Java

sábado, 22 de janeiro de 2011

Jorge VI e os Romanov

O destaque que o filme "O Discurso do Rei" tem tido na época dos prémios do cinema deste ano tem despertado uma grande curiosidade em torno da figura do rei Jorge VI do Reino Unido. O pai da actual rainha Isabel II não tem uma grande história com os Romanov visto que a família real russa visitou o Reino Unido apenas uma vez e Jorge VI foi o único entre os seus irmãos que não os conheceu, no entanto vale a pena conhecer a história verdadeira por detrás do homem que poderá dar a Colin Firth o primeiro Óscar da sua carreira.

A visita dos Romanov ao Reino Unido ocorreu em 1908. Todos os anos a família real realizava um cruzeiro a bordo do Standard, o iate privado da família e nesse ano o país fazia parte da sua rota. Fiquem com um excerto do livro "Crowns in a Changing World" onde o autor relata o que se passou:

A chegada do Standard a Spithead foi anunciada por uma flotilha de vinte e quatro couraçados, dezasseis cruzados blindados, e quarenta e oito contratorpedeiros. Os três filhos mais velhos do Príncipe de Gales deveriam ter acompanhado as grã-duquesas e o czarevich. Porém, Alberto, o segundo filho do Príncipe de Gales, contraiu tosse convulsa e teve de ser mantido em quarentena até algum tempo após a partida dos convidados imperiais visto que o risco de o czarevich apanhar uma infecção e romper um vaso sanguíneo devido aos ataques de tosse prolongados era demasiado. Coube a Eduardo guiar o "Tio Nicky" por Osborne e a Maria ser a companhia das brincadeiras das grã-duquesas sendo ela da mesma idade de Tatiana.

A título de curiosidade, fiquem com o discurso original de Jorge VI antes da Segunda Guerra Mundial que deu origem a "O Discurso do Rei:


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Casamentos Morganáticos - Grão-duque Constantino Pavlovich e Joanna Grudzińska


Um casamento morganático acontece quando um nobre, príncipe ou rei contrai matrimónio com alguém abaixo da sua posição social, seja o conjugue plebeu ou da baixa nobreza. A família imperial russa teve, na sua história, vários exemplos deste tipo de união, mesmo quando ela era ainda vista quase como um crime. De facto, não foi até ao casamento de Pedro III com a futura czarina Catarina II que a noção de união dinástica foi introduzida na Rússia. Até então, o czar podia escolher livremente a sua esposa entre as famílias nobres do Império. A lei que proibiu definitivamente os casamentos entre a realeza e nobres menores surgiu apenas com as leis paulinas de 1796, mas, quando começou a ser aplicada, foi rigorosa.

Grão-duque Constantino Pavlovich

Constantino Pavlovich, segundo filho do czar Paulo I da Rússia, tinha apenas 17 anos quando a sua avó Catarina o forçou a casar com a Princesa Juliana de Saxe-Coburgo-Saalfeld, uma tia da Rainha Vitória. O casamento foi extremamente infeliz, principalmente para ela. A principal razão para a antipatia entre o casal, terá sido a personalidade violenta de Constantino que chocou a sua jovem esposa de apenas 14 anos. Três anos depois, em 1799, o casal separou-se e Juliana voltou para Coburgo. Ainda houve uma tentativa de reconciliação em 1801, mas também não resultou. O divórcio oficial chegou em 1820, mais de vinte anos depois da separação.

Juliana de Saxe-Coburgo-Saafeld (Ana Feodorovna), primeira esposa de Constantino

Entretanto, em 1815, Constantino foi nomeado pelo seu irmão mais velho para o cargo de vice-rei da Polónia, algo aceitou de bom grado por lhe dar a oportunidade de exercer o poder pelo qual esperava ansiosamente. Nesta altura toda a corte tinha a certeza que seria ele o próximo czar, visto que Alexandre I e a sua esposa Luísa não tinham filhos e estavam já a caminhar para a meia-idade. No entanto, isso nunca viria a acontecer. No mesmo ano em que chegou a Varsóvia, Constantino conheceu Joanna Grudzińska, uma nobre polaca filha de um dos últimos grandes senhorios do país.

Joanna

Ao contrário do seu casamento com Juliana, a relação com Joanna sempre foi relativamente calma, embora tivesse também os seus momentos conturbados devido à natureza excessivamente romântica dela, à qual Constantino não conseguia corresponder. Ao fim de quatro anos, o Grão-duque decidiu-se a pedir o divórcio oficial de Juliana e autorização para contrair um matrimónio legal com a sua amante polaca ao seu irmão Alexandre. O czar ficou dividido entre o seu dever em defender as regras da família e a empatia que sentia pelo irmão. No final os dois chegaram a um acordo secreto: Constantino abdicaria dos seus direitos ao trono e, assim, poderia casar-se com Joanna. O acordo foi feito de uma forma tão discreta que, anos mais tarde, quando Alexandre I morreu e Constantino ofereceu o trono directamente ao seu irmão Nicolau, nem este sabia que ele tinha abdicado do trono anos antes.

Joanna e Constantino casaram-se no dia 27 de Março de 1820, na Polónia. Durante vários anos, o casal desfrutou de uma harmonia quase perfeita. Numa carta à sua irmã gémea Maria, Joanna escreveu: “O dia de hoje foi igual ao de ontem e o de ontem igual ao anterior. Deus queira que nada se intrometa entre nós e a nossa doce monotonia.”

Constantino

Contudo, os seus desejos não foram cumpridos. Constantino tinha herdado o carácter violento do pai em tudo o que dissesse respeito à governação e o seu reinado na Polónia foi tão desastroso que resultou na Revolta de Novembro de 1830. O casal foi forçado a fugir do seu palácio em Varsóvia depois de uma multidão enraivecida o tentar invadir. Os meses seguintes foram extremamente conturbados. Os dois viveram durante alguns meses nas zonas russas que ainda não tinham sido afectadas pela revolução, mas eventualmente chegaram à conclusão de que a Polónia não resistiria por muito mais tempo.

Joanna

Em Junho de 1831, quando o casal tinha já planos para se mudar para São Petersburgo, Constantino adoeceu subitamente de cólera e acabou por morrer poucos meses depois. Joanna ficou destroçada. Teve ainda forças para entregar o corpo do marido na capital do Império, mas recusou todos os convites por parte do czar Nicolau I para passar a viver na cidade. Em Novembro do mesmo ano, quando se preparava para regressar à Polónia, numa altura em que a revolta começava a ser controlada, morreu daquilo a que muitos chamaram de desgosto.

Joanna nos seus últimos anos

Reacção do Grão-duque Paulo Alexandrovich à morte de Rasputine


O Grão-duque Paulo Alexandrovich, era o filho mais novo do czar Alexandre II e, por isso, tio de Nicolau II, o único que ainda vivia durante a Primeira Guerra Mundial. Depois de ficar viúvo da Princesa Alexandra da Grécia e da Dinamarca, de quem teve 2 filhos, conheceu uma plebéia divorciada que, mais tarde, se tornaria na Princesa Olga Paley. Os dois fugiram da Rússia pouco depois do nascimento do seu primeiro filho em comum e casaram-se em segredo, na Itália, em 1902, o que fez com que Paulo perdesse os seus títulos e postos militares. Com Olga teve 3 filhos. Acabaria por receber perdão imperial em 1912, regressando ao seu país natal, onde passou a viver permanentemente na Primavera de 1914. Dmitri Pavlovich, filho do seu primeiro casamento, foi um dos acusados do assassinato de Rasputine.

Este relato foi escrito por Maurice Paléologue, embaixador francês na Rússia.


Terça-feira, 23 de Janeiro de 1917

Jantei em Czarskoe Selo com a família do Grão-duque Paulo Alexandrovich.

Quando nos levantamos da mesa, o Grão-duque levou-me para uma sala distante para que pudessemos ter uma conversa de homem para homem. Confiou-me todas as suas dores e ansiedades.

“O Imperador está mais na mão da Imperatriz do que nunca. Ela conseguiu convencê-lo de que os movimentos hostis que têm surgido contra ela – e que estão a começar a virar-se contra ele, infelizmente – não são nada mais do que uma conspiração dos Grão-duques e uma revolta de salas-de-estar. Isto só pode acabar em tragédia. Sabe qual é a minha crença na monarquia, e para mim o Imperador representa tudo o que é sagrado. Deve-se ter apercebido que sofro com tudo o que está a acontecer e pelo que está para vir.”

Pela sua emoção e pelo tom das suas palavras pude ver que ele está muito preocupado com o seu filho Dmitri que se tinha envolvido no drama. Proceguiu, impulsivamente:

“Não é terrível que, por toda a Rússia, estejam a acender velas junto ao ícone de São Dmitri e o meu filho esteja a ser chamado do libertino da Rússia?”

A noção de que o filho dele poderia ser proclamado czar a qualquer altura não parece ter-lhe subido à cabeça. Ele é o que sempre foi, o paradigma da liberdade e da boa-educação.

Depois contou-me que quando ouviu em Mohilev sobre o assassinato de Rasputine, regressou imediatamente a Czarskoe Selo.

Quando chegou à estação ao final do dia 31 de Dezembro, tinha a Princesa Paley à espera dele na estação e foi ela que lhe disse que o Dmitri tinha sido preso no seu palácio em Petrogrado. Ele pediu imediatamente uma reunião com o Imperador, que consentiu em recebê-lo às onze nessa mesma noite, mas “apenas por cinco minutos,” uma vez que tinha muito para fazer.

Quando foi arrastado apressadamente para o gabinete do seu sobrinho, o Grão-duque Paulo protestou vivamente contra a prisão do seu filho:

“Ninguém tem o direito de prender um Grão-duque sem um mandato formal teu. Por favor liberta-o… certamente não tens medo que ele fuja, pois não?”

O Imperador fugiu a respostas concretas e pôs um ponto final na conversa.

Na manhã seguinte, o Grão-duque Paulo foi a Petrogrado para ver o seu filho. Perguntou-lhe:

“Mataste o Rasputine?”

“Não.”

“Estás pronto para jurar isso sob o ícone sagrado da virgem e uma fotografia da tua mãe?”

“Sim.”

O Grão-duque Paulo entregou-lhe depois o ícone da virgem e uma fotografia da falecida Grã-duquesa Alexandra:

“Agora: jura que não mataste o Rasputine.”

“Juro.”

Enquanto me contava este episódio, o Grão-duque foi verdadeiramente nobre, sincero e digno. Terminou com estas palavras:

“Não sei mais nada sobre a tragédia. Não quis saber mais nada.”

Outros - Entrevista à Grã-Duquesa Isabel Feodorovna (1917) - 2.ª parte



A porta abriu-se e a Grã-duquesa entrou com um sorriso radiante de boas-vindas e a sua mão branca estendida. “”Estou tão contente por ver que tive tempo para vê-la hoje, senhora Dorr!”, disse ela, numa voz de rara doçura.
“Vossa Alteza fala inglês?” exclamei eu, surpresa, e ela respondeu, apontando para uma cadeira confortável. “Porque não? A minha mãe era inglesa.”

Tinha-me esquecido por um momento que a Grã-duquesa e a sua irmã mais nova, a antiga Imperatriz da Rússia, eram filhas da Princesa Alice de Inglaterra e netas da Rainha Vitória. A Rússia também parecia ter-se esquecido disso e só se lembrava que o pai destas mulheres era o Grão-duque de Hesse e do Reno. A Grã-duquesa acrescentou enquanto nos sentávamos que quando era criança falava sempre inglês com a sua mãe e alemão apenas com o seu pai. “Fico feliz com a oportunidade de falar inglês, já que sendo completamente russa, como sou, e especialmente se formos uma russa ortodoxa, uma pessoa ouve muito pouco além de russo e francês.” Depois disse, com outro sorriso radiante: “Diga-me o que acha do meu convento.”


Disse-lhe que me sentia como se tivesse voltado atrás no tempo para o resplandecente e romântico século XIII.

“Era exactamente isso que eu queria para o meu convento!” Respondeu ela. “Queria que fosse um daqueles lugares ocupados e úteis dos tempos medievais. Os conventos assim eram magnificamente eficientes na idade média e acho que eles nunca deviam ter desaparecido. A Rússia precisa deles, de certeza, do tipo de convento que se coloque entre as ordens religiosas austeras e fechadas e o mundo exterior. Aqui lemos jornais, mantemo-nos informadas e recebemos conselhos de pessoas activas. Somos Marias, mas também somos Martas.”

O interesse da Grã-duquesa no mundo exterior é patente. Ela pediu-me entusiasticamente para lhe contar como estavam as coisas em Petrogrado e o seu rosto entristeceu-se quando lhe contei dos motins e acontecimentos sangrentos a que assisti durante a Revolução de Julho que ainda mal tinha passado. “É uma altura muito má para nós neste momento”, disse ela, “mas elas hão-de melhorar em breve, tenho a certeza. Os russos são bons e gentis, mas a maior parte deles são crianças grandes, ignorantes e impulsivas. Se conseguirem encontrar bons líderes, e se perceberem que lhes têm de obedecer, vão emergir do caos e construir uma Rússia nova e forte. Já viu Kerensky e o que pensa dele?”


Respondi-lhe com cuidado. Como toda a gente, ainda tinha esperança que o Kerensky deitasse tudo a perder e não queria abalar a confiança que alguém pudesse depositar nele. Disse-lhe que o Kerensky era muito admirado, que as pessoas gostavam dele e que poderia vir a tornar-se no líder forte que a Rússia precisava na sua aflição.

“Espero que sim,” respondeu a última dos Romanov, “rezo por ele todos os dias.”

Os sinos da igreja anunciaram a hora suavemente e a Grã-duquesa interrompeu-se para fazer o sinal da cruz. “Quero saber sobre essas maravilhosas escolas públicas,” disse ela, “mas primeiro diga-me o que está a América a fazer para se preparar para a guerra.”


À medida que eu falava, ela ouvia, acenando com a cabeça e sorrindo, imensamente agradada. A grande frota aérea que estava a ser construída parecia deixá-la muito feliz e, quando lhe falei sobre a conservação de mantimentos e das restrições ao fabrico de álcool, ela ficou radiante. “A América é simplesmente magnífica,” exclamou ela. “Lamento muito nunca ter lá ido. Claro que agora isso nunca vai acontecer. Para mim os Estados Unidos representam a ordem e a eficiência no seu melhor. O tipo de ordem que só um estado livre consegue criar. O tipo de liberdade que rezo para que um dia seja construído aqui na Rússia.” E depois mencionou brevemente o czar deposto. Não sabia que naquele momento o czar estava a caminho da Sibéria, mas é muito provável que ela já soubesse. Ela disse: “Fico feliz por saber que vão proteger os vossos soldados do mal da bebida. Ninguém compreende o bem que a abolição da vodka fez às nossas gentes. Acho que um dia a História vai dar crédito ao Imperador pela sua parte na ideia, não acha?” Concordei que o Imperador devia receber todo o crédito pelo que fez e disse-o com toda a sinceridade.


Isabel Feodorovna deixou-me falar durante quase três quartos de hora sobre as escolas Gary que ela gostaria muito de ver instituídas na Rússia; sobre o esforço das mulheres americanas na guerra e no trabalho social para as crianças, especialmente as tuberculose e as anémicas. “É maravilhoso,” disse ela com um suspiro. “Quase nem consigo impedir-me de cometer o pecado da inveja. Pense numa nação jovem, grande e apressada que ainda arranja tempo para estudar todos estes problemas assustadores da pobreza e da doença, e luta contra eles. Espero que continuem a fazer isso, e que ainda encontrem mais e mais maneiras de trazer paz à vida dos trabalhadores. Como se pode esperar que os trabalhadores que trabalham o dia inteiro em fábricas quentes e horríveis em quintas distantes, sem nada nas suas vidas a não ser o trabalho e a preocupação, possam ter paz nas suas almas?”


Ela queria muito saber sobre as mulheres soldado e disse que admirava muito o seu heroísmo. Queria saber como era a vida nos seus acampamentos e se tinham força suficiente para aguentar o tormento. A Grã-duquesa Sérgio é uma boa feminista e concordou comigo que a crise russa, tal como noutros países afectados pela guerra, tinha demonstrado completamente como as mulheres deviam, a partir de agora, ter um papel tão importante e proiminente como o dos homens.

Teve sempre uma devoção especial por Joana d’ Arc e acreditava que ela se tinha inspirado em Deus.


“Fico feliz por ter gostado do meu convento,” repetiu ela enquanto nos afastávamos. “Por favor visite-nos novamente. Sabe que ele já não me pertence, pertence ao Governo Provisório, mas espero que eles me deixem ficar com ele.”

Espero que a deixem. A Casa de Maria e Marta, com as belas mulheres que lá vivem, é uma das coisas que a nova Rússia não pode perder.


Em Março de 1918, Isabel foi presa no seu convento e levada para o exílio na Sibéria. Acabaria assassinada no dia 18 de Julho do mesmo ano. A Casa de Marta e Maria ainda existe e está em pleno funcionamento nos dias de hoje. As freiras ainda seguem as mesmas regras escritas por Isabel Feodorovna e existe uma estátua dedicada à fundadora no jardim.

Outros - Entrevista à Grã-Duquesa Isabel Feodorovna (1917) - 1.ª parte



No dia em que o czar Nicolau II e a sua família se preparavam para deixar Czarskoe Selo e partir para o seu exílio em Tobolsk, uma jornalista americana, Rheta Childe Dorr, entrevistou Isabel Feodorovna. Era ainda a única Romanov em liberdade, mas isso mudaria poucos meses depois. A entrevista foi publicada já depois da morte da Grã-duquesa.


A Casa de Maria e Marta

Na tarde do dia em que Nicolau II, Imperador deposto e autocrata de todas as Rússias, juntamente com a sua esposa e filhos deixaram Czarskoe Selo e iniciaram a sua longa viagem para o seu exílio na Sibéria, eu estava sentada numa sala pacifica de um convento em Moscovo e falei com quase o último membro da família imperial que disfrutava de total liberdade dentro do Império. Era Isabel Feodorovna, irmã da antiga Imperatriz e viúva do Grão-duque Sérgio, tio do Imperador. O Grão-duque Sérgio foi assassinado, rebentado até sobrarem dele apenas pedaços por uma bomba, quase perante os olhos da sua esposa, por um revolucionário no dia 4 de Fevereiro (estilo antigo) de 1905. Foi morto quando se ia juntar à Grã-duquesa numa das igrejas do Kremlin em Moscovo. Ela correu para fora de casa e viu os seus restos mutilados sobre a neve. A Grã-duquesa Sérgio era já conhecida há muito tempo como uma mulher nobre de espírito e santa e a conduta que tomou depois da morte horrenda do seu marido mostra bem o seu carácter. Implorou ao czar para que retirasse a sentença de morte dada ao assassino e quando ele recusou, ela foi até à prisão onde o homem moribundo aguardava a sua morte, conseguiu obter permissão para entrar na sua cela e, quase até ao último momento, rezou com ele e confortou-o. Nunca teve filhos e, depois do evento que cortou o último laço que a mantinha à pompa real e ao brilho, a Grã-duquesa retirou-se da sociedade e entregou-se à religião. O mais cedo que pôde, tornou-se freira. A sua fortuna privada, até ao último rublo, investimento, palácio, mobília, arte, jóia, carro, sabre e qualquer outro bem foram convertidos em dinheiro que foi usado para a construção de um convento e para pagar a criação de uma ordem religiosa da qual ela se tornou madre superiora. A Grã-duquesa Sérgio obedeceu literalmente ao édito de Cristo aos homens ricos: “Vendei tudo o que tendes e dai-lo aos pobres.”

Isabel com o marido em 1904

O Convento de Maria e Marta, da Ordem da Misericórdia em Moscovo, é um testemunho vivo do seu grande sacrifício. Tem vivido aqui nos últimos oito anos e trabalha junto das suas freiras entre as quais pelo menos uma era uma senhora da corte e muitas outras que pertenciam às classes mais altas. Algumas das freiras pertenciam a casas mais humildes, uma vez que a ordem é perfeitamente democrática. Cada uma das mulheres que entra na Casa de Maria e Marta fá-lo sabendo que a sua vida será passada em serviço, tanto espiritual como o estudo dos Envagelhos de Maria, como material com trabalho. Os Russos, que são um pouco sonhadores, dizem-nos que o convento de Isabel Feodorovna é uma das instituições mais eficientes do Império e acrescentam normalmente que: “Dizem que ela obriga as freiras a trabalhar ao extremo.”

Quando os dias da revolução chegaram em Fevereiro de 1917, uma grande multidão foi até à Casa de Maria e Marta, escancarou os portões e inundou os degraus do convento, exigindo entrar A porta abriu-se e uma mulher alta e séria, vestida com um hábito cinza-prateado pálido e véu branco saiu para o pátio e perguntou o que queria a multidão.


“Queremos a mulher alemã, a irmã da espiã alemã de Czarskoe Selo!” Gritou a multidão. “Queremos a Grã-duquesa Sérgio.”
Alta e brilhante, como um lírio, a mulher ficou no mesmo lugar. “Eu sou a Grã-duquesa Sérgio.” Respondeu ela numa voz firme que flutuou por entre os clamores. “O que querem de mim?”

“Viemos aqui para a prender,” gritaram eles. “Muito bem,” foi a resposta calma. “Se me querem prender claro que vou convosco. Mas tenho uma regra. Antes de sair o convento por qualquer razão vou sempre à igreja rezar. Venham comigo à igreja e depois de ter rezado vou convosco.”

Ela deu meia volta e caminhou pelo jardim até à igreja, com a multidão atrás dela. Tantos quanto puderam entraram no pequeno edifício e seguiram-na. Ajoelhou-se perante o altar e todas as suas freiras se ajoelharam à sua volta e choraram. A Grã-duquesa não chorou. Rezou por um momento, fez o sinal da cruz, depois levantou-se e abriu as mãos para a multidão em silêncio, olhando-os nos olhos.

“Agora já estou pronta para ir,” disse ela.


Mas nem uma mão se ergueu para levar Isabel Feodorovna. O que Kerensky nunca poderia ter feito, o que nenhuma força policial na Rússia poderia ter feito com aqueles homens naquele dia, a perfeita coragem e humildade da Grã-duquesa fez. Intimidou e conquistou a hostilidade, dispersou a multidão. Aquela grande multidão de homens bêbados e libertinos, homens sedentos de sangue que foram calmamente embora, deixando um guarda para proteger o convento. É provavelmente o único local absolutamente impenetrável na Rússia hoje em dia para aqueles que dizem odiar os “bourju”, o nome que dão às classes intelectuais.

No dia de Agosto em que toquei a campainha do portão massivo, não sabia que ia mesmo ver e falar com a Grã-duquesa. O senhor William L. Cazalet de Moscovo, o amigo que me levou até lá, duvidava muito que eu pudesse ser recebida informalmente sem nenhuma marcação prévia. A seriedade dos tempos que vivíamos, principalmente a situação pela qual a família Romanov estava a passar, colocavam a Grã-duquesa Sérgio numa situação extremamente delicada e o senhor Cazalet disse-me com toda a franqueza que esperava vê-la afastada de todos. O melhor que podia prometer, disse ele, era que eu podia ver o convento, onde uma das suas primas era freira.


O convento, que se encontrava localizado no centro de Moscovo, é um conjunto de pedra branca e casas de estuque construídas em volta de um velho jardim e rodeadas por um muro branco alto coberto de era. Uma chave foi rodada, o portão castanho foi aberto e entramos no jardim que estava em flor. Lembro-me de doces-de-bico brancos e cor-de-rosa no muro, dos lírios brancos que dançavam com o vento e uma passadeira de verbenas que se estendia ao longo do pátio até à porta do convento. Havia muitas macieiras e uma floresta de lilases roxos e brancos.

Fomos recebidos numa sala pequena que era uma mistura de escritório e sala-de-estar, pela chefe executiva do convento, a senhor Gardeeve, uma amiga de longa data de Isabel Feodorovna.Tal como a Grã-duquesa, esta mulher tinha tido uma vida cheia de lágrimas e tribulações apesar da sua posição privilegiada e quando ela tomou o véu, Gardeeve tomou-lhe o exemplo e tornou-se freira. Os negócios do convento realizam-se sob a sua supervisão e de uma forma notável, segundo o que me foi dito. A eficiência e a habilidade estão escritas em cada traço do rosto delicado de Gardeeve assim como na sua voz decidida e transparente e através dos seus gestos graciosos. Foi uma alegria ouvi-la conversar, especialmente para mim, uma vez que tenho dificuldades em compreender o francês indistinto falado pelo russo comum. O francês da senhor Gardeeve era perfeito, do tipo que se ouve mais em digressões do que em Paris ou outro lado qualquer. Uma mulher do mundo da cabeça aos pés, a senhora Gardeeve usava o hábito distinto da ordem com a mesma graciosidade com que teria usado um vestido da última moda. Sorriu e conversou com o senhor Cazelet, que é muito conhecido no convento, e foi muito gentil e cordial comigo. Depois de ficarmos a conversar durante alguns minutos, o meu amigo disse-lhe que eu lhe tinha contado coisas muito interessantes sobre as escolas publicas americanas e queria que eu as contasse a ela.


Por isso contei-lhe algo sobre as experiências extraordinárias que tinham resultado em Gary, Indiana e sobre o trabalho que estava a ser feito em Nova Iorque e outros lugares para que as crianças, ricas e pobres, tivessem as mesmas oportunidades nos estudos. Á medida que falava, ela exclamava de vez em quando: “Mas isso é excelente! Acho admirável! A Grã-duquesa devia ouvir isto!”

Eu disse-lhe que gostava muito de conhecer a Grã-duquesa e ela respondeu que poderia haver possibilidade de isso acontecer. Mas não naquele dia, uma vez que a Grã-duquesa estava extremamente ocupada. Perguntou-me quanto tempo é que eu ficaria em Moscovo e disse que dentro dessa semana seria possível arranjar o encontro. Perguntou-me depois o que gostava de ver no convento e quando eu disse que queria ver tudo, ela riu-se, tocando uma campainha. Apareceu então uma pequena freira e a senhora Gardeeve entregou-me a ela com ordens de que me mostrasse todo o convento.

Notícias - Mais um álbum revelado


Depois de os arquivos de Czarskoe Selo terem disponibilizado online dois álbuns da família Romanov com fotos nunca vistas em Julho do ano passado, foi agora a vez de o Arquivo Nacional Russo disponibilizar um novo álbum.

Desta vez as fotografias mostram o Verão e o inicio do Outono de 1899, numa das primeiras viagens realizadas pelo Standart, o iate imperial. Nelas podemos ver a família a visitar familiares na Dinamarca e em Hesse-Darmstadt, posando ao lado de várias figuras importantes da realeza desta época. Este álbum pode ser consultado na íntegra aqui.


Tatiana Nikolaevna com o seu tio, Ernesto Luís de Hesse-Darmstadt


Olga Nikolaevna, algumas semanas depois, com a Princesa Alexandra de Hohenlohe-Langeburg, Saxe-Coburgo-Gota e Edimburgo

Os Ramos da Família Romanov: Os Vladimirovich



Os Vladimirovich eram provavelmente o ramo mais ganancioso e conflituoso da família Romanov. O seu chefe, o Grão-duque Vladimir Alexandrovich, terceiro filho do czar Alexandre II, sonhava em tornar-se czar desde que, com apenas cinco anos de idade, descobriu que o seu avô, o czar Nicolau I, era também um terceiro filho que, por virtude do destino, tinha chegado ao trono.

Vladimir Alexandrovich em criança

Este conhecimento fez com que, desde cedo, Vladimir trata-se o seu irmão Alexandre como um rival, embora este nunca tivesse realmente qualquer vontade de ser czar um dia. Esta rivalidade apenas aumentou quando o irmão mais velho deles, Nicolau, morreu subitamente em 1865, tornando Alexandre no czarevich por direito divino.

Alexandre teve várias conversas com o seu pai onde o tentou convencer de que não seria a pessoa indicada para o trono, mas Alexandre II abominava a ideia de que a sucessão não seguisse o seu ritmo natural. Quando o futuro Alexandre III tentou fugir com a sua amante (uma dama-de-companhia da mãe), o seu pai descobriu dos planos, mas decidiu utiliza-los a seu favor. Em vez de seguir para o destino que pretendia, o barco atracou no porto de Copenhaga onde o esperava a família real dinamarquesa para o seu noivado com a Princesa Dagmar.

Vladimir pouco antes do seu casamento

Quis o destino que Alexandre se apaixonasse por Dagmar e que esquecesse os devaneios da juventude para abdicar dos seus direitos ao trono. Vladimir ficou furioso, ainda mais quando o primeiro filho nascido desta união foi um rapaz saudável. Vladimir nunca ultrapassaria este ressentimento e, quando mais tarde o seu sobrinho subiu ao trono como Nicolau II, tentou por todos os meios controlar o país através dele.

Vladimir com a sua esposa, Maria Pavlovna, e os Imperadores Nicolau II e Alexandra Feodorovna

Com o seu casamento Vladimir conseguiu encontrar a pessoa perfeita para rivalizar com a sua ambição: a Duquesa Maria de Mecklenburg-Schwerin. Uma bisneta da Grã-duquesa Elena Pavlovna, filha do czar Paulo I, Maria estava noiva de um outro príncipe menor, mas rompeu o noivado assim que percebeu o interesse de um Grão-duque russo em linha de sucessão directa para o trono.

Vladimir conheceu-a durante a viagem de estudo que fez por todo o mundo em 1871, mas convencer o pai a dar-lhe permissão para o casamento foi difícil, uma vez que Maria se recusava veementemente a mudar de religião, tendo sido criada como Luterana. Ao fim de três anos, no entanto, Alexandre II acabou por ceder, permitindo que os noivos se casassem em São Petersburgo, no dia 28 de Agosto de 1874 sem que Maria se convertesse.

Vladimir e Maria

Mesmo assim, para ser melhor vista pela Corte, Maria adoptou o nome de Maria Pavlovna de Mecklenburg, mas não pôde receber o título de Grã-duquesa da Rússia.

Maria Pavlovna

O casal tornou-se rapidamente um dos mais populares de São Petersburgo. Maria partilhava da visão do marido de que Alexandre e Maria Feodorovna deviam ser vistos como rivais, por isso ocupou-se da segunda enquanto Vladimir tratava de ofuscar o irmão politicamente.

Sempre que Maria Feodorovna dava uma festa, recepção ou oferecia chá, Maria Pavlovna arranjava sempre uma forma de a superar com uma festa mais exuberante. Embora não partilhasse da mesma beleza que a futura czarina nos seus primeiros anos, era extremamente inteligente e sentia um à-vontade natural em todas as festas em que participava e eventos de caridade que realizava. Maria Feodorovna não demorou para começar a ter uma opinião desfavorável dela e era sempre o ponto alto de todas as festas ou eventos onde as duas estivessem presentes, quando elas se encontravam para comparar tudo de bom quanto tinham, desde quem estava a usar o melhor vestido até à história mais engraçada que tivessem dos seus filhos.

Maria Pavlovna eventualmente construiu a sua própria corte em São Petersburgo e, para rivalizar com os palácios de Maria Feodorovna, foi uma das principais influências na decoração do Palácio de Vladimir. Além da opulência do palácio, Maria Pavlovna tinha também a mais esplendorosa colecção de jóias da Rússia, digna de inveja até de Maria Feodorovna.

Vladimirovich junto da família imperial russa


Filhos

Cyril Vladimirovich

O filho mais velho da família era um homem reservado que trocou uma carreira militar no exército por uma na marinha. Serviu na Guerra Russo-Japonesa onde quase morreu quando o navio que comandava embateu contra uma mina subaquatica japonesa. Viria a casar-se em 1905 com a sua prima direita, a Princesa Vitória Melita de Saxe-Coburgo-Gota, ex-mulher do irmão da czarina Alexandra Feodorovna com quem manteve um caso amoroso por vários anos. Como a Igreja Ortodoxa Russa não autorizava casamentos entre parentes tão próximos e este foi realizado sem a permissão do czar, Cyril foi banido da Rússia e perdeu todos os seus títulos e honras militares. A partir de então passou a residir em Coburgo, na Alemanha, onde teve as duas duas filhas mais velhas: Maria e Kira. Contudo o castigo não durou muito e em 1908, após a morte do Grão-duque Aleksei Alexandrovich, Cyril e a família regressaram a São Petersburgo. Quando a Revolução de Fevereiro de 1917 rebentou, Cyril e a esposa foram dos mais fortes apoiantes. Cyril chegou mesmo a desfilar com o seu regimento até ao Palácio de Inverno com uma banda vermelha no braço e Vitória Melita escreveu à sua irmã, a Rainha da Roménia, para lhe dizer que rezava pelo sucesso da Revolta. O objectivo era que Cyril se tornasse czar, mas quando o Governo Provisório começou a perder poder, este achou que o melhor seria refugiar-se na Finlândia onde o seu filho mais novo, Vladimir, nasceu. Mesmo apesar de não ter sido coroado czar oficialmente, Cyril fê-lo por ele próprio, auto-declarando-se Imperador de Todas as Rússias em 1922 quando se encontrava exilado na França, sem que para isso tivesse o apoio da família. A Grã-duquesa Maria Vladimirovna, actual pretendente ao trono russo é sua neta.

Cyril com a sua esposa Vitória, as filhas Maria e Kira e o filho Vladimir

Boris Vladimirovich

Boris era, em tudo, um dandy. Utilizava a sua posição de Grão-duque para seduzir mulheres com prendas caras, gastava o seu dinheiro nos casinos do Mónaco e gastava todo o tempo que tinha a viajar. Foi obrigado a seguir uma caarreira militar no exercito, mas não nutria qualquer amor pela vida de soldado. De facto, durante a Primeira Guerra Mundial, apesar do esforço colectivo, Boris fazia os possíveis para evitar a frente de batalha e continuava a dar grandes e luxuosas festas e jantares. Foi durante um desses jantares que ofendeu gravemente os franceses e os ingleses quando os embaixadores de ambos os países se encontravm presentes. O embaixador fez mesmo uma queixa formal ao rei Jorge V sobre o comportamento dele. Mesmo assim a sua mãe, Maria Pavlovna, disse a Nicolau II e à sua esposa que queria ver o seu filho Boris casado com a Grã-duquesa Olga Nikolaevna, algo que chocou Alexandra Feodorovna. Por sorte do destino, Boris conseguiu escapar à prisão e passou os seus restantes anos no exílio em Paris com a sua amante, vivendo uma vida levemente mais regatada.

André Vladimirovich

André foi talvez o mais recatado dos seus irmãos e, por isso, o menos conhecido. Sempre foi extremamente tímido e tinha uma relação mais próxima com a sua irmã mais nova, Elena, do que com qualquer dos irmãos mais velhos. Longe de ver isto como uma qualidade, a sua mãe via a timidez do seu filho como um impedimento, pois achava que todos os Grão-duques deviam ter uma personalidade forte. No entanto, apesar dos seus esforços, André nunca conseguiu soltar-se. No entanto, durante a sua juventude, André encontrou uma motivação para se rebeliar contra a sua mãe, depois de ser apresentado pelos seus irmãos à bailarina Matilde Kschessinskaya, a antiga amante do czar Nicolau II que na altura mantinha um relacionamento amoroso com outro Romanov, o Grão-duque Sérgio Mikhailovich. Isso não a impediu de envolver também André no seu circulo e os dois primos partilharam a mesma amante durante mais de vinte anos. No entanto, durante a guerra, Matilde escolheu finalmente André. Já em exilio, em Paris, os dois casaram-se. André foi também um dos poucos membros da família a acreditar que Anna Anderson era Anastásia.

Elena Vladimirovna

Elena foi a única filha da família e testemunhos da sua época dizem que ela herdou uma versão mais moderada da personalidade da sua mãe, embora essa moderação não surgisse até à sua adolescência. Quando era criança Elena chegou a ameaçar um pintor com uma faca quando perdeu a paciência ao posar para um retracto. Elena não era considerada bonita para a sua época. Chegaram a existir negociações para um noivado com o Arquiduque Francisco Fernando da Áustria que não resultaram em nada e depois o Príncipe Max de Baden rompeu o noivado que a mãe dela tinha arranjado quando já havia até fotos dos dois juntos para o casamento. Por fim Elena contraiu matrimónio com o Príncipe Nicolau da Grécia, filho do Rei Jorge I. A união foi muito feliz e resultou no nascimento de três filhas: Olga, Isabel e Marina. Olga tornou-se Princesa da Sérvia após o seu casamento com o Príncipe Paulo e Marina casou-se com o Príncipe Jorge, Duque de Kent, o filho mais novo do Rei Jorge V do Reino Unido. O actual Duque de Kent, Eduardo, é seu filho.

Elena com as suas filhas

Curiosidades - Possível fantasma de Alexandre II visto no Palácio de Inverno



Um turista ficou chocado quando estava a ver as fotos das suas férias e descobriu que tinha apanhado o espectro de Alexandre II, o czar assassinado, em fotografia.

Les Coates, de 63 anos, estava a fazer um cruzeiro de dez dias quando parou em São Petersburgo, na Rússia.
O fotógrafo tirou um dia para visitar o Museu Hermitage e o Palácio de Inverno na cidade e tirou uma fotografia da sala do trono.

Coates disse: “Apesar de parecer uma coisa normal a olho nu, quando levei a câmara para o navio, dei uma espreitadela às fotografias e fiquei abismado.

“Tinha tirado uma foto da sala do trono e, acima de um dos tronos, estava uma orb branca.
Fiz zoom nela, nunca tinha visto nada assim na minha vida, e reparei que dentro dela estava uma cara. Mostrei-a aos meus amigos e uma senhora, Glenda disse que aquilo era um fantasma.

Cara vista pelo turista

Les acrescentou: “Analisei a minha câmara e não estava avariada. A minha esposa, Sybil, persuadiu-me a pedir a opinião ao guia do cruzeiro, John Lawrence.

“Ele olhou atentamente e disse que era o czar Alexandre II. Apontou para a cara da orb e disse que tinha um bigode igual ao dele.
“Também pode haver uma outra cara maior, perto do centro, mas não a conseguimos identificar.”

Alexandre II da Rússia

A foto foi tirada no dia 18 de Setembro. Lee Coates, de Long Newton, Stockton, encontrava-se a bordo do cruzeiro Emerald Princess e também visitou a Suécia, a Finlândia, a Estónia, a Polónia e Amesterdão nesta viagem.

Acrescentou: “Não sei o que pensar disto, mas há qualquer coisa ali de certeza.”

O czar Alexandre II governou o Império Russo de 1855 até ao seu assassinato em 1881 depois de uma bomba ser atirada aos seus pés por Ignacy Hryniewiecki, um membro da “Vontade do Povo.”

Fonte

Filme - "Catherine, the Great" (1995)



Produzido em 1995, este filme conta a história dos primeiros anos de Catarina, a Grande, na Rússia, começando no seu casamento com o Grão-duque Pedro em 1745 e avança até aos seus primeiros anos como Imperatriz, seguindo todas as intrigas, romances e traições da Corte da Imperatriz Isabel I da Rússia.

Imagens

Elenco

Catherine Zeta-Jones - Catarina
Paul McGann - Potemkin
Ian Richardson - Vorontzov
Brian Blessed - Bestuzhev
John Rhys-Davies- Pugachev
Craig McLachlan - Saltykov
Hannes Jaenick - Pedro III
Mark McGann - Orlov
Jeanne Moreau - Imperatriz Isabel
Omar Sharif - Razumovsky
Horst Frank - Schwerin
Christoph Waltz - Mirovich