Ele está morto. O czar Nicolau está morto! Eles mataram-no, deram fim à vida dele, violentamente, vergonhosamente, sem qualquer piedade, porque ele estava no poder deles, porque eles tinham medo que alguém o pudesse salvar – por isso numa manhã cedo eles fuzilaram-no. Ele já não era um símbolo e eles não lhe podiam permitir que fosse um homem. Durante toda a sua vida ele quis ser um homem, mas eles não o deixaram ser um – fuzilaram-no. Ainda não existem pormenores exactos. Rumores conflituosos chegam até nós; de qualquer forma ele está morto. Eles assassinaram-no numa manhã cedo, pois para a morte que o fizeram morrer não existe outro nome. Foi uma morte desnecessária, uma mancha de sangue que nada alguma vez lhes poderá limpar das mãos. O czar Nicolau está morto! O homem cuja voz podia mover cento e quarenta milhões de súbditos para temer ou celebrar a sua morte. Foi assassinado numa manhã cedo, apressadamente, secretamente, como os criminosos que são condenados à morte. A sua alma partiu para ser julgada por Ele que não diferencia entre pedintes e reis. Nunca saberemos qual foi o julgamento do Rei dos Reis, mas tendo sido um místico e crente fervoroso, não penso que o czar Nicolau terá medo do seu encontro com Deus.
A Rainha Maria da Roménia nasceu em 1875 em Kent, no Reino Unido, a filha mais velha do Príncipe Alfredo de Saxe-Coburgo-Gota, filho da Rainha Vitória, e da Grã-duquesa Maria Alexandrovna da Rússia, filha do czar Alexandre II. Casou-se com o futuro rei Fernando I da Roménia em 1893, passando grande parte da sua restante vida no seu país de acolhimento. Era prima directa tanto de Nicolau II, pelo lado da mãe, como da czarina Alexandra Feodorovna pelo lado do pai.
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