Yakov Yurovsky |
Nos primeiros dias de Julho de 1918, recebi uma ordem da
parte dos deputados dos Urais do Comité Executivo de trabalhadores, camponeses
e soldados soviéticos que me elevaram à posição de Comandante da chamada Casa do
Propósito Especial, na qual se encontravam o czar Nicolau II, a sua família e
alguns criados chegados a eles.
Entre 7 e 8 de Julho, parti, juntamente com o
presidente do Comité Executivo Regional dos Soviéticos dos Urais, o camarada
Beloboridov, para a Casa do Propósito Especial, onde substituí o antigo
comandante, o camarada Avdeyev. Deve dizer-se que o camarada Avdeyev, assim
como o seu assistente, o camarada Ukraintzev, cuidaram dos seus deveres de
maneira descuidada no que diz respeito à guarda do czar que, na opinião deles,
devia ter sido liquidado imediatamente. Esta atitude reflectiu-se
irremediavelmente na moral dos antigos trabalhadores da Fábrica Zlokazovky que
se tinham tornado guardas da casa, assim como dos soldados do Exército Vermelho
da Fábrica Syseretsky. Já há algum tempo que os trabalhadores diziam que Nicolau e
a sua família deviam ter sido mortos para não gastarem o
dinheiro das pessoas a manter guardas e tudo o mais. Contudo, nesta altura, o
Comité Central ainda não tinha tomado nenhuma decisão definitiva sobre esta
questão e era necessário tomar medidas para que os guardas tivessem o mais alto
nível de conduta possível. Deve dizer-se que nem o aparelho de comunicação que nos ligava
ao regimento soviético e secções da guarda exterior, nem as
metralhadoras que tinham sido arranjadas em vários locais funcionavam
correctamente. Esta situação forçou-me a contratar alguns camaradas experientes
que conhecia da Comissão Extraordinária regional onde tinha sido colega e
membro. Desta forma, organizei a guarda interna, contratei novos metralhadores
um dos quais me recordo em particular: o camarada Tzsalms. Neste momento não me
recordo dos apelidos de outros camaradas. Deve dizer-se que, em caso de incêndio, não se tomariam quaisquer precauções. Havia equipamento de fogos, havia um poço ao qual se
poderia ir buscar água e organizei pessoalmente tudo o que fosse necessário em
caso de incêndio. À medida que fui conhecendo os prisioneiros, reparei que
estes ainda possuíam bens preciosos, nomeadamente nas mãos de Nicolau, bem como
nas da sua família e criados – o cozinheiro Kharitonov, o criado de quarto
Trupp e também no Dr. Botkin e na dama-de-companhia, Demidova. Entre os
prisioneiros também havia um rapaz chamado Sednev, que servia o Alexei. Os bens
de Nicolau estavam guardados em vários locais, dentro de casa e na zona do
armazém. Propus organizar uma busca, mas o Comité Executivo não me
deu autorização para tal.
A Casa Ipatiev |
Deve compreender-se que esta busca não foi considerada
necessária uma vez que, por esta altura, tinham acabado de descobrir
um esquema que permitia a troca de cartas entre Nicolau e o mundo exterior. No
entanto considerei que deixá-los ficar com os seus valores nesta altura poderia
não ser seguro tendo em conta o facto de que tal poderia tentar alguns dos
guardas, decidi, por minha própria conta e risco, retirar-lhes os bens valiosos
que possuíam. Para tal, convidei o assistente do comandante, o camarada Nikulin
para me acompanhar e pedi-lhe que documentasse estes bens. Nicolau e os filhos
não mostraram descontentamento. O czar só pediu para deixarmos Alexei ficar com
o relógio, uma vez que sem ele ficaria aborrecido. Contudo, Alexandra
Feodorovna mostrou-se descontente e expressou-se em voz alta quando tentei
retirar-lhe a pulseira de ouro do pulso, que se estendia por todo o seu braço e
não podia retirar-se sem a ajuda de uma ferramenta. A mulher anunciou que usava
aquela pulseira há vinte anos e que agora invadiam a sua privacidade para a
tirar. Tendo em conta que as suas filhas possuíam pulseiras iguais, e que não
pareciam particularmente valiosas, deixei-as ficar com elas. Depois de
documentar estes objectos, pedi a caixa de jóias que Nicolau me entregou para
colocar lá dentro todos os objectos. Selei-a com o selo de comandante e entreguei-a
a Nicolau para que a guardasse. Quando os visitei para a inspecção, Nicolau
entregou-me a caixa de jóias e disse-me: “A sua caixa de jóias está intacta.”
Nicolau e Alexandra na varanda da Casa do Governador em Tobolsk |
Quanto a rações, inicialmente, a família recebia uma ração
do soviete. Estas refeições estavam longe de ser luxuosas, mas decidimos impedir
que chegassem refeições do exterior e estas começaram a ser preparadas na
cozinha. Além disso, consegui descobrir que o mosteiro local conseguia entregar
tortas coalhadas, manteiga, ovos e coisas parecidas à família. Decidi permitir
que tal acontecesse, mas fiquei muito surpreendido por serem permitidas tais
liberdades. Mais tarde descobri que o Comandante Avdeyev tinha permitido que
tal acontecesse, mas que não permitia que grande parte chegasse à família, ficando
com as ofertas para si e para os camaradas. Decidi que tudo o que chegasse para
a família lhes devia ser entregue. Foi só no segundo ou no terceiro dia que
descobri que as entregas tinham sido autorizadas pelo camarada Avdeyev. Decidi
proibir todas as entregas, deixando entrar apenas leite. O Dr. Botkin disse-me
que “só depois de ter nomeado nos últimos dois dias temos recebido tudo o que o
mosteiro entregava e de repente não podemos receber nada outra vez, as crianças
precisam de ser nutrridas, mas a nutrição é tão insuficiente que ficamos muito
felizes por receber as entregas do mosteiro”. Contudo, recusei-me a entregar
fosse o que fosse, a não ser o leite e decidi que essas entregas deviam ser
distribuídas pela população de Ecaterimburgo, uma vez que todas elas eram
produzidas na cidade. Pensei que, já que os meus prisioneiros não faziam nada,
deviam dar-se por satisfeitos com a mesma ração que todos os cidadãos recebiam.
Por esta razão, o cozinheiro Kharitonov anunciou-me que não conseguia preparar
nada com meio quarteirão de carne, ao que lhe respondi que eles se deviam
habituar a viver sem regalias. Tinham de aprender a sobreviver, como se
estivessem presos.
Fosse difícil ou não, Kharitonov teve de começar a usar
medidas e pesos exactos para que a quantidade chegasse para cada dia. Disse-lhe
que não lhes seria fornecido mais nada caso acabassem com o que tinham antes do
previsto.
Maria e Anastásia durante o exílio no Palácio de Alexandre |
O quarto no qual se encontravam Alexandra Feodorovna e o
herdeiro tinha janelas com saída para o quintal cuja vista da rua estava
barricada com cercas de madeira. Alexandra dava-se ao luxo de espreitar pela
janela com frequência e de se aproximar dela. No entanto, uma vez, Alexandra
deu-se ao luxo de se aproximar demasiado dela. A sentinela ameaçou bater-lhe
com uma baioneta, pelo que ela veio queixar-se a mim. Disse-lhe que não tinha
permissão para espreitar pelas janelas.
Três ou quatro dias antes da execução, foi instalado um
painel de ferro na janela de Alexandra Feodorovna. Por causa disso, o Dr.
Botkin anunciou que seria bom se fossem instalados painéis em todas as outras
janelas. O horário interior era o seguinte: de manhã levantavam-se todos antes
das 10. Ás 10 aparecia eu para inspeccionar a aparência de todos os
prisioneiros. Alexandra Feodorovna manifestou o seu descontentamento em relação
a esta prática, uma vez que não estava habituada a levantar-se tão cedo. Depois
disse que a podia inspeccionar enquanto ela estivesse na cama, ao que ela
declarou que não estava habituada a receber ninguém na sua cama. Declarei que isso
não me fazia diferença, que faria a inspecção da forma que ela preferisse, mas
teria de a fazer todos os dias. A Tatiana, a Olga ou a Maria (mais a Tatiana) pediam-me
muitas vezes se podiam ir dar um passeio. Era raro ver Alexandra Feodorovna a
caminhar. Quando ela saía de casa para tal, levava sempre um pára-sol e um
chapéu. Os restantes costumavam caminhar sempre com as cabeças descobertas.
Nicolau passeava à vez com cada uma das suas filhas. Nesta altura o Alexei
entretinha-se com armas de brincar e com o rapaz Sednev.
Maria, Olga, Alexandra, Tatiana e Anastásia durante a Primeira Guerra Mundial |
Enquanto estava a reparar o poço, Nicolau veio ter comigo e
fez um comentário qualquer, mas eu fiz os possíveis para não desenvolver a
conversa. Uma vez enquanto passeava, a Olga conversou com um dos oficiais e
perguntou-lhe onde tinha prestado serviço durante a guerra. Ele respondeu que
tinha prestado serviço num dos regimentos de granadeiros, no qual, durante uma
revista militar, tinha visto as filhas do czar. Olga virou-se para Nicolau e
exclamou: “Papá, este é um dos nossos granadeiros!”. Nicolau aproximou-se dele
e disse: “Saudações!”, esperando, evidentemente, ouvir a resposta militar
normal de “Desejo-lhe saúde!”, mas tudo o que ouviu foi um simples “olá”. Muito
depois disso, um oficial camarada disse que não tinha tido oportunidade de
falar porque eu me aproximei e a conversa terminou.
Tanto quanto pude notar, a família tinha um estilo de vida típico da
classe média: de manhã bebiam chá, depois ocupavam-se com algum trabalho –
cozer, remendar, bordar. Os mais inteligentes de todos eram a Tatiana, a
segunda filha e a Olga, que se parecia muito com a irmã, incluindo nas
expressões faciais. A Maria não era parecida com as duas irmãs mais velhas. É
um pouco reticente e considerada como uma filha adoptiva. Anastásia, a mais
nova, era corada e tinha um rosto bastante bonito. Alexei estava constantemente
doente com uma doença que herdou da família, passava grande parte do tempo na
cama e por isso tinha de ser levado ao colo para fora. Uma vez perguntei ao Dr.
Botkin qual era a doença dele e ele respondeu-me que não se sentia à-vontade
para me dizer uma vez que se tratava de um segredo da família, por isso não
voltei a perguntar. Alexandra Feodorovna esforçava-se por ter um porte real,
tentando relembrar-nos de quem era. Quanto a Nicolau, parecia que pertencia a
uma família normal, onde a mulher era mais forte do que o marido. Ela
pressionava-o muito. Na situação em que convivi com eles, pareciam uma família
calma, governado pelo punho de ferro da mulher. Nicolau, com o seu rosto
abatido, parecia muito normal, simples, quase que podia dizer que parecia um
soldado camponês.
Olga, Tatiana, Anastásia e Maria no exílio no Palácio de Alexandre, 1917 |
Além de Alexandra Feodorovna, não se notavam sinais de
arrogância em mais ninguém. Se esta não fosse a família imperial detestada, que
bebia tanto sangue do povo, podia dizer-se que eram pessoas simples e não
arrogantes. As raparigas, por exemplo, iam para a cozinha, ajudavam a cozinhar,
tratavam das limpezas ou jogavam às cartas. Todos vestiam roupas simples, não
havia nada elaborado. Nicolau comportava-se de forma honesta, “democrática” e,
apesar de termos descoberto mais tarde que possuía vários pares de botas novos,
só calçava botas remendadas. Um dos seus únicos prazeres era tomar banho várias
vezes por dia. Contudo, proibi-os de o fazerem porque havia pouca água. Se uma
pessoa considerasse esta família de forma objectiva, podia dizer-se que eram
completamente inofensivos.
O pequeno Sednev tinha-se habituado tanto à família que já nem
parecia um criado a servir o herdeiro do trono russo. Alexandra Feodorovna
queixava-se muitas vezes do barulho que faziam com o cão que tinham, mas ele
não deixava esta actividade de que gostava tanto, apesar de a incomodar. Trupp
e Kharitonov eram leais como cães para os seus mestres.
O Dr. Botkin com os seus dois filhos |
O Dr. Botkin era um amigo leal da família. Sempre que a
família tinha alguma necessidade, ele desempenhava o papel de suplicante. Era
leal à família de corpo e alma e preocupava-se juntamente com a família Romanov com as dificuldades das suas vidas. Toda a gente sabe que Nicolau e a sua
família eram muito religiosos. Perguntaram-me se seria possível participarem
numa liturgia. Convidei um padre e um diácono. Quando estavam no quarto do
comandante a vestir-se, avisei-os de que podiam realizar a liturgia da forma
que deveriam, seguindo os seus rituais, mas não podiam ter qualquer tipo de
conversa com a família. O diácono afirmou: “isto já nos aconteceu antes e não
servimos indivíduos tão importantes. Uma pessoa pode ficar confusa e pode haver
escândalo, mas neste caso vamos espalhar o incenso com prazer pelas suas almas
bondosas”. O Obednya foi servido. Nicolau e Alexnadra Feodorovna rezaram
ferventemente.
Quando iniciei as minhas funções já se colocava a questão
sobre a liquidação da família Romanov, uma vez que os checoslovacos e os
cossacos já estavam próximos dos Montes Urais e aproximavam-se cada vez mais
rapidamente de Ecaterimburgo. Afinal de contas, Nicolau tinha algum contacto
com o exterior.
Tendo esta situação ameaçadora em vista, o assunto foi
acelerado.
Fiquei encarregue desta situação, mas a liquidação estava
nas mãos de outro camarada.
Anastásia, Maria e Tatiana numa janela em Tobolsk |
A 16 de Julho de 1918, perto das duas da tarde, o camarada
Filipp chegou à casa e apresentou-me a solução do Comité Executivo para
executar Nicolau e foi nesta altura que alertei para o facto de que o jovem
Sednev devieria ser retirado do local.
Durante essa noite chegaria um camarada que diria a
palavra-passe “limpador-de-chaminés” e seria a ele que os corpos deveriam ser
entregues, já que seria ele o responsável pelo enterro e por acabar com o trabalho.
Chamei o jovem Sednev e disse-lhe que no dia anterior o seu tio Sednev, que
tinha sido preso, tinha fugido, mas tinha já sido capturado novamente e
desejava vê-lo. Por isso mandei-o ter com o tio. O rapaz ficou muito contente
por poder regressar à sua terra-natal. A família Romanov começou a ficar
inquieta. Como sempre, o Dr. Botkin veio ter comigo e perguntou-me para onde tínhamos
mandado o rapaz. Disse-lhe o que tinha dito ao rapaz, mas mesmo assim ele
continuava a parecer preocupado. Mais tarde foi a Tatiana que veio ter comigo,
mas acalmei-a, dizendo-lhe que o rapaz tinha ido visitar o tio, mas que
regressaria em breve. Convoquei o chefe do departamento, o camarada Pavel
Medvedev da Fábrica Syseretsky e outros, e disse-lhes que, caso acontecesse algo fora do normal, teriam de esperar até receber um sinal especial
que combinamos no momento. Depois de ter chamado os guardas interiores que
tinham sido seleccionados para a execução de Nicolau e da sua família, distribuí
tarefas e informeu quem deveria matar quem. Entreguei-lhes revólveres com o
sistema “Nagan”. Quando os papéis estavam distribuídos, os oficiais pediram-me
que os poupasse da responsabilidade de matar as jovens, uma vez que não seriam
capazes de o fazer. Depois decidi que o melhor seria mesmo poupar completamente
estes camaradas da execução, uma vez não eram capazes de cumprir os seus
deveres pela revolução no momento mais crucial. Depois de ter cumprido todos os
deveres, esperamos pelo “limpa-chaminés”. Contudo ele não chegou nem à
meia-noite nem à uma da manhã e o tempo começava a esgotar-se. Finalmente, à
uma e meia da manhã bateu à porta. O “limpa-chaminés” tinha chegado. Fui até
aos aposentos dos prisioneiros e acordei o Dr. Botkin, dizendo-lhe que todos se
tinham de vestir o mais depressa possível uma vez que estavam a haver distúrbios
na cidade e tinha de os transferir para um lugar mais seguro. Não queria
apressá-los, por isso dei-lhes a oportunidade de se vestirem. Às duas da manhã,
transferi os guardas para os andares mais baixos. Disse-lhes para se colocarem
na ordem combinada. Conduzi a família para a cave sozinho. Nicolau levava
Alexei nos braços. O resto levava consigo algumas almofadas nas mãos, outros
levavam outras coisas. Finalmente chegamos ao andar mais baixo e dirigimo-nos para uma divisão que tinha sido preparada anteriormente. Alexandra Feodorovna pediu
uma cadeira e Nicolau pediu outra para Alexei.
Ordenei que trouxessem as cadeiras. Alexandra Feodorovna
sentou-se e o Alexei também. Sugeri que todos se levantassem, o que fizeram,
ocupando toda a parede de trás e uma das paredes de lado. A divisão era muito
pequena. Nicolau estava levantado de costas para mim. Então anunciei: “O Comité
Executivo dos Trabalhadores, Camponeses e Soldados Soviéticos dos Montes Urais
tomou a decisão de vos executar.” Nicolau virou-se para mim e perguntou: “O
quê, o quê?” Repeti a sentença e dei imediatamente a ordem para disparar. Fui o
primeiro e matei Nicolau imediatamente. Os disparos prolongaram-se
durante muito tempo e, apesar das minhas esperanças de que a parede de madeira
não levasse as balas a fazer ricochete, estas começaram a ir para todo o lado.
Não consegui ordenar aos soldados que parassem de disparar durante muito tempo,
o que fez com que as coisas se descontrolassem. Mas quando consegui fazê-los
parar finalmente, percebi que muitos deles ainda estavam vivos.
Por exemplo, o Dr. Botkin estava deitado sobre o cotovelo do
seu braço direito, como se estivesse numa pose relaxada, mas um tiro de
revólver eliminou-o imediatamente. O Alexei, a Tatiana, a Anastásia e a Olga
também ainda estavam vivos, assim com a Demidova. O camarada Ermakov queria
acabar o trabalho com uma baioneta. Contudo, tal não era possível. A razão pela
qual foi tão difícil matá-los tornou-se clara mais tarde. As filhas do czar
tinham uma armadura de diamantes cozida nos seus corpetes. Fui forçado a matar
um de cada vez. Infelizmente os valores que os executados traziam chamaram a
atenção de alguns guardas vermelhos que se encontravam presentes e decidiram
roubá-los. Propus que se acabasse com o saque aos cadáveres e pedi ao camarada
Medvedev que verificasse se não tinham sido roubados valores da mala. Decidi
juntar tudo que se encontrava no local imediatamente.
Pedi ao Nikulin que vigiasse a estrada quando os cadáveres
fossem carregados e também deixei outro soldado na cave para vigiar os que
ainda se encontravam lá. Depois de carregar os cadáveres chamei os
participantes e exigi que devolvessem imediatamente tudo o que tinham roubado
senão seriam castigados. Um a um, os soldados começaram a devolver o que
tinham. No final descobrimos que havia dois ou três homens fracos. Apesar do
facto de ter a inclinação de entregar o resto do trabalho ao camarada Ermakov,
temi que ele não conseguisse cumpri-lo da forma mais correcta e decidi ir eu
mesmo. Deixei o Nikulin para trás. Ordenei-lhe que não mudasse a guarda que
estava de vigia para que parecesse que estava tudo normal.
Esboço para um quadro da família Romanov realizado pouco depois do nascimento de Anastásia |
Nota: Ao todo existem 6 notas escritas por Yurovsky sobre o assassinato dos Romanov, cada uma com detalhes contraditórios.
Quanto corta o coração, saber em detalhes desse terrível massacre e que essa turba de marginais, a começar por Yurovsky, não pagaram pelos seus crimes. Maldita seja a descendência deles e de Lênin, de quem partiu a ordem
ResponderEliminargosto muito de história e então sobre a família Romanov, sou um "devorador"...é intrigante ler os fatos...esta gente não tinham misericórdia alguma...
ResponderEliminarEles canonizão nicolau ii mas esquecem dos horrores da 1ª guerra.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarQuantas familias russas foram destruidas pela 1ª guerra, quantas crianças perderam sua infância porque seus pais estavão lutando na guerra,quantas pois perderam seus filhos pela guerra. E ainda por cima um monstro destes é "santo". Nascer rico é uma coisa pode fazer horrores e ainda ser "santo". Aposto o que for que DEUS teve muito mais compaixão e misericordia de Lenin do que desse monstro abominavel.
ResponderEliminarDe fato, muitas crianças perderam seus pais na I guerra mundial, também perderam estes entes queridos em outros conflitos durante o reinado de Nicolau II, como na guerra russojaponesa, sem falar dos soudados rrussos que devem ter morrido na rebelião dos boxers. Alêm disso, muitas famílias ficaram de luto devido as mortes causadas no domingo sangrento.
EliminarMas Nicolau II era o czar e só ele que deveria ter sido julgado e se fosse comprovado estes crimes políticos só ele deveria ter sido condenado, a uma pena de prisão ou exílio, sua esposa e filhos eram inocentes.
Sobre a canonização de Nicolau IIe suas família eles foram considerados portadores da paz, este conseito, acredito eu, não existe na igreja católica apostólica romana. Um portador da paz, para os membros da igreja católica ortodoxa rrussa significa alguém que morreu de forma trágica, como cristo que seja desta religião, que creia em Deus, esta morte violenta nem precisa estar relacionada com a perseguição religiosa.
Neste sentido, foi justa a canonização da família, até devido a busca que eles tiveram de Deus nos últimos momentos.
Lenin e os soviéticos defendiam um Estado ateu e persseguiram os cristãos.
Não sou afavor da precarização do trabalho nem da pobreza, mas não da para apoiar um governo soviético, que ordenou uma massacre de uma família em que haviam cinco pessoas totalmente inocentes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarcadê a segunda parte?
ResponderEliminarBoa pergunta!!
EliminarForam marginais, que mataram pessoas inocentes (Só Nicolau II era imperador e a ele cabe os crimes políticos que ele cometeu). Pelo menos esse Iacov morreu de úcera, sofrendo como fez as jovens sofrerem. Ele morreu em 1938 aos 59 ou 60 anos.
ResponderEliminarConcordo com o Tiago. Ademais, a canonização leva em conta também o que o czar sofreu, juntamente com a sua família - esta absolutamente inocente de qualquer coisa - e o modo como se entregou a Deus em seus últimos momentos de vida. Deus tem compaixão de quem o buscou até os seus últimos momentos, coisa que o monstro inominável Lenin não o fez. Aliás, que interessante mostrar tanto ódio por Nicolau II pelos "crimes" da 1ª Guerra e ser tão condescendente com um assassino perverso, insensível, capaz, como foi, de ordenar o massacre de toda uma família inocente, não esquecendo todos os crimes e massacres que ordenou além deste. Cada uma...
ResponderEliminar