEZah_YrTy6XRGt23ADY/s400/tumblr_od5xvzgTy21u1gauyo1_540.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e o futuro czar Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O casamento trouxe a Alexandre um nível de felicidade pessoal que ele já não sentia desde antes de o seu pai subir ao trono. Alexandre e Maria (agora conhecida como Maria Alexandrovna) eram jovens, interessavam-se por literatura, música e poesia, e a sua corte tornou-se no ponto principal dos seus amigos que partilhavam dos mesmos gostos. A maioria das suas noites eram passadas a dançar, a ouvir música, a ler em voz alta e a trocar ideias. A sua primeira filha, Alexandra, nasceu em Czarskoe Selo no verão de 1842 e um filho, Nicolau, nasceu um ano depois. Com o seu nascimento, a linha de sucessão ficou garantida e os avós ficaram encantados. Depois nasceram Alexandre, Vladimir, Alexei, Maria... Alexandre era um pai dedicado. As paredes do seu escritório em Czarskoe Selo estavam cobertas de retratos da sua esposa e filhos e a sua secretária quase transbordava com miniaturas deles. As crianças brincavam ao lado dele enquanto ele trabalhava. A pequena Alexandra morreu de meningite tuberculosa oito semanas antes de completar sete anos de idade e Alexandre guardou cuidadosamente o seu vestido de seda azul o resto da sua vida. A pequena grã-duquesa tinha um lugar especial no coração do pai. Muitos anos depois da sua morte, quando a sua outra filha, Maria, estava prestes a casar, Alexandre contou a Lady Augusta Stanley sobre a criança que tinha perdido, que "<i>era tão dedicada a ele que costumava pedir para ficar na mesma divisão do pai, mesmo quando ele estava ocupado, e ficava lá durante longas horas, em silêncio, só para poder ver o papá</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCrmO2duzlN4H1F3PGnH_iJ5EM_3vZw3W-z6xWwuably9JJR5_qSeFwQ7IkogXNJogsr4PrQSSET8y8C-oa7gZ4X70ioOwHynQ4t5rw5yq8TN727m-2L0jWrOQZRINuVSZYaWCnaRl20o/s1600/f77e68049c76613e895a68e45e9d1356.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCrmO2duzlN4H1F3PGnH_iJ5EM_3vZw3W-z6xWwuably9JJR5_qSeFwQ7IkogXNJogsr4PrQSSET8y8C-oa7gZ4X70ioOwHynQ4t5rw5yq8TN727m-2L0jWrOQZRINuVSZYaWCnaRl20o/s400/f77e68049c76613e895a68e45e9d1356.jpg" width="342" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre com os seus dois filhos mais velhos, Alexandra e Nicolau</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas Alexandre e Maria Alexandrovna partilhavam mais do que os filhos. Alexandre estava já envolvido activamente no governo do seu pai e pedia a opinião da sua esposa para tudo. Levava os papéis de estado para casa e os dois liam e discutiam os mesmos entre si. Alexandre respeitava o bom senso de Maria, assim como o da sua tia Helena Pavlovna, que se tinha tornado na amiga mais chegada de Maria dentro da família imperial. Juntos, o jovem casal lia as obras acabadas de publicar de Turgenev e Gogol, que estavam na mira da censura oficial. Juntos, estudavam os relatórios mais recentes sobre o estado do país, que eram demasiado controversos para mostrar ao czar. Zhukovsky ainda estava por perto e continuava a incentivar Alexandre: "<i>o teu coração deseja sinceramente o maior bem e, um dia, terás grande poder nas tuas mãos (...) mas terás de saber o que fazer (...) assim que souberes que uma medida é boa, a sua aceitação deve ser imediatamente seguida da sua concretização</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJONNws_m2qz9upnG8_DtZRnyk8U8DnpXqN8SGLMG1Abp-jcxZAdp1axqbEvLZATcEXDEpHG0JmbkgmQ6M0spupIWRJz2F5FxDygSQQ88UoUheiEt_PtlKMKqlpKYNV0X5jwKLQydx_sk/s1600/805572236e833662cb6bb49f491cfbd3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJONNws_m2qz9upnG8_DtZRnyk8U8DnpXqN8SGLMG1Abp-jcxZAdp1axqbEvLZATcEXDEpHG0JmbkgmQ6M0spupIWRJz2F5FxDygSQQ88UoUheiEt_PtlKMKqlpKYNV0X5jwKLQydx_sk/s400/805572236e833662cb6bb49f491cfbd3.jpg" width="248" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em 1842, Alexandre liderou um comité que o seu pai tinha convocado para alterar as condições da servidão. Os seus objectivos eram limitados, mas isso não impediu uma tempestade de protestos. Havia interesses ocultos na Rússia que estavam decididos a preservar o sistema tal como ele estava. As acções do comité foram atrasadas pela burocracia. O descontentamento aumentou. Em algumas zonas, a esperança numa reforma foi arrasada e, quando isso aconteceu, os camponeses tornaram-se violentos ou abandonaram as suas terras. Noutros locais também houve violência, mas pelo motivo contrário: os camponeses temiam a mudança. Era um ambiente caótico e desmotivante e a única resposta do czar Nicolau I foi aumentar ainda mais a repressão. Esta atitude prolongou-se ao longo da década de 1840. Com uma censura rigorosa e castigos medievais, Nicolau I tentou proteger a Rússia dos pedidos de mudança que se estavam a espalhar por toda a Europa, mas não havia nada que conseguisse silenciar a fúria no país. No entanto, Alexandre que, na altura, era já uma figura central do governo, não foi culpado por nenhuma destas políticas. Ainda havia uma aura dourada à sua volta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSerk_RkOqonm1P5hTn5OVDszTbzlSyAoJuWv72T6LybZzh1dan6mEzFscnudoIccdhwFK2exC8Cel_7eDopRBxhG2Mg43j3KCFwUnYqIJ3oK71BI31-MqZ9A5d8RnPJaeZz0diCbYncQ/s1600/regnum_picture_146039615276733_normal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSerk_RkOqonm1P5hTn5OVDszTbzlSyAoJuWv72T6LybZzh1dan6mEzFscnudoIccdhwFK2exC8Cel_7eDopRBxhG2Mg43j3KCFwUnYqIJ3oK71BI31-MqZ9A5d8RnPJaeZz0diCbYncQ/s400/regnum_picture_146039615276733_normal.jpg" width="355" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I da Rússia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O reinado de Nicolau aproximava-se do seu doloroso final. A partir de 1852, Alexandre viu o seu pai a entrar em conflito directo contra as grandes potências europeias. Ninguém queria que a Guerra da Crimeia</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> acontecesse. Alexandre, que nunca se sentira como um verdadeiro soldado, detestava a ideia de ir para a guerra e percebeu imediatamente qual seria o resultado daquela em particular, mas não podia opôr-se ao pai. Era praticamente o regente do império, detendo todos os poderes à excepção do poder essencial para decidir a política geral, e Maria partilhava a sua ansiedade, à medida que ia procurando coragem nos evangelhos e nas cartas de Zhukovsky e assistia ao desenrolar dos acontecimentos. Não havia coragem suficiente do lado russo para compensar a falta de organização e de liderança. No início de 1855, Alexandre não aguentava mais e dispensou o comandante-em-chefe, substituindo-o por um homem da sua confiança. Dois dias depois, chegava a notícia de que o czar Nicolau I tinha morrido e que Alexandre se tinha tornado czar da Rússia. Tinha trinta-e-seis anos de idade e herdava um país perto do colapso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm_VMxutzSI7gb7XAZ2I0gguetjlcZTJwNJOS0YfWX6wkFG9VX3jFyX95rrHoRVYncH9t123NAHGjbG8K3weZyGxgpK54Ui4NX3FcJqejuwG86Vc07XA-ZkLpG6YW9XtNOWK0xicf4zy8/s1600/_1480713261.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm_VMxutzSI7gb7XAZ2I0gguetjlcZTJwNJOS0YfWX6wkFG9VX3jFyX95rrHoRVYncH9t123NAHGjbG8K3weZyGxgpK54Ui4NX3FcJqejuwG86Vc07XA-ZkLpG6YW9XtNOWK0xicf4zy8/s400/_1480713261.jpg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre (esq) com o pai Nicolau I e o irmão Constantino Nikolaevich (dir).</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Neste ponto baixo, havia mais esperança no seu reinado do que nunca. Nos seus primeiros meses de reinado, Alexandre aliviou a censura e levantou as restrições que tinham sido impostas a viagens ao estrangeiro. Mais tarde, iria abolir a pena capital e o castigo por chicotadas. Os responsáveis pela Revolta Dezembrista foram finalmente libertados. Até os maiores inimigos do regime esperavam que Alexandre conseguisse um milagre. Em Inglaterra, um socialista exilado, Alexander Herzen, editor do diário Kolokol (O Sino) fez uma promessa extraordinária. Disse que iria abandonar a oposição "<i>porque tenho em mim a esperança de que o czar fará algo pela Rússia. Majestade, dê liberdade à palavra russa (...) dê-nos liberdade de expressão (...) dê a terra aos camponeses</i>". Foi um momento extraordinário. Tudo parecia possível, e as pombas voavam por toda a Rússia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKRd161O5nL4ADzlksemM_ldlJbkEMNWH5jPznWpulqRyo-IdvvJyh-ANSi-mYCXv3JsevWQxFFole_U_D7ThplQizblUpNjrsMbROoFDZF2LWWWlqZjbw5jVRNdNa4VdiObZwv_I12EM/s1600/Fireworks_1856.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKRd161O5nL4ADzlksemM_ldlJbkEMNWH5jPznWpulqRyo-IdvvJyh-ANSi-mYCXv3JsevWQxFFole_U_D7ThplQizblUpNjrsMbROoFDZF2LWWWlqZjbw5jVRNdNa4VdiObZwv_I12EM/s400/Fireworks_1856.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fogo de artíficio na coroação de Alexandre II em 1856</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-35170705074185821182017-02-20T16:09:00.000+00:002017-02-20T16:12:22.529+00:00Um Voo de Pombas - Os primeiros anos de Alexandre II - Primeira Parte<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvuoNXkB-fpO6HvujwkznDPHSDBO83VX-oo9pxeXW6t73gyL_TtGIGOOEAX0gOCmizTOIi6E9GsLZrw4u_IlpDvze466SISD5scvUiMCWK_VE_J9T2-kCUsFqQtPXGtUgk53mzF_zPzA8/s1600/Alexandra_Fedorovna_with_children_by_G.Dawe_%25281820s%252C_Russian_museum%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvuoNXkB-fpO6HvujwkznDPHSDBO83VX-oo9pxeXW6t73gyL_TtGIGOOEAX0gOCmizTOIi6E9GsLZrw4u_IlpDvze466SISD5scvUiMCWK_VE_J9T2-kCUsFqQtPXGtUgk53mzF_zPzA8/s400/Alexandra_Fedorovna_with_children_by_G.Dawe_%25281820s%252C_Russian_museum%2529.jpg" width="303" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A imperatriz Alexandra Feodorovna com os seus dois filhos mais velhos: Maria e Alexandre</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span id="goog_1916049444"></span><span id="goog_1916049445"></span>Em meados do século XIX, a ideia de um trono passar pacificamente de pai para filho era uma novidade na Rússia, onde, ao longo de duzentos anos, a sucessão tinha sido problemática e, muitas vezes, violenta. Alexandre I tornou-se czar após o assassinato do pai e muitos suspeitavam que ele tinha estado envolvido no mesmo; a sombra dessa dúvida nunca o abandonou. O seu irmão mais novo foi obrigado a subir ao trono que não queria devido à repressão violenta da Revolta Dezembrista. Por isso, quando Nicolau I morreu na sua cama e deixou um filho capaz, com experiência e pronto para assumir o governo do país, até os inimigos da dinastia estavam prontos para acreditar num futuro melhor. Mas este tipo de esperança já rodeava o czar desde o seu nascimento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmW0W5ZtCXuftQh0nJyZkC18WjJB5O8Q0MuJtsQnUisVwdM9PfskTblFiCxKAYZpTYTjMGpy1eWdM5vDoQJs9X7gdKlB_aJvXOu4kHH2Sn5aeu7M5W1fPeAHxBXiweiXO4EOWYEpbUfYE/s1600/8188846741_5677f8cd1d_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmW0W5ZtCXuftQh0nJyZkC18WjJB5O8Q0MuJtsQnUisVwdM9PfskTblFiCxKAYZpTYTjMGpy1eWdM5vDoQJs9X7gdKlB_aJvXOu4kHH2Sn5aeu7M5W1fPeAHxBXiweiXO4EOWYEpbUfYE/s400/8188846741_5677f8cd1d_b.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II com a sua irmã Maria Nikolaevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os presságios favoráveis e ruinosos acompanham sempre os príncipes como uma sombra. Quando a criança que se tornaria no "Czar Libertador" da Rússia nasceu no Kremlin em Abril de 1818, todos os sinos de Moscovo estavam a tocar para celebrar a Páscoa. Diz-se que um bando de pombas brancas sobrevoou o telhado do Mosteiro Chudov, onde, tradicionalmente, os bebés imperiais eram baptizados. Muitas vezes repetida, esta história acabaria por simbolizar o pesado fardo de esperança e expectativa que Alexandre Nikolaevich sempre carregou consigo. Ao descrever o seu nascimento muitos anos depois, a sua mãe lembra-se de se ter sentido "<i>um tanto solene e melancólica, ao pensar que aquele menino seria um dia o imperador</i>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi53ksVmYHJHEGhR0M1bQnJSy31S_P8RPNw8wQqkimpFu-JUNRMBJUkihYNXLFxsZ-Zr3R53T6zV1QMYCOtC5MVa4wiVIKEkTMdooqdU3xbiRgG2YdKTyPrID2IS-Cq37mXTr20yfMNt30/s1600/A.Nikolaevich.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi53ksVmYHJHEGhR0M1bQnJSy31S_P8RPNw8wQqkimpFu-JUNRMBJUkihYNXLFxsZ-Zr3R53T6zV1QMYCOtC5MVa4wiVIKEkTMdooqdU3xbiRgG2YdKTyPrID2IS-Cq37mXTr20yfMNt30/s400/A.Nikolaevich.jpg" width="323" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Existem pequenos vislumbres da infância de Alexandre Nikolaevich nas cartas da sua avó, a imperatriz Maria Feodorovna. "O menino (...) muda todos os dias. É uma criança encantadora (...) sobe às árvores, mas acho que consegue livrar-se das situações mais perigosas. Baloiça-se nos ramos, salta por todo o lado (...) o Sasha é ágil como um macaquinho". Protegido por uma família anormalmente chegada e afectuosa, Alexandre não tinha noção da importância da sua posição. O seu pai, o grão-duque Nicolau Pavlovich, era severo, mas também sabia dar o braço a torcer e brincar com os filhos nas alturas certas e, muitas vezes, tinha um papel activo nos seus jogos. Quando Alexandre tinha seis anos de idade, o gentil capitão Karl Merder foi nomeado para substituir as suas amas e governantas, mas o padrão pacifico da sua vida não foi perturbado por esta mudança.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4BwhZg2O7DLDhRlOGidSpL559xUjv8Xw1l44jZ9STtRCBC6JSycfboYBNPFKaTv17XJbzYcVuYT2ohOBDeoP71VTUIFI8p4yRdVoNgHilwLSGMHA9AotBeDKMPtkXAhTfN0n6zlweuAQ/s1600/Alexander_ii_and_maria_nikolaevna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4BwhZg2O7DLDhRlOGidSpL559xUjv8Xw1l44jZ9STtRCBC6JSycfboYBNPFKaTv17XJbzYcVuYT2ohOBDeoP71VTUIFI8p4yRdVoNgHilwLSGMHA9AotBeDKMPtkXAhTfN0n6zlweuAQ/s400/Alexander_ii_and_maria_nikolaevna.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre com a sua irmã Maria Nikolaevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Uma outra mudança que teve um impacto mais palpável aconteceu em 1825, quando o seu pai Nicolau subiu ao trono da Rússia num período de caos e violência. Quando os Dezembristas dispararam os primeiros tiros na Praça do Senado, a ideia de russos a derramar sangue uns dos outros parecia uma novidade assustadora, no entanto, com o passar do tempo, tornar-se-ia em algo demasiado familiar. O pequeno Alexandre não deve ter percebido o que estava a acontecer à sua volta. Durante alguns dias mais tensos, teve de sair de sua casa e foi colocado sob a protecção dos Guardas Finlandeses, no pátio iluminado a tochas do Palácio de Inverno, e ficou ao lado da sua mãe destroçada enquanto ela rezava pela protecção do marido. Foi uma apresentação assustadora ao mundo do poder político. Desde cedo que Alexandre começou a ser educado para levar a cabo as reformas que a Rússia tanto precisavam nas temia as forças que as reformas mal executadas poderiam libertar. A sombra daqueles dias de Dezembro nunca o abandonou. Mas nunca houve um príncipe melhor preparado do que ele: em 1826, Nicolau I ofereceu ao poeta Zhukovsky a posição de tutor do herdeiro, em parceria com Merder.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZb_MR6s_4z35ZilpYrAbaTgt8JgmjketPTR789N5YIKMbWBn1W_tYS0FtQ74SQPu2V3_sKi-g8NieTqdf0fzZi4pOZNQ-VCeTLN_ASJ0-0uDlPu2I3XU_V-zfEJ_sSlyjhtOIS3a8UZ0/s1600/77654467.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZb_MR6s_4z35ZilpYrAbaTgt8JgmjketPTR789N5YIKMbWBn1W_tYS0FtQ74SQPu2V3_sKi-g8NieTqdf0fzZi4pOZNQ-VCeTLN_ASJ0-0uDlPu2I3XU_V-zfEJ_sSlyjhtOIS3a8UZ0/s400/77654467.jpg" width="315" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Perante os acontecimentos, Zhukovsky parece ter sido uma escolha improvável. Filho ilegítimo de um proprietário das províncias, a sua mãe tinha sido uma refém adolescente, levada para a Rússia depois de uma das guerras do império contra a Turquia. O seu pai proporcionou-lhe uma boa educação, com o objectivo de o preparar para o serviço público, mas o jovem Zhukovsky nunca se sentiu atraído por essa área. Foi andando de emprego em emprego até que os seus poemas chamaram a atenção da imperatriz-viúva Maria Feodorovna. Foi na sua casa que Zhukovsky floresceu e, quando o seu filho Nicolau casou com a princesa de Berlim, o poeta foi o escolhido para lhe ensinar a língua russa. Seria Alexandra a pedir ao marido para nomear Zhukovsky para tutor do seu filho mais velho. O poeta mostrou ser imune às tentações da vida na corte. Honesto e idealista, dizia aquilo que pensava sem temer represálias e nunca se aproveitou da sua posição privilegiada junto dos imperadores. Acabaria por morrer relativamente pobre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo3wPpC542QM9DpKma7ctB0MXdBjnUOXS42POwiXTlMOqB5wNJnTMthCpqbrMMnQ76tUziZpciWHW-N7vmWWURcq3_zdloonoG1gk5a4y186WOF_cLmOdf1U3tdAS9RMDTkhJbyC76hq0/s1600/Zhukovsky_1815.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo3wPpC542QM9DpKma7ctB0MXdBjnUOXS42POwiXTlMOqB5wNJnTMthCpqbrMMnQ76tUziZpciWHW-N7vmWWURcq3_zdloonoG1gk5a4y186WOF_cLmOdf1U3tdAS9RMDTkhJbyC76hq0/s400/Zhukovsky_1815.jpg" width="363" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Vasily Zhukovsky, tutor de Alexandre.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ainda antes de iniciar o seu trabalho, Zhukovsky emitiu um proteste veemente contra a introdução do czarevich de oito anos à vida militar. Tinha sido permitido ao rapaz andar de cavalo ao lado das tropas durante a parada da coroação do seu pai: as multidões adoraram o momento e Nicolau não conseguiu esconder o seu orgulho, mas Merder reparou que Alexandre ficou demasiado entusiasmado depois e não se conseguia concentrar nas suas lições. "<i>Senhora, perdoe-me</i>," escreveu Zhukovsky à czarina, "<i>uma paixão demasiado desenvolvida pela arte da guerra - mesmo se encorajada durante uma parada - seria prejudicial para o corpo e para a mente (...) ele acabaria por ver o seu povo como um regimento gigantesco e o seu país como um quartel</i>". Inicialmente, o czar ficou furioso, mas quando o tutor ameaçou demitir-se, acabou por ceder e ouviu as ideias do poeta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBQs6M9qZ25C7cs8iMvOs0Viyv2brPxi7I8_EInpH6_KMw2bGQ2gjDKezpJu8Ru4bauA2Ea1Pan8K03WSdNJtpHEbjnmilPfTSFYIO7pVEgbBciRS3LJfjm5ao2252pfTmlR3FAxdjGZA/s1600/C9JKST46IO5JDF4A3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="323" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBQs6M9qZ25C7cs8iMvOs0Viyv2brPxi7I8_EInpH6_KMw2bGQ2gjDKezpJu8Ru4bauA2Ea1Pan8K03WSdNJtpHEbjnmilPfTSFYIO7pVEgbBciRS3LJfjm5ao2252pfTmlR3FAxdjGZA/s400/C9JKST46IO5JDF4A3.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Zhukovsky definiu um programa de estudos de nove anos para o czarevich. Alexandre teria dois colegas com quem iria partilhar as suas lições, num ambiente escolar estruturado que não deveria ser interrompido por qualquer dever cerimonial. Os três iriam dormir, comer, trabalhar e brincar juntos: a competição entre eles eram mal vista, e os rapazes foram encorajados a discutir os livros que andavam a ler uns com os outros, assim como a escrever diários. As áreas mais importantes da sua formação foram história, línguas e uma temática religiosa. À medida que foram progredindo, os rapazes também começaram a aprender ciências, direito e filosofia. O bom-comportamento era recompensado com a oportunidade de colocar dinheiro na caixa para os pobres - algo que poderia ser uma receita para o desastre noutras salas-de-aula. O treino militar era uma parte secundária do programa, durante o qual aprendiam esgrima, ginástica e equitação. Aos domingos as aulas eram substituídas por trabalhos manuais e passeios.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMIp7z4nMfamsemEK35h9r1kwV9sPI6vCCu18T4JSAvvmaInP19k535fMu6Eau20cxURp8b3P2Jo1rRTNrrBqWNNuXHbH90apVbL3S3BKjsxy2OziFCbU6z1wEpdfPlSRk_8sMiJ4rY18/s1600/qyksql8toy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMIp7z4nMfamsemEK35h9r1kwV9sPI6vCCu18T4JSAvvmaInP19k535fMu6Eau20cxURp8b3P2Jo1rRTNrrBqWNNuXHbH90apVbL3S3BKjsxy2OziFCbU6z1wEpdfPlSRk_8sMiJ4rY18/s400/qyksql8toy.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando estava bem-disposto, Alexandre era uma criança educada e honesta, era visivelmente inteligente e tinha uma natureza generosa. Ficava comovido com qualquer sinal de sofrimento e tristeza. Mas, apesar de tudo, não deixava de ser um rapaz normal que também tinha momentos de travessuras e preguiça, e os seus tutores repararam que tinha a tendência preocupante de transformar qualquer pequeno percalço numa crise. Chorava com demasiada facilidade e, muitas vezes, sem motivo. Com paciência e com o passar do tempo, Zhukovsky descobriu temia a sua herança, por ter ainda na memória a violência da Revolta Dezembrista, que associava à subida ao poder do pai. Alexandre tinha onze anos quando a sua mãe deu à luz um segundo filho varão. Alexandre terá dito: "<i>Estou tão feliz. Assim o papá vai poder escolhê-lo a ele para herdeiro</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHPsLJOhavKNZmpBFgDC7pkKTBR-2QQ5dDZx9ugERUVt6vDmGpzHWH-YMaSniRqyOmDv9vP5Fpp9kxp6_kWUjLB1IlnxGGBB8hyNqx-bKKYv-Itd8S4y-eBaNQvcbxQylBxRgQH6wHMVE/s1600/tumblr_ngn8v3aPK81u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHPsLJOhavKNZmpBFgDC7pkKTBR-2QQ5dDZx9ugERUVt6vDmGpzHWH-YMaSniRqyOmDv9vP5Fpp9kxp6_kWUjLB1IlnxGGBB8hyNqx-bKKYv-Itd8S4y-eBaNQvcbxQylBxRgQH6wHMVE/s400/tumblr_ngn8v3aPK81u1gauyo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I (centro) com Alexandre (esquerda), Constantino (direita), Nicolau e Miguel durante a Guerra da Crimeia.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Apesar de Zhukovsky ser gentil, o seu idealismo exacerbado também pode ter contribuído para os medos do seu aluno. Em certa ocasião, deu a Alexandre um ensaio no qual definia aquele que, do seu ponto de vista, era o governante ideal, e o futuro czar guardou-o consigo o resto da vida. "Respeita a lei," escreveu Zhukovsky, "<i>uma lei que seja negligenciada pelo czar nunca será cumprida pelo povo (...). Respeita a opinião pública, pois esta ilumina muitas vezes o soberano (...). Governa pela ordem, não pelo poder (...). Ama o teu povo; a não ser que o czar ame o seu povo, o povo não pode amar o seu czar</i>". O tutor também deixou a seguinte nota na secretária de Alexandre: "<i>Serás <u>tu </u>a entrar na História um dia. Isso é inevitável pelo acaso do teu nascimento. A História irá julgar-te antes do resto do mundo e esse julgamento será para todo o sempre</i>". Era uma perspectiva aterrorizante para um rapaz de onze anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid0t6xAPd3ZC4yeddtsEUzspvfD5BSX3BLMxHhSSKqpryzPn-K3jFBIllfDjGLuimkk9vt7muYo4-Jyw32ZVIBHfmuV90-2NE7NLRou5yo_fi00x7YsJORxeYfTHzhdeuu0rT7AsEg6eo/s1600/a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid0t6xAPd3ZC4yeddtsEUzspvfD5BSX3BLMxHhSSKqpryzPn-K3jFBIllfDjGLuimkk9vt7muYo4-Jyw32ZVIBHfmuV90-2NE7NLRou5yo_fi00x7YsJORxeYfTHzhdeuu0rT7AsEg6eo/s400/a.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nesse mesmo ano, em 1829, Alexandre participou em manobras militares pela primeira vez. O seu pai notou uma certa falta de entusiasmo, o que levou ao aumento das tensões entre o czar e os tutores do filho. Nicolau queria que se desse mais importância às ciências militares e ficou chocado quando Zhukovsky escolheu para tutor de História do filho o professor Arseniev, que tinha sido expulso da universidade onde dava aulas por ter atacado a corrupção do sistema judicial. Zhukovsky argumentou que Alexandre tinha de compreender em que estado se encontrava realmente o país. Um professor de religião de quem ele gostava particularmente foi dispensado devido às suas simpatias por dissidentes. À medida que as tensões entre a escola e a corte aumentavam, Alexandre começou a levar as aulas menos a sério e a discutir com os seus companheiros. Em 1832, Merder sofreu um pequeno ataque cardíaco. Arseniev culpou Alexandre pelo sucedido e ele desfez-se em lágrimas e prometeu que se iria portar melhor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorg_95kxVW4zlmPie-ltSA1V4DfZyFOT04-a2NHGTXFrwLvO8YtR4M6nclNzBMbUVZ4RmAeZP8Rnawdp9CodXX3ENZigtO19_1YcW7vjE5CYUwpDwcsXaHB7oExgqubMDbTPh2oFmea4/s1600/tumblr_oh7uxiMdGX1u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiorg_95kxVW4zlmPie-ltSA1V4DfZyFOT04-a2NHGTXFrwLvO8YtR4M6nclNzBMbUVZ4RmAeZP8Rnawdp9CodXX3ENZigtO19_1YcW7vjE5CYUwpDwcsXaHB7oExgqubMDbTPh2oFmea4/s320/tumblr_oh7uxiMdGX1u1gauyo1_1280.jpg" width="269" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre estava prestes a iniciar uma nova etapa da sua vida. Em 1834, quando fez dezasseis anos de idade, tornou-se no primeiro príncipe Romanov a fazer um juramento de lealdade ao czar - com o passar do tempo, este iria tornar-se num ritual de passagem importante para todos os homens da família imperial. As palavras e o cenário eram esmagadores: na capela do Palácio de Inverno, perante uma congregação de cortesãos, representantes do governo, convidados estrangeiros e do clero, o jovem prometeu obedecer ao pai "<i>em tudo, sem poupar o meu corpo, até à minha última gota de sangue</i>". "Pushkin recordou que todos os presentes "<i>ficaram profundamente comovidos</i>". Muitos não conseguiram segurar as lágrimas. Alexandre herdou a sua fortuna naquele dia e, por opção própria, ofereceu quantias de dinheiro generosas aos governadores-gerais de São Petersburgo e Moscovo para que eles as distribuíssem pelos pobres. Só muito mais tarde é que soube que Merder, que tinha ido para Itália para descansar e recuperar a saúde, tinha sofrido outro ataque cardíaco alguns dias antes da cerimónia e que a última palavra que tinha dito antes de morrer tinha sido o nome do seu aluno.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9bEckLhEAjeWchmDQY7O5rf0wUmPBO4awlgMuu4Xcyl_x2HGfAKzeZmm68S4bxIS0m0NU1M0Zmd7WkZfmcSt_SoyskLTmGGcWlCbLSwKf62kNGmGFg4v6FL2eeJ_LNCunoTAqyw4a-MY/s1600/342182-1354542224.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9bEckLhEAjeWchmDQY7O5rf0wUmPBO4awlgMuu4Xcyl_x2HGfAKzeZmm68S4bxIS0m0NU1M0Zmd7WkZfmcSt_SoyskLTmGGcWlCbLSwKf62kNGmGFg4v6FL2eeJ_LNCunoTAqyw4a-MY/s400/342182-1354542224.jpg" width="362" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O czarevich voltou para a sala de aulas com a determinação de ter sucesso. Sentia-se culpado e triste por Merder e a única forma que encontrou para se sentir melhor foi através do trabalho. Ainda faltavam três anos para concluir o sistema de nove criado por Zhukovsky e, no exame final, o jovem de dezanove anos mostrou que dominava várias áreas de conhecimento e que possuía uma compreensão profunda do mundo à sua volta. Mas, além das aulas, Alexandre também passou os seus três últimos anos de estudo a conhecer a sociedade. Todos os queriam ver e, para um rapaz habituado a camas de campanha e a salas-de-aula funcionais, esta nova vida deve ter parecido cheia de tentações. Inevitavelmente, começaram a surgir alguns rumores de que o czarevich estava apaixonado, mas nada escandaloso. Além do mais, Alexandre detestava lisonjas. Não demorou muito até toda a corte estar rendida ao seu futuro imperador.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhqG35xyg6z36xrPJRQ5UFsa1PtzpRyL-2H33Wd8kFZ5X5zli0sTihO2cGDJF02WcGnstVfWsv9gKHQMk5xyvpfoZ0g5z-v7fGl6u0pdnQMCpqF8WSslncj0qFCQeIzmtVp-eHUAIxa1Q/s1600/jovem.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhqG35xyg6z36xrPJRQ5UFsa1PtzpRyL-2H33Wd8kFZ5X5zli0sTihO2cGDJF02WcGnstVfWsv9gKHQMk5xyvpfoZ0g5z-v7fGl6u0pdnQMCpqF8WSslncj0qFCQeIzmtVp-eHUAIxa1Q/s400/jovem.jpg" width="396" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Com a sua educação formal concluída, Alexandre foi enviado para uma visita de sete meses pela Rússia, com uma agenda de visitas exigente elaborada pelo pai. Na companhia de Zhukovsky e do General Kavelin, o substituto de Merder, o herdeiro viajou por todo o país a uma velocidade estonteante. "<i>Até quando estamos na cama à noite,</i>" queixou-se Zhukovsky à czarina, "<i>sentimos que ainda estamos a galopar</i>". As vilas que iam surgindo pelo caminho organizaram recepções civis, missas nas igrejas, banquetes e bailes, e os dignitários locais faziam fila para conhecer o seu futuro governante. Os camponeses faziam caminhadas de vários quilómetros só para ver a carruagem de Alexandre a passar. O grupo visitou escolas, hospitais, fábricas, instituições caritativas e igrejas; Alexandre observava e ouvia com interesse, mas sabia que ainda lhe faltava ver muita coisa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5EB2nsH4njr6qY5PzbYs9Exd9ywyD2tC1SQKEXtU7Y8wURaN4Sg0Y5D_4SJHGxvaDOa9Yq4j3H3FVrOJpKTcu6Cm8qx4v-_Ag2-XuQjfJNjgrPmh-LwbOqfNNpRs714935K3E-JuOJog/s1600/4800260039_34682e3c28_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5EB2nsH4njr6qY5PzbYs9Exd9ywyD2tC1SQKEXtU7Y8wURaN4Sg0Y5D_4SJHGxvaDOa9Yq4j3H3FVrOJpKTcu6Cm8qx4v-_Ag2-XuQjfJNjgrPmh-LwbOqfNNpRs714935K3E-JuOJog/s400/4800260039_34682e3c28_b.jpg" width="337" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre começou a pedir para parar nas aldeias mais sujas e negligenciadas, nas quais saía da carruagem e caminhava, entrando nas cabanas dos camponeses como convidado. Não se importava que estas visitas não planeadas atrasassem a sua agenda. Para os camponeses devem ter parecido visitas fora deste mundo, mas se alguém se sentisse demasiado intimidado para falar, pelo menos Alexandre podia ver com os seus próprios olhos como viviam. O seu itinerário incluía uma visita à Sibéria, onde a família imperial nunca tinha estado. Enquanto lá esteve, decidiu ir visitar os campos de prisioneiros para falar com eles enquanto estes arrastavam as suas correntes. Em Tobolsk, fez um desvio especial para conhecer os Dezembristas exilados, responsáveis por uma rebelião da qual ele tinha as piores recordações. As condições do seu exílio deixaram-no de tal forma chocado que Alexandre escreveu uma carta arrebatadora ao pai a pedir-lhe clemência. O czar ouviu, mas não fez nada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSZ6ocznh_ZkoGMKZ8lEF_PIP0stk39dzBCpUD8o0hfWOCvZwiIpIexsuDATizTK7ElfjFaU9mmZUN4isBvHru1HB6PBPZOcLSs_QH6HKhRcMHUJGkYG-xJhch2dF9N2JeR-7W51THBoE/s1600/Bogdan_Villevalde%252C_Nicholas_I_of_Russia_and_Alexander_Nikolayevich_in_1854.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSZ6ocznh_ZkoGMKZ8lEF_PIP0stk39dzBCpUD8o0hfWOCvZwiIpIexsuDATizTK7ElfjFaU9mmZUN4isBvHru1HB6PBPZOcLSs_QH6HKhRcMHUJGkYG-xJhch2dF9N2JeR-7W51THBoE/s400/Bogdan_Villevalde%252C_Nicholas_I_of_Russia_and_Alexander_Nikolayevich_in_1854.jpg" width="285" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I e Alexandre Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">É fácil ver estas histórias com algum cinismo. Alexandre vinha do nível mais privilegiado da sociedade e quando a sua visita acabasse, ele podia regressar aos seus palácios. Mas os seus sentimentos eram genuínos e duradouros: ele insistiu em ver o verdadeiro estado em que se encontrava a Rússia, e não admira que tenha sido a fonte de grandes esperanças. O desafio seria quando o seu desejo de fazer o bem tivesse de ser traduzido em acções políticas duras. Nessa altura, as certezas dos ensinamentos de Zhukovsky, de que a opinião pública ficaria sempre do lado de um governante justo, e de que, se um governante que amasse o seu povo, este iria sempre amá-lo em troca, já não fariam tanto sentido.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA8EgiB2XuLfnJBsx817CRjpjENnNIf9P8vY1H3d75VhcjytRUVuwxeehckGya6nFuR_7pdNYHU1dBFTUmvkwVHKOHO9sQAq-Z5LM-92ZhSnG0ZIqEDfPqkbF2LDsZcSmwu1jXg_DVHcI/s1600/417668-1379501702.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgA8EgiB2XuLfnJBsx817CRjpjENnNIf9P8vY1H3d75VhcjytRUVuwxeehckGya6nFuR_7pdNYHU1dBFTUmvkwVHKOHO9sQAq-Z5LM-92ZhSnG0ZIqEDfPqkbF2LDsZcSmwu1jXg_DVHcI/s400/417668-1379501702.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre Alexandrovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, por agora, tudo o que Alexandre fazia se transformava em ouro. A Rússia adorava-o e a sua missão seguinte seria uma digressão pela Europa pela qual os seus pais ansiavam com urgência uma vez que os rumores sobre as paixões de Alexandre se tinham transformado em realidade. Em inícios de 1838, Alexandre tinha-se apaixonado profundamente por uma dama-de-companhia polaca chamada Olga Kalinovskaya e, apesar de o czarevich saber que nunca se poderia casar com ela, os pensamentos de como poderia ser uma vida ao pé dela atormentavam-no. Alexandre iria apaixonar-se com demasiada facilidade e demasiado envolvimento o resto da vida. O seu pai compreendia-o e estava ansioso por o levar a conhecer o mundo, por o manter ocupado e por lhe encontrar uma esposa adequada. O czar planeou um calendário exaustivo para o filho que Alexandre seguiu com vontade, mas não demorou muito até o ritmo o começar a afectar. No início do verão de 1838, quando se encontrava em Copenhaga, Alexandre apanhou uma constipação que rapidamente se agravou e transformou numa bronquite que o obrigou a passar vários dias de cama. Finalmente a sua comitiva chegou até Ems, mas acabaram por ficar retidos na cidade durante três meses, devido aos ataques de tosse agoniantes e às febres que o czarevich não conseguia curar. Durante o resto da viagem, sofreu de asma.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGF7IxE1fRRZssuOUZ2FVXM8CpJHMCVTY7mh8UAcjZp7fWaP9jKGamlzJ53GgQUCmtUkR_Q3boZ3pcWJ2F9SP7Oez0v1taLHRE0ijW9orV53S8KHkW0LtHeFNcgpmNyfkD03HbpUGW7mI/s1600/a25495c429d5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGF7IxE1fRRZssuOUZ2FVXM8CpJHMCVTY7mh8UAcjZp7fWaP9jKGamlzJ53GgQUCmtUkR_Q3boZ3pcWJ2F9SP7Oez0v1taLHRE0ijW9orV53S8KHkW0LtHeFNcgpmNyfkD03HbpUGW7mI/s400/a25495c429d5.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><span style="text-align: justify;">Olga Kalinovskaya</span> </span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-15463321847746370912016-12-21T12:33:00.000+00:002016-12-21T12:33:32.291+00:00O Nosso Cantinho Favorito - Alexandria Peterhof<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU458-hEqHjbV1xPbTp3bezQY26jh5eZpFehZLNSq1WiAw_rLVI1S-4-w_djdRoH0DnPEgI9lEWWQSCLZc8Qu33TZj7KkccR3cTIOWRgmzCXVEpI3radxbdKCPLcMT4j3bcSlgq6Oeuec/s1600/Cottege-Palace-in-the-Alexandria-Park-in-Peterhof.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="298" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU458-hEqHjbV1xPbTp3bezQY26jh5eZpFehZLNSq1WiAw_rLVI1S-4-w_djdRoH0DnPEgI9lEWWQSCLZc8Qu33TZj7KkccR3cTIOWRgmzCXVEpI3radxbdKCPLcMT4j3bcSlgq6Oeuec/s400/Cottege-Palace-in-the-Alexandria-Park-in-Peterhof.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O chalet de Alexandria Peterhof no tempo de Nicolau I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A propriedade que o czar Alexandre I ofereceu à grã-duquesa Alexandra Feodorovna quando ela estava a sofrer com as saudades que sentia de Berlim foi um presente generoso: 115 hectares de floresta na costa do Golfo da Finlândia, a este do grande parque de Peterhof. Pedro, o Grande tinha oferecido estas terras ao príncipe Alexandre Menshikov, que nelas construiu um palácio de pedra chamado "Moncourage". No século XVIII, a sobrinha de Pedro, a czarina Ana Ivanovna, voltou a comprar as terras para a coroa e utilizou-as para a caça. Em 1828, com o novo nome de "Alexandria Peterhof", em honra da sua nova proprietária, o parque tornou-se um recreio de verão, com um sentimento especial para todas as gerações de descendentes do czar Nicolau I e da czarina Alexandra, até à queda da dinastia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhksiYTwVyrEf_MRnFYpHgayS4eoPVGhr-TkrUknPLpQPxwnrBEtg45SMp4JRVyzI7_VjE_HAtmViwX_VNx9kST10Ue5ytTcS6-uu2FU31p8kn9isuIIwUZ9fDoaGBUW9tmY1lkUKd-Ee4/s1600/peterhof_russia_frankfurt-entrance_cottage_palace_alexandria_park.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhksiYTwVyrEf_MRnFYpHgayS4eoPVGhr-TkrUknPLpQPxwnrBEtg45SMp4JRVyzI7_VjE_HAtmViwX_VNx9kST10Ue5ytTcS6-uu2FU31p8kn9isuIIwUZ9fDoaGBUW9tmY1lkUKd-Ee4/s400/peterhof_russia_frankfurt-entrance_cottage_palace_alexandria_park.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O chalet de Alexandria Peterhof nos dias de hoje</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandre não podia ter escolhido nem um local nem um presente melhor. A sua cunhada ficou encantada com Peterhof quando visitou o local pela primeira vez ainda como noiva do grão-duque Nicolau Pavlovich no verão de 1817: "<i>quando encontrei o mar, as árvores antigas perto da costa, e todas as fontes do jardim, dei gritinhos de felicidade</i>", recordaria ela mais tarde, "<i>fiquei verdadeiramente encantada</i>". Mas Alexandra achava que o Grande Palácio de Peterhof era demasiado grandioso, com os seus interiores luxuosos e quilómetros de talha dourada que faziam doer os olhos. Para a agradar, o seu marido contratou o arquitecto inglês Adam Menelaus para construir uma casa em estilo gótico, que estava muito em voga na época, e que não se parecia em nada com os outros palácios dos Romanov. O "Chalet" foi construído em cima de uma colina, com árvores em três lados e uma vista magnifica do mar e para a base naval de Kronstadt.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjc8oORl41pJLJXDHt_trmEaHOTFP7MKZZhQ4mSfGy32ClmJJ8CgXFrSlAp54axogICPCufDHyw_lmG_XWjMG9VAC2xzwv04rX5SOIXp-BpvYvO8GC4IrCk4huju9-n37PoHCvj-ELjYk/s1600/1312220610235012511836982.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjc8oORl41pJLJXDHt_trmEaHOTFP7MKZZhQ4mSfGy32ClmJJ8CgXFrSlAp54axogICPCufDHyw_lmG_XWjMG9VAC2xzwv04rX5SOIXp-BpvYvO8GC4IrCk4huju9-n37PoHCvj-ELjYk/s400/1312220610235012511836982.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O novo palácio de Alexandria Peterhof</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A partir do momento em que ficou concluído em 1829, o chalet tornou-se uma casa de família, com espaço suficiente apenas para Nicolau, Alexandra, os seus filhos e dois criados. Tinha um jardim particular e, à sua volta, o parque tinha sido modelado cuidadosamente, com vários edifícios mais pequenos, casas de verão e <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Folly" target="_blank">follies</a>, alguns dos quais tinham um objectivo prático e serviam de casa para os empregados, mas outros foram construídos por motivos puramente estéticos. Menelaus construiu uma casinha em estilo gótico, a chamada "Quinta", perto do chalet, que tinha salas de aula extra para as crianças imperiais, e a família tinha também uma capela imperial dedicada a São Alexandre Nevsky. A capela foi também construída em estilo gótico, quase como se se tratasse de um pedaço de uma das grandes catedrais europeias que foi colocado no parque.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipW2eqIunnGL2BTIYG0kly1VpSQ07a7YLABUXz04Pg2A84AF5BQnce5LEAvZzVATp8oXFwIUWgcbT86cZCgmMmkWUrjXL6NsdXhMXLBXsLrWWZiyoHKxYuQ914eIHQSbYJ6BDpJ52AoX4/s1600/gothic-cappella-in-alexandria-park-in-peterhof.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipW2eqIunnGL2BTIYG0kly1VpSQ07a7YLABUXz04Pg2A84AF5BQnce5LEAvZzVATp8oXFwIUWgcbT86cZCgmMmkWUrjXL6NsdXhMXLBXsLrWWZiyoHKxYuQ914eIHQSbYJ6BDpJ52AoX4/s400/gothic-cappella-in-alexandria-park-in-peterhof.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A capela gótica em Alexandria Peterhof</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O poeta Zhukovsky, que ensinou Alexandra a falar russo quando ela chegou à Rússia, criou um emblema único para Alexandria Peterhof: um escudo rodeado por uma coroa de rosas com uma espada no centro. O objectivo era representar Nicolau e Alexandra e o amor que tinha sido sempre constante desde o seu primeiro encontro. O emblema foi utilizado para decorar as paredes exteriores do chalet e surge também em mobílias e outros artigos mais pequenos encomendados para a casa. Havia bandeiras com o emblema hasteadas no telhado de todos os edifícios do parque, e as gerações posteriores viam-no como um símbolo romântico. Havia histórias na família de que o emblema tinha sido criado para comemorar o primeiro encontro do casal imperial em Berlim, no final das Guerras Napoleónicas, quando se realizou um torneio no qual Nicolau participou em nome do irmão, o czar. Segundo esta história, a filha do rei da Prússia atirou-lhe uma coroa de rosas brancas e ele apanhou-o com a sua espada. Os torneios estavam na moda na altura, por isso é possível que a história tenha mesmo um fundo de verdade, mas, independentemente das suas origens, os torneios medievais tornaram-se parte da mitologia de Alexandria Peterhof.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLxkahZJIZcor9-yKb71QgVcrneAowDcjVO8QNZ1_-76Ca1yEhKNHGXlYfGan8hhFDwj5lV_T83gnlnMPZRSXO7ka-pUmiUZ8-bDNDh4sws1Wsy-y9gnelohvvmnpJgbTwaMNpqHM1r2g/s1600/14251638931_c6afe88c7d_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLxkahZJIZcor9-yKb71QgVcrneAowDcjVO8QNZ1_-76Ca1yEhKNHGXlYfGan8hhFDwj5lV_T83gnlnMPZRSXO7ka-pUmiUZ8-bDNDh4sws1Wsy-y9gnelohvvmnpJgbTwaMNpqHM1r2g/s400/14251638931_c6afe88c7d_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem comemorativa do noivado da princesa Carlota da Prússia e do grão-duque Nicolau Pavlovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O parque era o santuário do casal imperial, no qual se podiam isolar da vida pública que nunca desejaram e passar mais tempo com os seus filhos. Mas, inevitavelmente, o mundo exterior começou a intrometer-se. O chalet tornou-se demasiado pequeno para receber o czar e todos os seus deveres oficiais. Em 1842, foram acrescentados uma sala de jantar e um terraço, apesar de Nicolau se ter arrependido mais tarde de o fazer, uma vez que continuava a defender a ideia de que aquela era apenas uma simples casa de família. No verão de 1846, um casal de ingleses com o apelido de Bloomfield foram convidados para jantar e ficaram sensibilizados com o toque de intimidade que havia no local: "<i>nada poderia ser menos formal e agradável do que o jantar</i>", recordou a senhora Bloomfield, "<i>suas majestades conversaram bastante e, durante o jantar, os dois filhos mais velhos do czarevich e os seus dois primos, os filhos da grã-duquesa Maria Nikolaevna, entraram na sala e ficaram a brincar. Foi encantador ver como o imperador e a imperatriz interagiam com os filhos e os netos; foram muito gentis e afectuosos, e os pequeninos foram do mais alegre e brincalhão que se pode imaginar (...) Quando acabámos de jantar, e nos dirigimos para a sala-de-estar, a imperatriz disse que tinha de queria ser ela a mostrar-me os seus aposentos privados. Levou-me a ver a salinha dela, o quarto e o quarto-de-vestir e depois fomos até ao jardim</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiryFeUyJNW2LD4OGdKDm8u6nHyF94A3os53Ts1TBz9GMCdA_oPYQ_1fC2JmRYhUYMkZM1xbWXE1bdsQM7FT77AwLRCliIbFUuTBsR3gdu0js7uA6h_2MSUCGR2sAXb368L4JR9zlVCSNM/s1600/30119275_aleksandra_fedorovnay1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiryFeUyJNW2LD4OGdKDm8u6nHyF94A3os53Ts1TBz9GMCdA_oPYQ_1fC2JmRYhUYMkZM1xbWXE1bdsQM7FT77AwLRCliIbFUuTBsR3gdu0js7uA6h_2MSUCGR2sAXb368L4JR9zlVCSNM/s400/30119275_aleksandra_fedorovnay1.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A imperatriz Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As divisões do challet eram pequenas - quando comparadas com as dos palácios - e coloridas, decoradas com pequenos ornamentos e retratos da família. No sótão, Nicolau tinha um escritório com uma vista magnífica para o mar e passava lá muitas horas a assistir às manobras da marinha. Em 1833, Nicolau tinha mandado instalar uma torre de madeira com um telégrafo óptico na costa que lhe permitia comandar os seus navios e comunicar com a base em Kronsdadt. Apesar de a base ser visível no challet, o czar preferia sentar-se na torre: com o passar do tempo, foram-se construindo divisões na torre para que Alexandra e o resto da família se pudessem juntar a ele para tomar chá. O telégrafo óptico transformou-se noutro pavilhão do parque. No verão de 1854, a sombra da Guerra da Crimeia chegou a Peterhof. "<i>Durante vários dias, foi possível ver claramente toda a frota inimiga a partir da varanda do challet</i>", contou o czarevich Alexandre à sua tia Helena.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH2f__L9RasXzgM7BhkAraRrw4HQwzLJUBu0d6CjyLLy0gSiL2Ppdcg9s3SBdutWitXKVZ5JkA96XSDR8sWaSAkohtTkLoFR2fTeClE1qTIHAfQub3bRItMjLaLCAISw1pPK4YVCzfCi0/s1600/tumblr_nwdqvaSpz01u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH2f__L9RasXzgM7BhkAraRrw4HQwzLJUBu0d6CjyLLy0gSiL2Ppdcg9s3SBdutWitXKVZ5JkA96XSDR8sWaSAkohtTkLoFR2fTeClE1qTIHAfQub3bRItMjLaLCAISw1pPK4YVCzfCi0/s400/tumblr_nwdqvaSpz01u1gauyo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau e Alexandra (na carruagem) em frente ao challet de Alexandria Peterhof.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À medida que os quatro filhos do czar foram crescendo, foram recebendo as suas próprias dachas em Alexandria: a Quinta foi aumentada para servir de residência de verão do czarevich Alexandre, que se casou em 1841, enquanto que Constantino recebeu uma dacha conhecida como a "Casa do Almirante" (desde muito cedo que foi decidido que o futuro de Constantino seria na Marinha). Nicolau e Miguel mudaram-se para as "Casas da Cavalaria". Depois de se casarem, todos os três irmãos mais novos compraram propriedades para si em Peterhof e encomendaram emblemas baseados no escudo de Alexandria. Cada um deles representava os seus deveres regimentais: o de Constantino tinha uma âncora rodeada de rosas, o de Nicolau tinha dois machados cruzados, que representavam o regimento dos pioneiros, e o de Miguel tinha uma arma da artilharia. Estes emblemas foram utilizados em Strelna, Znamenka e Mikhailovskoe respectivamente, mas a linha principal da família manteve-se fiel à sua espada. Alexandra Feodorovna começou a dizer, de forma bastante pessimista, que o challet se tinha tornado demasiado grande para ela e para o marido depois de os filhos crescerem e começarem as suas vidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8rABSqswbAewMCuLUNmr_cSUHhWPPYpLt3NV-Jr2NOZ4Y9UnoFAx-N5ONlu77ekx8c8riM-W3llarZAsIluKjB4GkorphM9m9CqrChPpOubDisO1Fd5RLvnXUpPERi4im2yeyWp8HGsk/s1600/tumblr_o4rhizlZdD1rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8rABSqswbAewMCuLUNmr_cSUHhWPPYpLt3NV-Jr2NOZ4Y9UnoFAx-N5ONlu77ekx8c8riM-W3llarZAsIluKjB4GkorphM9m9CqrChPpOubDisO1Fd5RLvnXUpPERi4im2yeyWp8HGsk/s400/tumblr_o4rhizlZdD1rh07xwo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I (centro) com os seus quatro filhos: Alexandre, Miguel, Nicolau e Constantino</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Após a morte de Nicolau I, o Parque de Alexandria continuou a pertencer a Alexandra e não passou para a nova czarina, a sua nora Maria Alexandrovna. Alexandra continuou a utilizar o challet, mas a parte mais importante do parque passou a ser a Quinta, que se tinha tornado na residência de verão do novo czar. Maria Alexandrovna herdou o parque após a morte da sua sogra, mas o challet ficou abandonado com as suas memórias até o seu filho mais velho, o czarevich Nicolau, ter idade suficiente para precisar de uma casa própria. Infelizmente, a sua presença foi demasiado curta: após a sua morte em 1865, o edifício passou para o seu irmão Alexandre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjSaJ3t1KpHmfY9i4y_KseuxNQ3EDKYmVFksvzW8_fWniZfnscZRx7dxi-MacDzYf9v-cSzGpodQKkzcYJAO-XY-S4iaJ4jCD7ZCFQujq-KHm7ZijgRmbEW1N7dcO-mnxvDyKBpOgv5LM/s1600/Charlotte_zpsp7bgkffh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjSaJ3t1KpHmfY9i4y_KseuxNQ3EDKYmVFksvzW8_fWniZfnscZRx7dxi-MacDzYf9v-cSzGpodQKkzcYJAO-XY-S4iaJ4jCD7ZCFQujq-KHm7ZijgRmbEW1N7dcO-mnxvDyKBpOgv5LM/s400/Charlotte_zpsp7bgkffh.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Feodorovna nos seus últimos anos de vida.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A Quinta tinha um estilo semelhante ao do challet, mas era muito maior. Os seus exteriores eram percorridos de varandas suportadas por colunas de metal, que eram camufladas e pintadas para se parecerem com bétulas. A maioria dos quartos do andar superior tinha varandas viradas para o jardim, com toldos às riscas para as abrigar do sol, e as paredes exteriores eram pintadas de amarelo com o emblema de Alexandria Peterhof pintada em cada um das arestas mais altas do telhado. Os retratos de finais da década de 1850, mostram que havia uma casa de brincar no jardim, com a forma de uma cabana campestre tradicional.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGY4mYgj-_PMHUq4D9WWHwBumgBub-fs2gBEutW1fuvDiGSvxqlsARML9apT2FKbMkiZJ04rzYCDng83KSUHtmJlR4XyI6TR_SWWcTXDrXbUUibPoRY7eRvMoDqjOoYCQwNLVh7l1LnkY/s1600/pfarm.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGY4mYgj-_PMHUq4D9WWHwBumgBub-fs2gBEutW1fuvDiGSvxqlsARML9apT2FKbMkiZJ04rzYCDng83KSUHtmJlR4XyI6TR_SWWcTXDrXbUUibPoRY7eRvMoDqjOoYCQwNLVh7l1LnkY/s400/pfarm.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Quinta de Alexandria Peterhof, com a casa de brincar à esquerda.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Por dentro, a Quinta tinha muita luz, era arejada, moderna e criada para proporcionar conforto. No seu grande hall de entrada, as paredes amarelas estavam cobertas de gravuras e havia uma grande janela saliente coberta de cortinas de renda. Uma escadaria simples e curvada com um balaústre de ferro levava até ao andar superior e havia cadeiras de madeira simples encostadas por todas as paredes. Maria Alexandrovna coleccionava ornamentos de vidro e expunha algumas das suas peças favoritas na sua salinha na Quinta. Esta era uma divisão muito feminina, com as paredes decoradas com papel de parede às flores lilases e verdes, cores que eram repetidas num padrão desenhado até ao tecto e acima da janela saliente. Havia bimbos cobertos de era que separavam a janela, a mesa e as cadeiras do resto da divisão, na qual a czarina tinha a sua cama para sestas durante o dia. O escritório do marido, onde ele tratou de algumas das reformas mais importantes do novo reinado, era dominado por tons azuis fortes, tapetes e estofos. Havia um grande retrato de Nicolau I, em frente do challet, do outro lado da secretária do filho, que estava sempre a observar.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR7kfAViXxdfLND6LkrvWQeyf939W4mBvYF0DjFAKTjC-ZhW3ROnLUSI9cBENLD1vhnlp__acWIWj15sqfH9UfJl4jw2Jy3QaxezHXNNl383MOh-Y2ntnqFU8toBmVamjFPY9bZKNyBqY/s1600/68a6afddccb6f09f1bb6691079b0eee6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgR7kfAViXxdfLND6LkrvWQeyf939W4mBvYF0DjFAKTjC-ZhW3ROnLUSI9cBENLD1vhnlp__acWIWj15sqfH9UfJl4jw2Jy3QaxezHXNNl383MOh-Y2ntnqFU8toBmVamjFPY9bZKNyBqY/s400/68a6afddccb6f09f1bb6691079b0eee6.jpg" width="390" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A salinha da imperatriz Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na década de 1870, havia novamente crianças a passar o verão no Challet, e uma nova geração estava a aprender a gostar de Alexandria Peterhof. O filho mais velho de Alexandre II, Alexandre Alexandrovich, a sua esposa dinamarquesa, Maria Feodorovna, e os seus filhos deram uma nova vida à casa. Os seus filhos adoravam as varandas e as escadarias, e todos os cantos que eram completamente diferentes de tudo aquilo que estavam habituados a encontrar nos palácios maiores. Na maioria dos dias, os dois rapazes mais velhos, Nicolau e Jorge, iam visitar o avô à Quinta e brincavam no seu escritório enquanto ele trabalhava. O jovem Nicolau recordava com carinho um dia em que tinha ido às Vespertinas com o avô na Capela Gótica. Enquanto lá estavam, rebentou uma forte tempestade, o céu ficou escuro e parecia que a capela tremia com o vento e os trovões. "<i>As rajadas de vento que vinham das portas abertas faziam com que as chamas os círios que ardiam debaixo dos ícones vibrassem com violência. Houve alguns trovões mais fortes do que os outros e, subitamente, vi uma bola de fogo a entrar por uma das janelas e a passar mesmo por cima da cabeça do imperador. Rodopiou pelo chão, passou ao lado de um candelabro e, tão depressa como entrou, saiu pela porta para o parque. Não me conseguia mexer. Olhei para o meu avô. O rosto dele estava calmo e não parecia perturbado. Fez o sinal da cruz calmamente, sem se mexer um milimetro quando a bola de fogo passou por cima da cabeça dele (...). Depois de a bola ter desaparecido, olhei novamente para o meu avô. Tinha um pequeno sorriso no rosto e acenou com a cabeça. O meu medo tinha passado (...) e a partir desse momento decidi que iria seguir sempre o exemplo de calma que o meu avô mostrou</i>". Foi uma lição de coragem e fé de uma futura vítima de um ataque terrorista para outra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-o4YLg6cQ51S3_QKlL4LRPHIoisq8brMO3EyeEhrPaso7KxRBYETmCqaP15UTNctnNOYhEJKNoc_u7ieU04eQziFpB6IFu5BRoBYAfh5fLmuS6NB9GfmbVj2nmvxbh4xkX1Ke4grpETI/s1600/alexandre+maria+nicolau.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-o4YLg6cQ51S3_QKlL4LRPHIoisq8brMO3EyeEhrPaso7KxRBYETmCqaP15UTNctnNOYhEJKNoc_u7ieU04eQziFpB6IFu5BRoBYAfh5fLmuS6NB9GfmbVj2nmvxbh4xkX1Ke4grpETI/s400/alexandre+maria+nicolau.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II com o seu neto Nicolau e a nora Maria Feodorovna.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A czarina Maria Alexandrovna morreu em 1880 e Alexandria Peterhof passou para Maria Feodorovna, que estava destinada a ser a última dona imperial do parque. Juntamente com o seu marido, o czar Alexandre III, continuou a utilizar o Challet como residência de verão e foi a vez de a Quinta passar a ser novamente o edifício secundário, utilizada ocasionalmente por um dos irmãos do czar ou outros convidados como casa de veraneio ou então como local de festas. Pouco depois de subir ao trono, Alexandre III reparou que o telégrafo óptico do seu avô se encontrava em mau estado. A torre original era apenas um edifício de madeira e estava a deteriorar-se devido aos ventos marítimos. Quando surgiu o telégrafo eléctrico, o óptico tinha caído em desuso, mas Alexandre decidiu que o objecto tinha importância histórica e pediu ao arquitecto Anthony Tomishko para construir novamente a torre em pedra. Terá dito que "será suficiente para os meus filhos", mas os primeiros a utilizar a torre foram a sua prima, a grã-duquesa Olga Nikolaevna, o marido dela, o rei Jorge I da Grécia e os seus filhos. Foi por causa disso que o edifício foi baptizado de "Villa Baboon", uma vez que "Baboon" era alcunha que o rei da Grécia tinha dado à sua filha mais velha, a princesa Alexandra da Grécia e Dinamarca.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS5H8dXUN_6vpa7N3ZDU01FZ69YVrJ7wbh8-s0FEm7dr-Q0fMhrQLLeNiLq-XRXB5pmjAbBZGtWW60sQbj_Wg6QbAK-sDktQPGawN1Atmj9HWB925MD3DcZil1DmZas_kcs0SEtHswsd4/s1600/2907343_191753_LPR_0_0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgS5H8dXUN_6vpa7N3ZDU01FZ69YVrJ7wbh8-s0FEm7dr-Q0fMhrQLLeNiLq-XRXB5pmjAbBZGtWW60sQbj_Wg6QbAK-sDktQPGawN1Atmj9HWB925MD3DcZil1DmZas_kcs0SEtHswsd4/s400/2907343_191753_LPR_0_0.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga Constantinovna (sentada, ao centro), Jorge I da Grécia e os seus filhos (na primeira fila, a princesa Maria e o príncipe André e, atrás, os príncipes Nicolau, Constantino, a princesa Alexandra e o príncipe Jorge).</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Foi na mesma altura que a villa passou a ser visitada por outro membro da família que teria um grande impacto na história dos Romanov. Em Junho de 1884, o irmão mais novo do czar, o grão-duque Sérgio Alexandrovich, casou-se com a princesa Isabel de Hesse-Darmstadt e, entre os convidados que ficaram alojados em Alexandria Peterhof antes e depois do casamento, encontrava-se a irmã de doze anos da noiva, a princesa Alix. O czarevich Nicolau que, na altura, tinha dezasseis anos de idade, descreveu os longos dias de verão no seu diário, incluindo pormenores sobre os jantares de família, os passeios e os jogos no jardim: "<i>Fomos todos saltar durante algum tempo na rede (...) fui passear com o Ernie [Ernesto Luís de Hesse-Darmstadt] e com a Alix no feriado, e o papá foi a conduzir (...) brincámos muito nos baloiços. O papá ligou a mangueira e nós corremos na direcção do jato e ficámos todos molhados</i>". Nicolau começava a interessar-se cada vez mais pela jovem Alix, e os dois cravaram os seus nomes, um à beira do outro, no vidro de umas das janelas da villa que tinha sido construída recentemente. Na altura, parecia tratar-se apenas de um romance infantil que seria rapidamente esquecido, mas, na verdade, o seu destino foi selado naquele verão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSyE2t1NZe73zJvM3GIRgDP6y-2oC8wC0gZhEFQWyBpLiwzvbITYZFn4O5WUfFbafq9BRqahPMnu2Os0QkI279WrL2OBfnXNpYWled08tjp799TXOfHP4Zla3b4Owg2iIeqCVLmULPmvU/s1600/tumblr_nknm5bbSE61t5k7qjo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSyE2t1NZe73zJvM3GIRgDP6y-2oC8wC0gZhEFQWyBpLiwzvbITYZFn4O5WUfFbafq9BRqahPMnu2Os0QkI279WrL2OBfnXNpYWled08tjp799TXOfHP4Zla3b4Owg2iIeqCVLmULPmvU/s400/tumblr_nknm5bbSE61t5k7qjo1_500.jpg" width="392" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau, Alexandra, Xenia e Maria Feodorovna em Alexandria Peterhof.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Quando Nicolau tinha idade suficiente para precisar de uma casa para si, implorou as pais para utilizar as divisões na torre e passou a partilhar a villa com o seu irmão mais novo, Jorge. Depois de subir ao trono e se casar com Alix em 1894, contratou Tomishko para aumentar o edifício e criar uma casa de verão para a família que esperava ter com a sua nova esposa. As obras demoraram muito tempo. Em inícios do verão de 1897, Alix deu à luz a sua segunda filha, Tatiana, na Quinta, onde ela e Nicolau ficaram hospedados enquanto o seu palácio estava em obras. O grão-duque Jorge escreveu uma carta ao irmão do Cáucaso a perguntar como estavam a correr as obras. "<i>Quando é que a casa à beira-mar fica pronta? Estou curioso para ver como irá ficar e como ficará ligada à antiga. Estou sempre a pensar como era agradável quando vivíamos juntos. Já passaram sete anos desde essa altura, é assustador como o tempo voa</i>". Na verdade, a nova casa de dois andares ficou unida à villa antiga através de uma galeria fechada por cima de um arco grande o suficiente para deixar passar uma carruagem ou um carro. Foram acrescentadas cozinhas e casas-de-banho, mas o edifício continuou a ser dominado pela grande torre com a bandeira de Alexandria Peterhof a esvoaçar no cimo. Havia uma pequena estrada que percorria a costa até ao Portão Marítimo, na fronteira oeste do parque, que unia os jardins da propriedade dos Mikhailovich em Znamenka.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5uLXb9Tra4LvNGmhyGdkSJRmRjkyLZT5ow_IgIpRcfDO6z4a2BHsxlpTQ5GrwlK_0fIGOP53kGZmsb6_uqN8hGu8pAFNVKfJ62cBh0AOYb1ompDQx_pcgQDkeQNlwKauIc1Nw0bPRFy8/s1600/3028332738_8124a397bd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5uLXb9Tra4LvNGmhyGdkSJRmRjkyLZT5ow_IgIpRcfDO6z4a2BHsxlpTQ5GrwlK_0fIGOP53kGZmsb6_uqN8hGu8pAFNVKfJ62cBh0AOYb1ompDQx_pcgQDkeQNlwKauIc1Nw0bPRFy8/s400/3028332738_8124a397bd.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A torre do Novo Palácio de Alexandria Peterhof no tempo de Nicolau II.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">O centro da vida em Alexandria Peterhof voltou a mudar e, apesar de a mãe do czar continuar a ser a dona do parque e utilizar o Challet durante o verão, o edifício mais importante durante os últimos anos da dinastia foi o "Novo Palácio" de Tomishko. Dentro das suas paredes, um novo Nicolau e uma nova Alexandra aprenderam a amar Alexandria e os seus três filhos mais novos, Maria, Anastásia e o czarevich Alexei, nasceram neste palácio à beira mar, onde, em tempos, o primeiro Nicolau tinha comandado a sua frota.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjch2jn7aC4LLP077Uj_QofOJVdszi3BTmn8VjIPWzG_64LZc35_d7zrYctTSyp3Xksy2BuI5PvqbDHKHZF44PbVKOcJFDL-sJuWk-mYcnkQh-c21UQi9Gvkss_1gPwOZy2tcse_oVbieI/s1600/tumblr_nowf06GTwB1rh07xwo2_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjch2jn7aC4LLP077Uj_QofOJVdszi3BTmn8VjIPWzG_64LZc35_d7zrYctTSyp3Xksy2BuI5PvqbDHKHZF44PbVKOcJFDL-sJuWk-mYcnkQh-c21UQi9Gvkss_1gPwOZy2tcse_oVbieI/s400/tumblr_nowf06GTwB1rh07xwo2_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Novo Palácio</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">O Novo Palácio era luminoso e confortável, e era visto mais como uma casa do que um palácio. A divisão preferida da família era o escritório de Nicolau II, no segundo andar do edifício antigo. As paredes tinham painéis de nogueira para combinarem com a secretária do czar, estofos de cabedal marroquino verde escuro que tinham sido encomendados em Inglaterra, e, apesar da decoração escura, a divisão estava sempre cheia de luz. Uma das janelas viradas para oeste e com vista para Kronstadt, tinha uma varanda com uma mesa que estava sempre cheia de jornais, revistas e livros. A secretária tinha sido colocada num ângulo ideal com as outras janelas, que tinham vista para norte, para o golfo. No seu escritório, Nicolau recebia os seus ministros e concedia audiências especiais: havia uma sala-de-espera que tinha sido criada para se parecer com uma divisão a bordo de um navio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcGrVDU94j4qIyFm2-mAfZz6r2gdrXAEF0H_R9wdhEVCOrjO8FjJyrjn4Dl-iR9UXvNBO5YhaTddIr46uJgPBQYdR6kNoueyBEoloYjcjbm8Kbw8abD7lHhEqFVL45E3hzaRDK8_dyN1I/s1600/tumblr_mx9y8pL3x51s6n583o1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="393" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcGrVDU94j4qIyFm2-mAfZz6r2gdrXAEF0H_R9wdhEVCOrjO8FjJyrjn4Dl-iR9UXvNBO5YhaTddIr46uJgPBQYdR6kNoueyBEoloYjcjbm8Kbw8abD7lHhEqFVL45E3hzaRDK8_dyN1I/s400/tumblr_mx9y8pL3x51s6n583o1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexei Nikolaevich e Luís Mountbatten em frente ao Novo Palácio de Alexandria Peterhof</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">No segundo andar da villa, a galeria coberta levava até ao novo edifício onde se encontravam os aposentos da czarina e da sua dama-de-companhia, assim como os quartos, quartos-de-brincar e salas-de-aula das crianças imperiais. A salinha da imperatriz tinha trabalhos em madeira pintada a branco, desenhos de flores nas paredes e cadeiras confortáveis forradas a cretone com um padrão de rosas. Os quartos das suas filhas eram decorados com papel de parede de Art Noveau, enquanto que a cor dominante no quarto de Alexei era o azul. Tudo era luminoso, moderno e criado com simplicidade e conforto. As gerações foram-se sucedendo umas às outras, mas Alexandria Peterhof foi sempre um santuário onde um casal imperial se podia isolar das pressões da vida pública e aproveitar tempo de qualidade com os seus filhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv_3QuKnnScXsNBE2oalvRuidIu2H9DziobL1GTsAZbx4Wdq2huDJUT0x-Jf1nhMlDF3gdL4XyNRXYgOAwalM5ynJwTnXffmLqvBLvIKlwbowTwRgKCObmMMdw-YSrlgCFQGEqc7nYkag/s1600/ron-290.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv_3QuKnnScXsNBE2oalvRuidIu2H9DziobL1GTsAZbx4Wdq2huDJUT0x-Jf1nhMlDF3gdL4XyNRXYgOAwalM5ynJwTnXffmLqvBLvIKlwbowTwRgKCObmMMdw-YSrlgCFQGEqc7nYkag/s400/ron-290.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anastásia, Tatiana e Alexei com alguns dos seus primos, filhos da grã-duquesa Xenia Alexandrovna, em Alexandria Peterhof.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">No entanto, depois da Revolução, os portões de Alexandria abriram-se e o público teve acesso a este mundo que tinha sido seguro e privado. Em 1925, pagavam-se 15 kopecks para visitar o Challet e 15 para visitar a Quinta, mas a entrada para o Novo Palácio era mais cara: 25 kopecks. Os guias diziam que os edifícios não tinham qualquer valor artístico, à excepção de um retrato de Alexandre III pintado por Serov, mas o público sentia-se atraído pelo palácio devido à sua associação com o último czar e a sua família. Ainda era possível ver os seus objectos pessoais, e os brinquedos do czarevich ainda enchiam o berçário.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHP1OTenz5KtVN_OafioimatCCmRAubpjANI4TogtoRMmmsF9M-NjWLUfp7ao1rMjc9wLpM15t5DEoIidZZDoUXOjNaim9EodZrDuYflpsaK6ThiuUgt96B_MJqxv3NRA_gk21nroVwhU/s1600/0b4773074650.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="278" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHP1OTenz5KtVN_OafioimatCCmRAubpjANI4TogtoRMmmsF9M-NjWLUfp7ao1rMjc9wLpM15t5DEoIidZZDoUXOjNaim9EodZrDuYflpsaK6ThiuUgt96B_MJqxv3NRA_gk21nroVwhU/s400/0b4773074650.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga, Maria, Anastásia e provavelmente um dos seus primos em Alexandria Peterhof.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Os guias também expressavam o repúdio que o regime sentia pela família imperial, mas surgiu uma nova geração de conservadores de museus que se apaixonou pelos palácios, devido à sua beleza e à história silenciosa que contavam. Quando surgiram notícias de que estava próxima uma invasão alemã em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, estes conservadores fizeram todos os possíveis para salvar o que podiam dos exércitos que se aproximavam da cidade. O Grande Palácio de Peterhof foi a sua prioridade, mas quatro quintos dos objectos registados no Challet e outras peças da Quinta e do Novo Palácio foram embalados em caixas e levados numa viagem perigosa para a Sibéria, juntamente com outras colecções de outros palácios fora da cidade. Os conservadores continuaram a empacotar objectos até ao último minuto, quando já se ouviam os sons da batalha no parque. Durante quase três anos, os conservadores guardaram os seus tesouros e esperaram até ao final de 1944, quando souberam da libertação de Peterhof, para regressar. Quando a notícia foi confirmada, abriram uma das caixas preciosas e fizeram um brinde à libertação com os copos de cristal feitos para o Challet, decorados com a espada e a coroa de rosas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6ollc15OKIB6FOsd3kTzvghA8O9piJXtIiqgCSuKoDss6E9aueJUXoS9OzmTs49Qrz2eRYSkwhynrhwADW4ZYy7pYNNAwt1lY9GMQ9zJdu7v8gnp16EMXxfaBfRCIGJerSNgeLU-rowg/s1600/9lb1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6ollc15OKIB6FOsd3kTzvghA8O9piJXtIiqgCSuKoDss6E9aueJUXoS9OzmTs49Qrz2eRYSkwhynrhwADW4ZYy7pYNNAwt1lY9GMQ9zJdu7v8gnp16EMXxfaBfRCIGJerSNgeLU-rowg/s400/9lb1.jpg" width="383" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anastásia, Alexandra Feodorovna e Maria na varanda do Novo Palácio de Alexandria Peterhof</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Aquilo que viram quando regressaram foi doloroso. Uma vez que não tinham conseguido conquistar Leningrado, como vingança, os alemães decidiram destruir os antigos palácios imperiais e quase conseguiram fazê-lo com todos. O Grande Palácio foi queimado quase por completo e o parque tinha sido minado. O Challet foi saqueado e destruído e a Quinta foi utilizada como quartel-general local dos alemães. O Novo Palácio, mesmo à beira mar, tornou-se no alvo ideal para ataques a partir do mar. Os soviéticos destruíram o pouco que restou dele na década de 1960.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbYyRTEHWaZrDNrtq2iAYJ7mTIshfv8LmThWC5uGA4hLxU7pSKbbCnEA1wxoa3TdQqEF0Qzv5mazEe4d2Bw2eDS1yFdffjYSXApj7YCeYyx60Dfk_dogm54YF4e1o35tzuDPY-bkzhU0/s1600/dc301737e8543719b0dbe12655bc0cbc.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="263" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbYyRTEHWaZrDNrtq2iAYJ7mTIshfv8LmThWC5uGA4hLxU7pSKbbCnEA1wxoa3TdQqEF0Qzv5mazEe4d2Bw2eDS1yFdffjYSXApj7YCeYyx60Dfk_dogm54YF4e1o35tzuDPY-bkzhU0/s400/dc301737e8543719b0dbe12655bc0cbc.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Grande Palácio de Peterhof após o ataque alemão na Segunda Guerra Mundial</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;">Hoje em dia, o Challet está novamente aberto ao público depois um trabalho de restauro extraordinário, que foi completado em 1978. A maioria dos turistas que vai visitar o Grande Palácio, perde o Challet, que está escondido entre as árvores e só tem um caminho de acesso que não está assinalado. Mas perdem um tesouro. O edifício está praticamente igual ao que era em pintuas da década de 1840, apesar de as árvores estarem mais grossas e mais altas do ue eram na altura, algo que teria encantado a sua dona, Alexandra Feodorovna, que adorava estar sozinha. Os turistas começam a visita com uma pequena exposição naquele que era o quarto da primeira habitante do Challet. Durante o regime soviético, a lei não permitia que os quartos fossem restaurados como quartos; hoje em dia os guias referem estas estranhas curiosidades dos "dias maus". A exposição inclui algumas das aguarelas pintadas por Eduard Petrovich Hau durante o século XIX de como as divisões eram na época e que foram um guia imprescindível</span><span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;"> para as obras de restauro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8wg7tEUZWFDEKQDdZsFP-aDcGLkFdmQu5INUlg2uauPwLElW87iM3mNnAhSLVAndS-lffbDU8wpUmF11A_KSI5bFSqa-z2HNpwuT_WmhAfaK7R5uahCp2tgKHO0Pd9KC6Fh1qBKg8tZk/s1600/ee9c866884a0976d4793855b36caa1e6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="317" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8wg7tEUZWFDEKQDdZsFP-aDcGLkFdmQu5INUlg2uauPwLElW87iM3mNnAhSLVAndS-lffbDU8wpUmF11A_KSI5bFSqa-z2HNpwuT_WmhAfaK7R5uahCp2tgKHO0Pd9KC6Fh1qBKg8tZk/s400/ee9c866884a0976d4793855b36caa1e6.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexei, Anastásia e Nicolau no Novo Palácio em Alexandria Peterhof</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">As divisões restauradas do Challet são coloridas e cheias de mobília, muito parecidas com Frogmore e Osborne em Inglaterra, ou até Hohenschwangau na Baviera, embora a casa tenha um charme próprio e a sua escadaria pintada seja magnífica. A maioria das decorações mantiveram o seu estilo gótico original, mas uma das divisões do andar de cima tem um certo aspecto de Art Nouveau, devido aos anos em que Maria Feodorovna passou lá os seus verões. O Challet é mais pessoal e caseiro do que qualquer um dos grandes palácios, com retratos de Nicolau I e da sua família e é possível ver o emblema da espada rodeada pela coroa de flores criado por Zhukovsky em todo o lado, desde as paredes até às varandas, passando pelas cadeiras e pelos copos de cristal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM638h2DLAY9cl0AdVVtUXWKgsoSPvQUNUYUDMw-P2y6dc7BMxYe2wKxl30e1kD4oQ3lTwyrtpEvO0xA41NH7cqfMD0CIm_gF5dlE6lI1W3ro1ECuFBWLB8RYXot7dcQY1HFfxQOSb-Us/s1600/kot4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="307" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhM638h2DLAY9cl0AdVVtUXWKgsoSPvQUNUYUDMw-P2y6dc7BMxYe2wKxl30e1kD4oQ3lTwyrtpEvO0xA41NH7cqfMD0CIm_gF5dlE6lI1W3ro1ECuFBWLB8RYXot7dcQY1HFfxQOSb-Us/s400/kot4.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Escritório de Alexandra Feodorovna na actualidade.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Além do Challet e do seu jardim, o Parque de Alexandria está finalmente a começar a acordar do seu longo sono. A Capela Gótica, onde o jovem Nicolau II aprendeu uma lição de coragem do seu avô, foi completamente restaurada e também já começaram as obras de restauro na Quinta. O edifício ainda se encontra encerrado e negligenciado, mas as árvores que cresceram à sua volta, e que o rodeiam quase como se se tratasse do castelo da Bela Adormecida, já desapareceram e, incrivelmente, após todo este tempo, continuam a haver pequenas lembranças do passado. Há um pequeno pavimento em mosaico, trabalhos decorativos em ferro forjado, que agora estão enferrujados e pendurados com ângulos estranhos. Ainda sobram alguns fragmentos da tinta amarela antiga agarrados às paredes e, resistente a todas as suas provações, ainda sobra um escudo com rosas na aresta mais alta do telhado. </span><span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;">[Nota: as obras de restauro foram concluídas em 2010 e a Quinta já se encontra agora aberta ao público.]</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ7YjztSN2GEh12uM9vgmXhHC27iUtVR11fpM6ZyZPdR9ZK5Mhf18fNosPIiS6ydk8PkTLlh7kA8dYyKeYvOQMZrMBKbi_dcMeByHkTmvvjBsMOjhfBbFWosax1lZ0duoRgyEMofWFs0I/s1600/100_2092.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ7YjztSN2GEh12uM9vgmXhHC27iUtVR11fpM6ZyZPdR9ZK5Mhf18fNosPIiS6ydk8PkTLlh7kA8dYyKeYvOQMZrMBKbi_dcMeByHkTmvvjBsMOjhfBbFWosax1lZ0duoRgyEMofWFs0I/s400/100_2092.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Edifício da Quinta após o seu restauro. <a href="http://s297.photobucket.com/user/valeryanna/media/Fermerskiy%20dvorets/100_2092.jpg.html" target="_blank">Fonte</a>.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Dentro de algum tempo, a Quinta será restaurada. O Novo Palácio já não tem salvação possível, apesar de ser possível visitar as ruínas entre as árvores e arbustos à beira mar. É possível reconhecer algumas partes do edifício: a base da torre, o arque que chegou a unir o edifício novo e o edifício antigo, algumas aberturas que dantes eram portas e janelas, perdidas num monte de tijolos sem sentido - o palácio perdido que já foi colorido e luminoso, principalmente durante o verão. As fotografias dos filhos do último czar a brincar junto ao mar mostram que a linha costeira era delimitada por uma linha de pedras que ainda são visíveis, apesar de terem crescido corais à volta delas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAVp2kZGwvXW-ik2hZLRMQ4dT0PN3SyxLyRwwIIAEsw8NKBV7iwTu9ScTFmPqnMdPAd1n3da3gyShqSdy0V_qFmVk2O5SuruY_yOGC3Y4F-WvnWeXvaSdrYiAY-QwPpGsoVR-JUALIb14/s1600/10986660_748706728570871_3100894930150961092_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="251" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAVp2kZGwvXW-ik2hZLRMQ4dT0PN3SyxLyRwwIIAEsw8NKBV7iwTu9ScTFmPqnMdPAd1n3da3gyShqSdy0V_qFmVk2O5SuruY_yOGC3Y4F-WvnWeXvaSdrYiAY-QwPpGsoVR-JUALIb14/s400/10986660_748706728570871_3100894930150961092_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As irmãs Romanov nas traseiras do Novo Palácio</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Este devia ser um local triste, mas não é. Em Czarskoe Selo, é fácil lembrar-nos do final trágico da dinastia. Num dia de verão em Alexandria Peterhof, o silêncio e o ar livre fazem lembrar as gerações que se divertiram no parque e das épocas em que foram felizes. A família de Nicolau I ainda é recordada visivelmente no Challet. Quando a Quinta estiver restaurada, a época de Alexandre II vai ganhar uma nova vida e nem a família de Nicolau II é esquecida. Em Agosto de 1994, para celebrar aquele que teria sido o 90.º aniversário do czarevich, foi inaugurada uma estátua em bronze dele, ao lado do Challet, num local onde, anteriormente, existia um memorial dedicado a Nicolau I, o seu bisavô. Num cenário que junta o início e o final da história de Alexandria Peterhof, o menino surge encostado a uma árvore, a observar as ruínas escondidas do Novo Palácio onde nasceu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP672sw-lpFsptt-bxRADwiyzt1ziCXQL9-IZouZ4JHhN-LD6sMXrUL90WUzZTgVqVEMldONjbSZvSKe1J9567o7D_bDMPfliGfnl0WYhwRVAu2nfWq64BVIs0IZeDjy4HYoVlP2F8-3w/s1600/article-2321790-19B123EF000005DC-697_634x426.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhP672sw-lpFsptt-bxRADwiyzt1ziCXQL9-IZouZ4JHhN-LD6sMXrUL90WUzZTgVqVEMldONjbSZvSKe1J9567o7D_bDMPfliGfnl0WYhwRVAu2nfWq64BVIs0IZeDjy4HYoVlP2F8-3w/s400/article-2321790-19B123EF000005DC-697_634x426.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexei Nikolaevich com o Novo Palácio como pano de fundo</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-558533983428996162016-12-16T16:18:00.000+00:002016-12-19T12:33:32.369+00:00Um Conto de Duas Mulheres: as esposas de Alexandre II - Segunda Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIynOTzFWuJduU1zvjZt7XpBgc-MvIpQuTVopeTAxKQZnX1QvD1BfmGK6dQw-JAvSZ8Xfeg_-VKm-Z7co_yWrea3Fbdn7JVuSbbE4W81zGj7vFV64tZbmg9fpaPv7RSm0QCksau99p-dM/s1600/111057219_94240756_large_253900.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIynOTzFWuJduU1zvjZt7XpBgc-MvIpQuTVopeTAxKQZnX1QvD1BfmGK6dQw-JAvSZ8Xfeg_-VKm-Z7co_yWrea3Fbdn7JVuSbbE4W81zGj7vFV64tZbmg9fpaPv7RSm0QCksau99p-dM/s400/111057219_94240756_large_253900.jpg" width="306" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando a diversão acabou, Maria estava demasiado doente para regressar à Rússia com o marido e teve de ser levada numa maca até à estação, para ir passar o inverno a Nice. Ainda ninguém podia adivinhar, mas seria o inverno mais triste das suas vidas, dominado pela doença do czarevich Nicolau Alexandrovich. Quando ele morreu, a família regressou a Heiligenberg, onde os seus dias passaram de forma calma e solene. Um dia, a princesa Maria de Battenberg encontrou o seu primo Alexandre, o novo czarevich, a chorar no sofá da sala porque não conseguia aceitar a mudança no seu futuro - uma cena que se repetiria vinte-e-nove anos depois, quando o seu filho Nicolau também teve de lidar com a herança súbita de governar a Rússia. Maria Alexandrovna também estava desfeita, tanto física como psicologicamente, e o seu sobrinho Luís (futuro grão-duque de Hesse) temia que ela não teria força para sobreviver à morte do filho. Só o seu pai, o príncipe Carlos de Hesse, conseguiu consolá-la. Também ele tinha acabado de perder a sua única filha (a princesa Ana de Hesse-Darmstadt), por isso compreendia melhor do que ninguém o que a sua irmã estava a sentir, e os dois partilharam histórias sobre os seus filhos juntos. "<i>Ontem a tia Maria falou durante muito tempo sobre o filho, sobre a sua educação e muitas outras coisas</i>", escreveu a princesa Alice à sua mãe. "<i>O Nix era a vida dela, ela trabalhava e vivia para ele, para o transformar num grande homem, sabendo do papel que ele teria no futuro</i>".</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWk2Y7ubn_N7s5JIMMZLzj7tiGaaorahEF3s-ojiBgT5EUsNnqvUL7EndOP8TVeIHdjZ6qHf02IyKtL9UVlG6XPpMWyyO1kImIVR9LcENcrktgprzYTTFeQ2Q6xpAqy1ugOjRfx7yuxH0/s1600/1098473_510728502331509_75629809_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWk2Y7ubn_N7s5JIMMZLzj7tiGaaorahEF3s-ojiBgT5EUsNnqvUL7EndOP8TVeIHdjZ6qHf02IyKtL9UVlG6XPpMWyyO1kImIVR9LcENcrktgprzYTTFeQ2Q6xpAqy1ugOjRfx7yuxH0/s400/1098473_510728502331509_75629809_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O príncipe Carlos de Hesse-Darmstadt com a sua esposa, a princesa Isabel da Prússia, e dois dos seus filhos, o príncipe Luís de Hesse-Darmstadt (futuro grão-duque de Hesse e pai da czarina Alexandra Feodorovna) e a princesa Ana de Hesse-Darmstadt.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esse futuro tinha desaparecido. Maria passou a dedicar-se aos seus filhos mais novos e às suas causas mais queridas tanto quanto podia. Em Abril de 1866, Maria e Alexandre comemoram as suas bodas de prata. Havia rumores de que, a esta altura, Alexandre já tinha tido vários casos amorosos com outras mulheres, mas, apesar disso, os dois continuavam a ser um casal apaixonado, apesar de estarem sobre cada vez mais pressão. Em meados da década de 1860, os terroristas ameaçavam cada vez mais a vida do czar e, com cada nova tentativa de assassinato, Maria ficava mais transtornada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFZP93IoDhTRT5atZBIPrVtgVS2HvmtiS3Dz78yScldwezCIjknX6sBEne3T0YEEsZ0Sozz_uzzgk1nZO1b6x7gTjkB7Bg6OZETMUCmdVsbxtzkq3tWoJifn7OZicU242Aulsnks8Lra0/s1600/0_33e91_40fbf098_-3-L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFZP93IoDhTRT5atZBIPrVtgVS2HvmtiS3Dz78yScldwezCIjknX6sBEne3T0YEEsZ0Sozz_uzzgk1nZO1b6x7gTjkB7Bg6OZETMUCmdVsbxtzkq3tWoJifn7OZicU242Aulsnks8Lra0/s400/0_33e91_40fbf098_-3-L.jpg" width="337" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alexandre II com dois dos seus filhos mais novos: o grão-duque Sérgio Alexandrovich e a grã-duquesa Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os ecos da antiga vida familiar eram mais palpáveis quando o casal estava longe da Rússia. Em 1868, Maria e Alexandre regressaram a Heiligenberg com Maria, Sérgio e Paulo. A sua visita era muito aguardada pelos habitantes locais, uma vez que a czarina tinha fama de ser generosa com os seus antigos conterrâneos. Os aldeões montaram um arco do triunfo e, na manhã de 24 de Outubro, uma procissão de bagagens e empregados subiu a colina até ao palácio. Nessa noite, o príncipe Alexandre de Battenberg e a sua família foram até à estação de comboio para receber os seus convidados. Havia uma nova sala de espera e quarenta carruagens alinhadas à espera deles, mas apesar de todas as formalidades da realeza, a família imperial estava tão entusiasmada como qualquer família tradicional, e, à medida que o comboio entrava na estação, os russos tinham as cabeças fora das janelas. "<i>A czarina chorou de alegria e o czar foi muito cordial; atrás deles vinham a Maria, o Sérgio e o Paulo, as damas-de-companhia, e todo o pessoal da corte. Depois todos ocuparam os seus lugares nas carruagens que estavam à espera e partimos. Fizemos uma paragem junto do arco do triunfo, onde se cantou o hino da Rússia e os aldeões atiraram flores</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSMT5uvLV2Ku8ZNNwJOyxqBGwg6Xn5yKKFfY7UE63WQos7Y9zdjqKKnV8ufe5zp49KchEKpPuvjfHLQgVPl02Iz4R733xBPnqVrZW2zc4DmvOn96b12zPt92S1goapqnew9IOd34mOIQ/s1600/0_33e92_c31f013_-3-XL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBSMT5uvLV2Ku8ZNNwJOyxqBGwg6Xn5yKKFfY7UE63WQos7Y9zdjqKKnV8ufe5zp49KchEKpPuvjfHLQgVPl02Iz4R733xBPnqVrZW2zc4DmvOn96b12zPt92S1goapqnew9IOd34mOIQ/s400/0_33e92_c31f013_-3-XL.jpg" width="267" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A família imperial em Heiligenberg</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Não houve um único momento triste durante estas férias e os dias iam-se sucedendo, cada um mais agitado do que o anterior. Até Maria se sentia bem o suficiente para se juntar à diversão. A sua sobrinha recordou uma noite particularmente feliz, na qual a família passou o serão junta do lado de fora da casa. "<i>Estava muito escuro e estávamos todos assustados, principalmente os meninos, que davam os gritinhos mais altos que já ouvi. Começaram a inventar histórias sobre as ruínas que ficavam próximas, diziam que estavam a ver um 'Pirenpinker', uma figura branca colossal que era iluminada misteriosamente pela lua e nos fazia saltar de medo. Sempre que se falava de um fantasma, todos começávamos a gritar (...) depois começaram a aparecer todo o tipo de fantasmas: uma freira vestida de branco atrás de um limoeiro (era a czarina); o czar também nos assustou várias vezes quando ficou muito quieto num dos cantos das ruínas, com a roupa clara iluminada de forma muito estratégica pela lua, parecia mesmo um fantasma (...) ficámos nas ruínas até às dez da noite</i>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLTk5Iq6YhQYniyNT63f9b8XgqCGq5SBe1NnPZNC33gODa8ePqLvmj9Xd-zHA7KFcSYxdpcrME8LZKjZYOQ_s3LrjDPZ2j7u8ujvoazQQUDnzy64OnT1ET7iP5GKpC0mn61s_DR8Nxuts/s1600/tumblr_muvpobjcw71qzjmo0o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLTk5Iq6YhQYniyNT63f9b8XgqCGq5SBe1NnPZNC33gODa8ePqLvmj9Xd-zHA7KFcSYxdpcrME8LZKjZYOQ_s3LrjDPZ2j7u8ujvoazQQUDnzy64OnT1ET7iP5GKpC0mn61s_DR8Nxuts/s400/tumblr_muvpobjcw71qzjmo0o1_500.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O dia do aniversário do czar amanheceu com bom tempo, o que foi uma sorte, uma vez ue tinha sido erguida uma tenda especial no terraço do palácio para receber todos os convidados que tinham aparecido para a missa ortodoxa dada em sua honra. Os cossacos fizeram a guarda e foi uma grande ocasião, mas, assim que os visitantes se foram embora, a família passou a controlar o dia e deu um concerto especial, no qual todos participaram. A festa acabou com uma sessão de fogo de artifício e, quando chegou a altura de os russos se irem embora uma semana depois, houve um mar de lágrimas. "<i>Parecia ser particularmente difícil para o czar despedir-se destas colinas pacíficas, onde passava dias tão tranquilos em segurança. Ficou tão comovido (...)</i>", reparou a sua sobrinha. Haveria mais reuniões de família em Heiligenberg em 1871, 74, 75 e 76, mas, à medida que as crianças foram crescendo e seguindo as suas próprias vidas, as coisas nunca mais voltaram a ser como antes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUkbsBe4H3s6BzSiDGZblvmhonye2tPNwQRgP2xyUahkc2IwRXkPDZpCai7RpH3acMo2Oh-ojx-IPBO06bx0Ru7S3xdZY9zgG-_Be0Vc4aBCp_8YmYmONnGqKf5S_MTCskbxyWLtr8buk/s1600/tumblr_n9pfcqXxxx1tozfd1o1_400.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUkbsBe4H3s6BzSiDGZblvmhonye2tPNwQRgP2xyUahkc2IwRXkPDZpCai7RpH3acMo2Oh-ojx-IPBO06bx0Ru7S3xdZY9zgG-_Be0Vc4aBCp_8YmYmONnGqKf5S_MTCskbxyWLtr8buk/s400/tumblr_n9pfcqXxxx1tozfd1o1_400.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna com os seus filhos Paulo e Sérgio</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Havia outro motivo pelo qual as coisas nunca mais voltariam a ser como antes. Durante uma festa de família em 1876, a princesa Maria de Battenberg ficou surpreendida quando ouviu alguém comentar que tinha visto o czar a passear num vale com uma jovem mulher e um menino. Só quando os visitantes se foram embora é que a mãe de Maria lhe contou aquilo que toda a cidade de São Petersburgo já sabia há nove anos: o czar Alexandre II tinha uma amante. Apesar de continuar a viver e viajar com a esposa, e de continuar a ser carinhoso com ela, havia outra mulher nas sombras, um segredo que era do conhecimento geral.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0EV9GNQMhAulaL0Y9aXtbunZK4vMTirijnQTZ3abkFT6xZscQ45-2cj5i5PT1lF5Ku_1Hdn9HjXP9A4iTNJQKE4uhSJ7sOcPqGuPx9dDJyGENMmeT6PR0LTcJvVaeJ9NIe7KQShyb5uU/s1600/983567.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0EV9GNQMhAulaL0Y9aXtbunZK4vMTirijnQTZ3abkFT6xZscQ45-2cj5i5PT1lF5Ku_1Hdn9HjXP9A4iTNJQKE4uhSJ7sOcPqGuPx9dDJyGENMmeT6PR0LTcJvVaeJ9NIe7KQShyb5uU/s400/983567.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Catarina Dolgorukaya e Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A história do romance é simples e até previsível. Quando a saúde de Maria Alexandrovna começou a piorar e ela deixou de conseguir estar presente em todos os seus compromissos, Alexandre começou a substituí-la em alguns deles. Um desses compromissos foi uma visita ao Instituto Smolny, que era patrocinado pelas czarinas desde que foi fundado por Catarina, a Grande. O Instituto Smolny dava educação às filhas da nobreza e, entre as suas alunas em inícios da década de 1860, encontravam-se duas irmãs, as princesas Catarina e Maria Dolgorukaya, cujo pai tinha morrido e deixado apenas dívidas aos seus filhos. Por causa disso, as suas duas filhas e quatro filhos foram colocados sob protecção imperial. Quando Alexandre viu Catarina pela primeira vez, lembrou-se imediatamente de um outro encontro no outono de 1857 (outras fontes apontam para 1859), quando ficou hospedado na casa do pai dela perto de Poltava, no sul da Rússia. Nessa altura, Catarina era apenas uma menina traquina. Agora, tinha catorze ou quinze anos, era muito bonita e sentia-se profundamente infeliz. Era uma menina do campo que sempre tinha sido livre e o Instituto Smolny, com os seus uniformes e regras exigentes, parecia uma prisão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeA3NiqbBIxtLNAMhJTWQ4o0aXSZxg0BmL3lRpyJWTlqbdijqltMQ9X9QrSF8HaRxQgAdkYudrFb77jaGhwyL8pNPRo21B0rl3vufQkFkq3zgfpZjToVlVRbjd3uHQJYkCjKtt2p6w_RQ/s1600/a9f383da8d8f721692e14116ed22b7d3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeA3NiqbBIxtLNAMhJTWQ4o0aXSZxg0BmL3lRpyJWTlqbdijqltMQ9X9QrSF8HaRxQgAdkYudrFb77jaGhwyL8pNPRo21B0rl3vufQkFkq3zgfpZjToVlVRbjd3uHQJYkCjKtt2p6w_RQ/s400/a9f383da8d8f721692e14116ed22b7d3.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Catarina Dolgorukaya </td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parecia que a história se estava a repetir. Em Darmstadt, em 1839, Alexandre também se tinha apaixonado por uma bonita jovem de catorze anos que parecia infeliz e fora do seu elemento. Agora começava a sentir o mesmo por outra adolescente infeliz. Tal como Maria, Catarina era séria e reservada. As primeiras fotografias que existem dela mostram que, com esta idade, era até parecida com a czarina, e a combinação de juventude, beleza e infelicidade era algo ao qual Alexandre não conseguia resistir. A certa altura, a fraca saúde de Maria fez com que as relações físicas entre o casal se tornassem difíceis (ou até impossíveis), e Alexandre era um homem que precisava de amor físico. As suas visitas ao Instituto Smolny passaram a ser cada vez mais frequentes e o czar parecia dar mais atenção às duas irmãs do que a qualquer outra aluna. Quando fez dezassete anos de idade, Catarina deixou o instituto e foi viver com o irmão e com a esposa dele numa casa na cidade. Cruzava-se frequentemente com Alexandre em bailes e recepções e, certo dia, quando estava a passear pelo Jardim de Verão em São Petersburgo, o czar juntou-se a ela e a uma criada. Na primeira oportunidade, Alexandre ficou a sós com ela e confessou que a amava, mas Catarina limitou-se a fazer uma vénia e a afastar-se.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQQaKwUhSHWOhmOKyF_Xrn_hYxJ7S-Empc8PpVIOqv0rXKZ-i9lt3YyQUlSQIZk42DWnzt0b7XZEMygIHIDcv7jmPNXDBVvbjJiVAvY5sswl4hBNL6O7JAvEes7GeOV3kPtSf-p6HjcKw/s1600/5a7f1b427555.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQQaKwUhSHWOhmOKyF_Xrn_hYxJ7S-Empc8PpVIOqv0rXKZ-i9lt3YyQUlSQIZk42DWnzt0b7XZEMygIHIDcv7jmPNXDBVvbjJiVAvY5sswl4hBNL6O7JAvEes7GeOV3kPtSf-p6HjcKw/s400/5a7f1b427555.jpg" width="305" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Catarina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O impasse durou um ano. Catarina não tinha nascido para se tornar numa amante. A sua linhagem era mais antiga e orgulhosa do que a do própria Alexandre, e não fazia parte da sua personalidade apaixonar-se facilmente. Os dois não voltaram a estar sozinhos até Julho de 1866, quando ela se encontrou com ele no Pavilhão Belvedere, em Peterhof. Diz-se que foi a tentativa de assassinato que o czar tinha sofrido às mãos de Dmitri Karakozov que finalmente a convenceu a submeter-se a ele. Tal como Maria, também ela temia pela vida dele. Nesse dia, os dois fizeram amor em Belvedere e Alexandre prometeu-lhe que um dia se casaria com ela se pudesse. Chamava-lhe a sua "esposa perante Deus" e os seus encontros continuaram em segredo até ao início de 1867, quando a sua cunhada descobriu o que estava a acontecer. Chocada, insistiu em levá-la consigo para Itália e nem Catarina nem o czar protestaram. A sua estadia em Itália durou cinco meses, mas ela continuou a trocar cartas cheias de paixão com Alexandre. Em Junho de 1867, o czar pediu-lhe para ela se encontrar com ele em Paris e, depois, os dois seguiram viagem juntos até São Petersburgo. Em 1869, o czar deu-lhe uma casa na Millionnaya, uma das ruas mais exclusivas da cidade, e perto do Palácio de Inverno. Foi a primeira das muitas casas que os dois partilharam.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixu_YEeDubWPPV87vP5HfUclerFdWDRD-vepHaRlM7xZgYo_92YN2ZWwG1R1knP2AyB3oZTqllIuvW7Xt9eQlkoqNHIyzjFRjrcHNZVvkWKRp5NhIRUT1-Yhg0EIb8VKmDINwaS0FST9A/s1600/456a444f0705.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixu_YEeDubWPPV87vP5HfUclerFdWDRD-vepHaRlM7xZgYo_92YN2ZWwG1R1knP2AyB3oZTqllIuvW7Xt9eQlkoqNHIyzjFRjrcHNZVvkWKRp5NhIRUT1-Yhg0EIb8VKmDINwaS0FST9A/s400/456a444f0705.jpg" width="258" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Catarina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Oficialmente, o caso amoroso não era discutido, mas era quase impossível mantê-lo em segredo. A infidelidade fazia parte da mitologia dos czares; a sociedade tinha a certeza que todos os czares tinham tido casos amorosos, quer isso fosse verdade ou não, mas havia um sentimento de traição relativamente a este caso em particular. Não havia rumores interessantes sobre ele. Catarina nunca tentou obter qualquer vantagem do facto de o czar estar apaixonado por ela. Nunca fez favores aos amigos. Na verdade, tinha até muito poucos. Afastou-se por completo da sociedade e refugiou-se na pequena ilha da vida doméstica que tinha criado com o seu amante. Parecia até que o czar estava a levar o caso muito mais a sério do que seria conveniente. Alguns dos seus encontros aconteciam no próprio Palácio de Inverno: o seu primeiro filho, Georgi, nasceu lá em 1872, tendo até direito à presença de um médico imperial durante o parto. Desafiando ainda mais as convenções, o czar nunca procurou um marido de fachada para a sua amante, para dar um apelido à criança. Georgi e os seus cuidadores mudaram-se para aposentos na casa de um dos amigos de Alexandre, o General Ryleev para que, pelo menos a nível oficial, fosse possível manter a aparência de que Catarina era uma senhora solteira e virgem. Quando o bebé tinha dezoito meses de idade, nasceu uma segunda filha, Olga, que se juntou à casa secreta. Todos os dias, às três da tarde, quando o czar estava em São Petersburgo, ia visitar Catarina e os seus filhos. Quando estava na sua companhia, Alexandre voltou a descobrir a felicidade sem problemas que tinha sentido nos primeiros anos de casamento com Maria, quando os seus filhos ainda eram pequenos. Adorava a sua segunda família, mas, para Catarina, esta deve ter sido uma existência estranha. Toda a sua felicidade se centrava naquelas horas fugidas, e não podia ser vista com os filhos a não ser nesses momentos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXjg8AjDlYoBa8FJxbZ4Pt-1elKOKkUW-JSFC9Z99i9TXaoQ8Rjsl9ZSJ8e1j93QUU36k3mfaJVKegRW4LQn4oyc3Bz9E6EsB5sbmQJD2Ix8l7FIGfJS469Sz6PDsh9I25fETn2wmeecU/s1600/Tsar_Alexander_II%252C_Princess_Catherine_Dolgorukova_with_their_children_George_and_Olga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXjg8AjDlYoBa8FJxbZ4Pt-1elKOKkUW-JSFC9Z99i9TXaoQ8Rjsl9ZSJ8e1j93QUU36k3mfaJVKegRW4LQn4oyc3Bz9E6EsB5sbmQJD2Ix8l7FIGfJS469Sz6PDsh9I25fETn2wmeecU/s400/Tsar_Alexander_II%252C_Princess_Catherine_Dolgorukova_with_their_children_George_and_Olga.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre, Catarina e os seus dois filhos mais velhos, Georgi e Olga</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">As cartas privadas trocadas entre os dois amantes mostram que a princesa podia ser difícil e que, muitas vezes, sentia ciúmes, algo que, provavelmente, seria inevitável tendo em conta as restrições que a relação impunha na sua vida. Mas Alexandre estava demasiado apaixonado para se importar, e confiava nela o suficiente para lhe falar sobre as preocupações da sua posição. Gradualmente, Catarina tornou-se uma fonte de apoio, dando continuidade ao trabalho que a sua esposa, agora profundamente doente com tuberculose, já não lhe podia dar. Catarina não era tão inteligente como Maria, nem tão bem educada: limitava-se a ouvir e a dar o apoio sem críticas de uma amante. A sua presença foi-se tornando cada vez mais importante para o czar, mas os benefícios para o czar tiveram um grande custo. Maria sabia da relação e estava consciente de que todos à sua volta estavam à espera para ver qual seria a sua reacção, mas ela não mostrou nenhuma. Continuou com os seus deveres e com o seu casamento, tanto quanto a sua saúde permitia, com uma dignidade silenciosa, guardando a sua dor para si.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNdF7pzxMKKd8kSmticsdb0Yr8FILlTENj7I0NdaUU5WYWpgS_bzrnoutF8I6QYlvumSSZmd_59ldhmEmX7CVa1sFGxH_f9E5jGktpeeMOfVpnekNnbLCaasG1Idlpsfq8TFxUl1wpL5A/s1600/tumblr_mifi2rjq4o1rqdmblo1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNdF7pzxMKKd8kSmticsdb0Yr8FILlTENj7I0NdaUU5WYWpgS_bzrnoutF8I6QYlvumSSZmd_59ldhmEmX7CVa1sFGxH_f9E5jGktpeeMOfVpnekNnbLCaasG1Idlpsfq8TFxUl1wpL5A/s400/tumblr_mifi2rjq4o1rqdmblo1_500.png" width="336" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna a tomar chá no Palácio de Alexandre nos seus últimos anos de vida</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Eram as necessidades das outras pessoas que lhe ocupavam o pensamento. Em 1875, o príncipe de Montenegro pediu-lhe para cuidar de duas das suas filhas e Maria arranjou-lhes um lugar no Instituto Smolny. Quando soube que a mais nova, Militsa, estava doente com tifo, foi visitá-la imediatamente e mandou chamar os melhores médicos da cidade. Ficou ao lado da jovem ao longo de toda a sua doença e enviava mensagens ao pai dela todos os dias. Muitas vezes era a sua própria doença que a forçava a deixar a Rússia, mas ninguém a criticava por passar longos períodos de tempo no estrangeiro. A sua filha Maria casou-se com o príncipe Alfredo do Reino Unido, filho da rainha Vitória, em inícios de 1874, e, em Dezembro do ano seguinte, Maria viajou até Inglaterra para o baptizado do seu neto, o príncipe Alfredo de Edimburgo. "<i>Achei-a muito feminina (...) e muito gentil e simpática</i>", escreveu a rainha Vitória à sua filha mais velha. "<i>Ficámos logo à vontade uma com a outra, mas ela tem uma expressão muito triste e parece ser muito delicada. Acho que nos vamos dar muito bem. Coitada, tenho muita pena dela</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYM4CokUI07Aw53tJQvBfmtM6IdrbTL81K24MYYSGOM5FeysWvnFNahQpxbtosWLx1f7zKOcJMrJeP0fNy5CI0DUy5pyEUl3ILdFDVzik1naU1etWDTASURRSGH4uzrrWLxBuRfU58NOU/s1600/tumblr_n6ds8kgo5H1rh07xwo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYM4CokUI07Aw53tJQvBfmtM6IdrbTL81K24MYYSGOM5FeysWvnFNahQpxbtosWLx1f7zKOcJMrJeP0fNy5CI0DUy5pyEUl3ILdFDVzik1naU1etWDTASURRSGH4uzrrWLxBuRfU58NOU/s400/tumblr_n6ds8kgo5H1rh07xwo1_1280.jpg" width="276" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria com o seu neto, o príncipe Alfredo de Edimburgo em 1875</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Todas as cortes europeias sentiam pena de Maria Alexandrovna, por vezes com um certo tom </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">condescendente</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">. Todos falavam sobre o escândalo. Alguns condenavam-na por ficar ao lado do czar. Maria recusava-se a mostrar qualquer reacção, e passou a dedicar todo o seu tempo aos filhos, à sua religião e às suas obras. À medida que a década de 1870 chegava ao fim, os eventos políticos pressionaram ainda mais o seu casamento, que já estava com problemas suficientes. Pela primeira vez, Alexandre II e Maria Alexandrovna, que tinham começado a sua união de forma tão harmoniosa e que sobreviveram a tantos problemas, ficaram em lados opostos quando rebentou a Guerra Russo-Turca de 1877-78. Mas apesar de a guerra ter prejudicado a sua relação, não teve força suficiente para os separar. O seu casamento tinha um sentimento inabalável, tal como os eventos dos seus últimos anos de vida iriam mostrar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMciqXJDARSXkWy_y1fiSqwWRHZ6HMRVsQasymHZ4_QuzVsnpm4VlGUlfEvdqWzYrQSsTg1HzRUoH1ZNnRtBa4_ZwoDl3DUgR5ZlnHVR50z-8YzPDBFWYlGrfHX5FGNC1KZ5z3wnKXRO0/s1600/vo8i6cv3zx.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="293" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMciqXJDARSXkWy_y1fiSqwWRHZ6HMRVsQasymHZ4_QuzVsnpm4VlGUlfEvdqWzYrQSsTg1HzRUoH1ZNnRtBa4_ZwoDl3DUgR5ZlnHVR50z-8YzPDBFWYlGrfHX5FGNC1KZ5z3wnKXRO0/s400/vo8i6cv3zx.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alexandre II com alguns dos seus filhos</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-69964847624630893972016-12-15T11:11:00.000+00:002016-12-15T12:09:20.735+00:00Um Conto de Duas Mulheres: as esposas de Alexandre II - Primeira Parte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2B5Nl1Ju25M-UVyfp4ouUdKtgs4PEJUTj2NBBJwoUuwRCl_0xzPOYvUC2FeI71spvSel2ObkamzMicOahtCPPCVovUZ28Wd8tsAiZFkuB840g2I8he0Yg7Dr9cFOGodNM-oK8oRkgWc/s1600/49710097balprialeksandr.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2B5Nl1Ju25M-UVyfp4ouUdKtgs4PEJUTj2NBBJwoUuwRCl_0xzPOYvUC2FeI71spvSel2ObkamzMicOahtCPPCVovUZ28Wd8tsAiZFkuB840g2I8he0Yg7Dr9cFOGodNM-oK8oRkgWc/s400/49710097balprialeksandr.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na década de 1890, o último czar da Rússia e a sua esposa contrataram uma ama irlandesa para as suas filhas. Margaretta Eagar tinha um fascínio pelo sobrenatural e acreditava que o espírito da czarina Maria Alexandrovna assombrava o Palácio de Inverno. Assim que encostou a cabeça na almofada naquela noite, ouviu a voz de uma mulher, a chorar amargamente e queixar-se da infidelidade do marido. A czarina Alexandra disse-lhe que a cama onde ela dormia tinha sido a mesma onde a czarina Maria Alexandrovna tinha morrido e relacionou a história que a ama lhe contou com a avó do seu marido. Em várias ocasiões, a grã-duquesa Olga Nikolaevna, que tinha apenas três anos de idade na altura, disse à senhora Eagar que tinha visto uma senhora velha vestida de azul no seu quarto. A ama nunca viu nada. Depois, um dia, quando as duas passeavam pela Rotunda do primeiro andar do palácio, a criança apontou para um retrato de Maria Alexandrovna e disse que era aquela a senhora que tinha visto. Estas histórias demonstram que a ideia da infelicidade de Maria Alexandrovna já estava encrostada na memória da corte russa, que nunca a aceitou completamente no seu tempo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYu4YPyp2Eo1cOfwjL8SCVe6CW8RMYU9sRc_8yh14nhJVgNgUtcz9J5pJTureBE90sSD2Lj5mkOT14vAwZaimdGueZPYqerPmjEA6Hf3E-UaG-l9qmCd1NohFQhxy3BKuDXGAtbQ3O8Dw/s1600/9093353673_a3efd8a246_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="285" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYu4YPyp2Eo1cOfwjL8SCVe6CW8RMYU9sRc_8yh14nhJVgNgUtcz9J5pJTureBE90sSD2Lj5mkOT14vAwZaimdGueZPYqerPmjEA6Hf3E-UaG-l9qmCd1NohFQhxy3BKuDXGAtbQ3O8Dw/s400/9093353673_a3efd8a246_o.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga Nikolaevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A vida de Maria Alexandrovna começou cedo a ser infeliz. A czarina tinha onze anos de idade quando a mãe morreu, passando a ser a única mulher na família, à excepção da sua cunhada que tinha acabado de chegar à corte de Hesse. Maria era uma jovem tímida, inteligente e baixa que levava a vida muito a sério: uma coisa tão simples como furar as orelhas deu-lhe pesadelos durante várias semanas e a operação teve de ser adiada até que ela ganhasse coragem para a enfrentar. Maria era muito chegada à mãe e corria o rumor (que era aceite pela maioria das pessoas) de que a grão-duque de Hesse não era o seu pai biológico. Esta história já foi contada tantas vezes que os factos e a ficção se cruzam inevitavelmente. Os seus pais, o príncipe Luís de Hesse e a princesa Guilhermina de Baden, eram primos direitos que se tinham casado em Karlsruhe em 1804, durante um pequeno período de paz das Guerras Napoleónicas. Guilhermina era uma jovem bonita e encantadora de quinze anos de idade, enquanto que Luís tinha vinte-e-seis e era tão tímido e reservado que a maioria das pessoas sentia que não conseguia comunicar com ele. Os primeiros anos do casamento desenrolaram-se num cenário de guerra: o seu primeiro filho, um rapaz, nasceu seis meses depois da Batalha de Austerlitz. Seguiram-se mais dois rapazes, um dos quais nasceu morto, e depois houve um período de onze anos em que o casal não teve filhos, até ao nascimento da princesa Isabel. Depois dela, Guilhermina deu à luz mais uma menina que nasceu morta. No ano seguinte, em 1823, Guilhermina teve outro filho: Alexandre. Maria era a mais nova e nasceu em Darmstadt a 8 de Agosto de 1824, tendo recebido os nomes de Maximiliana Guilhermina Augusta Sofia Maria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg3DZ0PtKER1J4TQcSqvTybDy-0AaJGhfLsVqLbNdpp2Fz7d1N_0RfN0Bcxz-xq0YkiJaS1a83QWbelIm1eMfF8-x0oePhrM42QVH2Y9XtrR-sR4A_UkwiGjouEcgL-sf8SebhMN3HcwY/s1600/Princess_Wilhelmine_of_Baden.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhg3DZ0PtKER1J4TQcSqvTybDy-0AaJGhfLsVqLbNdpp2Fz7d1N_0RfN0Bcxz-xq0YkiJaS1a83QWbelIm1eMfF8-x0oePhrM42QVH2Y9XtrR-sR4A_UkwiGjouEcgL-sf8SebhMN3HcwY/s400/Princess_Wilhelmine_of_Baden.jpg" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Guilhermina de Baden, mãe de Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A diferença de idades e personalidades seria suficiente para explicar os problemas no casamento de Guilhermina. Mas, além disso, durante cinco dos onze anos em que não tiveram filhos, Luís passava longos períodos de tempo longe de casa a liderar as tropas de Hesse no campo de batalha. Foi também devido a essas ausências que surgiu o rumor de que os três filhos mais novos de Guilhermina: Isabel, Alexandre e Maria, não eram filhos de Luís, mas sim do camareiro da corte, o barão Augustus Senarclens von Grancy. A ideia persiste até aos dias de hoje e, muitas vezes, é vista como um facto: muitos também acreditaram nela na altura, embora parece pouco provável que o pai de Luís, o grão-duque Luís I de Hesse, permitisse que a sua nora tivesse um caso aberto durante tanto tempo com um membro da corte sem que este perdesse o seu lugar, o que nunca aconteceu. Oficialmente, não havia dúvidas de que os três eram todos descendentes da família de Hesse-Darmstadt: os seus nomes aparecem nos volumes da época do Almanaque de Gota e, quando Alexandre nasceu, o seu tio, o czar Alexandre I da Rússia, foi um dos padrinhos, um sinal de aceitação ao mais alto nível.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxWS5KwheXZwYEdT-UeV2wgTadiNGQqUmlqBrSXxou3gTpfNFImo49GYXIyO1vWui7460KCQsNipcEF61gu_62szVfRHIQ1TMIHce_8Oj9A9hyU9ygT8Hol7M4h1-whhJ8sd6Zz5WjEws/s1600/L_1a703650fe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxWS5KwheXZwYEdT-UeV2wgTadiNGQqUmlqBrSXxou3gTpfNFImo49GYXIyO1vWui7460KCQsNipcEF61gu_62szVfRHIQ1TMIHce_8Oj9A9hyU9ygT8Hol7M4h1-whhJ8sd6Zz5WjEws/s400/L_1a703650fe.jpg" width="298" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Luís II de Hesse-Darmstadt, pai de Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Isabel morreu de escarlatina em Lausana em 1826, quando tinha cinco anos de idade. Foi sepultada no mausoléu da família Hesse, em Rosenhoe, Darmstadt, e toda a família fez luto, mas os rumores conseguem persistir mesmo perante as provas mais convincentes. É possível que Luís tenha sabido dos rumores e que se tenha, ele próprio, questionado sobre a verdadeira origem das crianças. Por isso, ou por qualquer outro motivo, parece ter havido realmente um curto período de afastamento entre ele e Guilhermina. A czarina-viúva, Maria Feodorovna referiu esse facto numa carta dirigida à sua filha em 1827, mas disse também estar do lado de Guilhermina. Em 1828, a corte de Hesse (ou, segundo algumas pessoas, a própria Guilhermina) comprou a propriedade de Heiligenberg e Guilhermina mudou-se para lá com Alexandre e Maria. O escândalo ganhou asas e todas as cortes europeias ficaram intrigadas, mesmo apesar de, no ano seguinte, Guilhermina e Luís terem celebrado as suas Bodas de Prata em aparente harmonia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIp8drEsc7_qUrBvHDfkpnD9tT9msNqj4ZneCAJSYM21Im6VU9-vr70EM9Mw1Yhn3Id99BFFmU9JPXnXrEQ6TT2KXL4vqiVFUyQTHQCn3banu04smTZTq7wbfoJUYWHGj44w254RGvvCk/s1600/cp-WinbergPrincess1845.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIp8drEsc7_qUrBvHDfkpnD9tT9msNqj4ZneCAJSYM21Im6VU9-vr70EM9Mw1Yhn3Id99BFFmU9JPXnXrEQ6TT2KXL4vqiVFUyQTHQCn3banu04smTZTq7wbfoJUYWHGj44w254RGvvCk/s400/cp-WinbergPrincess1845.jpg" width="327" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna na sua adolescência</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas, verdadeiros ou falsos, os rumores espalharam-se, deixando um rasto de miséria. Maria passou grande parte da sua infância em Heiligenberg e, quando a sua mãe morreu de tuberculose em 1836, a jovem sentiu-se dolorosamente só. Não estava habituada à corte do pai e as pessoas que tinham espalhado boatos contra a sua mãe também foram desagradáveis com ela. Adorava os seus irmãos mais velhos, mas eles já eram adultos com família e o seu único companheiro na família era Alexandre. Os dois irmãos foram criados juntos, mas, na década de 1830, Alexandre passou a ser considerado demasiado velho para partilhar a sala de aula com uma menina. Por isso, após a morte da mãe, Maria passou a ser educada e cuidada por uma dama-de-companhia chamada Mademoiselle von Grancy, irmã do barão que diziam ser o seu pai biológico, e continuou a passar grande parte do seu tempo em Heiligenberg, onde se sentia mais à vontade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUf-5x8CeqDjSHo-1J7JzzW7IdjGlsBY4ljBn_kTshYVKb5l6zsVjOSDG9xEWeU1bzm2S7U6NTkMMp49FEPVpIvO97v7tBIDfuZjyFx2FtNRkg29xd59xppRNEIlkJiG1ha25Ur7NKIFo/s1600/438px-Princess_Marie_of_Hesse.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUf-5x8CeqDjSHo-1J7JzzW7IdjGlsBY4ljBn_kTshYVKb5l6zsVjOSDG9xEWeU1bzm2S7U6NTkMMp49FEPVpIvO97v7tBIDfuZjyFx2FtNRkg29xd59xppRNEIlkJiG1ha25Ur7NKIFo/s400/438px-Princess_Marie_of_Hesse.jpg" width="291" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando o czarevich Alexandre fez a sua paragem não programada em Darmstadt em Março de 1839, ficou sensibilizado com esta jovem triste de catorze anos, que estava a usar as pérolas da mãe. Sem querer, Maria tinha chamado a atenção de um dos prémios mais prestigiantes da Europa - para tristeza de muitas princesas mais velhas - e as más línguas dispararam. Os velhos escândalos foram ressuscitados, principalmente em Berlim, onde os Hohenzollern tinham velhos ressentimentos contra a família de Hesse e nunca perdiam uma oportunidade para os criticar, e é provável que a czarina Alexandra, a mãe do czarevich, que era também uma Hohenzollern, tivesse o mesmo preconceito. O czar sabia as histórias que se contavam sobre as origens de Maria, mas tinha uma visão muito realista das mesmas. O embaixador da Áustria em São Petersburgo informou o seu país natal em Abril de que Nicolau I "<i>sabe bem o que se diz sobre o nascimento dela mas (...) se o grão-duque de Darmstadt optou por ignorar as histórias, ele também não encontra obstáculos de momento. Apesar de só ter passado um dia em Darmstadt, o filho dele sente-se muito atraído pela princesa por ela não ser muito bem tratada, e o imperador compreende o motivo pelo qual esse facto pode ter aumentado o interesse que o filho já tinha nela; disse também que sentiria o mesmo se estivesse no lugar do filho</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj10_Wc0PoRAgaCluiWVOoEVfDuWCBAImrwlSnD9duFATx9V8h_VuiAa6wbAS4lI9N8cwOk4ML7sa1m4IKAbIyLjcal0F9RtPlUuMWG002BZUVb2RMlW6xK4C28U9Eiq23LGaHcSsoMpcQ/s1600/4800260039_34682e3c28_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj10_Wc0PoRAgaCluiWVOoEVfDuWCBAImrwlSnD9duFATx9V8h_VuiAa6wbAS4lI9N8cwOk4ML7sa1m4IKAbIyLjcal0F9RtPlUuMWG002BZUVb2RMlW6xK4C28U9Eiq23LGaHcSsoMpcQ/s400/4800260039_34682e3c28_b.jpg" width="337" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maria sentia-se impressionada e aterrorizada com a viragem dos acontecimentos. Gostava de Alexandre o suficiente para aceitar o pedido de casamento dele, mas se Darmstadt já parecia grande para ela, como é que conseguiria lidar com São Petersburgo? Em Junho de 1840 encontrou-se pela primeira vez com Nicolau I e Alexandra Feodorovna em Frankfurt e, dois meses depois, viajou com eles para a Rússia, onde, durante um ano, iria aprender russo e preparar-se para se converter à Igreja Ortodoxa Russa. Tinha dezasseis anos quando teve de fazer tudo isto. Reconhecendo a timidez da jovem, o czar convidou o irmão dela para a acompanhar, o que acabava por ser uma certa tradição na família. Vários anos antes, uma tia-avó de Maria e Alexandre, a princesa Guilhermina de Hesse, tinha também viajado para a Rússia como noiva e também foi acompanhada pelo irmão. A mademoiselle von Grancy também foi para a Rússia com Maria.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUv-HowaKE5Ky0gP4v5EoDCVJJyyhzhgDorKBMeQy4xtZGJCfFq1_kyl3MGr365SZtDBPdQ4tMf4sDkJH7x_w8BLibNWm34zl-Ukb1JvwBYedIB5cN60Pdcfuc4AXwyh9vEyuz_osuZHw/s1600/6007099559_befb85898f_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUv-HowaKE5Ky0gP4v5EoDCVJJyyhzhgDorKBMeQy4xtZGJCfFq1_kyl3MGr365SZtDBPdQ4tMf4sDkJH7x_w8BLibNWm34zl-Ukb1JvwBYedIB5cN60Pdcfuc4AXwyh9vEyuz_osuZHw/s400/6007099559_befb85898f_b.jpg" width="282" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Guilhermina de Hesse-Darmstadt, tia-avó de Maria e Alexandre e primeira esposa de Paulo I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os primeiros meses foram um tormento. Maria tinha saudades de casa e estava desorientada com a nova corte. Anos mais tarde, contou a uma dama-de-companhia que teve de esconder as lágrimas tantas vezes que até descobriu uma técnica para isso: abria uma janela, colocava a cabeça de fora e deixava que o ar gélido do inverno russo lhe tirasse a vermelhidão dos olhos. Tão tímida como o pai, sentia-se demasiado tensa para causar uma boa impressão na corte, onde ser social era extremamente importante. Felizmente, encontrou uma aliada compreensiva na tia do marido, a grã-duquesa Helena Pavlovna, e as duas ficariam amigas para o resto da vida. Apesar de terem uma diferença de idades de dezassete anos, as duas tinham personalidades muito semelhantes e a mesma atitude perante a vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibJv7KrT7D9mE5BiyciCG0HbgKyvPyIcDJAjvYcjJq7A9TqKP5nXw4PzQhIPcnDYp9dXRqmZDaM2uZx49mOtJ3Aq9FBFCS3d5BGo_vPV9oW0OaKmxUVsvqlCt8Gxos05wvORKSLnJX85E/s1600/youngMAliveinternet_zpsnto9brkd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEibJv7KrT7D9mE5BiyciCG0HbgKyvPyIcDJAjvYcjJq7A9TqKP5nXw4PzQhIPcnDYp9dXRqmZDaM2uZx49mOtJ3Aq9FBFCS3d5BGo_vPV9oW0OaKmxUVsvqlCt8Gxos05wvORKSLnJX85E/s400/youngMAliveinternet_zpsnto9brkd.jpg" width="316" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas, pelo por um lado, Maria teve muito mais sorte do que a sua nova amiga. O czarevich era tudo o que ela podia desejar num marido e, depois do casamento, Maria e Alexandre tornaram-se companheiros além de amantes. A jovem aprendeu russo extremamente depressa - algumas pessoas diziam que tinha aprendido a língua tão depressa como a imperatriz Catarina, a Grande - e partilhava com o marido o sonho de levar a cabo reformas palpáveis no país. Era inteligente e instrospectiva, e Alexandre confiava nas suas decisões. Juntos, criaram o seu próprio círculo de amigos e, tal como Alexandre precisava de Maria para o seu trabalho, Maria precisava dele para a orientar na sociedade, e dar-lhe confiança. O historiador russo Tatichev descreveu estes primeiros anos como "<i>anos de felicidade sem problemas para a família (...) havia convívios quase todos os dias na jovem corte (...) lia-se em voz alta, toca-se música, jogava-se às cartas (...) o anfitrião e a anfitriã encantavam todos com as suas personalidades</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6MLdz2PEqpADxgeihLYhZ9xmVJqbef-dXPrVZADKeCoW9o67YtERJ7x9uYqvB4F45np1kBRvSNjVjp2N8h7m7DWir6HbaBDQP6MVDamHHkzArsxD0d65SCAfT3pIxXDDwWn5zzjSqbGQ/s1600/7966403704_53e3385600_z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6MLdz2PEqpADxgeihLYhZ9xmVJqbef-dXPrVZADKeCoW9o67YtERJ7x9uYqvB4F45np1kBRvSNjVjp2N8h7m7DWir6HbaBDQP6MVDamHHkzArsxD0d65SCAfT3pIxXDDwWn5zzjSqbGQ/s400/7966403704_53e3385600_z.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alexandre II nos seus aposentos privados</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O jovem casal recebeu apartamentos no bloco sudeste do Palácio de Inverno e outros aposentos na asa Zuboc do Palácio de Catarina em Czarskoe Selo; foi lá que nasceu a sua primeira filha, Alexandra, em 1842. A família cresceu depressa. Para assinalar cada um dos nascimentos, Alexandre e Maria plantavam um carvalho no seu jardim privado em Czarskoe Selo, onde mandaram colocar brinquedos, baloiços e escorregas para as crianças. Um par de mastros de um navio tornaram-se um local de escalada para os rapazes que também tinham uma linha férrea em miniatura, uma quinta e uma horta. Maria importou lírios do vale e prímulas da sua terra natal na Alemanha e tratava deles com cuidado. Dentro de casa, tocava piano com os filhos, tecia tapetes e até se dedicava à decoração de interiores. Pensa-se que um tecto no Palácio de Inverno que está coberto de flores azuis claras e folhagem verde foi obra sua.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9sevXkqUpt_WWBfkS0hv9sB7SYYYy-6vnzzmC-9Ox6wfOKKwgX6-iYwbwRPpaWW_6BeIel52X1WwY4owgR_L_DvcYW9h_bIzsuRknDWJYcBrBRnqtvbWekoQKDvt3LMg6IU6LYM554rs/s1600/0_6d0c7_a227bcc8_-1-L.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9sevXkqUpt_WWBfkS0hv9sB7SYYYy-6vnzzmC-9Ox6wfOKKwgX6-iYwbwRPpaWW_6BeIel52X1WwY4owgR_L_DvcYW9h_bIzsuRknDWJYcBrBRnqtvbWekoQKDvt3LMg6IU6LYM554rs/s400/0_6d0c7_a227bcc8_-1-L.jpg" width="305" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna com o seu filho mais velho, Nicolau</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Foi a época mais feliz das suas vidas, mas mesmo assim foi marcada por problemas. Maria dava muita importância ao facto de ter o seu irmão por perto. O príncipe Alexandre tinha-se tornado num homem alto, bonito e inteligente; dava-se bem com o czarevich e a sua irmã venerava-o. O príncipe prestou um bom serviço militar no exército russo na campanha do Cáucaso. Costumava dizer à irmã que "<i>é muito importante para um soldado enfrentar a morte tantas vezes. Uma pessoa sente que tem mais direito de usar o uniforme</i>". Com a amizade do czar e uma carreira brilhante à sua frente, chegou-se até a falar numa possível união entre Alexandre e a grã-duquesa Catarina Mikhailovna, filha da grã-duquesa Helena Pavlovna, mas todos os planos caíram por terra quando ele se apaixonou por uma das damas-de-companhia da irmã, Julie Hauke. Nicolau I não lhe deu permissão para continuar a viver na Rússia caso se casasse morganaticamente, por isso, em 1851, Alexandre demitiu-se da sua comissão e foi-se embora. Eventualmente, acabaria por se mudar para Helligenberg com a sua esposa Julie, que se tornou princesa de Battenberg, mas Maria sentiu muito a sua falta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTZdMmtkMAU5nEmIczba6Lc0ehYklSIOucBhUhbEcMvBkSSsk_EAMPy7VD52wwI5qWl_Voov1abeLLXUpD5EGC9QJ0h0qfRKB9JwsQCU1Q_UQavOIX175GBH2WUi4XtUvHrlhTbei0BpA/s1600/alexander-und-julia-hauke-.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTZdMmtkMAU5nEmIczba6Lc0ehYklSIOucBhUhbEcMvBkSSsk_EAMPy7VD52wwI5qWl_Voov1abeLLXUpD5EGC9QJ0h0qfRKB9JwsQCU1Q_UQavOIX175GBH2WUi4XtUvHrlhTbei0BpA/s400/alexander-und-julia-hauke-.jpeg" width="255" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Julie Hauke e Alexandre de Hesse-Darmstadt, príncipes de Battenberg</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Houve também outros desgostos. A morte da pequena Alexandra Alexandrovna em 1849 não se tornou tão pública como a do seu irmão Nicolau alguns anos mais tarde, mas foi um golpe devastador para os pais. Vinte-e-quatro anos depois, quando Maria estava de visita à esposa do seu sobrinho, a princesa Alice do Reino Unido, que tinha acabado de perder o seu filho Frederico, a sua dor ainda era bem visível: "<i>a tia Maria mostrou grande compaixão, foi muito maternal e carinhosa; fiquei muito comovida</i>", contou Alice à sua mãe, a rainha Vitória. "<i>Nestes momentos mostra-se particularmente doce e feminina e também ama os filhos com grande ternura. Chorou muito e contou-me da morte triste da filhinha mais velha dela (...)</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs2AW2So_0PatTOJ0U7L0CIMGPhyphenhyphenSajqouddEYbrfu3TQ3cUPr5Wj0ZcuxGwwjp23qAwTX1iTSwy8PkDXxpYuQF73KwxB5VYh-wHBMm25WQBfNnkAldQ6iVRlNT3R_fPvlotMXcvjWQNQ/s1600/maria+alice.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs2AW2So_0PatTOJ0U7L0CIMGPhyphenhyphenSajqouddEYbrfu3TQ3cUPr5Wj0ZcuxGwwjp23qAwTX1iTSwy8PkDXxpYuQF73KwxB5VYh-wHBMm25WQBfNnkAldQ6iVRlNT3R_fPvlotMXcvjWQNQ/s400/maria+alice.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna e Alice do Reino Unido</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A resposta de Maria perante a dor foi isolar-se e procurar consolo na religião que fora forçada a adoptar quando se casara. Não fazia parte da sua personalidade converter-se apenas como formalidade: Maria aceitou a fé ortodoxa com todo o seu coração e com uma intensidade que confundia muitos que tinham nascido ortodoxos. Além da religião, Maria tinha também um fascínio cada vez maior pelo país que a tinha recebido e pela sua cultura. É irónico o facto de terem sido Maria e a sua sobrinha-neta, a imperatriz Alexandra Feodorovna, as duas czarinas estrangeiras que mais amaram a Rússia quando se casaram, e as que mais foram rejeitadas pela sociedade. No entanto, dentro da família, as coisas eram diferentes, pelo menos para Maria. Depois de Alexandre subir ao trono, começou a convocar toda a sua família para uma refeição no palácio todos os domingos, o que acabou por se tornar numa tradição. O objectivo inicial tinha sido o de mostrar à sua família o lado gentil e amistoso da sua esposa. No entanto, fora do circulo familiar, as pessoas achavam que Maria era demasiado séria e confundiam a ser reserva, achando-a fria e distante. Nunca foi muito popular.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEk1e_sZZTqy2v47w5MA3WnL-r7a_5AF1pO9VSBaGyBvaTD8neQ9H9nettYNA13dD90n08TCEwMgEZjqxRXMlXivnjST8yzXc9zjx6k-lUHdaWZEX983M34AIbLD-hxkotLNnZLdMZMyM/s1600/q20F81n6VI0.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEk1e_sZZTqy2v47w5MA3WnL-r7a_5AF1pO9VSBaGyBvaTD8neQ9H9nettYNA13dD90n08TCEwMgEZjqxRXMlXivnjST8yzXc9zjx6k-lUHdaWZEX983M34AIbLD-hxkotLNnZLdMZMyM/s400/q20F81n6VI0.jpg" width="236" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, continuava a ser czarina e podia pelo menos ajudar o marido com o programa de reformas que os dois já discutiam há anos. Uma testemunha descreveu a sua coroação na Catedral da Assunção em Moscovo a 26 de Agosto de 1856. Alexandre tomou a coroa e colocou-a na cabeça e, depois, "<i>foi a vez da imperatriz Maria Alexanrovna que se ajoelhou perante o imperador. Este retirou a sua coroa e tocou com ela levemente na cabeça de Maria; depois colocou a coroa mais pequena na cabeça da esposa e colocou-lhe a capa e a corrente de diamante da Ordem de São André nos ombros.</i>" Os dois desceram a Grande Escadaria do Kremlin, e "<i>não há descrição que faça justiça à solenidade daquele momento quando, rodeados pelos monumentos da Rússia Antiga (...) aquelas duas cabeças, com as suas coroas a reflectir os raios de sol como um símbolo externo e visível da sua grandeza, se curvaram perante o amor e confiança do estado. O canhão disparou e já não era possível ouvir o som dos sinos com o clamor da multidão</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBfPblEfwC55A_ExZC6I_D9DVHwPs3g58co9VdpB2JIvVl2rTqY5TmMU2HrkoFPbe_s-BwSf2CvciWdkS1EZIqxybpmHV3ROzk6yBEKfxruUPcjnVKYWi2NN4GZWwylXhXcWRd3QFtGQ8/s1600/63abd4ab8cf670f2118a5325f4999bdd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBfPblEfwC55A_ExZC6I_D9DVHwPs3g58co9VdpB2JIvVl2rTqY5TmMU2HrkoFPbe_s-BwSf2CvciWdkS1EZIqxybpmHV3ROzk6yBEKfxruUPcjnVKYWi2NN4GZWwylXhXcWRd3QFtGQ8/s400/63abd4ab8cf670f2118a5325f4999bdd.jpg" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna na coroação do marido</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O fim da servidão e outros abusos eram causas partilhadas pelo casal, mas, com o apoio da grã-duquesa Helena Pavlovna, Maria também utilizou a sua posição como czarina para desenvolver um programa de reformas seu. Interessava-se particularmente pelas causas das mulheres, principalmente pela sua educação e saúde, e teve um papel activo na criação de muitas escolas para meninas. Também se interessava pelos serviços médicos e, inspirada pelo trabalho que a grã-duquesa Helena tinha começado durante a Guerra da Crimeia, em 1877, Maria fundou a Cruz Vermelha da Rússia com o mote "A força não está no poder, mas sim no amor".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVbiMEiOTllb5JUEj8393upsoxCYpO1NkhjRqGsSMU2bG8Gd-Us-JmrXrehFkpIfR_dK_NGfg8W5HfiuhX7QrIUqqTWyrtQzQ0oFuwn0SJFZHmdXb5JbhaAaeclinuA-q6JZ54s7sAjvw/s1600/7136768897_9d788084a3_z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVbiMEiOTllb5JUEj8393upsoxCYpO1NkhjRqGsSMU2bG8Gd-Us-JmrXrehFkpIfR_dK_NGfg8W5HfiuhX7QrIUqqTWyrtQzQ0oFuwn0SJFZHmdXb5JbhaAaeclinuA-q6JZ54s7sAjvw/s400/7136768897_9d788084a3_z.jpg" width="315" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas isso seria apenas muitos anos depois, e, à medida que o novo czar e czarina se preparava para enfrentar os seus novos deveres públicos, surgiu uma nova ansiedade na sua vida pessoal. À medida que a década de 1850 se aproximava do fim, a saúde de Maria começou a deteriorar-se. Tal como a mãe, também ela sofria de tuberculose, uma doença que, aos doze anos de idade, quase a tinha matado. O efeito do clima húmido e frio de São Petersburgo juntamente com as suas muitas gravidezes seguidas enfraqueceram-lhe o corpo. Era cada vez mais frequente estar demasiado doente para aparecer em público, e estava a perder cada vez mais peso. Alexandre preocupava-se com ela e consultou vários médicos. Nove meses depois da coroação, em Maio de 1857, Maria deu à luz o seu sétimo filho, o grão-duque Sérgio Alexandrovich. O czar escreveu ao seu irmão Constantino, pouco depois do nascimento: "<i>a Maria recuperou completamente, graças a Deus, mas os médicos vão mandá-la para Kissingen, e penso que vou com ela</i>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpMLWqyn4ssZFnZ87DYSKVqxQzVvyyJPX8JXOjQNSHirfhdBJCB85XCIsL09cv3eLuThw2WttYlLkXeLh02Nyr4yVg8Hy5xW3CbcQ3B5MaizAiQDo_fzyvjXcI1yLpAYid5ua39rIG-Mc/s1600/108435_640.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpMLWqyn4ssZFnZ87DYSKVqxQzVvyyJPX8JXOjQNSHirfhdBJCB85XCIsL09cv3eLuThw2WttYlLkXeLh02Nyr4yVg8Hy5xW3CbcQ3B5MaizAiQDo_fzyvjXcI1yLpAYid5ua39rIG-Mc/s400/108435_640.jpg" width="262" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria com a sua filha Maria, o filho Sérgio e uma das suas amas</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esta foi a primeira de muitas viagens a spas europeus, que pouco fizeram para ajudar a travar o lento declínio da saúde da czarina, mas pelo menos deram-lhe a oportunidade de voltar a ver o seu país natal. A 28 de Junho desse ano, Maria e Alexandre partiram na companhia dos seus três filhos mais novos. Primeiro visitaram Darmstadt, depois Wildbad e Kissingen; em Bad Bruckenau, foi com grande alegria que Maria se reencontrou com o seu adorado irmão Alexandre e com a família dele. A filha mais velha do príncipe Alexandre, a princesa Maria de Battenberg, que na altura tinha cinco anos de idade, contou mais tarde à sua neta que tinha vagas memórias de "um hotel ou kurhaus; e do rosto sério e gentil de uma mulher majestosa que todos tratavam por 'Majestade'".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyMEBDOr2U6C3mtQAytcdK8NfvZpnF_ujB0e0gf_274B3yk-EgmIJUJR40OESArn_WBh-DBzRsoClDzQQI4Vbx0FTWZbmjGEJtWXJjJXbmri-lLCyYJsuc6Ntt0bZXC0hKTVprZRjcxG4/s1600/tumblr_mr89zhCERK1qzjmo0o2_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyMEBDOr2U6C3mtQAytcdK8NfvZpnF_ujB0e0gf_274B3yk-EgmIJUJR40OESArn_WBh-DBzRsoClDzQQI4Vbx0FTWZbmjGEJtWXJjJXbmri-lLCyYJsuc6Ntt0bZXC0hKTVprZRjcxG4/s400/tumblr_mr89zhCERK1qzjmo0o2_500.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esta foi só a primeira de uma série de reuniões familiares nas quais era possível ver o lado mais alegre da czarina, e os registos fotográficos que sobreviveram dos encontros em Heiligenberg têm grande valor porque mostram uma Maria Alexandrovna muito diferente da figura trágica que é recordada na Rússia. Em Julho de 1864, quase quatro anos depois do nascimento do grão-duque Paulo Alexandrovich, o seu filho mais novo, os médicos voltaram a aconselhar uma viagem à Alemanha, para fazer um tratamento com águas termais em Schwalbach. O jovem e excêntrico rei da Baviera também estava lá e gostou tanto de Maria que resolveu enviar-lhe ramos de flores todos os dias. A 23 de Agosto, no meio de uma tempestade, o seu comboio chegou à estação de Bickenbach, perto de Heiligenberg, e a czarina saiu na companhia dos seus três filhos mais novos e de treze carruagens de empregados e bagagem. Os donos da casa que alugaram em Heiligenberg ficaram apertados numa das alas para poder dar espaço à visitante real e a maioria dos empregados teve de dormir em Jugenheim, uma aldeia próxima. Uma semana depois, chegou o czar com os seus filhos Alexandre e Vladimir. Três dias depois, o príncipe Luís de Hesse, a sua esposa Alice e a sua filha Vitória juntaram-se a eles, e o grupo ficou completo quando o czarevich Nicolau chegou na companhia do seu irmão Alexei. Nicolau tinha acabado de ficar noivo da princesa Dagmar da Dinamarca e a sua chegada foi motivo para fazer uma comemoração.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5CicmN9T01hhZ5DoGKTXrJwT6s6s2if7j_TOuRlLO6KRcApwCjxspebz20F_ADXNHFDIHA1jxs_RFdxOFgIQUTz5MYrJYpJXPAfQi2u0PgNG_Nrig3Z8T3qme7CxiyRxKWncw0dhyphenhyphenkY4/s1600/tumblr_mnzp3dg5Aq1rkh5mko1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="326" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5CicmN9T01hhZ5DoGKTXrJwT6s6s2if7j_TOuRlLO6KRcApwCjxspebz20F_ADXNHFDIHA1jxs_RFdxOFgIQUTz5MYrJYpJXPAfQi2u0PgNG_Nrig3Z8T3qme7CxiyRxKWncw0dhyphenhyphenkY4/s400/tumblr_mnzp3dg5Aq1rkh5mko1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Alexandrovna, Alexandre II, Sérgio e Maria (centro) numa das reuniões de família na Alemanha</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;">O noivado de Nicolau e Dagmar não foi o único motivo para comemorações. O aniversário do czar, a 11 de Setembro, foi também celebrado com uma missa ortodoxa, um jantar e jogos. No dia seguinte, as crianças da família Battenberg decidiram mostrar aos primos um dos locais mais bonitos da zona. Partiram todos montados em burros, mas, a meio da viagem, caiu um aguaceiro que os obrigou a procurar refúgio na cabana de um habitante local, que lhes deu comida, café e roupas secas. "</span><i style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: medium;">O czar, a czarina e o resto do grupo já estavam na mesa quando regressámos, e todos se fartaram de rir quando nos vieram receber no pátio. Foi uma festa maravilhosa</i><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;">". As férias acabaram em grande quando ambas as famílias decidiram comemorar os bons tempos que tinham passado. "</span><i style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: medium;">Antes do pequeno-almoço, fomos até à grande bétula que fica na estrada a caminho de Felsenberg para a rebaptizarmos com o nome</i><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;"> 'Bétula do Czar'". Foi colocada uma tabuleta</span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;"> branca no tronco da árvore onde estava escrito: "</span><i style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: medium;">Bétula do Czar, 14 de Setembro de 1864</i><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; font-size: small;">". "Demos as mãos e dançámos à volta da árvore três vezes. Depois regressámos a casa para beber café".</span></span></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-44394678328044988172016-11-23T15:17:00.001+00:002016-11-23T15:17:55.193+00:00Helena Pavlovna: Um Sacrifício Inútil? - Segunda Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2avutpDgGtrdQYIjMdanZ69SUX4e6LQ3vVeOCgEHpqWiIOQ8oKHhn-jnasZZC9xtYRP3E4qDtqvcLhs7hjr0E-k4TQMRhi9e0tIVA9g05F5co-DXI5zLDBzj7LNs7Qc5i_a78QamcEE4/s1600/Charlotte_of_Wurttemberg_%2528Elena_Pavlovna%2529_Romanov_Gallery.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2avutpDgGtrdQYIjMdanZ69SUX4e6LQ3vVeOCgEHpqWiIOQ8oKHhn-jnasZZC9xtYRP3E4qDtqvcLhs7hjr0E-k4TQMRhi9e0tIVA9g05F5co-DXI5zLDBzj7LNs7Qc5i_a78QamcEE4/s400/Charlotte_of_Wurttemberg_%2528Elena_Pavlovna%2529_Romanov_Gallery.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A grã-duquesa Helena estava a criar um salão no Palácio de Mikhail em São Petersburgo e nos palácios de verão do marido, semelhante aos que tinha conhecido em Paris na sua juventude, atraindo para junto de si as pessoas mais criativas e interessantes da Rússia. Ela era uma das senhoras com a posição mais elevada no país e a sociedade não gostava do facto de o dinheiro e a posição não serem critérios importantes para entrar no circulo da grã-duquesa. Apenas eram convidadas as pessoas mais inteligentes, artistas e músicos e a censura rígida importa pelo seu cunhado Nicolau I também não tinha permissão para entrar na sua porta. Gogol, Pushkin e Turgenev foram alguns dos escritores apoiados por Helena e sabiam que podiam expressar qualquer ideia na casa dela sem medo de represálias e com uma audiência atenta e ansiosa por ouvi-los.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib9ir6Km5tYfMfuaP1HteJJr-LTlF7T7NQeCTFSuI9svzg4F5B23_-oMoAIb8HgmBUjGv5piu15b1KAk59kq02M5E1OHEr0CJ1enPFb3na3kktmUEf0UdVcnn05tRUwoMO5qVjr_nO-1U/s1600/17520ba85ac2376d14a15d517e8d2db5.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEib9ir6Km5tYfMfuaP1HteJJr-LTlF7T7NQeCTFSuI9svzg4F5B23_-oMoAIb8HgmBUjGv5piu15b1KAk59kq02M5E1OHEr0CJ1enPFb3na3kktmUEf0UdVcnn05tRUwoMO5qVjr_nO-1U/s400/17520ba85ac2376d14a15d517e8d2db5.jpg" width="281" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna com a sua filha mais velha, Maria</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À medida que a confiança de Helena foi aumentando, foi-se dedicando cada vez mais às pessoas que precisavam de ajuda. Tornou-se uma grande amiga dos dois filhos mais velhos do czar, Alexandre e Constantino, e apresentou-lhes novas ideias que eles nunca poderiam ouvir em casa. Quando a princesa Maria de Hesse-Darmstadt, a noiva do czarevich Alexandre Nikolaevich, chegou à Rússia muito tímida, infeliz e com apenas quinze anos, Helena, que compreendia perfeitamente o que significava ser uma estranha na corte, tornou-se rapidamente sua amiga. Helena tinha um carinho especial pelo segundo filho do czar, o grão-duque Constantino Nikolaevich e, quando chegou a altura de ele se casar, foi ela que sugeriu a princesa Alexandra de Saxe-Altemburgo, uma prima sua do lado da mãe, para sua noiva. Os dois acabariam mesmo por se casar e a princesa Alexandra adoptou o nome de grã-duquesa Alexandra Iosifovna quando se converteu à Igreja Ortodoxa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqm-IyJIEsKQ6E7qZIxQNW4qPvZDmwNhxHicYG7VIbfrWl9dVkegcw76-h4mxVx2YqGc2yulzePIFEy5WOt_RsHewpV-E3y_K9F-8h3OOQKwxHiWAlU2c2VGCor3qBMY6pm8PppLhb8Mw/s1600/Charlotte_Wurtt.-Helena_Pawlowna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqm-IyJIEsKQ6E7qZIxQNW4qPvZDmwNhxHicYG7VIbfrWl9dVkegcw76-h4mxVx2YqGc2yulzePIFEy5WOt_RsHewpV-E3y_K9F-8h3OOQKwxHiWAlU2c2VGCor3qBMY6pm8PppLhb8Mw/s400/Charlotte_Wurtt.-Helena_Pawlowna.jpg" width="291" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Mas, apesar de estar a ganhar cada vez mais confiança, Helena também sofreu muitas tristezas durante estes anos. No início de 1844, a sua filha Isabel Mikhailovna casou-se com o enteado da sua irmã Paulina, o duque Adolfo de Nassau. Isabel morreu um ano depois, depois de dar à luz um bebé que também não sobreviveu. No ano seguinte, o estado de saúde da sua filha mais velha também começou a deteriorar-se. A grã-duquesa Maria Mikhailovna nunca tinha tido uma constituição forte. Estava em Viena quando chegou o seu fim e parece que o pai estava com ela, uma vez que foi ele que deu a notícia à família. Nas cartas que o grão-duque trocou com a família, apenas de fala da dor que ele sentia por ter perdido duas das suas filhas. Não existe qualquer referência a Helena. Este facto pode reflectir apenas o antigo laço que existia dentro da "Triopatia" ou pode mostrar grandes divisões dentro da família de Miguel. No verão de 1849, o grão-duque Miguel estava a participar em manobras do exército em Varsóvia quando sofreu uma apoplexia. Morreu na Polónia alguns meses depois e, mais uma vez, nem a grã-duquesa Ana nem o czar Nicolau I fizeram qualquer referência à sua cunhada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-62NpyKkCC1n2Q2U9lJyaODL5yWxoN50GUJwMcydx3neqEcfPWfnVhETPF1i4c_iwwPM-eSa6qxwBieKOmfW8ZU_oWO4O_BWNteTRswqK1Xnz7VhJkspjZCZzwVBFhQEVatzIk-yFAyE/s1600/mm-10.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-62NpyKkCC1n2Q2U9lJyaODL5yWxoN50GUJwMcydx3neqEcfPWfnVhETPF1i4c_iwwPM-eSa6qxwBieKOmfW8ZU_oWO4O_BWNteTRswqK1Xnz7VhJkspjZCZzwVBFhQEVatzIk-yFAyE/s400/mm-10.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Maria Mikhailovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Independentemente do que tivesse sentido com a morte do marido, o estatuto de viúva deu mais independência a Helena. Deixou de comemorar a Páscoa na corte e passou a preferir estar no seu próprio palácio com a sua única filha ainda viva, a grã-duquesa Catarina Mikhailovna. A partir desse momento, passou a lidar com a família imperial nos seus próprios termos. Catarina casou-se com o duque Jorge de Mecklemburgo-Schwerin em 1851, mas ele gostava da Rússia e não se importava que a sua esposa passasse grande parte do ano com a mãe. A família rodeava-se de pessoas interessantes. em 1848, o músico Anton Rubinstein foi a São Petersburgo e ficou alojado no Palácio de Mikhail. Com a sua ajuda, Helena criou o que se viria a tornar, no futuro, o Conservatório de São Petersburgo. Cinco anos depois, convidou a princesa Kurakin para ser sua dama-de-companhia. A princesa tinha passado catorze anos fora da Rússia, tinha assistido à Revolução de 1848 em Paris e trazia consigo novas ideias para a casa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5n8hkGSS__jev1CcNrnMl2Ub5Qf9bwBVnIL7GwuVOYDHoTFwVztMODJ_wXpQObQUE7iMenk7SM7CfeVhqwwIjA6hLXAme6Mut_yv3gDW0otqTPHdROlnpJ9QUp4Vu0L_kfhsFGjXIRMg/s1600/f7d76379a77e8beec195d9ca9b0dc14e.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5n8hkGSS__jev1CcNrnMl2Ub5Qf9bwBVnIL7GwuVOYDHoTFwVztMODJ_wXpQObQUE7iMenk7SM7CfeVhqwwIjA6hLXAme6Mut_yv3gDW0otqTPHdROlnpJ9QUp4Vu0L_kfhsFGjXIRMg/s400/f7d76379a77e8beec195d9ca9b0dc14e.jpg" width="296" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A educação das mulheres era um dos maiores interesses de Helena que costumava perguntar aos filhos da princesa Kurakin sobre os seus estudos em Paris. Enviou também a antiga governanta da sua filha, Mademoiselle Troubat a França para que ela observasse como era a educação no país e para reportar os desenvolvimentos que tinha visto. Helena sonhava em melhorar os padrões de educação de todas as mulheres russas, um sonho que partilhava com a jovem czarevna Maria Alexandrovna. A sociedade não via com bons olhos a amizade entre a grã-duquesa e a nova geração de Romanovs: ela gostava demasiado de reforma e as suas ambições iam muito além das salas de aula.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrLoi7fEeanSgngITxq8Be5KbTMj3x4VsabzNNJ_crLRYyGFjcclLyZFf5ENjAV6iVfw2M0CVDmUchnXUCNw4erZEg0nSc4-2MFr8lJyl0o6MvmaUH3d9REVb4xvWnzC6Bq8mhyphenhyphenHTFfhg/s1600/Elena_Pavlovna_by_J.Albert_%25281872%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrLoi7fEeanSgngITxq8Be5KbTMj3x4VsabzNNJ_crLRYyGFjcclLyZFf5ENjAV6iVfw2M0CVDmUchnXUCNw4erZEg0nSc4-2MFr8lJyl0o6MvmaUH3d9REVb4xvWnzC6Bq8mhyphenhyphenHTFfhg/s400/Elena_Pavlovna_by_J.Albert_%25281872%2529.jpg" width="281" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Sob a protecção de Helena, os intelectuais russos tinham a liberdade de expressar o seu descontentamento cada vez maior com o sistema de propriedade fundiária que fazia com que um homem se tornasse propriedade de outro. O trabalho controverso de Samarin sobre a abolição da servidão foi lido e discutido na sala-de-visitas do Palácio de Mikhail, e Helena ficou de tal forma comovida que pediu permissão ao czar para libertar os servos que tinha herdado do marido. Nicolau I recusou. Mesmo assim, Helena começou a gerir as propriedades com linhas de orientação mais humanitárias que horrorizaram o governador provincial, que se queixou que se iria perder toda a disciplina.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo6XcueEo_VWmdexDogpyyM3ue26N20e3UNSdwS5-IQERq4B4LXmCMS2WY-r9RABGl7wABzpqSz_LzTWwosGtJOr-lQGMWiXbFicY2bBvBttRXBc8SMa5JNskY6QDdhHfqjv7Oj5a-b_M/s1600/elenapavlovnafemmemichelpavlov.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo6XcueEo_VWmdexDogpyyM3ue26N20e3UNSdwS5-IQERq4B4LXmCMS2WY-r9RABGl7wABzpqSz_LzTWwosGtJOr-lQGMWiXbFicY2bBvBttRXBc8SMa5JNskY6QDdhHfqjv7Oj5a-b_M/s400/elenapavlovnafemmemichelpavlov.jpg" width="210" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Este tipo de preocupações ficou para trás quando rebentou a Guerra da Crimeia. Helena não se juntou ao coro de vozes que criticavam o czar e colocou de lado o amor que sentia pela França. Organizou uma sociedade de recolha de fundos privada para ajudar os feridos e criou uma ordem de enfermeiras, apesar das fortes criticas por parte da hierarquia militar. O czar confiou nela e deu-lhe o que ela queria, tendo concordado com o pedido dela para a criação de uma comissão no exército para Pirogov, um dos mais respeitados cirurgiões da época. A ordem de enfermeiras de Helena tornou-se a precursora da Cruz Vermelha na Rússia, e o seu interesse pela área médica e cientifica aumentou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIu9XBRt2TSJyS3lHbkKWNXkbI8MDek9eZMf-P45vh0XG5RGvkssN_9bWdYaUidoV83kmPmZt7zWrFU5L7QLvMgY_d8QvBR04TLGDVtj5_lUhxiWAlocZGNVojJO1JHayS9sluDoNHYi0/s1600/elenapavlovna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIu9XBRt2TSJyS3lHbkKWNXkbI8MDek9eZMf-P45vh0XG5RGvkssN_9bWdYaUidoV83kmPmZt7zWrFU5L7QLvMgY_d8QvBR04TLGDVtj5_lUhxiWAlocZGNVojJO1JHayS9sluDoNHYi0/s400/elenapavlovna.jpg" width="266" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Com a morte de Nicolau I, o novo reinado deu-lhe a oportunidade de levar a cabo mudanças políticas efectivas. Finalmente conseguiu libertar os servos nas suas propriedades de Poltava e os seus salões passaram a dedicar-se completamente à causa da abolição. A grã-duquesa conhecia Alexandre II desde que ele era apenas uma criança e agora encorajava-o nos seus planos para a reforma do país apoiada também pelo grão-duque Constantino Nikolaevich e pela sua amiga, a nova czarina Maria Alexandrovna. Os quatro faziam uma equipa extraordinária. Sozinho, Alexandre poderia nunca ter tido a força para levar a cabo as políticas mais exigentes, mas quando os ministros conservadores de Alexandre estavam prestes a vencê-lo, Helena apresentou o sobrinho de Kisselev, Nikolai Milutin, a Maria Alexandrovna e conseguiu colocá-lo no comité que estava a trabalhar na libertação. Com Milutin e Constantino a seu lado, Alexandre conseguiu levar a reforma até ao fim. A abolição da servidão, que se tornou lei a 3 de Março de 1861, foi a grande feito do reinado de Alexandre II, mas é possível que ele nunca o tivesse conseguido sem a ajuda do irmão, da esposa e da tia. A oposição era feroz. Helena dava de tal forma importância à sua amizade com Milutin que as pessoas que estavam dispostas a tudo para travar a emancipação tentaram destruí-la, espalhando rumores que os dois partilhavam mais do que amizade e interesse por política. Helena ignorou-os.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-rXqT3yZbE2XIXyk-HJTKZYGwGQhRlP7pIwXgIBDqIjg__3GoGt00N8NS3swnAjLjlmnOSbIEh4hiNrYWSZXinIdhSaxuYEt2Towr9TnwxcgTPHTdjilB2piycGOEwbVgHAigzqKQ7JI/s1600/tumblr_novkd8rqKG1u1gauyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-rXqT3yZbE2XIXyk-HJTKZYGwGQhRlP7pIwXgIBDqIjg__3GoGt00N8NS3swnAjLjlmnOSbIEh4hiNrYWSZXinIdhSaxuYEt2Towr9TnwxcgTPHTdjilB2piycGOEwbVgHAigzqKQ7JI/s400/tumblr_novkd8rqKG1u1gauyo1_500.jpg" width="266" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Nikolaevich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span id="goog_1928834335"></span><span id="goog_1928834336"></span>O mundo que Helena criou depois da sua experiência de casamento horrível era um mundo de mulheres. A sua vida era dedicada à sua filha e às suas criadas. Interessava-se sinceramente pelas suas vidas e ideias e era sempre gentil com os seus filhos. A sua mão direita era a sua dama-de-companhia, a baronesa Editha von Rahden, que partilhava as suas preocupações, a mantinha informada e tratava da correspondência. A baronesa era encantadora, entusiasmada, inteligente e muito gentil. Tinha tempo para todos, embora a sociedade a olhasse um pouco de lado por levar a etiqueta demasiado a sério. Dizia-se que as vénias dela eram mais fundas do que as de qualquer outra pessoa. Os homens só podiam entrar neste circulo encantador se fossem convidados. Helena mantinha uma certa distância à sua volta que desencorajava informalidades. No seu diário, Kisselev descreveu-a como "uma mulher de grande inteligência e com um coração de ouro. Não dava a sua amizade facilmente, mas, quando o fazia, era inabalável como uma rocha (...) nunca faz conversa de circunstância, só tem conversas profundas. Todos os que a conhecem fica admirado com a vastidão da sua sabedoria".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjIUmh4OAZZ3YPwVGcJDYGwJqGctxYget1ch6MuyhiyqmCso5Kgf1EdwjGU_ZaLmc-7fXxdLFqcZKzBSgNxTWzuTJpGif1WvFfUqT6-Wyr-1lpsUNM14R2ETPPjPVo6Wke_tsCWk6oMkY/s1600/file00268th.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjIUmh4OAZZ3YPwVGcJDYGwJqGctxYget1ch6MuyhiyqmCso5Kgf1EdwjGU_ZaLmc-7fXxdLFqcZKzBSgNxTWzuTJpGif1WvFfUqT6-Wyr-1lpsUNM14R2ETPPjPVo6Wke_tsCWk6oMkY/s400/file00268th.jpg" width="272" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O salão no Palácio de Mikhailov era o local mais procurado na época e ainda não era possível comprar a entrada, algo que não era bem visto. As noites de quinta-feira eram dedicadas a encontros entre artistas e cientistas; noutros dias organizavam-se jogos de debates ou festas, e havia sempre música. Ocasionalmente, Helena encomendava traduções de livros. Alexandre II não perdeu uma única leitura das memórias da baronesa Oberkirchen, que tinha acompanhado os seus avós a Versalhes na época de Maria Antonieta. Constantino Nikolaevich também aparecia com frequência. Havia ainda muito que não tinham perdoado Helena e Constantino pelo papel que tinham desempenhado na libertação dos servos e começaram a espalhar rumores de que os dois tinham planos para roubar o trono a Alexandre. Em tempos mais dourados, os rumores eram ignorados, mas deixaram sempre uma sombra sobre tia e sobrinho que nunca desapareceu completamente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDBBI-x-TK7q-FVxIUnGfPmvPsHZ0MI8eQq4nqPJ8KoL3Z4Zl7c74r-8lddTarF7AUwdGI6MCoh-e8PA9lkuczLmsXJybr_-YBQTkUlOPeouVCOSHuI95hfFRtE8Gsz_YNu9m22-z8Z98/s1600/C_4088X5J6BOCTNQYB3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDBBI-x-TK7q-FVxIUnGfPmvPsHZ0MI8eQq4nqPJ8KoL3Z4Zl7c74r-8lddTarF7AUwdGI6MCoh-e8PA9lkuczLmsXJybr_-YBQTkUlOPeouVCOSHuI95hfFRtE8Gsz_YNu9m22-z8Z98/s400/C_4088X5J6BOCTNQYB3.jpg" width="286" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na primavera de 1862, Helena encontrou uma nova função para o Palácio de Mikhail. Os revolucionários tinham incendiado vastas zonas da cidade, tendo causado dezenas de mortos, feridos e desalojados. A princesa transformou metade do palácio numa cantina e outras pessoas seguiram-lhe o exemplo. Era típico de Helena ter uma abordagem prática quando ocorriam tragédias nacionais, e também quando havia tragédias mais particulares.Quando uma das damas da sua filha, uma jovem princesa Kurakin, entrou em depressão devido à morte do irmão, Helena colocou-a à frente de lar para senhoras idosas que ela tinha acabado de abrir. Depois, trabalhou ao lado da jovem, ajudou-a a lidar com os problemas do dia-a-dia, e a aprender mais sobre ela própria no processo. Também oferecia a sua ajuda sem problema a pessoas que não conhecia: sem publicidade nem alarido, pagou pensões a vários artistas e músicos em quem reparava, para que eles pudessem continuar o seu trabalho.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu1OGJY9j9-pwupIiJWNfnJr0QbzXFaBHoUy7wgy4nA8NoIk-vMuHgqb8k4I60U6Lfb2UN-Z7pDsyXNLSuDcfKnstgaJ3OqKa2TjSBc2h3sXy9pXeVvo7BkOiDeB2RCF_ZkZ7H2hrfuYE/s1600/catarina+mikhailovna1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu1OGJY9j9-pwupIiJWNfnJr0QbzXFaBHoUy7wgy4nA8NoIk-vMuHgqb8k4I60U6Lfb2UN-Z7pDsyXNLSuDcfKnstgaJ3OqKa2TjSBc2h3sXy9pXeVvo7BkOiDeB2RCF_ZkZ7H2hrfuYE/s400/catarina+mikhailovna1.jpg" width="268" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Catarina Mikhailovna, filha de Helena Pavlovna, com o seu marido, Jorge de Mecklemburgo-Strelitz com os seus dois filhos mais velhos: Helena e Jorge</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À medida que o tempo ia passando, Helena começou a passar cada vez mais tempo a viajar pela Europa, e, em 1863, encontrou um novo interesse. Durante uma visita à sua irmã Paulina, conheceu a princesa Isabel de Wied, a neta por afinidade da sua irmã, que na altura tinha dezanove anos de idade. Isabel era uma jovem que tinha os horizontes mais largos do que outras da sua idade: era inteligente e artística, profundamente emocional e extremamente ligada à sua casa. Helena perguntou se podia levar a princesa consigo nas suas viagens, e a família dela ficou encantada. Nesse outono, Helena viajou com ela até ao Lago Lemano e as duas ficaram alojadas no Hotel Beaurivage em Ouchy. Isabel ficou eternamente grata pela simpatia da grã-duquesa. "<i>Gosto cada vez mais da minha tia</i>", escreveu ela à sua mãe. "<i>Fico feliz por poder estar ao pé dela e, quando ela sai, estou sempre a pensar nela</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqXPCwMN8SzdQq8CttzQozs9Gd3PebW6Bs8q2YNh66Q8tadLbxoaGSg33tUtC4kfYZVrrJyTanD1t1PxB4GI4AV43jlNruk2F9KTY3YdSUCPhgo8nATtssKb0s-suZCUtzzxfParcF46I/s1600/1843+Elisabeth.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqXPCwMN8SzdQq8CttzQozs9Gd3PebW6Bs8q2YNh66Q8tadLbxoaGSg33tUtC4kfYZVrrJyTanD1t1PxB4GI4AV43jlNruk2F9KTY3YdSUCPhgo8nATtssKb0s-suZCUtzzxfParcF46I/s400/1843+Elisabeth.JPG" width="288" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isabel de Wied</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Juntas, continuaram a viagem até São Petersburgo para o inverno. A família imperial recebeu-a com alegria e Helena certificou-se de que a sua protegida aproveitava bem o tempo. "O dia dela está preenchido com música, leitura, estudo de russo e com o tempo que ela passa comigo", a grã-duquesa contou à princesa de Wied, "Também a tenho incentivado a ter sempre um bom livro à mão. Para aumentar o interesse dela e incentivá-la a trabalhar sozinha, aconselhei-a a transcrever passagens e a comentá-las e depois enviá-las para ti. Quer estejamos aqui ou em qualquer outro lugar do mundo, não nos podemos esquecer que vamos deteriorando se não tentarmos fugir da frivolidade que afecta este mundo através do pensamento e da leitura". Isabel teve aulas de piano com Anton Rubinstein e Clara Schumann. Às segundas-feiras à noite, ia à opera com Helena, às quintas-feiras lia-se Shakespeare e os jantares dançantes concluíam a semana. O palácio enchia-se de música maravilhosa. Depois, quando Isabel adoeceu, Helena cuidou dela, com a ajuda da sua filha Catarina e da baronesa Rahden. O príncipe de Wied morreu enquanto Isabel estava doente, mas ela decidiu ficar na Rússia até ao verão seguinte, quando Helena a levou de volta para casa.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSh7Rl0uHevj2EV2xTv35NUgP5acwuNDihfr9IG6oh65tmgRDBSWrDz7NojAe24wCTzUTtBwSnQMsW-tvnVeg-fCJLwU5xSpUOjy_JpEzJcjUUK1zBD5pRt0AnJX5ncyIxdru7xdz4U4s/s1600/tumblr_nnc74ksXPZ1qzjmo0o1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSh7Rl0uHevj2EV2xTv35NUgP5acwuNDihfr9IG6oh65tmgRDBSWrDz7NojAe24wCTzUTtBwSnQMsW-tvnVeg-fCJLwU5xSpUOjy_JpEzJcjUUK1zBD5pRt0AnJX5ncyIxdru7xdz4U4s/s400/tumblr_nnc74ksXPZ1qzjmo0o1_500.jpg" width="257" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isabel de Wied</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Durante os três anos seguintes, Isabel acompanhou a sua tia-avó sempre que ela viajou pela Europa. Quer a grã-duquesa esteve a jogar jogos com o general Moltke em Ragaz, a organizar encontros intelectuais em Carlsbad ou a visitar a Grande Exposição em Paris, Isabel estava sempre ao seu lado. Foi em Ragaz, em 1866, que a jovem princesa ficou a saber que estavam a decorrer negociações para o seu casamento com o príncipe Carlos de Hohenzollern-Sigmaringen, que, um dia, se tornaria rei da Roménia e seu marido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsMCKpCOOfEsK-50jPGwzC_EW1GrUkTZBFOBH6oeLPxSzGT_WReYCyZuvIGIif1yfSkN-BOIWwLBPrZg8Imhe67b29BQn1cCGnlWB94ll36LQZVB43QB1Euygfs59hzCUWkMvHRmL1SR8/s1600/tumblr_n5881pkYd41sk6mq7o1_500.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsMCKpCOOfEsK-50jPGwzC_EW1GrUkTZBFOBH6oeLPxSzGT_WReYCyZuvIGIif1yfSkN-BOIWwLBPrZg8Imhe67b29BQn1cCGnlWB94ll36LQZVB43QB1Euygfs59hzCUWkMvHRmL1SR8/s400/tumblr_n5881pkYd41sk6mq7o1_500.png" width="287" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isabel de Wied, Carlos da Roménia e a sua única filha, Maria</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os últimos anos de Helena foram ocupados com a sua filha, os seus três netos de Mecklemburgo e os seus interesses. A sua ordem de enfermeiras estava a florescer e ela já tinha aberto um hospital, mas mesmo assim sentia que não era suficiente- Sonhava com a criação de uma instituição médica maior e fez planos para isso. Embora não tenha vivido para ver esses planos concretizarem-se, o Instituto da Grã-Duquesa Helena Pavlovna formou alguns dos melhores médicos da Rússia e manteve o seu nome vivo até à Revolução Russa. Helena evoluiu muito desde a jovem infeliz de dezassete anos que tinha perdido o gosto de viver. Alguns dizem que ela era convencida, mas são poucos. Tornou-se importante para o seu país graças, em grande parte, aos seus próprios esforços e as agonias do passado dissiparam-se, tornando-se apenas em histórias que contava à lareira para encorajar as jovens mais novas quando as suas vidas pareciam vazias e sem esperança.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhACWoI04-u17jhOWWf70_3cPEM_RJF9MNmLhw48h9gPJAdHIuC17gOESu1Tu0v8uQd6qrSwar8TbhwiwWQkNbgrSi_rsGS6a4YIwWC8IZdEQ7A8CbSxAhYBrtsrnhFLcxoFzlvvMwE3Y/s1600/Elena_Pavlovna_by_Hau_%25281837%252C_GTG%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhACWoI04-u17jhOWWf70_3cPEM_RJF9MNmLhw48h9gPJAdHIuC17gOESu1Tu0v8uQd6qrSwar8TbhwiwWQkNbgrSi_rsGS6a4YIwWC8IZdEQ7A8CbSxAhYBrtsrnhFLcxoFzlvvMwE3Y/s400/Elena_Pavlovna_by_Hau_%25281837%252C_GTG%2529.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-47325282745220304172016-11-16T11:46:00.004+00:002016-11-16T11:46:51.680+00:00Helena Pavlovna: Um Sacrifício Inútil? - Primeira Parte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBe9greagLlS-tZGyxDUyzeEUk9WFx1Ezc2MkxRytaL3K67LkzS1yp8VFoJ3sqgav_DX0FNAE5gPqXqH9gCxjwxTt91DkUBq-Cb94AXqQ_xz0hlZAAauBCvvT022DPShZx0KSNsXsmgUw/s1600/helena.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBe9greagLlS-tZGyxDUyzeEUk9WFx1Ezc2MkxRytaL3K67LkzS1yp8VFoJ3sqgav_DX0FNAE5gPqXqH9gCxjwxTt91DkUBq-Cb94AXqQ_xz0hlZAAauBCvvT022DPShZx0KSNsXsmgUw/s400/helena.jpg" width="391" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna, nascida princesa Carlota de Wuttemberg</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Um dia, nos primeiros anos do século XIX, estava uma jovem sentada à janela no Palácio de Inverno. Entre lágrimas, olhava as águas cinzentas e agitadas do rio Neva e o que mais queria era não sentir nada. A grã-duquesa Helena Pavlovna tinha dezassete anos, estava presa num casamento com um homem que não mostrava qualquer sinal de afecto ou até interesse nela, e os anos pareciam infinitos, sem esperança e vazios. O czar entrou na divisão onde ela estava, mas a grã-duquesa desviou o olhar. Alexandre I não precisou de perguntar o que se passava; sentou-se ao lado de Helena e começou a contar-lhe um pouco da história da sua vida, dos seus próprios problemas, esperanças e medos. "Não somos donos de nós mesmos", disse ele, "não passamos de ferramentas nas mãos de Deus, destinados a cumprir a vontade Dele; somos o meio que Ele escolheu. A nossa felicidade resume-se a seguir o Seu chamamento, só assim podemos praticar o bem". Foi um conselho pouco reconfortante, mas Helena ficou comovida com a bondade dele e iria recordar este episódio como o ponto de viragem na sua vida. Na verdade, as coisas iriam piorar muito mais antes de ela conseguir sentir alguma melhora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-ewc1aavUuWU83TGAn7y4yKGR3P8NS4Br84NeMgXoZcjsX0ph_iKok8Orp3RK-aOVgxhD6K9EnqSCrnxE-yIjIz2fOsYXSSSKfgtjyNyXkI2Y-_l1T9YQPTwSiIbfgPzturJR8ADl3AY/s1600/helena1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-ewc1aavUuWU83TGAn7y4yKGR3P8NS4Br84NeMgXoZcjsX0ph_iKok8Orp3RK-aOVgxhD6K9EnqSCrnxE-yIjIz2fOsYXSSSKfgtjyNyXkI2Y-_l1T9YQPTwSiIbfgPzturJR8ADl3AY/s400/helena1.jpg" width="332" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Para casar com um membro da família Romanov, Helena tinha deixado tudo para trás, incluindo o seu nome. Dois anos antes desta conversa com o czar, era simplesmente a princesa Carlota de Wuttemberg, e vivia com o pai e a irmã em Paris. As duas princesas viviam de forma muito modesta, sendo responsáveis por costurar as suas próprias roupas, e estudavam num instituto. Foi lá que conheceram Miss Walter, uma parente do conhecido paleontologista e anatomista Georges Cuvier. Carlota e a irmã passaram muitos serões em casa de Cuvier, na companhia do seu pai, o príncipe Paulo, e estudaram sob a orientação deste grande homem, ao mesmo tempo que ouviam as conversas intelectuais que se trocavam à mesa dele. Foi para conseguir este tipo de vida intelectual que Paulo tinha deixado a sua cidade natal de Estugarda em 1815, tendo-se mudado para Paris com as suas filhas mais novas porque achava que a vida na capital francesa era mais apelativa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGe4iCeyCH4lEzPtnfd4vWR6xF8qGoJGVCrHsj3vLrJyez5lz1l2JXE0ImT1bgW_sWHEY83nOtptZkow1sPiZjo2yLx4F5L-oqTmNB3z1GgdaTI0Jy99PeKSNbNSP6UVbigXqGsN6v6g0/s1600/Prince_paul_of_wurttemberg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGe4iCeyCH4lEzPtnfd4vWR6xF8qGoJGVCrHsj3vLrJyez5lz1l2JXE0ImT1bgW_sWHEY83nOtptZkow1sPiZjo2yLx4F5L-oqTmNB3z1GgdaTI0Jy99PeKSNbNSP6UVbigXqGsN6v6g0/s400/Prince_paul_of_wurttemberg.jpg" width="331" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Paulo de Wuttemberg, pai de Helena</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em casa, em Wuttemberg, tinha deixado a sua esposa e dois filhos, além de um legado amargo. A família Wuttemberg não apoiava a sua decisão de se mudar para Paris. Deram-lhe ordens para regressar a casa para que as suas filhas pudessem ser educadas de forma mais adequada às suas posições, mas o príncipe desafiou-os. Os Romanov estavam convencidos de que a infância e adolescência de Helena tinham sido infelizes. Os únicos pormenores sobre estes anos da sua vida vêm das histórias que ela contou mais tarde às suas criadas, mas, aí, não há sinais de infelicidade. É possível que só se lembrasse daquilo que queria. Helena contou-lhes histórias da sua vida em Paris e sobre os seus estudos com Cuvier, falou-lhes também do seu pai, que recordava com carinho, mas nunca mencionou a sua mãe nem Estugarda. A princesa Isabel Kurakin, cuja mãe era uma das damas-de-companhia da grã-duquesa, achava até que Helena tinha perdido a mãe muito nova quando, na verdade, a sua mãe só morreu quando ela tinha mais de quarenta anos. É provável que o grande casamento de Helena com um grão-duque russo tenha sido a forma que a família real de Wuttemberg encontrou para recuperar a sua autoridade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT53nh8utJuV8-eA8w0x8mShY-mqxxXAQufZoqw-Ey0GEaWmKaoUrDRJHXCpaPXXpPBNImuUMGzK1IM-Fz2dfSbnI56-rjMt5SSdZtDDIMLzcjcdFUoPIkS317IS91xNJ7Y8O910p4FHc/s1600/hpaul.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjT53nh8utJuV8-eA8w0x8mShY-mqxxXAQufZoqw-Ey0GEaWmKaoUrDRJHXCpaPXXpPBNImuUMGzK1IM-Fz2dfSbnI56-rjMt5SSdZtDDIMLzcjcdFUoPIkS317IS91xNJ7Y8O910p4FHc/s400/hpaul.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Carlota de Saxe-Hildburghausen, mãe de Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Helena conheceu o marido no verão de 1822, mas o noivado já tinha sido arranjado vários meses antes do encontro. O noivo era o grão-duque Miguel Pavlovich, o irmão mais novo do czar Alexandre I, e o seu único interesse era o exército. Os homens comuns no exército viam-no como um disciplinário exigente, até brutal, mas as pessoas que o conheciam verdadeiramente gostavam dele pela sua boa-disposição e generosidade e toda a família o adorava. Pouco antes deste encontro, Miguel nunca tinha mostrado grande interesse em casar-se, e a única preocupação da sua mãe tinha sido a falta de princesas adequadas para o filho. Aparentemente, nunca se lembrou de Carlota, o que era estranho, uma vez que ela era também uma princesa de Wuttemberg e o príncipe Paulo era seu sobrinho e, além de ter nascido em São Petersburgo, tinha recebido o nome em homenagem ao seu marido, o czar Paulo I.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhndyxSDXLlKrPPQWOEpiyO2GguaHJ_vrRAgGQT7ezplrF8WPHy2ZPFlPIbv855dVn_cw-FCa33w-huvC0FHC-HNrUj-WmdYiTnrJPZqzHnLuN6-p0z74Zo983FmmLWk9cQcvP68KUeySc/s1600/Grand_Duke_Michael_Pavlovich.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhndyxSDXLlKrPPQWOEpiyO2GguaHJ_vrRAgGQT7ezplrF8WPHy2ZPFlPIbv855dVn_cw-FCa33w-huvC0FHC-HNrUj-WmdYiTnrJPZqzHnLuN6-p0z74Zo983FmmLWk9cQcvP68KUeySc/s400/Grand_Duke_Michael_Pavlovich.jpg" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O grão-duque Miguel Pavlovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No entanto, depois de o noivado ser confirmado, começaram a chegar relatos encorajadores sobre a noiva a São Petersburgo. Diziam que Carlota era excepcional, muito madura para os seus quinze anos de idade, e, embora não fosse propriamente bonita, tinha um rosto doce e expressivo. A princesa viajou para norte em Agosto de 1823 e Miguel foi ter com ela à fronteira de cavalo. Ficou impressionado com a postura e aparente confiança dela e impressionado quando a ouviu cumprimentar os oficiais em russo. Na festa de recepção que foi dada em sua honra, Carlota encantou os duzentos convidados quando falou com cada um deles pessoalmente. Disse ao historiador Nikolai Karamzin que tinha lido o seu volume mais recente em russo e, quando foi apresentada aos generais, o seu tema de conversa mudou para batalhas e estratégia. Os ensinamentos de Cuvier tinham-lhe dado um nível de cultura e inteligência que ninguém estava à espera de encontrar numa jovem de dezasseis anos. Uma princesa a entrar na casa do seu novo marido devia ser doce, infantil e inocente, branda o suficiente para se poder adaptar aos hábitos da família e do país. Esta princesa já tinha uma personalidade própria muito forte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs61CzXcGtCEEEV4pTXs2TvzOsp-kI8k_sS6qxs17HmI-2U3kvyJV9E5JfdGxPI0s0a9Q5ca3CKuJ6oE0m5vssI6F9htRkyWMUm5uqTaGGhKBYQbG1av6eJL6Y6vFWJIEZtF5doIiePbk/s1600/tumblr_o4ejquzXmo1qiu1coo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs61CzXcGtCEEEV4pTXs2TvzOsp-kI8k_sS6qxs17HmI-2U3kvyJV9E5JfdGxPI0s0a9Q5ca3CKuJ6oE0m5vssI6F9htRkyWMUm5uqTaGGhKBYQbG1av6eJL6Y6vFWJIEZtF5doIiePbk/s400/tumblr_o4ejquzXmo1qiu1coo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Retratos do grão-duque Miguel Pavlovich, da sua mãe, a czarina Maria Feodorovna e da sua esposa, a grã-duquesa Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">À medida que as semanas foram passando, foram aumentando os elogios às qualidades invulgares de Carlota. Sabia conduzir bem as cerimónias da corte, dançava de forma muito bonita, o seu feitio era adequadamente reservado. Era tudo uma fachada: em privado, os seus períodos estavam atrasados e sofria fortes dores de estômago; quando participou pela primeira vez numa missa ortodoxa, ficou pálida, a suar e quase desmaiou, mas esforçou-se por aguentar até ao fim. Os sinais de perigo já existiam: Maria Feodorovna reparou que o filho não dava atenção nem era carinhoso com a esposa, mas tentou ignorar o problema o mais possível, por acreditar que ninguém poderia ser infeliz com o seu Miguel. Houve apenas uma pessoa na família que viu a situação com clareza. O grão-duque Constantino Pavlovich conhecia bem o irmão e o resumo que deu da situação era assustador: "<i>O casamento</i>", escreveu ele, "<i>é um acessório que ele podia ter dispensado sem grande problema</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMEQZSAY7ABsMflUNg8RDptC8r-eJKIuoNrTAPXWMshlsHRSFTLqrk-1SSsIBidQ1EBKx6zrjB3HvGoi_2C9myiKFn-mFz_FhbTpTtzgrhTcq9z5aCxJH1X8H2xbSW4IgW7hiFj_Q0oyQ/s1600/Konstantin_Pavlovich.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMEQZSAY7ABsMflUNg8RDptC8r-eJKIuoNrTAPXWMshlsHRSFTLqrk-1SSsIBidQ1EBKx6zrjB3HvGoi_2C9myiKFn-mFz_FhbTpTtzgrhTcq9z5aCxJH1X8H2xbSW4IgW7hiFj_Q0oyQ/s400/Konstantin_Pavlovich.png" width="297" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Pavlovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Antes de Carlota viajar até São Petersburgo, Constantino tinha tentado convencer Miguel a romper o noivado. Também tinha falado com a mãe e com uma das irmãs, mas ninguém lhe quis dar ouvidos. O assunto começou a avançar demasiado. Carlota converteu-se à Igreja Ortodoxa a 17 de Dezembro de 1823 e adoptou o nome de Helena Pavlovna: o seu nome de baptismo nunca mais voltaria a ser utilizado. O seu noivado foi celebrado oficialmente no dia seguinte e a princesa usou um vestido de veludo azul com uma cauda comprida, bordada com rosas e folhas prateadas, e um diadema de esmeraldas. Estava magnifica. A 20 de Fevereiro de 1824, Helena e Miguel casaram-se numa capela temporária que tinha sido erguida na sala de recepção do czar. Alexandre estava com dores na perna, mas a família nunca considerou sequer a hipótese de realizar o casamento sem ele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_ujXNb92PtdEkLDaWvEAURBmwp0Hnz2DUynxPzLTW6GavZUEPseBTni4nbz2-HA-Ak8djR2YrRqw-6HQ_KtnLrt09RdYCRDLJxjO-mxqLuWjnJWEg2UbfXtsBIf11tM6CIg0KnztL3BM/s1600/459px-Helena_PawlownaRobertsonChristina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_ujXNb92PtdEkLDaWvEAURBmwp0Hnz2DUynxPzLTW6GavZUEPseBTni4nbz2-HA-Ak8djR2YrRqw-6HQ_KtnLrt09RdYCRDLJxjO-mxqLuWjnJWEg2UbfXtsBIf11tM6CIg0KnztL3BM/s400/459px-Helena_PawlownaRobertsonChristina.jpg" width="305" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quinze dias depois, já havia problemas no casamento. Miguel dizia estar feliz, mas não fazia ideia do que era preciso fazer para manter um casamento. "<i>Apesar do facto de até poder amar a esposa</i>", escreveu Constantino à sua irmã Ana, "<i>continua a tratá-la com frieza e indiferença. Não consigo perceber se o faz por ser uma situação nova, por timidez ou por qualquer outro motivo</i>". Constantino gostava de Helena. Via que, atrás das suas conversas inteligentes e divertidas, ela era uma pessoa muito sensível, e tentou mudar a atitude do irmão, mas sem sucesso. Em Abril, o grão-duque Nicolau (futuro czar Nicolau I) escreveu que Miguel se estava "<i>a esforçar muito para ter filhos, mas parece que não tem conseguido</i>". Mais optimista do que o irmão mais velho, Nicolau nunca viu a tempestade que se escondia por baixo da superfície.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG5ZYShx5IfR-uRa-PfhAPpm-yDfqenvtbdhRFjTj7gi96SViScaAKD6eF-cVYlKo0t7nV6OXEjsTD8Pq8dB5pAC1bXo_JvDAdPAaDhp-pf7FTWb56aeRfIHznqkHUkh24dHalSnS7kBU/s1600/Michael_Pavlovich_of_Russia_by_N.Sverchkov_%25281850%252C_Hermitage%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="323" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG5ZYShx5IfR-uRa-PfhAPpm-yDfqenvtbdhRFjTj7gi96SViScaAKD6eF-cVYlKo0t7nV6OXEjsTD8Pq8dB5pAC1bXo_JvDAdPAaDhp-pf7FTWb56aeRfIHznqkHUkh24dHalSnS7kBU/s400/Michael_Pavlovich_of_Russia_by_N.Sverchkov_%25281850%252C_Hermitage%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel Pavlovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Helena deu à luz a primeira filha, a grã-duquesa Maria Mikhailovna, em Março do ano seguinte. Poucos meses depois, já estava grávida novamente. A czarina-viúva, que ainda queria acreditar que tudo correria pelo melhor, elogiou a disciplina da sua nora: "ela organiza o tempo que tem muito bem. Passa as manhãs inteiras a estudar, apesar de ter náuseas e vómitos". As mortes de Alexandre I e da sua esposa nesse inverno fizeram com que Helena perdesse os seus amigos mais chegados na família imperial. Com a chegada da primavera, foi enviada para Moscovo, para dar à luz mais uma menina a quem chamou Isabel, em honra do czarina que tinha morrido alguns meses antes. Juntou-se uma multidão no Kremlin para celebrar a ocasião e todos cantaram um Te Deum, mas, afastada das comemorações, Helena sofreu de febre do leite e de dores pós-parto durante várias semanas. Na mesma altura, havia relatos de que, na mesma altura, Miguel estava muito bem disposto e cheio de trabalho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BDS6eyXHiQ7MD0LGs4roFXOlpqvd-I61CaqM7BKP_zMkgxvf5ah5jeYMEEOHA6H4-ql47_QvNFF8YNgQq548KoFwQpH0xKjB_d_jfBYL3r2YBDexT8sfjm6utQT0V5UK3ULs8Ks1t_Q/s1600/Elena_Pavlovna_by_anonymous_%25281830s%252C_Pushkin_House%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0BDS6eyXHiQ7MD0LGs4roFXOlpqvd-I61CaqM7BKP_zMkgxvf5ah5jeYMEEOHA6H4-ql47_QvNFF8YNgQq548KoFwQpH0xKjB_d_jfBYL3r2YBDexT8sfjm6utQT0V5UK3ULs8Ks1t_Q/s400/Elena_Pavlovna_by_anonymous_%25281830s%252C_Pushkin_House%2529.jpg" width="292" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">No início do ano seguinte, Helena estava grávida novamente e, mais uma vez, a sofrer. A sua primeira filha começava a mostrar os primeiros sintomas de tuberculose e os médicos davam-lhe poucas hipóteses de sobreviver. A sua terceira filha, Catarina, nasceu em São Petersburgo no verão de 1827, e, desta vez, Helena não conseguiu recuperar dos efeitos do parto. Física e psicologicamente, já não tinha mais forças. O seu comportamento começou a ser cada vez mais criticado e, finalmente, a grã-duquesa atingiu o seu limite. Decidiu que o seu casamento já não tinha salvação, mas, quando pediu ajuda à sua família paterna, eles fecharam-lhe as portas. A mãe, o tio (o rei de Wuttemberg), a avó, até o pai em Paris, recusaram-se a ajudá-la. O casamento, apesar de horrível, continuava a ser um casamento. A família imperial permitiu apenas uma separação temporária. Enquanto Miguel partiu com o exército para lutar numa das guerras intermináveis da Rússia contra a Turquia, Helena viajou para sul, para um spa em Ems, deixando as suas filhas com a czarina-viúva.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHDvYSOK6tDgEaa1_MQkq7uExbSK3TrXS8UKMusMxONnYPtlwSzlCfpdfAyal5SAbfADH-37N5goY-IKMq25v0gOO_GD7P_iCkn2d8q-FDRC2iFeQH5iZmL0iv11pyeZmb1s9yqfesOs/s1600/tumblr_nyndc86J6p1u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHDvYSOK6tDgEaa1_MQkq7uExbSK3TrXS8UKMusMxONnYPtlwSzlCfpdfAyal5SAbfADH-37N5goY-IKMq25v0gOO_GD7P_iCkn2d8q-FDRC2iFeQH5iZmL0iv11pyeZmb1s9yqfesOs/s400/tumblr_nyndc86J6p1u1gauyo1_1280.jpg" width="340" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Isabel, Maria e Catarina Mikhailovna, filhas de Miguel Pavlovich e Helena Pavlovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A caminho do spa, Helena fez uma paragem no palácio de Constantino Pavlovich em Varsóvia e o grão-duque ficou chocado com o estado dela e zangado por ninguém ter prestado atenção aos seus avisos. Escreveu numa carta à irmã que "t<i>emos de concordar que esta jovem e encantadora mulher foi sacrificada de forma gratuita e inútil. A sua posição é assustadora (...) e o pior de tudo é que ninguém se quer colocar no lugar dela para a poderem compreender. A minha esposa e eu fizemos os possíveis para a tentar animar, que estava muito baixa</i>". A grã-duquesa Ana Pavlovna concordou: "<i>Também sinto que ela é uma pessoa nobre - completamente sacrificada - que, na minha opinião, só padece destes pequenos defeitos de que é acusada porque foi provocada ou está magoada por causa desta sucessão de dificuldades sem fim que não consegue aceitar porque é demasiado alegre e demasiado nova para isso.</i>" Ambos os irmãos esperavam que, agora que Helena tinha deixado a sua posição mais clara, que Miguel a respeitasse mais e que começasse a dar valor à sua vida como casal. Esta parecia ser a sua única oportunidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQvARDvCrUJvxw-0l1b9drcEQQV4ex0kALUGhvBWa5FuDkQt7BRabhkjhlM0ByhyHquwZFd8d8lvBvosnvnxalVBSZFG0-m1Mdhntl0u27ALLgL3tOmQ55QUosHEEvEK_onuv5IZ37WdM/s1600/Anna_Pavlovna%252C_Grand-Duchess_of_Russia%252C_by_Jean-Baptiste_Van_der_Hulst.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQvARDvCrUJvxw-0l1b9drcEQQV4ex0kALUGhvBWa5FuDkQt7BRabhkjhlM0ByhyHquwZFd8d8lvBvosnvnxalVBSZFG0-m1Mdhntl0u27ALLgL3tOmQ55QUosHEEvEK_onuv5IZ37WdM/s400/Anna_Pavlovna%252C_Grand-Duchess_of_Russia%252C_by_Jean-Baptiste_Van_der_Hulst.jpg" width="328" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ana Pavlovna da Rússia, rainha dos Países Baixos</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Helena ficou afastada da Rússia durante pelo menos um ano. A czarina-viúva morreu e, no seu testamento, deixou uma ajuda para que a sua nora pudesse adaptar-se melhor à vida na corte russa, tendo-lhe deixado a administração de duas instituições caritativas. Havia alguma preocupação com a forma como Miguel Pavlovich iria gerir as suas finanças, por isso a sua mãe decidiu proteger o dinheiro, colocando uma boa parte dele num banco, ao qual Miguel não tinha acesso. O casal tinha trocado cartas durante o seu período de separação, e tinham conseguido chegar a uma espécie de acordo de paz: Helena regressou à Rússia e, no início de 1830, sofreu um aborto. Teve mais duas filhas, Alexandra e Ana, mas ambas morreram muito novas. Na primavera de 1835, Miguel e Helena levaram as filhas para um spa na Boémia, mas o casal não estavam habituados a estar juntos. Depois disso, Miguel começou a passar cada vez mais tempo em viagens pela Europa, enquanto que Helena começou a construir a sua própria vida em São Petersburgo, uma vida na qual não havia espaço para Miguel.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixYCvAgHc-9rJ8b0o-J__1MJfzL_rrj-ZirMJ6Mo5L0tCGK_s2MYQXRkBcgvaReMi0wBsh8ZlnI5UfAryBeOPONdAcwKA7hW5QxqU4G0SZYa1IQHrxgbUNbC-asesdE-Fwpe4GhPvo1Lc/s1600/Mikhail_Pavlovich_portret_Kramskogo.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixYCvAgHc-9rJ8b0o-J__1MJfzL_rrj-ZirMJ6Mo5L0tCGK_s2MYQXRkBcgvaReMi0wBsh8ZlnI5UfAryBeOPONdAcwKA7hW5QxqU4G0SZYa1IQHrxgbUNbC-asesdE-Fwpe4GhPvo1Lc/s400/Mikhail_Pavlovich_portret_Kramskogo.JPG" width="345" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Miguel Pavlovich</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-2916009335723012572016-11-14T19:00:00.000+00:002016-11-14T19:00:18.824+00:00O outro Nicolau e a outra Alexandra - Nicolau I e Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia) - Segunda Parte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT2PRfRYSaqpI5Qm6uvrTmhMpBuquV_ew5sgSb61I44H61-F4clNjJ6DUHDA0rFpqnqg3djjoVOaAK-Wb-WFZUXOk4BJmTb4c2C-JQDtIrGJnKdctNhMm9MoY0OABj8loHUXwkxMF1kjA/s1600/15083523299_1c68069866_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhT2PRfRYSaqpI5Qm6uvrTmhMpBuquV_ew5sgSb61I44H61-F4clNjJ6DUHDA0rFpqnqg3djjoVOaAK-Wb-WFZUXOk4BJmTb4c2C-JQDtIrGJnKdctNhMm9MoY0OABj8loHUXwkxMF1kjA/s400/15083523299_1c68069866_o.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I e Alexandra Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A ascenção de Nicolau ao trono foi um golpe duro para a família. Alexandra passou o dia em que o marido subiu ao trono a rezar com os filhos. Estava aterrorizada. Quando era criança, tinha visto a sua família a fugir de Berlim por causa dos exércitos de Napoleão e, agora, o seu marido enfrentava homens armados nas ruas da sua capital. As horas de ansiedade, à espera de notícias do marido, deixaram-na com um tique nervoso na cabeça que um grupo de pessoas que visitou a corte vinte anos depois ainda viu. A sua saúde nunca recuperou completamente. O pequeno czarevich também ficou afectado. Os seus tutores repararam num certo nível de timidez que nunca tinha existido e uma tendência para desistir das coisas quando elas se tornavam demasiado complicadas. Alexandre temia o dia em que o trono iria cair nas suas mãos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRX7kD76PP7t_RV8lU_KdOXuTfbsZ5h76SAzHMNMh1cj0s29sn80xe9aTl01NzdU15lIqw25sB50LGMA0cjibCq6or0HQuLPkoRE2Jii30-ku-jjh5OpCwzw-Q3kMPMU8subqxX-xb5Kk/s1600/146e6106ca7f98aac4063e18146d475b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRX7kD76PP7t_RV8lU_KdOXuTfbsZ5h76SAzHMNMh1cj0s29sn80xe9aTl01NzdU15lIqw25sB50LGMA0cjibCq6or0HQuLPkoRE2Jii30-ku-jjh5OpCwzw-Q3kMPMU8subqxX-xb5Kk/s400/146e6106ca7f98aac4063e18146d475b.jpg" width="248" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O futuro czar Alexandre II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A família precisava de privacidade e sentiam-se mais felizes em Alexandria Peterhof, a propriedade que Alexandra tinha recebido do seu cunhado. Este era o palácio privado deles, "o nosso cantinho favorito neste mundo". Em 1832, tinham sete filhos e Nicolau adorava-os a todos. O czarevich era bonito e alegre. Quando cavalgou com as tropas na coroação do pai, o czar quase rebentou de orgulho. Nicolau adorava o filho, apesar de se preocupar com o facto de ele ser demasiado sonhador e não se entusiasmar muito com o exército. Maria era baixa para a idade, enquanto que Olga já tinha a mesma altura da mãe aos doze anos de idade. A pequena Alexandra era "uma querida" e quando Constantino, o seu segundo filho varão, nasceu, o seu pai chorou de alegria. Disse que Constantino era "pequeno e feio, mas muito invulgar". Depois, tiveram ainda mais dois rapazes, Nicolau e Miguel, que o pai dizia serem "muito simpáticos (...) os meninos dos meus olhos."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcmmHn0DUnA0E-Axf0hcXovpmsH6m7lSsaf3z7kwppjgM2V9y_uetoP0S0iHpESnfPRNsxo_xpWpxDBNkhBIkTmFxhyphenhyphenxYQR9nNaJUVJ8QGQIWbeA6Qyuh_RsGrYizHDYJ7CaGYCjipH_M/s1600/0037-020.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcmmHn0DUnA0E-Axf0hcXovpmsH6m7lSsaf3z7kwppjgM2V9y_uetoP0S0iHpESnfPRNsxo_xpWpxDBNkhBIkTmFxhyphenhyphenxYQR9nNaJUVJ8QGQIWbeA6Qyuh_RsGrYizHDYJ7CaGYCjipH_M/s400/0037-020.jpg" width="307" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga e Alexandra Nikolaevna, filhas do meio de Nicolau e Alexandra</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau e Alexandra eram pais excepcionais e não permitiam nenhum tipo de bajulação que complicasse a vida dos filhos. Os jovens Romanov mantinham-se afastados da corte e foram criados de forma simples; até os criados recebiam ordens para não os tratar pelos títulos, mas sim pelo nome próprio e pelo patronímico, como era normal na Rússia. Passavam sempre os seus serões com os pais, ou pelo menos com a mãe, a jogar jogos, a representar em peças de teatro e a tocar música. Uma vez, o embaixador francês perguntou se podia conhecer o czarevich. Esperava ter uma audiencia no Palácio de Inverno e ficou espantado quando foi levado até ao parque em Czarskoe Selo para ver o rapaz a brincar com as irmãs. O czar explicou que temia que apresentar o filho a pessoas importantes num ambiente formal poderia ser uma má influência para ele.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0k1ESKeJneDPI_Tx_nQXT9SvVQiaS1UmEXi2GGY9dpoUWCruHN-zckURV-DGO-DSjPd4F51cYF0XP3vLJmRiW-Okg_HQmXaDWxZiDixLtcRav6FnVbfJPNM627JlpT5r_0MnNu0hyyNs/s1600/tumblr_nwdqvaSpz01u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0k1ESKeJneDPI_Tx_nQXT9SvVQiaS1UmEXi2GGY9dpoUWCruHN-zckURV-DGO-DSjPd4F51cYF0XP3vLJmRiW-Okg_HQmXaDWxZiDixLtcRav6FnVbfJPNM627JlpT5r_0MnNu0hyyNs/s400/tumblr_nwdqvaSpz01u1gauyo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I e Alexandra Feodorovna a chegar de carroça a Alexandria Peterhof</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau estava a preparar o czarevich para um futuro em mudança e, apesar de o seu próprio reinado ser repressivo, o czar compreendia os pedidos de reforma e reconhecia que a escravatura era injusta. No entanto, sabia também que era fundamental para a organização do império e não podia ser abolida facilmente. O Conde Kisselev, ministro dos domínios imperiais, recebeu ordens para analisar as medidas que poderiam ser tomadas e chegaram mesmo a haver algumas mudanças tímidas, mas Nicolau nunca conseguiu apoio para a abolição completa. Acreditava na autocracia e via-se como o único defensor do povo. Era ele que tratava até dos pormenores mais mundanos pessoalmente e viajou extensamente por todo o império para ouvir as preocupações individuais dos seus súbditos. Nicolau era severo, mas também conseguia ser gentil: em certa ocasião, saiu da sua carruagem para caminhar numa procissão fúnebre de um homem que não tinha mais ninguém. Entretanto, a vida na corte era uma ronda constante de bailes de máscaras, jantares e entretenimento de todos os tipos. "<i>Gosto que as pessoas se divirtam,</i>" contou Nicolau à sua irmã Ana, "<i>assim ficam ocupados e ficam sem tempo para dizerem disparates</i>".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2RLm7clgyHJToTAFuE2ve4cbI2o2bIRJ8lp1eYTWHNq8So9KjHrDjm-an9azKCxec0ZjQvzld2Bek4XgF4aLr4CmeWGWi0sZl2MOm9QX-z_x9wi4IH9Av67LA2O3Ym2sNhEXMCKLyBr0/s1600/tumblr_nga64nF4Sj1u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="305" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2RLm7clgyHJToTAFuE2ve4cbI2o2bIRJ8lp1eYTWHNq8So9KjHrDjm-an9azKCxec0ZjQvzld2Bek4XgF4aLr4CmeWGWi0sZl2MOm9QX-z_x9wi4IH9Av67LA2O3Ym2sNhEXMCKLyBr0/s400/tumblr_nga64nF4Sj1u1gauyo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Festa de Natal na corte russa na época de Nicolau I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Assim que a ordem foi restabelecida, Nicolau esforçou-se por reforçar e aumentar as fronteiras do império. Lutou contra os turcos e impôs a sua vontade nos povos do Cáucaso; em 1830, a Polónia revoltou-se e o czar reprimiu as revoltas com uma eficácia sem escrúpulos. Apesar disso, quando os outros países europeus o apelidaram de "novo Átila", Nicolau ficou ofendido. "<i>Este pobre Átila só quer ficar calmamente em casa, feliz na companhia da sua esposa grávida de cinco meses e dos seus filhos; os seus gostos são domésticos; resumidamente, é a pessoa menos hostil e mais pacífica do mundo; - que destino tão estranho!</i>" Os contemporâneos do czar teriam ficado espantados se soubessem que era assim que ele se via. À medida que a Europa sofria uma série de revoltas armadas, a Rússia de Nicolau tornou-se uma fortaleza construída para aguentar as influências ocidentais e na qual o czar surgia como o defensor dos valores tradicionais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMeFLcL_ln9-qxMOjlCw3Kh0ybqzaIp3_qp4rEzhvCXZUUO2v_WZF7g66gQUOzcCS7huXeP2wC5e_wGBqpuX3WhDgzui-JJfv7mffwRcG008j1FF_XKj-xiccAivJKlwgEfKNDOZdX85g/s1600/bboessportrairofnikolau.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMeFLcL_ln9-qxMOjlCw3Kh0ybqzaIp3_qp4rEzhvCXZUUO2v_WZF7g66gQUOzcCS7huXeP2wC5e_wGBqpuX3WhDgzui-JJfv7mffwRcG008j1FF_XKj-xiccAivJKlwgEfKNDOZdX85g/s400/bboessportrairofnikolau.jpg" width="323" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I da Rússia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Os historiadores liberais costumam guardar os seus melhores insultos para Nicolau I. Já lhe chamaram cruel, brutal, tirânico e déspota e raramente alguém lhe dá créditos pelos feitos positivos que conseguiu ao longo do seu reinado. Mas ele era mais russo do que qualquer outro czar em mais de um século, e deu resposta ao novo movimento que surgiu no seu país, que tentava compreender o que significava verdadeiramente ser russo. Isto era mais positivo do que simplesmente fechar as fronteiras. Desde o início do seu reinado que Nicolau iniciou um programa de obras públicas e apoiava os artistas que estavam a tentar criar um novo estilo, baseado nos melhores elementos do antigo. Ajudou financeiramente Feodor Solntsev, que viajou por todo o império à procura de exemplos de desenhos tradicionais, e permitiu a publicação das descobertas que ele fez. Na década de 1830, houve um plano ambicioso para restaurar o Kremlin e acrescentar-lhe novos edifícios, para harmonizar as catedrais antigas e os palácios novos. Pouco sobrou do interior do Palácio de Terem, por exemplo. Sempre rigoroso, Nicolau rejeitou catorze esquemas decorativos antes de encontrar um que lhe agradasse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Todo o trabalho foi feito com seriedade: o czar via o Kremlin como um património nacional que devia ser preservado para o seu povo. Tal como Pedro, o Grande tinha obrigado a Rússia a virar-se para o ocidente, Nicolau estava a tentar fazê-la voltar às suas origens. Redesenhou o aspecto da sua corte, tendo emitido um decreto em 1834 no qual voltava a instaurar vestidos de corte para as senhoras baseados nos trajes tradicionais russos. Este decreto definia o corte, cor e tecido, assim como os ornamentos exactos que as senhoras deveriam usar, dependendo do seu estatuto. Os oficiais do governo teriam de usar sempre uniforme. Com estas medidas, o czar estava a criar um cenário russo impressionante e único para a vida pública na corte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSoWsW3t9x65ye9-GiRn0QH2xM8XaXxPa_pE41Rqx5rPq1EEmkdnG1AH0pdHuFm8eJh2U0_OU_1L7ik5MkPYmdpcHwOemFpKgqrXSn4AN6e2oEB46rFMxO4OmiE83Mz9f5FTIUT2fOvrA/s1600/tumblr_o0v8il9g381u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSoWsW3t9x65ye9-GiRn0QH2xM8XaXxPa_pE41Rqx5rPq1EEmkdnG1AH0pdHuFm8eJh2U0_OU_1L7ik5MkPYmdpcHwOemFpKgqrXSn4AN6e2oEB46rFMxO4OmiE83Mz9f5FTIUT2fOvrA/s400/tumblr_o0v8il9g381u1gauyo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A corte russa no tempo de Nicolau I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, "times new roman", serif;">Em privado, Nicolau I também era um construtor ambicioso. Criou casas, pavilhões e capelas no Alexandria Peterhof e os aposentos privados da sua família no Palácio de Inverno foram redecorados no início do seu reinado. Em 1837, grande parte do Palácio de Inverno foi destruído num incêndio. Nicolau coordenou o resgate bem sucedido de muitos tesouros em pessoa enquanto o palácio ardia. Quando terminou, Nicolau declarou que o seu restauro era uma prioridade. Foi também um mecenas generoso, mas era muito exigente com os prazos. Gostava de descobrir novos artistas e não era estranho que um pintor que estivesse a trabalhar calmamente num dos parques imperiais fosse convidado a tomar chá com o czar. Em 1844, Nicolau encomendou um gigantesco programa de reconstrução do Palácio de Gatchina, mas, uma vez que tinha passado a sua infância e juventude nesse palácio, ordenou primeiro que pintassem todas as divisões antes das obras começarem, para guardar um registo visual do passado. Era extremamente emocional em tudo o que estava relacionado com a família, dando instruções para que determinadas divisões fossem mantidas exactamente como estavam. Sob a sua orientação, partes dos palácios maiores tornaram-se museus da família.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7wOx3k67KALgTBghfZ6QY8Mm7PQYCPOvaGcTEO-eko8O3G0BPYaFLgxZNGYSKKJkanE3T_tCL9XVCeNvnVOZFsA3qstnihE4-OVZxtipqePHGgkqz3syyJV5IWenq5or42B4U7FU1a8w/s1600/9fef8b131121t.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7wOx3k67KALgTBghfZ6QY8Mm7PQYCPOvaGcTEO-eko8O3G0BPYaFLgxZNGYSKKJkanE3T_tCL9XVCeNvnVOZFsA3qstnihE4-OVZxtipqePHGgkqz3syyJV5IWenq5or42B4U7FU1a8w/s400/9fef8b131121t.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I com a sua esposa e as filhas mais velhas</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Todos os membros da família imperial eram leitores ávidos. A censura do estado era apertada, mas foi durante o reinado de Nicolau I que houve uma avalanche de livros que, actualmente, são considerados clássicos: Pushkin, Dostoevsky, Turgenev, Lermontov e Gogol floresceram nesta época. Todos criticavam o regime nas suas obras e os censores oficiais interferiam com o seu trabalho, mas nunca os impediram de escrever. Nicolau chegou mesmo a estar presente na estreia da peça "O Inspector Geral" de Gogel, no Teatro Alexandrinsky. Parece um paradoxo, mas Nicolau I era, ao mesmo tempo, profundamente repressivo e tolerante. Continuava a ser fiel ao lema que tinha no anel da Triopatia, um anel que usou a vida inteira, "Firmeza e Esperança", a firmeza autocrata que nunca diminuiu e a esperança no progresso e reforma para o futuro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0htXcjUJWAUQQNUUfu8mlTOkRHLyJJsmIwALVENDf3aQ5aBBEf4SZ9hvjlQoC55Pyu_Cbh3Dmn79C_OZxrHdIyox7qNPORUs8i2wbEdU74oOIo2ObfeGbEN_lrS9qVtn-ETaxKI_s7BY/s1600/Nicholas-I-Natalia-and-Pushkin.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0htXcjUJWAUQQNUUfu8mlTOkRHLyJJsmIwALVENDf3aQ5aBBEf4SZ9hvjlQoC55Pyu_Cbh3Dmn79C_OZxrHdIyox7qNPORUs8i2wbEdU74oOIo2ObfeGbEN_lrS9qVtn-ETaxKI_s7BY/s400/Nicholas-I-Natalia-and-Pushkin.jpg" width="290" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I com Pushkin e a sua esposa Natália</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Em 1842, Nicolau e Alexandra comemoraram as suas bodas de prata com um torneio medieval em Czarskoe Selo, no qual participou toda a família. A ideia de cavalheirismo apelava ao lado romântico de Nicolau, que era um grande admirador de Sir Walter Scott. Os romances de Scott eram lidos em voz alta para toda a família com grande frequência. Os dois tinham-se cruzado em 1816, quando Nicolau foi enviado a Inglaterra para estudar o sistema constitucional. Quando o seu filho mais velho chegou à idade adulta, Nicolau voltou a encontrar tempo para viajar, deixando o futuro czar Alexandre II como regente. Visitou novamente a Inglaterra e acompanhou a sua esposa Alexandra em visitas a spas europeus; em 1845 e 1846, os dois passaram algum tempo em Itália.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTZv4njeb7-G57iFB5qNdkdFb9-cN3vLY9MoKVcCgRmR-wRUvFhXAUOA96S-3t_T0uVSbE8Knv1UOabFUiWssy-yAmM6D_TR2wP87gSgoQGlO__TRGQMVo_NTIl-uQuzfriOw3DzBcU9o/s1600/tumblr_o1xry03hMG1u1gauyo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTZv4njeb7-G57iFB5qNdkdFb9-cN3vLY9MoKVcCgRmR-wRUvFhXAUOA96S-3t_T0uVSbE8Knv1UOabFUiWssy-yAmM6D_TR2wP87gSgoQGlO__TRGQMVo_NTIl-uQuzfriOw3DzBcU9o/s400/tumblr_o1xry03hMG1u1gauyo1_500.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I, Alexandra Feodorovna e os seus filhos nas comemorações das suas Bodas de Prata em 1842</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Nesta altura, os dois já eram avós. A sua filha mais velha, Maria, tinha-se casado com o duque Maximiliano de Leuchtenberg e o czarevich tinha-se casado com a princesa Maria de Hesse-Darmstadt, e ambos os casais já tinham filhos. Nicolau e Alexandra adoravam ver a nova geração a crescer, mas também passaram por grandes tristezas. A sua primeira neta, a princesa Alexandra de Leuchtenberg, morreu aos três anos de idade e o czarevich perdeu a sua filha mais velha, a grã-duquesa Alexandra Alexandrovna pouco antes de ela fazer sete anos de idade. Em Janeiro de 1822, a filha mais nova de Nicolau e Alexandra, a grã-duquesa Alexandra Nikolaevna, casou-se com o príncipe Frederico Guilherme de Hesse-Cassel. Tal como a mãe, engravidou poucas semanas depois, mas adoeceu no verão quando estava de férias em Czarskoe Selo e deu à luz prematuramente. Segundo algumas fontes, teve febre escarlate, enquanto que outras dizem ter tido sarampo. Qualquer que tenha sido a doença, tanto ela como o bebé morreram antes do fim do dia. Os pais dela ficaram destroçados. "<i>A nossa dor é para toda a vida</i>", escreveu Nicolau, "<i>é uma ferida aberta que vamos levar connosco para as nossas sepulturas</i>". Depois destes acontecimentos, a família começou a considerar que o nome Alexandra estava amaldiçoado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_pn3uwRKTxECpeL0Qr5xUeTrPpgxMD1qHfuBdFai4igyAYFbRSmsfqDzL0DyUgb7BPnN-qARXA0YlB0reQ9WU18dq_unf9GWDPc06DCdjXmEF3sA86oy8_V-i_v7EWwNKJcpveX1GVqE/s1600/11163077375_0874190e35_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_pn3uwRKTxECpeL0Qr5xUeTrPpgxMD1qHfuBdFai4igyAYFbRSmsfqDzL0DyUgb7BPnN-qARXA0YlB0reQ9WU18dq_unf9GWDPc06DCdjXmEF3sA86oy8_V-i_v7EWwNKJcpveX1GVqE/s400/11163077375_0874190e35_o.jpg" width="296" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Alexandra Nikolaevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">A devoção de Nicolau e Alexandra um para o outro nunca esmoreceu. Em finais da década de 1840, a saúde de Alexandra estava cada vez mais fraca e a vida do casal tornou-se mais calma. Lady Bloomfiel, esposa do representante britânico em São Petersburgo, viu-os juntos em várias ocasiões e reparou que o comportamento de Nicolau com a esposa era "<i>comovente e encantador (...) era tão atento e afectuoso, e, ao mesmo tempo, tão respeitador</i>". Com a idade e a experiência, o czar tinha conseguido aprender as boas maneiras impecáveis que a sua mãe tanto tinha desejado quando ele era mais novo, e Lady Bloomfield ficou impressionada com o seu charme, gentileza e beleza que ainda não tinha esmorecido. Achou que a czarina estava "<i>muito magra, mas não tão doente como esperava, e o rosto dela tinha vestígios de grande requinte e beleza. Os seus olhos, que eram azuis, estavam fixos no fundo da cabeça e a sua expressão era mais inteligente do que agradável. A voz dela era suave, mas falava depressa e com decisão</i>". Ficou comovida com a gentileza de Alexandra e surpreendida e agradada por ser recebida nos aposentos privados da família imperial sem cerimónias nem formalidades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPbJrk59Ij_y4t4Efhj2u-SFjaHyNE1YuAGbPYCvUVIHSiLbS2knsxdIUi6DD_q_Avce2HPYt8orlWinVzeABMF6wWqjK96fnsX8-3eLIrjMh7gkqJFbU81cSxfqUWPHSMDUcBM6YyK-w/s1600/AlexandraFidorovna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPbJrk59Ij_y4t4Efhj2u-SFjaHyNE1YuAGbPYCvUVIHSiLbS2knsxdIUi6DD_q_Avce2HPYt8orlWinVzeABMF6wWqjK96fnsX8-3eLIrjMh7gkqJFbU81cSxfqUWPHSMDUcBM6YyK-w/s400/AlexandraFidorovna.jpg" width="292" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A czarina Alexandra Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Mas, fora do refúgio doméstico, o final da década de 1840 foi marcada por um aumento das tensões na Europa. As revoluções de 1848 não chegaram à Rússia, mas Nicolau aumentou o controlo no país e enviou um exército para ajudar o jovem imperador Francisco José na Hungria. A Rússia de Nicolau tinha-se tornado uma força admirável, mas o ajuste de contas estava próximo. Há já várias gerações que os governantes da Rússia ansiavam por anexar os países dos Balcãs que, na altura, se encontravam sob domínio turco. Nicolau esperava estabelecer-se como protector dos súbditos ortodoxos do sultão e, em 1853, os seus exércitos ocuparam as províncias da Moldávia e da Valáquia. Foi uma expansão que o ocidente não podia permitir. A guerra que se seguiu na Crimeia expôs todas as fissuras na armadura do czar e o seu império, que tinha parecido tão forte, não tinha os recursos ou a organização para competir com a aliança ocidental. Deprimido pela fraqueza do seu exército na Crimeia, a saúde de Nicolau começou a sofrer e ele acabaria por morrer no Palácio de Inverno a 18 de Fevereiro de 1855. A causa de morte oficial foi gripe, mas havia quem sugerisse que tinha sido uma discussão que tinha tido com o filho que lhe tinha provocado uma apoplexia. Outros sugeriram que se tratou de suicídio e havia também muitos que afirmavam que o imperador tinha simplesmente morrido de coração partido. Apesar de ter sido um dos governantes mais temidos da Europa, a sua prioridade nunca tinha sido o poder. Tal como disse à irmã, <i>"a única felicidade que existe é uma vida familiar agradável. Tudo o resto não passa de uma ilusão</i>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXk_VKrLKk_tkxPcVBoavrnTaCDAGUTjs976Tm802QHtSJF1XzEd0EEIXENnduZmKtBEvTjfo9JPUZKgPNGGFrx-csuXvKLzkeQxKEJB-6vpdzKv7jt2tlijQsl4347LgCxxStaqfFAzM/s1600/tumblr_nhm5zqXuLY1qiu1coo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="391" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXk_VKrLKk_tkxPcVBoavrnTaCDAGUTjs976Tm802QHtSJF1XzEd0EEIXENnduZmKtBEvTjfo9JPUZKgPNGGFrx-csuXvKLzkeQxKEJB-6vpdzKv7jt2tlijQsl4347LgCxxStaqfFAzM/s400/tumblr_nhm5zqXuLY1qiu1coo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quadro alegórico de Nicolau I no seu leito de morte com a sua filha Alexandra Nikolaevna e a neta Alexandra Alexandrovna representadas como anjos.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;">Alexandra viveu durante mais cinco anos. Retirou-se para o Palácio de Alexandre em Czarskoe Selo, e continuou a organizar jantares enquanto a saúde lhe permitiu. Nunca deixou de se preocupar com a sua família e as suas vidas e avisou o seu filho mais velho dos perigos da reforma. De uma coisa nunca duvidou: ao recordar o dia do seu casamento, escreveu: "<i>com toda a confiança, coloquei a minha vida nas mãos do meu Nicolau e ele nunca quebrou essa confiança</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3_JJVgNDSL5ghXvUc-D7_E4nH0fR4-LT3lVl6Dsc2-nGK7hdRdzj3pssIsO8v_P_asDS2wSRzuL6m83uXYyOEsmb17ScEJYKZQGDFmbbMoUsHMSsjU8IfECaUW2Qh6w2b1ZB3xDTYHdA/s1600/Charlotte_zpsp7bgkffh.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3_JJVgNDSL5ghXvUc-D7_E4nH0fR4-LT3lVl6Dsc2-nGK7hdRdzj3pssIsO8v_P_asDS2wSRzuL6m83uXYyOEsmb17ScEJYKZQGDFmbbMoUsHMSsjU8IfECaUW2Qh6w2b1ZB3xDTYHdA/s400/Charlotte_zpsp7bgkffh.jpg" width="263" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A czarina Alexandra Feodorovna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: georgia, times new roman, serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-12714160943647079022016-11-11T11:52:00.000+00:002016-11-11T11:52:01.562+00:00O outro Nicolau e a outra Alexandra - Nicolau I e Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia) - Primeira Parte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgxka8I5LiEgtN2Q_dUtfNE5rq6lBwokGKH5raieIMIryBJcxxqdHqrhVehnP0bTM0UriiUIE2PVaimhfKqSIeccZ_9zbk82WohooPng4lBVKSU44uXngPmvoiLlRia28DBTriXiCuskQ/s1600/5687562549_e4a3e807bd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgxka8I5LiEgtN2Q_dUtfNE5rq6lBwokGKH5raieIMIryBJcxxqdHqrhVehnP0bTM0UriiUIE2PVaimhfKqSIeccZ_9zbk82WohooPng4lBVKSU44uXngPmvoiLlRia28DBTriXiCuskQ/s400/5687562549_e4a3e807bd.jpg" width="301" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"Quando olhamos para trás, é assustador ver como o tempo passa depressa...". A Rússia estava no auge do seu poder quando Nicolau I escreveu estas palavras à sua irmã, ao recordar o dia em que, mais de trinta anos antes, quando tinha partido para a guerra com o irmão, o czar Alexandre I. Na altura, tinha apenas dezassete anos de idade e não fazia ideia que um dia iria suceder ao trono. Era feliz e, embora não o soubesse, estava prestes a conhecer a jovem com quem se viria a casar. Em Berlim, foi a filha do rei da Prússia, Carlota, que recebeu os visitantes. Tinha quinze anos, era alta, bonita e um tanto inocente. Nicolau também era bonito. Tinham os dois terminado a sua educação há pouco tempo e apaixonaram-se loucamente um pelo outro, apesar de as suas famílias insistirem que tinham de esperar um ano antes de sequer ficarem noivos. A derrota de Napoleão e a reorganização da Europa era muito mais importante do que as esperanças de dois adolescentes românticos - apesar de as suas famílias verem que o casamento iria reforçar a aliança política entre os dois países. Passaram três anos até Carlota se converter à Igreja Ortodoxa com o nome de Alexandra Feodorovna, que passaria a utilizar para o resto da vida. No dia em que completou dezanove anos, casou-se com Nicolau na capela do Palácio de Inverno. Corria o ano de 1817, cem anos antes do colapso da dinastia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS6icu7JS3-RYacsR4-11FxBKQRb_T-IzELCs2AoA0htCRToUIKuQjZXVOSeWYWw5ChD8-raT5_AawSlRjspBgWED2aNm4jdv2ty586NSnPAJT-NFXNzvtzQQCSi5GRaIMH0GEXm90GZM/s1600/466px-Alexandra_Fed._by_Lagrenee.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiS6icu7JS3-RYacsR4-11FxBKQRb_T-IzELCs2AoA0htCRToUIKuQjZXVOSeWYWw5ChD8-raT5_AawSlRjspBgWED2aNm4jdv2ty586NSnPAJT-NFXNzvtzQQCSi5GRaIMH0GEXm90GZM/s400/466px-Alexandra_Fed._by_Lagrenee.JPG" width="310" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Feodorovna (Carlota da Prússia)</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau nasceu para ser soldado, e era essa a única vida que queria. Demasiado novo para sentir as tensões que levaram ao assassinato do seu pai, o czar Paulo I, era o produto de uma infância segura numa família extremamente unida. Quando nasceu, no Palácio de Catarina, em Czarskoe Selo, no verão de 1796, os seus irmãos Alexandre e Constantino eram quase adultos. Era mais chegado à sua irmã Ana, que era apenas um ano mais velha do que ele, e ao seu irmão mais novo, Miguel; mais tarde, os três decidiram apelidar-se de a "Triopatia" e passaram a usar anéis especiais gravados com o lema "Firmeza e Esperança". Ofereceram um anel semelhante à sua mãe, a czarina Maria Feodorovna, tornando-a assim um membro do seu circulo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNPBIG0rgIHi1SzIe8p5TtBcjs2aNTnsmTig5Njz8uhkS1h7zVqgEOzj1hqfqFF8ZQgu3F_ljy77Km1AznSTa-6knHs_XnZY2T9Ih4ogKj-KUfGNb1YsI4YyRcCnH9TB1_NiOfwFxTIHY/s1600/Anna_Pavlovna%252C_Nicholas_and_Michael_Pavlovich_by_F.Ferriere_%25281806%252C_Haag%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNPBIG0rgIHi1SzIe8p5TtBcjs2aNTnsmTig5Njz8uhkS1h7zVqgEOzj1hqfqFF8ZQgu3F_ljy77Km1AznSTa-6knHs_XnZY2T9Ih4ogKj-KUfGNb1YsI4YyRcCnH9TB1_NiOfwFxTIHY/s400/Anna_Pavlovna%252C_Nicholas_and_Michael_Pavlovich_by_F.Ferriere_%25281806%252C_Haag%2529.jpg" width="337" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ana Pavlovna (futura rainha dos Países Baixos), Nicolau Pavlovich (futuro czar Nicolau I) e Miguel Pavlovich por F. Ferriere em 1806</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Maria Feodorovna era mulher forte e foi a sua vontade de ferro que tornou a sua grande família tão unida, sobrepondo-se às suas diferenças de idade e educações distintas. A czarina tinha sido obrigada a entregar os seus filhos mais velhos à sua sogra, a imperatriz Catarina, a Grande, o que serviu para reforçar ainda mais a sua vontade de educar os restantes filhos à sua maneira. Nicolau aprendeu a falar quatro línguas, e estudou os clássicos, economia, direito e ciência política. Tocava flauta e as suas pinturas podiam facilmente ser confundidas com o trabalho de um artista profissional, mas, por muito que a sua mãe o tentasse convencer, nunca o conseguiu tornar tão encantador e educado como queria. Tanto Nicolau como Miguel gostavam mais de paradas militares do que de salões de festas: "<i>os teus irmãos parecem inválidos</i>", queixou-se Maria Feodorovna numa carta à sua filha Ana, "<i>e nunca dançam um passo que seja, escondem-se nos cantos e parecem estar sempre aborrecidos</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Ggv8RrwrpJ26sNtmxLMEL5xg2hyphenhyphenjR4iqt4HGQw45FF3HvGPMRMXA7mJofuxX4OwKKKNvgQ2j2H1ls4oP2B_eY5eZ-Z3ZEyHKIhvwT2jFTSBRhLqpIHLCmtJLGyXWL4IC6GpUDTjh8EA/s1600/Maria+Feodorovna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0Ggv8RrwrpJ26sNtmxLMEL5xg2hyphenhyphenjR4iqt4HGQw45FF3HvGPMRMXA7mJofuxX4OwKKKNvgQ2j2H1ls4oP2B_eY5eZ-Z3ZEyHKIhvwT2jFTSBRhLqpIHLCmtJLGyXWL4IC6GpUDTjh8EA/s400/Maria+Feodorovna.jpg" width="311" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A czarina Maria Feodorovna, nascida princesa Sofia Doroteia de Wuttenberg</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alexandra Feodorovna recordava-se da falta de jeito do marido com humor num livro de memórias que escreveu sobre os seus primeiros anos de casamento com Nicolau. Dizia que, em privado, ele era uma pessoa completamente diferente e "<i>tanto ele como eu só estávamos realmente felizes e satisfeitos quando ficávamos sozinhos nos nossos aposentos, comigo sentada no colo dele enquanto ele me cobria de amor e afecto</i>". A czarina-viúva adorava vê-los juntos: "<i>O Nicky é um marido muito afectuoso. É impossível ser mais cuidadoso, mais atencioso do que ele é com a esposa (...) a esposa dele é encantadora e vive só para ele, adivinhando todos os seus desejos, todos os seus pensamentos; a fazer tudo o que pode para o agradar</i>". Poucas semanas depois do casamento, Alexandra já estava grávida. Desmaiou durante a missa e, depois de a levar para o quarto, Nicolau foi a correr até um jovem pajem e anunciou que ia ser pai. O bebé, um menino, nasceu no Kremlin, o coração histórico da Rússia, rodeado de bons presságios: "<i>na Semana Santa, num lindo dia de primavera, enquanto os sinos ainda tocavam em celebração pela grande festa da Ressurreição. (...) O Nicky beijou-se e desfez-se em lágrimas, e ambos agradecemos a Deus juntos.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTPzp2OPVQ22A9x84PUzk9yMLYMfG6WO3Uz0qnN7h6ghxmxeAdSvx4mMHaLWORoRjickIXrmKcFTjodKBNJI-G8DvuIMVoxaoflJS6q-gUb9wV_yHFLGtSMwLRSR07JxuofLqI-iTfxJU/s1600/Alexandra_Fedorovna_with_children_by_G.Dawe_%25281820s%252C_Russian_museum%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTPzp2OPVQ22A9x84PUzk9yMLYMfG6WO3Uz0qnN7h6ghxmxeAdSvx4mMHaLWORoRjickIXrmKcFTjodKBNJI-G8DvuIMVoxaoflJS6q-gUb9wV_yHFLGtSMwLRSR07JxuofLqI-iTfxJU/s400/Alexandra_Fedorovna_with_children_by_G.Dawe_%25281820s%252C_Russian_museum%2529.jpg" width="303" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra Feodorovna com os seus dois filhos mais velhos: Maria e Alexandre</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Na verdade, o cenário do nascimento do pequeno Alexandre Nikolevich não teve nada de acidental. Tinha sido planeado pela czarina-viúva para chamar a atenção para a importância nacional da jovem família. Todos sabiam que, um dia, o trono iria passar para Nicolau e o nascimento de um filho confirmou a sua importância. Ele e Alexandra eram os únicos que se recusavam a lidar com o inevitável. O casamento de Alexandre I era vazio e as suas duas filhas tinham morrido ainda bebés. Constantino era divorciado. Em 1820, casou-se morganaticamente e disse à mãe que não queria nada a impedir a sucessão de Nicolau ao trono. Ainda assim, Nicolau não queria discutir a sucessão. Alexandre tentou falar sobre o assunto uma noite, depois de um jantar de família, mas Nicolau e Alexandra ficaram tão perturbados que o czar desistiu da ideia. Quando Constantino renunciou formalmente aos seus direitos em 1822, Alexandre manteve o documento em segredo.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnUY8pUI6JuzaFmj_gnd3e3vUdvnceIhOQ_bnpQSjFvnKPhuwogdI4Gxi_JvWv3-RnEJi3lrY7Eg_nlfyPtj0dpi7QXdx_L3iti-j4CA_X3PhGCnP08WQ29J_UarKOFFrNrspJVNtUG90/s1600/8XH-Z1nk2Ws.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnUY8pUI6JuzaFmj_gnd3e3vUdvnceIhOQ_bnpQSjFvnKPhuwogdI4Gxi_JvWv3-RnEJi3lrY7Eg_nlfyPtj0dpi7QXdx_L3iti-j4CA_X3PhGCnP08WQ29J_UarKOFFrNrspJVNtUG90/s400/8XH-Z1nk2Ws.jpg" width="325" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandre I</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A felicidade do casal era um problema. Tudo o que queriam era estar juntos e aproveitar a sua vida familiar com os filhos. O segundo bebé foi uma menina a quem chamaram Maria; Nicolau rapidamente ultrapassou a sua desilusão inicial e as suas cartas começaram a encher-se de descrições de quanto adorava os seus filhos. A sua mãe concordava. "<i>Fui abraçar os meus queridos netos, que são encantadores</i>," escreveu a czarina-viúva em 1820, sete meses após o nascimento de Maria. "<i>A menina está a ficar muito mais bonita e vai ser tão bonita como a mãe (...) já gosta muito do pai que lhe dá muita atenção e que se diverte muito com ela. Adora-a verdadeiramente. Quanto ao menino, é um anjo e a melhor criança que se possa imaginar</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizPv3RCHkR7X048VOFy6tlnalbL0uymQSVtEzLmyZTx-6aR-q0iI69oPMcNLM1zpTqQ2keLVxE_5ercITS4pKRfLHrEMBMiBIWrZ_LqdtyQelckuso7TLXDZdLLHXK7vFwCyvVWzp2wfo/s1600/4346793589_ed8939ce23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizPv3RCHkR7X048VOFy6tlnalbL0uymQSVtEzLmyZTx-6aR-q0iI69oPMcNLM1zpTqQ2keLVxE_5ercITS4pKRfLHrEMBMiBIWrZ_LqdtyQelckuso7TLXDZdLLHXK7vFwCyvVWzp2wfo/s400/4346793589_ed8939ce23.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria Nikolaevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Alguns meses depois de estas palavras serem escritas, Alexandra deu à luz uma bebé que nasceu morta. Foi a sua terceira gravidez em três anos de casamento e a perda da bebé deixou-a profundamente deprimida. Nicolau dedicou toda a sua atenção e carinho à esposa, tendo tratado dela com as suas próprias mãos, embora a sua mãe tenha reparado que ele "distrai-se e esquecesse de manter a abstinência que devia estar a cumprir". Os médicos aconselharam umas férias e Nicolau levou a esposa para a sua terra natal: Berlim. Os dois gostaram tanto das férias que acabaram por regressar à Alemanha no ano seguinte e em 1824, numa altura em que já tinham três filhos para deixar com a czarina-viúva, e memórias dolorosas da perda de mais um bebé. Será que sonhavam em deixar a Rússia para sempre? Alexandre I temia que isso pudesse vir a acontecer, por isso, na primavera de 1825, mandou chamar o irmão e a cunhada, dizendo que precisava da companhia deles. Ofereceu terrenos a Alexandra em Peterhof, a propriedade imperial da qual ela tinha gostado mais quando tinha chegado à Rússia. Algumas semanas depois de receber este presente, teve mais uma filha, a grã-duquesa Alexandra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyakT1GwD2zl9L-5XvT7yOJ6_yF_QX49Bf4Wtl-qcJZ7da6e9HACM4LJItZzRoKC_-mgiy0MryOUxC0iFwUhCuWIMgwx8C4IA_PVQh9TjCAGcOdwHYN17IdbtCO93MddAGBRCryfgrfdw/s1600/AlexandraNikolaevnabyPSokolov.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyakT1GwD2zl9L-5XvT7yOJ6_yF_QX49Bf4Wtl-qcJZ7da6e9HACM4LJItZzRoKC_-mgiy0MryOUxC0iFwUhCuWIMgwx8C4IA_PVQh9TjCAGcOdwHYN17IdbtCO93MddAGBRCryfgrfdw/s400/AlexandraNikolaevnabyPSokolov.jpg" width="303" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A grã-duquesa Alexandra Nikolaevna</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Quando Alexandre I pediu ao seu irmão para regressar à Rússia em 1825, estava a perder rapidamente o interesse pela vida. O czar estava cansado, e, por conselho médico, viajou com a esposa, que estava doente, para sul nesse outono, tendo nomeado Nicolau para regente. Ninguém estava à espera de receber a notícia de que Alexandre tinha morrido na distante cidade de Taganrog; foi um choque para toda a família. Nicolau ordenou a guarda imperial a jurar lealdade a Constantino, recusando-se a aceitar a renuncia do irmão ao trono porque nunca ninguém o tinha informado da mesma, nem mostrado os documentos. Em Varsóvia, onde vivia, Constantino jurou lealdade a Nicolau e este impasse durou quase três semanas, durante as quais cada um dos irmãos declarava lealdade ao outro e o grão-duque Miguel tinha de viajar de um lado para o outro entre eles. A situação até poderia ter sido divertida, se não fosse tão perigosa. Quando Nicolau soube que havia uma conspiração no exército, aceitou o inevitável e assumiu o trono a 13 de Dezembro de 1825.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjSgv1r_NosQYg3lJJs5WphNrerKZ8H4gGo7Lk9EnPyJBxKIXx562PR3ShKHdvFKSvwD3pGvYVnTS3jfE-jsPRIu6DbMw0URdbJbdO6YVjS6SDgv8b6tfQtGAYZ7tmmQK_5qcl-dgA7Q0/s1600/tumblr_nwbyv31hhK1u1gauyo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjSgv1r_NosQYg3lJJs5WphNrerKZ8H4gGo7Lk9EnPyJBxKIXx562PR3ShKHdvFKSvwD3pGvYVnTS3jfE-jsPRIu6DbMw0URdbJbdO6YVjS6SDgv8b6tfQtGAYZ7tmmQK_5qcl-dgA7Q0/s400/tumblr_nwbyv31hhK1u1gauyo1_1280.jpg" width="313" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau I</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O ar na cidade estava tenso. Havia grupos de soldados nas ruas a gritar por Constantino. Os seus líderes eram, na sua maioria, jovens de famílias nobres que tinham visto como os seus pares viviam noutros países da Europa e tinham regressado à Rússia convencidos de que era necessária uma reforma liberal. Alguns eram republicanos, mas outros não; não tinham uma liderança coerente e Constantino não tinha qualquer interesse neles, mas, durante algumas horas, o perigo foi intenso. No pátio coberto de neve do Palácio de Inverno, à luz das tochas, Nicolau entregou o seu filho Alexandre à protecção dos Guardas Finlandeses, que lhe eram leais. Quando nasceu o dia, os rebeldes juntaram-se na Praça do Senado. Regimentos inteiros recusaram-se a jurar lealdade ao novo czar: quando o governador de São Petersburgo tentou explicar que Constantino tinha renunciado ao trono, foi morto a tiro. Antes do meio-dia, Nicolau foi até à praça de cavalo e as tropas que lhe eram leais acompanharam-no. Falou aos rebeldes e ofereceu um armistício, mas não conseguiu quaisquer avanços e, à medida que anoitecia, os seus generais pediram-lhe que disparasse sobre a multidão. Nicolau cedeu e a Revolta Dezembrista foi esmagada à força.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Ca4tIFkk5Z1KZ-anzwPyGHUjEn3ufl6T2bSbwD3aZ5BUKYD05fbq9_LN9CvwZJxPsSz1s7D-nQjPiaZUNv-RwDwr1ZSKkDDPjv_ixmlcFg-LLJL_rEOKULFmEeu6nQpjsh_Fie2NHQg/s1600/0007-011-25-dekabrja-1825-goda-vosstanie-dekabristov1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Ca4tIFkk5Z1KZ-anzwPyGHUjEn3ufl6T2bSbwD3aZ5BUKYD05fbq9_LN9CvwZJxPsSz1s7D-nQjPiaZUNv-RwDwr1ZSKkDDPjv_ixmlcFg-LLJL_rEOKULFmEeu6nQpjsh_Fie2NHQg/s400/0007-011-25-dekabrja-1825-goda-vosstanie-dekabristov1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Revolta Dezembrista - soldados reunidos na Praça do Senado em São Petersburgo</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ninguém duvidava da coragem que Nicolau mostrou naquele dia, mas muitos questionaram a sua humanidade. Os soldados comuns que se juntaram à revolta foram perdoados, mas cinco dos seus líderes foram condenados à morte, e quase trezentos foram exilados para a Sibéria. O novo czar tomou medidas firmes para o império, impondo restrições severas ao movimento e pensamento individual. Precisava de assumir o controlo rapidamente e de voltar a restaurar a ordem, mas o fardo pessoal era demasiado. Nicolau era completamente dedicado ao dever, e a sua mãe via com preocupação a saúde do filho, que se foi deteriorando perante o peso das suas novas responsabilidades. "<i>Diz que o reinado só lhe trouxe problemas</i>," escreveu ela, "<i>está sobrecarregado com assuntos do estado, com trabalho. Nunca vai para a cama antes das duas ou três da manhã. Nem sequer tem tempo para jantar descansado. (...) Está mais magro, mais pálido, de uma forma assustadora.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-rk5QyLvAYb3ObMeOHCY6ijS6I_WpXRTIblS9IO9seCa9XuGss4_jb4I5RGNkKwe1pfvsAxkhYeMU7baVQaDDG_mcK8kBv2E7Wo5pX-vkGbeBBoP2wWJvewz7eX33PWx0ErlbAwxbqYk/s1600/Rockstuhl_-_Grand_Duke_Constantin_Pavlovich_1817.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-rk5QyLvAYb3ObMeOHCY6ijS6I_WpXRTIblS9IO9seCa9XuGss4_jb4I5RGNkKwe1pfvsAxkhYeMU7baVQaDDG_mcK8kBv2E7Wo5pX-vkGbeBBoP2wWJvewz7eX33PWx0ErlbAwxbqYk/s400/Rockstuhl_-_Grand_Duke_Constantin_Pavlovich_1817.jpg" width="327" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Constantino Pavlovich, irmão mais velho de Nicolau que renunciou ao trono</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Texto retirado do livro "Romanov Autumn" de Charlotte Zeepvat</span></div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-3913586159424137082016-11-07T18:07:00.000+00:002016-11-07T18:07:37.654+00:00[Off-Topic] D. Pedro V e a família real britânica<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ufqy4X3HHR3AfXnXDjuec8b4UkCfUm7YpRJcpDvsWk-yN3w6DxDz5KPNFnrvRWdfzmPWpFUysa6sh1wxA2pIGBHiVvvz02zLJiuhSwLNdPDblptthdE13ijC8QAymlqDKQOO-f3_zkQ/s1600/dom-pedro-e-dom-luc3ads-com-rainha-vitc3b3ria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="322" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_ufqy4X3HHR3AfXnXDjuec8b4UkCfUm7YpRJcpDvsWk-yN3w6DxDz5KPNFnrvRWdfzmPWpFUysa6sh1wxA2pIGBHiVvvz02zLJiuhSwLNdPDblptthdE13ijC8QAymlqDKQOO-f3_zkQ/s400/dom-pedro-e-dom-luc3ads-com-rainha-vitc3b3ria.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha Vitória do Reino Unido (de costas), o infante D. Luís e o rei D. Pedro V de Portugal</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">D. Pedro V, que reinou em Portugal entre 1853 e 1861, ficou para a história de Portugal como "o Esperançoso" e o "bem-amado". Filho de D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, tinha laços familiares muito próximos tanto com a rainha Vitória como com o seu marido, Alberto, príncipe-consorte do Reino Unido, uma vez que o seu pai era filho de Fernando de Saxe-Coburgo, irmão da mãe da rainha Vitória e do pai do príncipe Alberto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ainda antes de Pedro nascer, pouco tempo depois do seu casamento com D. Fernando, já a sua mãe, a rainha D. Maria II trocava correspondência com a rainha Vitória, maioritariamente sobre as suas vidas domésticas e, mais raramente, sobre a situação política dos seus países. Quando D. Pedro nasceu, D. Maria II ia mantendo a sua prima por casamento actualizada sobre os desenvolvimentos do seu filho. A rainha Vitória, no entanto, não estava tão convencida como a prima das vantagens de ter filhos, como revela a seguinte passagem do livro "D. Pedro V" de Maria Filomena Mónica:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-7aUmAMsqaHnbUgICZOfrHSLntnSRI5L8oR2gf3BEwIiyst2EFrCQ_8tcRLNumDbLP-adWXqX3JO_v_CGPvBDYh0rhuDcGD0Lwc1eKyl3oURryKXBlN6izeVxf7PEVnBQq_7iM081zU/s1600/16489779_DiOob.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-7aUmAMsqaHnbUgICZOfrHSLntnSRI5L8oR2gf3BEwIiyst2EFrCQ_8tcRLNumDbLP-adWXqX3JO_v_CGPvBDYh0rhuDcGD0Lwc1eKyl3oURryKXBlN6izeVxf7PEVnBQq_7iM081zU/s400/16489779_DiOob.jpeg" width="292" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha D. Maria II com o seu filho, o futuro rei D. Pedro V</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">D. Maria II achava que os benefícios de ter filhos excediam os custos. Numa das cartas que enviou para Inglaterra declarava (...) '<i>quando a prima tiver filhos compreenderá melhor o que lhe digo e verá como é doce tratar das crianças, esperando de todo o meu coração que isto vos aconteça em breve</i>'. Mas a rainha Vitória não partilhava destes sentimentos. Quando disse a D. Maria que não só temia os partos, mas desconfiava do prazer de ter crianças, esta ficou tão surpreendida que a admoestou: '<i>penso que, quando se ama o marido, nós desejamos e amamos ter crianças</i>.' Para a rainha Vitória, o facto de amar o marido não significava que tivesse de aceitar, com deleite, as gravidezes sucessivas. (...) A 22 de Novembro de 1840, tendo-a a rainha Vitória interrogado sobre se ela desejava ter mais filhos, D. Maria II respondia-lhe: "<i>Considero que, quando uma mulher se casa, é para ter filhos e, portanto, é natural que os desejemos e, além disso, amo extraordinariamente as crianças</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">D. Maria II fazia a distinção tradicional entre o prazer de ter um filho ou uma filha. Quando Vicky, a filha mais velha da rainha Vitória, nasceu, a monarca portuguesa dizia à prima que era uma pena não ter sido antes um rapaz, coisa, aliás, que não tardaria a suceder, com o nascimento do príncipe Alberto Eduardo, a quem seria posto o <i>petit-nom</i> de Bertie. D. Maria preveniu então a prima da eventualidade de Vicky vir a ter ciúmes do irmão, coisa que ela notara em D. Pedro, aquando do nascimento de Lipipi, o diminutivo que a família passara a usar para designar D. Luís.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0a/Maria_II_1852.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0a/Maria_II_1852.png" width="322" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">D. Maria II de Portugal</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">D. Maria II acabaria por morrer muito nova, a 15 de Novembro de 1853, ao dar à luz o seu décimo-primeiro e último filho que morreu pouco tempo depois. D. Pedro V tinha apenas dezasseis anos e, como ainda era menor de idade, formou-se uma regência encabeçada pelo seu pai, o rei D. Fernando II.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Antes de subir oficialmente ao trono, a 28 de Maio de 1854, D. Pedro V partiu numa viagem educacional pela Europa e o primeiro destino foi a Inglaterra. Na sua biografia de D. Pedro V, Maria Filomena Mónica descreve esta viagem, recorrendo também a excertos do diário que D. Pedro escreveu na altura:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Nm6y0fEHDimEl2C7wazOOaHCRXi8IACoXFlru7R4gCCfSABafoimi-wWgerNRzcPqFLGFkpkCR0_YmWUmCKz0yaouE6bfOiztdadZRUP4T9Reppe6BI6ya1iem950oCx71RpUox9dzk/s1600/18479592_Zt8jw.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2Nm6y0fEHDimEl2C7wazOOaHCRXi8IACoXFlru7R4gCCfSABafoimi-wWgerNRzcPqFLGFkpkCR0_YmWUmCKz0yaouE6bfOiztdadZRUP4T9Reppe6BI6ya1iem950oCx71RpUox9dzk/s400/18479592_Zt8jw.jpeg" width="275" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O rei D. Pedro V</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"A 2 de Junho, o [barco] Mindelo aportava a Southampton. Eram 11 horas da noite quando D. Pedro recebeu, a bordo, a visita do embaixador português, Lavradio, bem como de diversas personalidades entre as quais o coronel Wylde (ajudante-de-campo do príncipe Alberto), o qual conhecia bem Portugal, por aqui ter estado durante alguns meses ao serviço da coroa britânica. No dia seguinte, os príncipes foram de comboio para uma estação perto de Londres, onde eram aguardados pelo príncipe Alberto, tendo seguido para o Palácio de Buckingham, onde a rainha Vitória os esperava. (...)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Eis como fica registada a recepção aquando da chegada ao palácio real: "<i>Era meio-dia quando entrámos em Buckingham Palace. A rainha e a duquesa de Kent esperavam-nos na escada e, pouco depois, vieram as princesas Vitória, Alice, Helena e Luísa e os príncipes Alberto e Alfredo.</i>" Continuava: "<i>Vimos o jardim que é belo pela disposição mais do que pelas suas qualidades intrínsecas</i>." Ao regressarem do passeio, apareceu um criado, anunciando a chegada do duque de Wellington, o filho do general que lutara contra os franceses em Portugal. A seguir, estando presentes alguns dos príncipes ingleses, foram almoçar."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZLYML6Rs4WhN5zc141M2oIPB5SZ6h9TawGb13j-NkbxcKmTrNYZVRpbDvhi-PNh9_c_MBpPGCI3Yr66ae6yUFEPpDOpvCzow0uHLCp_hCCoVbaPMyADZ8OA5Ds4GF_nvXLEhMUnSkQl4/s1600/Albertand_Victoria.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZLYML6Rs4WhN5zc141M2oIPB5SZ6h9TawGb13j-NkbxcKmTrNYZVRpbDvhi-PNh9_c_MBpPGCI3Yr66ae6yUFEPpDOpvCzow0uHLCp_hCCoVbaPMyADZ8OA5Ds4GF_nvXLEhMUnSkQl4/s400/Albertand_Victoria.jpg" width="351" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O príncipe Alberto e a rainha Vitória em 1854, ano em que D. Pedro visitou a Inglaterra</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">D. Pedro começava uma relação - com o tio Alberto - que se viria a revelar extraordinariamente importante. Nesse primeiro dia, o marido da rainha Vitória mostrou-lhe a sua biblioteca, chamando a atenção para a obra sobre a História Natural das Aves da Austrália, de Gauer, que os dois folhearam com prazer. De tarde, D. Pedro foi visitar a duquesa de Gloucester [Augusta de Hesse-Cassel, nora do rei Jorge III], a duquesa de Cambridge [Maria do Reino Unido, filha do rei Jorge III], e a duquesa de Kent [mãe da rainha Vitória], após o que o coronel Wylde lhe mostrou alguns quadros pertencentes à coroa britânica. "</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nos dias seguintes, D. Pedro foi visitar outros locais do país.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Após esta incursão, regressou a Londres, onde o conde de Lavradio o esperava na estação. A 1 de Julho foi passear, a cavalo, com o tio, em Hyde Park e, à noite, ao teatro inglês, onde assistiu a uma peça que não passou à história, após o que se despediu dos membros da família real e dos portugueses residentes em Londres. Eram 6 horas da manhã do dia 3 de Julho quando o Mindelo saiu de Woolwich, a caminho da Bélgica. Passara um mês inteiro em Inglaterra, o país que viria a ocupar o topo das suas preferências."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEKExC9ukwrU-WYDjQFo2rEzWhzjH9kG2UG36zrPGIlZ4yAaeH53ecNr2wUwaVbk-lVAb5CQUZb9E3Xm15CAxA4niP9bZsexyXQuKgBJfawmAq22q4fGTNWJmaoODQcIMqDFDaTkkKrVk/s1600/Pedro_V_of_Portugal%252C_when_Duke_of_Braganza_%25281852%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEKExC9ukwrU-WYDjQFo2rEzWhzjH9kG2UG36zrPGIlZ4yAaeH53ecNr2wUwaVbk-lVAb5CQUZb9E3Xm15CAxA4niP9bZsexyXQuKgBJfawmAq22q4fGTNWJmaoODQcIMqDFDaTkkKrVk/s400/Pedro_V_of_Portugal%252C_when_Duke_of_Braganza_%25281852%2529.jpg" width="345" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">D. Pedro V</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A influência da família real britânica voltaria a revelar-se essencial alguns anos depois, quando D. Pedro V procurava uma esposa. O príncipe Alberto foi uma das pessoas que mais insistiu com o jovem para se casar, como revela Maria Filomena Mónia:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"O príncipe Alberto, para já não mencionar pessoas cuja opinião lhe mereciam menos crédito, chamou-lhe várias vezes a atenção para a necessidade de não adiar o projecto. A 25 de Outubro de 1856, dissera-lhe solenemente: "<i>Falta-te uma rainha que assuma a parte feminina da tarefa</i>". A 30 de Janeiro de 1857, insistia: "<i>O celibato tornar-se-á tanto mais perigoso quanto mais se evidenciarem as diferenças, nos gostos e nas ideias, entre filho e pai. Assim, como actualmente estão as coisas, depressa o centro da família se perderá de vez e, sem este, não é possível manter uma família unida.</i>" Acrescentava: "<i>A rainha devia ser jovem, bonita, pura, bem educada e instruída, não ser beata nem mimada</i>" (...)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Em 1857, o rei aceitou o destino que lhe estava destinado. Os soberanos ingleses ofereceram-se para o ajudar na difícil selecção da noiva. As casas reinantes reputadas não libertavam, de bom grado, uma filha a fim de casar com um monarca de um país economicamente atrasado, politicamente instável e geograficamente distante. Uma primeira tentativa, a de Carlota de Saxe-Coburgo, a filha do rei da Bélgica (que viria a desposar Maximiliano, o futuro imperador do México), não resultou. A rainha Vitória e o príncipe Alberto pensaram então em Estefânia, um membro da família real da Prússia. Tinha um bom currículo: era filha do príncipe Carlos António de Hohenzollern-Sigmaringen e da princesa Josefina Frederica, filha do grão-duque de Baden, Carlos Luís Frederico.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghGsKOs25zL4glY5F299wyzuN3_aBI9gCwLHDosjzRu-9ZqQVwx4ofHgfhgSg5d16eqldI1gaZ4EKq3iJzJ6zqBB_LjlGqL5MRJbQrIuvNj17qExOumIuzjijBQ8kgWeOpG1pyWDBLSJg/s1600/838a6d00e1f2e72f007226ba2ab68d72.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghGsKOs25zL4glY5F299wyzuN3_aBI9gCwLHDosjzRu-9ZqQVwx4ofHgfhgSg5d16eqldI1gaZ4EKq3iJzJ6zqBB_LjlGqL5MRJbQrIuvNj17qExOumIuzjijBQ8kgWeOpG1pyWDBLSJg/s400/838a6d00e1f2e72f007226ba2ab68d72.jpg" width="261" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha D. Estefânia e D. Pedro V</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">A 29 de Março de 1857, o príncipe Alberto escrevia ao sobrinho: "<i>Terias a vantagem de ficares com uma princesa católica, oriunda de uma casa protestante e liberal e com sangue completamente novo, não conspurcado com misturas de Bourbons ou Habsburgueses, além de ela ter gozado de uma educação simples, não estragada pelos incensos da Corte</i>." (...) A certa altura, D. Pedro até conseguiu fingir que estava contente, escrevendo a Vicky, a filha mais velha da rainha Vitória: "<i>Talvez já seja tarde, mas nem por isso respondo com um sentimento de gratidão menos sincero à tua amável carta de 5 de Agosto, na qual me envias os teus parabéns pelo pedido da minha noiva</i>." (...)"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Infelizmente, a rainha D. Estefânia acabaria por morrer apenas dezoito meses depois do casamento, a 17 de Julho de 1859, com apenas vinte-e-dois anos de idade, de Difteria. Uma vez que tinham sido eles a escolher a noiva, o príncipe Alberto e a rainha Vitória ficaram muito abalados com a notícia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHcha3FOpiMQDcHiKrAnhhURRTXpg4ECXwS4s9vp_Bv7ovFs3XKJiMocAu2Rw01PGzuVrNNsRNgsdlyIkCJ8o45bniY7sZLOaXjb1O3vz9G7qXtveHfNJy4v_4kbht5CIHMxl_w4DvqRk/s1600/8288847_116948925358.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHcha3FOpiMQDcHiKrAnhhURRTXpg4ECXwS4s9vp_Bv7ovFs3XKJiMocAu2Rw01PGzuVrNNsRNgsdlyIkCJ8o45bniY7sZLOaXjb1O3vz9G7qXtveHfNJy4v_4kbht5CIHMxl_w4DvqRk/s400/8288847_116948925358.jpg" width="318" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha Dona Estefânia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Os reis ingleses ficaram sinceramente impressionados com a notícia. No próprio dia em que Estefânia morrera, a rainha Vitória escrevia à filha Vicky, a viver na Prússia: "<i>Pedro é <u>um filho nosso</u>. Fomos nós que arranjamos este casamento para ele, fomos nós que encontrámos esta pérola e, agora, <u>tudo </u>desapareceu - nem sequer existe uma criança como herdeira deles. Estou alarmada com o estado de espírito dele. O querido papá está muito deprimido. E toda a gente fala dele com lágrimas nos olhos</i>." Alguns dias passados, a 3 de Agosto de 1859, a rainha contava, ainda a Vicky, ter recebido uma carta comovedora do rei D. Pedro: "<i>Realmente despedaça-nos o coração e faz-nos pensar <u>a razão pela qual</u> acontecem coisas tão horríveis! O seu destino é tão penoso e inquietante. Desejaria fazer qualquer coisa por ele, pobre rapaz, tudo é horrível. Tanto mais que, dentro de poucos anos, o país <u>esperará </u>que case outra vez. Onde encontrar alguém <u>minimamente adequado</u> para suceder áquele anjo?</i>" (...)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tão triste andava que levou algum tempo antes de responder às cartas que a tia Vitória lhe mandara. Só a 16 de Fevereiro lhe escreveria, começando exactamente por pedir perdão: "<i>Vossa Majestade tentou aliviar os meus sofrimentos. Não penseis contudo que todo este intervalo de tempo tenha sido para mim um tempo de repouso. Nos últimos tempos, assaltaram-me todo o tipo de preocupações, sobretudo políticas, pelo que o meu espirito ainda não saiu da convalescença, sempre sofrendo profundamente, desencorajado pelo espectáculo de tudo o que rodeia, incerto sobre o meu futuro e sobre o que me acontecerá, é-me muito difícil encontrar, na minha força de vontade, a capacidade para executar a minha difícil profissão. O bem, que o tempo acaba por nos trazer, é sempre e infalivelmente destruído pelos assuntos e pelas lembranças constantes do meu passado tão recente e tão feliz. Trata-se de uma luta contínua entre o corpo e o espirito, da qual, se a calma e o repouso me continuarem a ser negados, um terá de sair vencido.</i>" Continuava com um lamento: "<i>A Estefânia resumia todas as minhas ambições, ela tinha tudo o que eu amava no mundo e levou tudo isso com ela</i>!" Menos aberto com a tia do que com o tio, voltaria, no entanto, a escrever-lhe a 30 de Janeiro de 1861, pedindo mais uma vez desculpa no atraso, atribuível, como dizia, ao ciclo alternado de actividade intensa e tranquilidade estéril, a que o governo de Loulé o forçava."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXVVsyRLKN5ES777Hu3XFx2ZCnuZ8gpr-ZaGTIG_8Prr0mu4rILp0fFjAjW10ko5ErCtRq-a-rLZZ7vo2kACN1NUcHXc1YrUVA12YBNMDnW_3tgtWF7MJOUWBFr2nMA6v-S76q7MHUZHg/s1600/144028-1292770979.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXVVsyRLKN5ES777Hu3XFx2ZCnuZ8gpr-ZaGTIG_8Prr0mu4rILp0fFjAjW10ko5ErCtRq-a-rLZZ7vo2kACN1NUcHXc1YrUVA12YBNMDnW_3tgtWF7MJOUWBFr2nMA6v-S76q7MHUZHg/s400/144028-1292770979.jpg" width="300" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">D. Pedro V</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Tragicamente, D. Pedro V acabaria por morrer apenas dois anos depois da sua esposa, a 11 de Novembro de 1861, de febre tifóide, quando tinha apenas vinte-e-quatro anos de idade. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">"Na família real inglesa, a morte de D. Pedro foi profundamente sentida. A 12 de Novembro, Vitória escrevia ao seu tio Leopoldo o seguinte: "<i>É um acontecimento quase incrível. E uma perda verdadeiramente europeia! Ele estava tão ligado ao meu amado Alberto, e os temperamentos e os gostos de ambos de tal forma se adequavam e ele tinha tal confiança no Alberto..</i>." A 14, o príncipe Alberto escrevia ao seu tutor, Stockmar: "<i>Você conhece o meu amor por Pedro e a forma como, através da troca de ideias, tentámos ambos trabalhar pelo progresso daquele infeliz país</i> [Portugal]", o que, na prática, o tornara quase um co-regente de Portugal. Na véspera, em carta à filha mais velha, Vicky, dizia lamentar a morte de alguém que poderia ter defendido com integridade o principio monárquico, ajudando desta forma "<i>um povo desgraçado</i>". Alguns dias depois, a 16, Vitória dizia a Vicky: "<i>Foi um golpe terrível para nós - e para o querido papá, que nele tinha encontrado alguém totalmente digno dele, enquanto que, por outro lado, infelizmente, não encontrou [esse consolo] junto de quem mais se esperava e de quem tanto se queria</i> [o príncipe de Gales]. Entretanto, anotava no seu diário: "<i>O meu Alberto tinha muito orgulho nele e amava-o como um filho (tal como me sucedia no meu caso) e ele tinha uma confiança total em Alberto e era digno dela.</i>"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqNcQnRvX47R-Tw-CbWQzCH4PR3-3uidAzG1KyzrZ-3ikAKFB0ZYDwWIej5XI8_gxHVwavg14WswsgxGd8_aAP7PWMLae_HgmL826n6qamJcp1oZYuh0086P3H88TPMfeunnqeq4uw-Ak/s1600/D._Pedro_V_%25281%2529_-_Retratos_de_portugueses_do_s%25C3%25A9culo_XIX_%2528SOUSA%252C_Joaquim_Pedro_de%2529.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqNcQnRvX47R-Tw-CbWQzCH4PR3-3uidAzG1KyzrZ-3ikAKFB0ZYDwWIej5XI8_gxHVwavg14WswsgxGd8_aAP7PWMLae_HgmL826n6qamJcp1oZYuh0086P3H88TPMfeunnqeq4uw-Ak/s400/D._Pedro_V_%25281%2529_-_Retratos_de_portugueses_do_s%25C3%25A9culo_XIX_%2528SOUSA%252C_Joaquim_Pedro_de%2529.png" width="343" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">D. Pedro V</td></tr>
</tbody></table>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;">Texto retirado maioritariamente do livro <a href="https://www.goodreads.com/book/show/11505758-d-pedro-v" target="_blank">"D. Pedro V" de Maria Filomena Mónica</a></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;"><span style="font-size: x-small;">Para consultar todas as cartas trocadas entre D. Pedro V e o príncipe-consorte Alberto de Inglaterra, existe o livro "<a href="http://www.custojusto.pt/lisboa/livros/-correspondencia-d-pedro-v-principe-alberto--18379281" target="_blank">Correspondência entre D. Pedro V e o seu tio, o Príncipe Alberto</a>" também compilado por Maria Filomena Mónica e "<a href="http://www.livrariaferreira.pt/3255/Pol%EDtica+Portuguesa+(S%E9c.+XIX)/CARTAS+DE+DOM+PEDRO+QUINTO+AO+PRINCIPE+ALBERTO" target="_blank">Cartas de D. Pedro V ao Príncipe Alberto</a>", compilado e traduzido por Rubén Andersen Leitão.</span></span></div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-37259884175786412362016-09-07T12:30:00.002+01:002016-09-07T22:30:00.823+01:00Jorge V do Reino Unido e o exílio dos Romanov - Segunda Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGm1X-B1EvinBGgwn6uJpDfbMRKFhYO1zgDtLKoqK1e3xkxJpRBTMzFm1rSlLyaUt4qKXVqEpqUnTl_N72Zskuh3OvPWQ2zhfAUgkmvHVqWYJz9oasU5a-yn3SlA1k9h3dpNyYRa2kw-U/s1600/image15.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="222" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGm1X-B1EvinBGgwn6uJpDfbMRKFhYO1zgDtLKoqK1e3xkxJpRBTMzFm1rSlLyaUt4qKXVqEpqUnTl_N72Zskuh3OvPWQ2zhfAUgkmvHVqWYJz9oasU5a-yn3SlA1k9h3dpNyYRa2kw-U/s400/image15.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">As famílias reais do Reino Unido e da Rússia em 1910</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Czarskoe Selo, os dias iam passando e a partida da família continuava a ser adiada. As conversas sobre Inglaterra começaram a desaparecer aos poucos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Será que a presença de Nicolau em Inglaterra teria colocado o trono de Jorge em perigo? Olhando para trás, tendo em conta a forma como os eventos se desenrolaram, essa hipótese parece extremamente improvável. Era verdade que a Grã-Bretanha não tinha ficado imune às greves e motins que tinham rebentado por toda a Europa desde a Revolução Russa. Pequenos problemas levavam a greves repentinas. Em 1918, 12.000 trabalhadores de uma fábrica de aviões em Conventry abandonaram os seus postos de trabalho porque tinham ouvido rumores falsos de que seriam obrigados a juntar-se ao exército. Além disso, a Inglaterra, tal como o resto da Europa, tinha a sua quota-parte de pessoas que apregoava uma retórica de mudança, revolução e até uma república. Uma semana depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros retirar o convite ao czar, H. G. Wells escreveu no The Times que a Grã-Bretanha se devia livrar das "<i>amarras antigas do trono e do ceptro</i>", e propôs a criação de sociedades republicanas por todo o país. (Wells tinha já escrito um artigo célebre no qual descreveu o circulo de amigos de Jorge V como "<i>uma corte de extraterrestres e sem inspiração</i>", ao que o rei deu a sua única resposta bem-humorada da qual há conhecimento: <i>"posso não ter grande inspiração, mas raios me partam se sou um extraterrestre</i>"). No entanto, não havia, da parte da população, uma resposta relevante ao republicanismo revolucionário - nada, por exemplo, à escala das centenas de clubes republicanos que surgiram ao longo da década de 1870. De todas as populações civis envolvidas na guerra, os britânicos foram os que menos sofreram em termos de necessidades e mortes - as mortes de civis na Alemanha foram muito superiores do que as da Grã-Bretanha - e eram os que estavam mais afastados dos campos de batalha. LLoyd George lidou com a agitação que encontrou de forma muito mais eficaz do que qualquer outro estadista na Europa. Apesar de o seu governo ser dominado pelos Conservadores, a grande popularidade que tinha e o seu historial de melhoramentos na vida social do país deram-lhe credibilidade junto dos grevistas, ao mesmo tempo que os seus instintos políticos o levaram a conseguir acordos com os revoltosos, ao contrário do que aconteceu noutros países, onde a solução encontrada foi uma forte e violenta repressão. Enquanto fazia tudo isto, dizia ao país que estava a defender a Liberdade - da forma como esta era vista no sistema britânico - e a destruir a casta militar alemã e a opressão que esta exercia sobre o povo alemão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikaFhDJ2y3sNrfElhFK7YohxEL1g-6RGnAHDrnqAJdS6rS4BkDhq3f5LBatlnT3n5418qzoIq4ZdUv9ngtxWwc33NH0pJK3jrxeloqFTNT-azDoLXOkajsEdHM5cfwAiXDQdRSHZvFiTw/s1600/tumblr_mug3m6pxSM1sq6judo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikaFhDJ2y3sNrfElhFK7YohxEL1g-6RGnAHDrnqAJdS6rS4BkDhq3f5LBatlnT3n5418qzoIq4ZdUv9ngtxWwc33NH0pJK3jrxeloqFTNT-azDoLXOkajsEdHM5cfwAiXDQdRSHZvFiTw/s400/tumblr_mug3m6pxSM1sq6judo1_500.jpg" width="342" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O rei Jorge V com membros da alta aristocracia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Se Lloyd George e outros políticos achassem mesmo que trazer o ex-czar para a Inglaterra fosse uma ameaça para a coroa e para a estrutura constitucional da Grã-Bretanha - algo que nenhum deles queria, então nunca teriam sequer aceite o pedido de asilo em primeiro lugar. Foi outra grande ironia que Jorge nunca compreendeu: Lloyd George, o homem que tinha ideais políticos completamente opostos aos dele, foi o homem que manteve o seu trono em segurança. Seria também o homem que iria encobrir o envolvimento de Jorge na rejeição dos Romanov, omitindo por completo o papel que teve no seu livro de memórias, intitulado "War Memoirs", e assumindo por completo a culpa que havia a assumir - apesar de ter alegado falsamente que a Grã-Bretanha nunca tinha retirado o convite, e ter dito, de forma mais verdadeira, que não havia garantias de que o governo provisório tivesse a capacidade de retirar o czar da Rússia. Buchanan também seria culpado por os britânicos não terem conseguido levar o plano adiante; passaria o resto da vida a tentar exonerar-se sem sucesso - também assumiu que a fonte da decisão para retirar o convite tinha sido LLoyd George.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCKddqqrPYpBVccjhVVQeEieoZ2iBdn8Q-jQIno7xPCxl2NR1i9nt9R0ekWtmOPM03hWIsxH0LjkneD5-Uhz7jsahxVQN8Z5iwbiDR6hFL_d7VsVuXjBuDoyfmh5DthyphenhyphenOU_ui8ln7ss3g/s1600/tumblr_n1tpdsknvY1t5k7qjo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="391" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCKddqqrPYpBVccjhVVQeEieoZ2iBdn8Q-jQIno7xPCxl2NR1i9nt9R0ekWtmOPM03hWIsxH0LjkneD5-Uhz7jsahxVQN8Z5iwbiDR6hFL_d7VsVuXjBuDoyfmh5DthyphenhyphenOU_ui8ln7ss3g/s400/tumblr_n1tpdsknvY1t5k7qjo1_500.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau II (sentado) com a sua tia Alexandra do Reino Unido (sentada, ao fundo), a sua mãe, Maria Feodorovna (sentada,em frente), o seu primo, Jorge V (em pé) e a avó de ambos, a rainha Lusa da Dinamarca (em pé).</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A verdade era que Jorge tinha-se tornado imensamente sensível às críticas dirigidas tanto a si como à monarquia - nesse aspecto estava, na altura, muito mais informado e atento à opinião pública do que qualquer dos seus primos. Qualquer sussurro deixava-o incomodado e profundamente deprimido. Um sinal claro da ansiedade que sentia ficaria para a História alguns meses depois, quando, em Julho de 1917, ficou de tal forma incomodado com algumas insinuações da parte da opinião pública de que a família real não era completamente leal à causa da guerra por terem o apelido alemão de Saxe-Coburgo-Gota, que decidiu mudá-lo para "Windsor". Jorge não estava errado ao assumir que a vinda do seu primo seria muito mal vista num país cujo o governo justificava a guerra como uma luta pela liberdade contra a autocracia. No entanto, é extremamente improvável que tal decisão lhe tivesse custado o trono. Entrou em pânico e colocou as suas preocupações acima das suas relações familiares, que sempre tinha defendido como essenciais, e acima do primo com quem dizia preocupar-se tanto. Foi o golpe final ao culto da família que a sua avó, a rainha Vitória, tinha defendido com toda a força. Foi também uma decisão que revelou uma monarquia ciente da necessidade de se vender aos seus súbditos para sobreviver.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7-QAp6f-k8HrEHgUFcYlGrVSqL8JRgS9sLD8NV_NVjR8_i6jnb-q32Z3mfvavNVLO5xAsLRezbsqCxd8V9lJ4A9cmwSjO6TzQXEEJIHgOR9wkD88WQ957UY_gcGz8uYQZukfKsSLJIm0/s1600/tumblr_nw6hbehBxJ1t5k7qjo1_500.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="297" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7-QAp6f-k8HrEHgUFcYlGrVSqL8JRgS9sLD8NV_NVjR8_i6jnb-q32Z3mfvavNVLO5xAsLRezbsqCxd8V9lJ4A9cmwSjO6TzQXEEJIHgOR9wkD88WQ957UY_gcGz8uYQZukfKsSLJIm0/s400/tumblr_nw6hbehBxJ1t5k7qjo1_500.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A rainha Alexandra do Reino Unido, Jorge V, a grã-duquesa Xenia Alexandrovna, o príncipe Valdemar da Dinamarca, a princesa Thyra da Dinamarca, o príncipe Jorge da Grécia e Dinamarca, a princesa Maria da Grécia e da Dinamarca e o czar Nicolau II, na Dinamarca, em finais da década de 1880</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 16 de Julho de 1918, o dia em que o czar e a sua família foram assassinados, Jorge V foi assistir a um treino de balões da RAF em Roehampton. A notícia da morte do antigo czar foi dada oficialmente três dias depois. A 25 de Julho, Jorge decretou um mês de luto na corte e escreveu no seu diário que, na companhia da sua esposa Maria tinha estado presente "numa missa na igreja russa em Welbeck street, em memória do querido Nicky que, temo, foi morto a tiro o mês passado pelos bolcheviques. Adorava o Nicky, que era o homem mais gentil que conheci, um verdadeiro cavalheiro que amava o seu país e o seu povo". Três dias depois, escreveu que o vice-cônsul da Grã-Bretanha em Moscovo, Robert Bruce Lockhart, tinha reportado que "o querido Nicky" tinha sido morto a tiro pelo Soviete local de Ecaterimburgo. "<i>Não foi nada mais que um homicídio brutal</i>". Em finais de Agosto, escreveu: <i>"soube da Rússia que há grandes probabilidades de que a Alicky, as quatro filhas e o menino tenham sido assassinados ao mesmo tempo que o Nicky. É demasiado horrível e mostra os demónios que esses bolcheviques são. Talvez tenha sido o melhor para a pobre Alicky. Mas para aquelas pobres crianças inocentes!</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2XK8rlwugArJd5IaQ_12zHC6d7fJSzZTEz56W3MTZzKIddEQugWg7JprONPyDoXLLjM3DdEDBmG-iyVOt6ucOt4Zkvz156GTORAFRbl_7bDOrAfLArweBF6gmbzQ_ipkMYHxBzVJXKdQ/s1600/tumblr_nnsku2RCzf1upjnawo1_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2XK8rlwugArJd5IaQ_12zHC6d7fJSzZTEz56W3MTZzKIddEQugWg7JprONPyDoXLLjM3DdEDBmG-iyVOt6ucOt4Zkvz156GTORAFRbl_7bDOrAfLArweBF6gmbzQ_ipkMYHxBzVJXKdQ/s400/tumblr_nnsku2RCzf1upjnawo1_1280.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Olga, Anastásia, Alexei, Tatiana e Alexandra, no Palácio de Alexandre, no Outono de 1915</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Parece que Jorge e Stamfordham concordaram tacticamente numa espécie de amnésia intencional. Também não demoraram a culpar o governo por não ter feito nada. No dia em que se realizou a missa fúnebre em honra de Nicolau, Stamfordham escreveu a Lord Esher, em tom ofendido:</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>Alguma vez terá havido um homicídio tão cruel e será que alguma vez este país mostrou uma indiferença de tal forma caluniosa a uma tragédia desta magnitude? O que significa tudo isto? Tanto quanto saiba, o primeiro-ministro nem sequer se fez representar por ninguém. Onde está a nossa compaixão, gratidão, decência comum nacional? Por que motivo é que o kaiser não fez da libertação do czar e da sua família uma condição no tratado de paz de Brest-Litovsk?</i></span></blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioavu4t9NigMi8eVhP4_7gzyKXZWp-u3zoM5DpEzRi-9iaG2nz6CvBlSWrTHrdMF_2abccLcKtWc9PXOJMnGbaOpz-jBYoLq6DZF6bSS61t9mbkwnd5T5THuE2w5TxFRc4kDqw10F5ZGM/s1600/9815_744231835685027_5409155274373454215_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="380" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioavu4t9NigMi8eVhP4_7gzyKXZWp-u3zoM5DpEzRi-9iaG2nz6CvBlSWrTHrdMF_2abccLcKtWc9PXOJMnGbaOpz-jBYoLq6DZF6bSS61t9mbkwnd5T5THuE2w5TxFRc4kDqw10F5ZGM/s400/9815_744231835685027_5409155274373454215_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maria com o pai, Nicolau II</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Esta carta é um quanto dissimulada, uma vez que apenas três dias antes da missa, Stamfordham tinha dito a Balfour que Jorge não deveria estar presente, uma vez que temia irritar a opinião pública.</span></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O filho mais velho de Jorge, o duque de Windsor, disse que o assassinato dos Romanov abalou profundamente a "<i>confiança que [o pai] tinha na decência humana. Havia uma ligação muito verdadeira entre ele e o primo Nicky</i>". O duque de Windsor afirmou que o seu pai "<i>tinha planeado ir salvar o czar pessoalmente com um navio cruzador britânico, mas o plano acabou por ser bloqueado de alguma forma. De qualquer das formas, o meu pai ficou profundamente magoado por os britânicos não terem levantado uma mão para salvar o seu primo Nicky</i>". Até ao fim da vida, o rei Jorge V costumava dizer "<i>aqueles políticos! Se fosse um deles, tinham agido a tempo!</i>".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfFLrNYP1IsYLeyD6lbMSMCTocsorV-FzpUaRjb8pIF1dWk5188gdV5knSakXmQ5gxcz-RnwxdCiKsuSBFY0xmyKEq3d2P7WEza3UGh36L4MhMBSCqTfOSPTHLdA9IfiQqlGzIkvCfz7M/s1600/Prince_Edward%252C_Tsar_Nicholas_II%252C_Tsarevich_Alexei_and_Prince_George_at_Osborne_House.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfFLrNYP1IsYLeyD6lbMSMCTocsorV-FzpUaRjb8pIF1dWk5188gdV5knSakXmQ5gxcz-RnwxdCiKsuSBFY0xmyKEq3d2P7WEza3UGh36L4MhMBSCqTfOSPTHLdA9IfiQqlGzIkvCfz7M/s400/Prince_Edward%252C_Tsar_Nicholas_II%252C_Tsarevich_Alexei_and_Prince_George_at_Osborne_House.jpg" width="251" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Eduardo (futuro rei Eduardo VII e duque de Windsor), Nicolau II, Alexei e Jorge V em 1910</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Texto retirado do livro "The Three Emperors - Three Cousins, Three Empires and the Road to World War One" de Miranda Carter</span><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/f_DdRCe_iIs/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/f_DdRCe_iIs?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Reacção do rei Jorge V à morte dos Romanov, retratada na mini-série "The Lost Prince"</span></div>
</div>
</span>tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7517175641332279566.post-69074553091598034302016-09-06T15:31:00.002+01:002016-09-07T12:30:51.409+01:00Jorge V do Reino Unido e o exílio dos Romanov - Primeira Parte<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx1zwcswx29hiGvAqlczP_dbL9sKgw0zKLuUMmvOp7QP-5P7baT2fTgTIegjalUt24WZ16-rTsnlf5AdpaoXSv8d1GfbzhcCfS3wENZ5xhm1vzg74sYvCaw5KydKy8CuXr7WcIwnVwceM/s1600/1256321-portrait-of-king-george-v-1865-1936-and-tsar-nicholas-ii-of-russia-1868-1918.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgx1zwcswx29hiGvAqlczP_dbL9sKgw0zKLuUMmvOp7QP-5P7baT2fTgTIegjalUt24WZ16-rTsnlf5AdpaoXSv8d1GfbzhcCfS3wENZ5xhm1vzg74sYvCaw5KydKy8CuXr7WcIwnVwceM/s400/1256321-portrait-of-king-george-v-1865-1936-and-tsar-nicholas-ii-of-russia-1868-1918.jpeg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Jorge V e Nicolau II</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>Chegaram más notícias da Rússia,</i>" escreveu o rei Jorge V do Reino Unido no seu diário a 13 de Março de 1917, dois dias antes de o seu primo direito, o czar Nicolau II da Rússia, ter abdicado do trono, dando início à Revolução Russa, "<i>praticamente que rebentou uma revolução em Petrogrado e alguns dos regimentos de guardas fizeram motins e mataram os seus oficiais. Este levantamento é contra o governo, não contra a guerra</i>". A 15 de Março, já tinha recebido mais informações: "<i>temo que a responsável por tudo isto seja a Alicky e o Nicky foi fraco (...) estou em desespero</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Era quase o único que se sentia daquela forma. Por todas as ruas do império, desde Moscovo até Tiflis, o fim da autocracia foi celebrado foi sinos, canções, vivas e bandeira. Os símbolos do poder imperial, as insígnias e estátuas, foram arrancados de edifícios e pedestais. Em França e na Grã-Bretanha, a queda do czar foi recebida com alívio. Os excessos do regime tinham-se tornado embaraçosos e havia a esperança de que, com uma democracia, a Rússia tivesse menos vontade de fazer acordos com a Alemanha. Os EUA, que tinham acabado de entrar na guerra, reconheceram o novo governo com entusiasmo logo uma semana depois da abdicação. Lloyd George [primeiro-ministro do Reino Unido], que se estava a esforçar por combater o cansaço da guerra com a ideia de que os sacrifícios da Entente eram a favor da grande causa da Liberdade e da Democracia, enviou um telegrama a dar os parabéns pela revolução, "<i>a melhor coisa que o povo russo fez até agora na defesa da causa pela qual os Aliados estão a lutar</i>". Demonstrava "<i>a verdade fundamental de que esta guerra é, no fundo, uma luta pelo governo do povo, tanto como o é pela liberdade. Mostra que, ao longo da guerra, o princípio da liberdade, que é a única garantia de paz no mundo, já conquistou uma vitória arrebatadora</i>". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/34/LloydGeorge.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/34/LloydGeorge.jpg" width="317" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lloyd George</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Jorge V odiou o telegrama e não conseguiu compreender que este tinha sido escrito tanto para consumo interno como para o novo governo russo (que, como se viria a constatar, incluía um número significativo de novos membros que eram muito mais favoráveis às tradições políticas britânicas do que qualquer pessoa do regime czarista). Stamfordham [secretário particular do rei] recebeu instruções para se queixar que o telegrama era "um pouco forte", principalmente tendo em conta que vinha de um governo monárquico. Lloyd George recordou o secretário do rei que a própria constituição britânica tinha surgido graças a uma revolução - a revolução sem sangue de 1688.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Jorge decidiu então enviar a sua própria mensagem de apoio a Nicolau: "<i>os eventos da semana passada deixaram-me profundamente perturbado. Estou sempre a pensar em ti e serei sempre um verdadeiro e dedicado amigo tal como sabes que já fui no passado</i>". O ministro dos negócios estrangeiros do governo provisório, Pavel Miliukov, um antigo membro da Duma que reverenciava Sir Edward Grey [ministro dos negócios estrangeiros do Reino Unido entre 1905 e 1916] e admirava as tradições liberais da Grã-Bretanha, disse a Buchanan [embaixador do Reino Unido na Rússia] que a carta não podia ser entregue ao destinatário. O novo Soviete começava a mostrar uma vontade preocupante de executar o czar. O clima político em Petrogrado era de tal forma instável que o telegrama de Jorge apenas serviria para piorar a situação. A única solução que Miliukov via era retirar o czar da Rússia o mais rapidamente possível. Quando, a 21 de Março, Buchanan avisou que "<i>qualquer violência exercida sobre o imperador e a sua família teria um efeito deplorável e chocaria a opinião publica neste país</i>", Miliukov perguntou-lhe se a Grã-Bretanha estaria disposta a dar asilo aos Romanov. Quando reportou o pedido do ministro dos negócios estrangeiros, Buchanan acrescentou a sua opinião de que o pedido deveria concedido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Sir_George_William_Buchanan_in_1915.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/af/Sir_George_William_Buchanan_in_1915.jpg" width="288" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sir George Buchanan, embaixador da Grã-Bretanha na Rússia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nesse mesmo dia, o antigo imperador e a família foram colocados em prisão domiciliária. Os soldados tinham chegado a Czarskoe Selo uma semana antes, tinham cercado o palácio e cortado o fornecimento de água. Alexandra não soube nada de Nicolau durante três dias. Alexei estava com sarampo e em grande sofrimento. A czarina quase desmaiou quando soube da abdicação, depois reagiu com o seu fatalismo característico: "<i>é o melhor. É a vontade de Deus. Deus vai garantir que a Rússia fica a salvo. É só isso que interessa</i>". O governo provisório disse aos seus prisioneiros que aquela medida era apenas uma precaução para os manter em segurança. Disseram-lhes que o plano era levá-los até à fronteira marítima da Finlândia, que ficava a apenas algumas horas de distância, e colocá-los a bordo de um navio britânico, onde viajariam até à Inglaterra. Nicolau, que recebeu permissão para deixar Stavka antes de regressar a Czarskoe Selo, disse ao representante militar britânico que tinha a esperança de se retirar para a Crimeia, mas que, "<i>se isso não for possível, prefiro ir para a Inglaterra do que para qualquer outro sítio</i>".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwVsygZUfiouniYtmovW5A2vn4GtXhPrIcU2nHMqTv6ii0vMZppeEjXBciAQL7NUgKRezYvAK8igOB6g9Y2_Zgg2kmSoriyPE5_slYHR4-jrqGbnsCoq1c5i7EIar36nP_mKswN73ShdA/s1600/3451e1c1f108.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="383" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwVsygZUfiouniYtmovW5A2vn4GtXhPrIcU2nHMqTv6ii0vMZppeEjXBciAQL7NUgKRezYvAK8igOB6g9Y2_Zgg2kmSoriyPE5_slYHR4-jrqGbnsCoq1c5i7EIar36nP_mKswN73ShdA/s400/3451e1c1f108.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau, Alexandra e as filhas Anastásia, Olga e Maria por volta de 1916-17</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Lloyd George não gostava muito da ideia de dar abrigo ao autocrata de todas as Rússias que tinha perdido todo o crédito, mas, quando pediu a opinião do antigo conselheiro do rei Eduardo VII, Sir Charles Hardinge, e a Stamfordham, concordou que "<i>a proposta (...) não pode ser recusada</i>". Stamfordham acrescentou que Buchanan devia "<i>dar a entender</i>" que o governo russo deveria atribuir um rendimento ao ex-czar para ele viver. Quando Lloyd George sugeriu (sem dúvida de forma provocatória) que o rei [Jorge V] podia emprestar "<i>uma das suas casas</i>", o ministro respondeu rispidamente que o rei "<i>não tem casas, excepto Balmoral</i>", que não tinha quaisquer condições.</span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"> </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8a8vm2jx0eapDSLtPwKa2563uQ3AnmqA6U0AgsuJCs-dwYXuHAijZjyMn0QkEnBGmh65Dqf14LeNtVwVWSrirwfyjNRlI-PaqbKRn9V9lCgIIHwQPK1UsbTo4YynjGZ1GRNQC0EMe_Xk/s1600/513896553.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8a8vm2jx0eapDSLtPwKa2563uQ3AnmqA6U0AgsuJCs-dwYXuHAijZjyMn0QkEnBGmh65Dqf14LeNtVwVWSrirwfyjNRlI-PaqbKRn9V9lCgIIHwQPK1UsbTo4YynjGZ1GRNQC0EMe_Xk/s400/513896553.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lloyd George (esq.) com o rei Jorge V e o futuro rei Eduardo VIII</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Nicolau chegou a Czarskoe Selo nesse mesmo dia, fazendo o seu caminho da desgraça por entre as divisões cheias de soldados curiosos que, agora, não tinham qualquer motivo para se colocar em formação ou fazer a saudação. Quando chegou aos aposentos privados da família, perdeu a compostura e começou a chorar. Um cortesão disse que ele parecia "<i>um velho</i>". Quando tentou sair para ir dar uma volta a pé, foi cercado por seis soldados que o mandaram afastar-se com a ponta das suas espingardas. "N<i>ão pode ir para aí, Gospodin Polkovnik</i> [Sr. Coronel]", disseram eles. <i>"Afaste-se quando o mandam, Gospodin Polkovnik</i>". Nicolau deixou-se ficar, pequeno, em silêncio e sem qualquer expressão no rosto. Mais tarde, nessa mesma noite, chegaram três carros armados cheios de soldados demasiado entusiasmados de Petrogrado que anunciaram que iam levar o ex-czar para a fortaleza de São Pedro e São Paulo - outro sinal que mostrava como o controlo que o governo provisório tinha sobre os soldados era ténue. Eventualmente, conseguiram convencer os soldados a ir embora, com a condição de que poderiam ver o czar. Pouco depois da meia-noite, outro grupo de soldados assaltou a campa de Rasputine no parque imperial, exumaram o corpo e queimaram-no.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEgeC2StBWjRDHcd1jscLXWX9CFzNhgGypsYkIUjNKPuz4-OTwQXsfFVYHSVU7q2GaSAZVjYsXOjbJi3jNp4d67q1dNezeXwNCS6p7Li5uxoE79UbI2797vj87tFgOV3zZhX-LldqbcU4/s1600/003282d62058.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEgeC2StBWjRDHcd1jscLXWX9CFzNhgGypsYkIUjNKPuz4-OTwQXsfFVYHSVU7q2GaSAZVjYsXOjbJi3jNp4d67q1dNezeXwNCS6p7Li5uxoE79UbI2797vj87tFgOV3zZhX-LldqbcU4/s400/003282d62058.jpg" width="381" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nicolau II no verão de 1917, no Palácio de Alexandre</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Miliukov garantiu a Buchanan que o governo russo iria pagar o exílio do czar, mas pediu-lhe que não revelasse que o pedido de santuário tinha vindo da parte do governo, uma vez que temia enfurecer a opinião pública e o Soviete de Petrogrado. Parecia claro que levar a família às escondidas para a Finlândia não seria tão simples como parecia. Entretanto passou uma semana. A Inglaterra e Jorge ocupavam claramente os pensamentos da família imperial. Nicolau escreveu no seu diário que estava a planear começar a escolher as coisas que levaria consigo para Inglaterra, Alexandra começou a falar constantemente das memórias que tinha de Osborne e os seus filhos começaram a perguntar aos tutores como seria a sua vida em Inglaterra.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGaXzsWb2QYSOIlEcs8C-HpAUeH63ND3eNjBzWDRbASg4m6E99UTOQcKCcdr76vV6EbmTq_KCan3e9rVDv_uoDScTrgE2VTOTdiypJajhyphenhyphenqGzuHcafLRrJ05ls5iKOKomqGT-deoOe-A/s1600/tatsoldieranabald1917_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGaXzsWb2QYSOIlEcs8C-HpAUeH63ND3eNjBzWDRbASg4m6E99UTOQcKCcdr76vV6EbmTq_KCan3e9rVDv_uoDScTrgE2VTOTdiypJajhyphenhyphenqGzuHcafLRrJ05ls5iKOKomqGT-deoOe-A/s400/tatsoldieranabald1917_2.jpg" width="360" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tatiana e Anastásia com soldados no verão de 1917</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Em Londres, Jorge começou a ter sérias dúvidas se seria boa ideia trazer o seu primo para Inglaterra. A 30 de Março, Stamfordham escreveu ao antigo primeiro-ministro, Arthur Balfour, que Lloyd George tinha escolhido para ministro dos negócios estrangeiros:</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>O rei tem pensado muito na proposta do governo para que o imperador e a família venham para Inglaterra. Como, sem dúvida, sabe, o rei tem uma amizade pessoal muito profunda com o imperador e, por isso, teria todo o prazer em fazer qualquer coisa para o ajudar nesta crise. No entanto, Sua Majestade não consegue evitar certas dúvidas, não só no que diz respeito aos perigos da viagem, mas também, de um modo mais geral, em termos de conveniência, se seria aconselhável a família real passar a residir neste país"</i>.</span></blockquote>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Balfour enviou uma resposta sem compromissos. Miliukov tinha acabado de enviar outro telegrama a pedir que o czar deixasse a Rússia de uma vez e o antigo primeiro-ministro era da opinião que "<i>embora os ministros de Sua Majestade compreendam as dificuldades aludidas na sua carta (...) são da opinião que, a não ser que haja uma mudança de posição, neste momento já não é possível retirar o convite que foi enviado, e, por isso, esperam que o rei concorde com o convite original, que foi enviado seguindo o conselho dos ministros de Sua Majestade</i>".</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 3 de Abril, duas das damas-de-companhia de Alexandra, Lili Dehn e a odiada Anna Vyrubova, foram presas e levadas para Petrogrado para serem interrogadas. O casal imperial recebeu também ordens para viver em separado enquanto a questão da traição de Alexandra era investigada. </span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWXI1rJ3vBNi9vfsxJFchBltqZ1rvlIfAWUbDU7K2NdoiW40c0KkI9paJTCPBuwoAlszhrKdviL7_PP-BT8qjBy0AfCfvqF3FHCTmB6HOqClp1NX6MyXqloRaeSpzbZGBZBebjrBRYrrU/s1600/d48d9f932d6841dd4f181bc59d548f63.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWXI1rJ3vBNi9vfsxJFchBltqZ1rvlIfAWUbDU7K2NdoiW40c0KkI9paJTCPBuwoAlszhrKdviL7_PP-BT8qjBy0AfCfvqF3FHCTmB6HOqClp1NX6MyXqloRaeSpzbZGBZBebjrBRYrrU/s400/d48d9f932d6841dd4f181bc59d548f63.jpg" width="395" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Alexandra com a sua dama-de-companhia Lili Dehn e a filha Tatiana</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 6 de Abril, Stamfordham escreveu a Balfour a insistir para que o convite fosse retirado:</span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>A cada dia que passa, o rei preocupa-se cada vez mais com a questão da vinda do imperador e da imperatriz para este país. Sua Majestade recebe cartas de pessoas de todas as classes sociais, pessoas que lhe são ou não conhecidas, nas quais lhe dizem que o assunto está a ser muito discutido, não só nos clubes, mas também pelos trabalhadores, e que os membros do partido trabalhista na Câmara dos Comuns estão-se a mostrar adversos à proposta (...) tenho a certeza que sabe como tudo isto será estranho para a nossa Família Real, que tem relações de parentesco tão próximas tanto com o imperador como com a imperatriz (...) o rei quer que lhe pergunte se, depois de se reunir com o primeiro-ministro, não devermos contactar Sir George Buchanan, no sentido de pedir ao governo russo que arranje outro local para estabelecer a futura residência de Suas Majestades Imperiais?</i>"</span></blockquote>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Algumas horas depois, enviou outra carta: </span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">"<i>O rei pede-lhe que faça ver ao primeiro-ministro que, tendo em conta tudo aquilo que ele tem ouvido e aquilo que lê na imprensa, o público iria ressentir fortemente a vinda para este país do ex-imperador e imperatriz e, sem dúvida alguma, iria comprometer a posição do rei e da rainha, de quem, de um modo geral, as pessoas já acham que veio o convite. (...) Buchanan tem de receber instruções para dizer a Miliukov que a oposição à vinda do imperador e da imperatriz para este país é tão forte que temos de retirar o consentimento que foi dado à proposta do governo russo inicialmente"</i>.</span></blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNXE5xgyfxh7BYmbs5Z-6pfwaRryXNjWQGIot1HTrI4ZSBFEJE7bStU7-axKrhGgyEXcdRE33TvxNCYAWBpcP_kvCUcEKsxc2LaWKLihSnh52sLuRKKfx97VX3oojfq-ElB8Ed1OdkQdg/s1600/KingGeorgePrincessToriaQueenAlexandraMariaFeodorovnaQueenMary.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="321" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNXE5xgyfxh7BYmbs5Z-6pfwaRryXNjWQGIot1HTrI4ZSBFEJE7bStU7-axKrhGgyEXcdRE33TvxNCYAWBpcP_kvCUcEKsxc2LaWKLihSnh52sLuRKKfx97VX3oojfq-ElB8Ed1OdkQdg/s400/KingGeorgePrincessToriaQueenAlexandraMariaFeodorovnaQueenMary.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O rei Jorge V, acompanhado da mãe, a rainha Alexandra, a tia, a imperatriz Maria Feodorovna, e a esposa, a rainha Mary do Reino Unido</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">A 10 de Abril, Stamfordham encurralou LLoyd George em Downing Street para "<i>lhe transmitir a opinião do rei de que o imperador e a imperatriz da Rússia não deveriam vir para este país e que (...) seria muito injusto para o rei se Suas Majestades Imperiais viessem para aqui quando o sentimento popular contra eles é tão pronunciado</i>". Depois voltou a queixar-se a Balfour, dizendo-lhe que tinha visto um telegrama de Buchanan que "<i>evidentemente achou que a vinda do imperador e da imperatriz estava garantida e que era apenas uma questão de tempo</i>". O rei era da opinião que Buchanan já deveria ter retirado o convite. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Os argumentos de Stamfordham tiveram efeito no governo. LLoyd George sabia que proteger os Romanov não seria bem visto na Grã-Bretanha e não queria fazer nada que afastasse o governo russo que ia ficando cada vez mais instável. Temia que acabassem por sair da guerra de repente, deixando a frente ocidental vulnerável a um ataque alemão em larga escala. Balfour achava que o rei estava "numa posição complicada". Ninguém iria acreditar que o convite não tinha sido feito pela corte. Talvez fosse melhor enviar os Romanov para o sul da França? O Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado: "<i>o governo de Sua Majestade não irá insistir na oferta de hospitalidade que colocou anteriormente à família imperial</i>". Balfour enviou um telegrama a Buchanan e disse-lhe para não falar mais no convite. O embaixador obedeceu com era seu dever. Miliukov já não referia o assunto há alguns dias, parecia óbvio que a questão se estava a tornar numa batata quente para o governo russo e, obviamente, se houvesse "algum perigo de criar um movimento anti-monárquico", então a Inglaterra não era o melhor lugar para colocar o czar e era melhor pedir a opinião dos franceses. Mas, em casa, segundo a sua filha, era óbvio que o embaixador estava profundamente perturbado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf7xpt5s5JB765CPDNMGS2maK4WOMntYhcN34hf1vvkvgoVIg83xtMkLuH2KwgL1DRX3QVEwcxL4IqFp-RariyHo3mxo1ewklOwcc6lHZtFYh2ZgHM3mVvdbHMMnbzEaM8V2hG-psdtu0/s1600/0_155e4f_e5ac39fc_orig.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgf7xpt5s5JB765CPDNMGS2maK4WOMntYhcN34hf1vvkvgoVIg83xtMkLuH2KwgL1DRX3QVEwcxL4IqFp-RariyHo3mxo1ewklOwcc6lHZtFYh2ZgHM3mVvdbHMMnbzEaM8V2hG-psdtu0/s400/0_155e4f_e5ac39fc_orig.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Anastásia e Nicolau rodeados de soldados no parque de Alexandre no verão de 1917</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: x-small;">Texto retirado do livro "The Three Emperors - Three Cousins, Three Empires and the Road to World War One" de Miranda Carter</span></div>
</div>
</div>
tuga9890http://www.blogger.com/profile/13630134659069065869noreply@blogger.com6