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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Czares da Rússia - Alexandre I e Família

Nome: Alexandre Pavlovich Romanov (Alexandre I da Rússia)
Pais: Paulo I da Rússia e Maria Feodorovna (Sofia Doroteia de Württemberg).
Nascimento: 23 de Dezembro de 1777
Reinado: 23 de Março de 1801 - 1 de Dezembro de 1825


Principais Reformas:

  • É principalmente conhecido pelo papel desempenhado durante as Guerras Napoleónicas na Rússia onde ofereceu uma derrota pesada às tropas francesas que determinou o inicio da queda do Imperador francês;
  • Aboliu a censura e a tortura no inicio do seu reinado e começou a organizar projectos para o fim da escravatura e a instauração de uma Monarquia Constitucional. Foi escrita uma Constituição que foi aprovada pelo Czar, mas as pressões de conservadores e a ideia geral de que seria impossível controlar uma Rússia liberal, deixaram o documento esquecido e por assinar;
  • Foram criados um Conselho de Estado e um Senado Governativo com o objectivo de balançar o poder do Czar, mas estes rapidamente se tornaram em apenas orgãos de poder figurativo sem qualquer tipo de influência na governação;
  • Na política externa esforçou-se por uma aproximação à Europa, restaurando relações com o Reino Unido e Irlanda e formando novas alianças com a Aústria, Alemanha ou Itália;


Família

Consorte: Isabel Alexeievna (Luísa de Baden)


Luísa tinha apenas 12 anos quando a Imperatriz Catarina, a Grande, avó de Alexandre I, decidiu que deveria ser ela a noiva do seu neto mais velho. A matriarca Romanov convidou-a a ela e à irmã Frederica a visitar a Rússia no Outono de 1792 quando ela foi apresentada pela primeira vez ao Grão-duque Alexandre.

Ambos eram muito tímidos e novos, não fazendo a mínima ideia do que fazer um com o outro. Luísa achou Alexandre bonito e ele gostou da personalidade dela e, com o tempo, acabaram por ficar mais confortáveis um com o outro, o que agradou imensamente a Imperatriz. O noivado foi anunciado em Maio de 1793 e o casamento realizou-se no dia 28 de Setembro do mesmo ano. Alexandre tinha 15 anos e Luísa 14.


Nos primeiros tempos o casamento foi feliz. Isabel sentia-se intimidada pela grandeza da corte russa para a qual não estava preparada. Os escandalos sexuais impressionaram-na particularmente e ela ficou espantada ao saber que o adultério era visto apenas como mais um passatempo. O próprio amante de Catarina, a Grande, Platon Zubov, tentou seduzir a jovem Grã-duquesa.

Numa carta à sua mãe, Isabel disse não se sentir confortável no seu novo mundo e que a única coisa que lhe dava coragem era o apoio e amor do marido. No entanto, após a morte de Catarina I, Alexandre tornou-se Czarevich da Rússia, um cargo que lhe retirava mais tempo (mais pelas conspirações que começava a organizar contra o seu pai) e passou a neglegenciar a esposa. Eventualmente Alexandre começou a arranjar amantes, um facto que chegou aos ouvidos de Isabel.

Sentindo-se sozinha e magoada com o marido, Isabel encontrou também o seu amante no melhor amigo de Alexandre, o Príncipe Polaco Adam Czartoryski. Após cinco anos de casamento sem produzir qualquer filho, a esposa do Czarevich viu-se súbitamente grávida. Alexandre assumiu a criança, como seria de esperar, mas, durante o baptizado da pequna Grã-duquesa Maria Alexandrovna, o próprio Czar Paulo I disse achar curioso a bebé de duas pessoas loiras e de olhos azuis ser morena e ter olhos escuros. A bebé morreu poucos meses depois e o amante de Isabel afastado da corte.


Ao longo dos anos, tanto Alexandre como Isabel manteram outros amantes. O Imperador teve um grande número de filhos ilegitimos com várias das suas amantes, sendo a mais célebre a Princesa Maria Naryshkina com quem manteve uma relação de 15 anos da qual nasceram três crianças.

Isabel manteve o seu romance com Adam Czartoryski após o regresso dele à corte. A relação terminou quando Isabel conheceu o soldado Alexis Okhotnikov com quem partilhou uma relação intensa. Em 1806, quando ela teve a sua segunda e última filha, a Grã-duquesa Isabel Alexeievna, voltaram a erguer-se rumores de que ela era filha do soldado. Ele acabaria por ser assassinado, provavelmente por ordem do Czar Alexandre ou do seu irmão, o Grão-duque Constantino Pavlovich. A bebé apenas viveu por 15 meses, um golpe que deixou Isabel devastada para o resto da vida.


Chegada aos 40 anos, a beleza de Isabel começou a desaparecer rapidamente e ela passou a rejeitar os seus pretendentes, refugiando-se na religião. Alexandre estava a passar por uma fase similar após as esgotantes campanhas contra Napoleão na Rússia. Os dois aproximaram-se novamente, voltando a apaixonar-se novamente após anos de separação.

Os seus últimos anos de vida foram os mais dedicados de todo o casamento.

Sem filhos legítimos, o trono russo passou para o irmão mais novo de Alexandre, o Grão-duque Constantino Pavlovich, mas ele recusou-o, passando-o assim para o irmão de ambos, Nicolau I da Rússia.


Curiosidade: Acredita-se que terá sido Alexandre um dos responsáveis pelo assassinato do seu pai, o Czar Paulo I da Rússia. Há quem defenda que ele queria ver apenas o seu pai afastado do trono e ficou chocado por saber da morte dele, o que pode explicar a sua mudança para uma personalidade extremamente religiosa após as Revoluções Francesas.

Morte Misteriosa


Oficialmente, Alexandre I terá morrido de Febre Tifóide, no sul da Rússia, no dia 1 de Dezembro de 1825. No entanto uma série de teorias rodeiam a verdadeira história.

O facto de um Czar morrer subitamente, longe da capital do Império, sempre levantou dúvidas. Uma das primeiras teorias que é até hoje aceite por muitos, diz que o Czar fingiu a sua morte para abandonar o trono sem o escândalo que traria uma abdicação. O caixão tranportado para São Petersburgo contendo o suposto corpo do Czar estaria vazio ou então com o corpo de um soldado. Depois da troca, Alexandre terá vivido como monge num convento ortodoxo na Sibéria.

Existe mesmo um lenda sobre o heremita Feodor Kuzmich, canonizado como santo pela Igreja Ortodoxa, morto em Tomsk, na Sibéria, em 1864, que diz ter sido ele o Czar Alexandre I. Embora vista como demasiado rebuscada por alguns, existem historiadores que acreditam verdadeiramente no conto e concordam com a teoria de que Feodor e Alexandre eram a mesma pessoa.

Verdade ou mito, existe um facto inegável. Em 1925, em pleno regime comunista, o tumulo do Czar Alexandre I foi aberto. O caixão estava vazio.

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