A segunda geração de Constantinovich a viver na Rússia cresceu a partir do segundo filho do Grão-duque Constantino Nikolaevich, o Grão-duque Constantino Constantinovich, o único varão a casar-se oficialmente. A sua noiva, a Princesa Isabel de Saxe-Altenburgo, era sua prima em segundo-grau, visto que o pai dela e a mãe dele eram primos directos. Da sua união nasceram nove crianças cujos descendentes vivem até hoje.
O casal
Em 1882, quando Isabel tinha 16 anos, os dois conheceram-se em São Petersburgo e houve imediatamente conversas de casamento. Contudo, apesar de ela dizer que já estava pronta para casar, Constantino de 24 anos ainda estava hesitante. Quando ela se foi embora, ele prometeu que lhe ia escrever, mas nunca o fez uma vez que era extremamente tímido. Mesmo assim escreveu vários poemas sobre ela. Em 1884 Isabel visitou a Rússia novamente e o casamento foi anunciado. Isabel quis manter a sua fé luterana, algo que deixou Constantino desiludido sendo um grande crente na fé ortodoxa. Pior ainda foi o facto de ela se recusar a beijar a cruz ortodoxa durante a missa.
No dia de casamento, que ocorreu no dia 27 de Abril de 1884, Isabel escreveu ao seu novo marido para o descansar, dizendo: Prometo que nunca vou fazer nada para te enfurecer nem magoar por causa das nossas religiões divididas… só posso dizer-te mais uma vez o quanto te amo.”
O casamento foi um sucesso, embora Constantino tenha mantido vários amantes masculinos durante toda a união. O casal teve nove filhos, seis dos quais viriam a morrer antes de Isabel.
Filhos
João Constantinovich
Gabriel Constantinovich
Gabriel era o mais social dos seus irmãos. Começou a participar em festas bastante novo, mas nunca foi tão mulherengo como os seus primos Romanov devido à sua educação religiosa conservadora. A única mulher que o cativou foi a bailarina Antónia Nesterovskaya que manteve como amante durante longos anos. No entanto nunca se atreveu a casar com ela devido às regras da Casa Romanov que lhe permitiam apenas casar com Princesas de casas reinantes. A única tentativa nesse sentido surgiu quando a sua tia, a rainha Olga da Grécia intercedeu em seu favor junto do czar Nicolau II, mas este recusou a união. Era também um brilhante militar, ingressando na cavalaria do exercito imperial. Combateu durante a Primeira Guerra Mundial até a queda de Nicolau II. Foi só com a queda da monarquia que Gabriel se casou, em segredo, no dia 9 de Abril de 1917. Quando o governo bolchevique convocou os Grão-duques a apresentarem-se na sede da Tcheca, Gabriel conseguiu escapar a principio devido à sua fraca saúde, mas seria mais tarde preso juntamente com o seu tio Dmitri Constantinovich. Apenas conseguiu escapar à execução devido à intervenção da sua esposa que tinha um amigo chegado a Lenine. Gabriel fugiu então para a França em Janeiro de 1919 e lá ficaria exilado o resto da sua vida, escrevendo as suas memórias na tentativa de ganhar dinheiro durante a Grande Depressão.
Tatiana Constantinovna
Tatiana foi uma figura progressista na Rússia Imperial devido ao seu casamento morganatico (aos olhos da lei) com o Príncipe Constantino Bagration-Mukhransky, um descendente dos antigos reis da Georgia. O casamento foi o primeiro a receber permissão do czar Nicolau II com o argumento de que, tal como a Casa de Orléans, os Bagration-Mukhransky eram uma dinastia que tinha já governado. Infelizmente o seu marido foi morto durante a Primeira Guerra Mundial e Tatiana acabou por fugir da Rússia mais tarde, afirmando que os seus dois filhos eram da ama. Na altura Tatiana tinha já um novo homem, Alexander Korochenzov, e os dois fugiram juntos primeiro para a Roménia e depois para a Suíça onde se casaram em 1921. Quando o seu segundo marido morreu, Tatiana tornou-se freira e morreu em Jerusalém em 1979.
Constantino Constantinovich
Oleg Constantinovich
Considerado o mais inteligente e cultural dos seus irmãos, Oleg é muitas vezes referido como o favorito dos seus pais. Era ele próprio um poeta e estudou nas melhores escolas do Império. Antes da Guerra tinha planeado casar com a sua prima, a Princesa Nádia Petrovna. Contudo todos os seus planos para o futuro foram destruídos com a Primeira Guerra Mundial onde foi morto em combate. As suas últimas palavras foram: “Estou tão feliz. Vou poder encorajar as tropas russas fazendo-as saber que a família imperial não tem medo de perder o seu próprio sangue.”
Igor Constantinovich
Jorge Constantinovich
Por ser ainda muito novo quando rebentou a Revolução Russa, Jorge recebeu autorização juntamente com a sua mãe e irmã mais nova, Vera, para sair da Rússia pacificamente. Daí a família mudou-se para a Suécia onde viveu alguns anos até a vida se tornar demasiado cara. Depois da morte da mãe, Jorge e Vera mudaram-se para a Bélgica a convite do rei Alberto I e depois para a Suíça. Eventualmente Jorge viajou para os Estados Unidos onde passou o resto da sua vida, tornando-se um designer de interiores bastante conhecido.
Vera Constantinovna
Em 2001, Vera era a última sobrevivente do Império Russo que ainda se lembrava dele. Tinha abandonado o seu país natal aos 12 anos de idade, mas os eventos da revolução perseguiram-na até ao fim da sua vida. Quando era apenas uma criança assistiu à morte do pai, devido a um ataque cardíaco, sendo a única pessoa presente para chamar ajuda. Viveu em vários lugares, assentando durante vários anos em Altenburgo, na Alemanha, a terra natal da sua mãe. Saiu de lá quando rebentou a Segunda Guerra Mundial, fugindo a pé das tropas soviéticas. Depois viveu nos Estados Unidos, trabalhando na Fundação Tolstoy. Morreu aos 96 anos de idade.
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