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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Czares da Rússia - Paulo I e família


Nome: Paulo Petrovich Romanov (Paulo I da Rússia)
Pais: Pedro III da Rússia e Catarina, a Grande (Sofia Frederica de Anhalt-Zerbst-Dornburg).
Nascimento: 1 de Outubro de 1754
Reinado: 6 de Novembro de 1796 - 23 de Março de 1801


Reformas:

O curto reinado de Paulo I resumiu-se a dois pontos: alteração da lei de sucessão e inversão das políticas instauradas pela sua mãe.

  1. Leis Paulinas: Temendo que no testamento da sua mãe, ela o tivesse excluído do trono para o entregar directamente ao sei filho Alexandre, Paulo modificou profundamente as leis de sucessão. As principais mudanças foram a exclusão de mulheres do trono excepto no caso de a linha masculina ser completamente extinta. Além disso era obrigatório que o sucessor fosse o filho primogénito, sendo impossível exclui-lo em favor do mais novo. Os casamentos também foram alterados. Os membros da família imperial passaram a ser obrigados a casar com outro membro de uma casa reinante ou a enfrentar o exílio e abdicação de títulos.
  2. Inversão de Políticas: Quando Paulo chegou ao trono, iniciou uma autentica inquisição contra tudo o que era francês, sendo esse um país e cultura que a sua mãe amava incondicionalmente. Pessoas foram exiladas apenas por usarem roupas de estilo parisiense ou ler livros franceses. Também mandou o exercito russo estacionado na Prússia segundo o desejo de Catarina, a Grande, regressar a casa e voltou a enterrar o seu pai, o czar Pedro III como se Catarina não tivesse sido uma governante legítima.

Família

Consortes:

Natália Alexeievna (Guilhermina Luísa de Hesse-Darmstadt)


Guilhermina visitou a Rússia pela primeira vez em 1773 a convite da imperatriz Catarina, a Grande que andava à procura de uma esposa para o seu filho. Guilhermina foi acompanhada das suas duas irmãs e da mãe, uma vez que a czarina não conhecia nenhuma e não sabia quem haveria de escolher.

Paulo reparou imediatamente em Guilhermina e os dois ficaram noivos, casando-se em Outubro do mesmo ano.

Ela era vivaz, alegre e desinibida, agitando a corte russa. Inicialmente, a imperatriz gostava dela, mas esse sentimento alterou-se rapidamente quando Guilhermina começou a ir contra todas as suas decisões. Paulo gostava muito dela, mas ela não era perdida de amores pelo marido. Poucos meses depois iniciou um romance com o melhor amigo dele, o general Andrey Razumovsky.

Guilhermina acabaria por morrer ao dar à luz um filho que nunca se soube ser de Paulo ou Andrei.

Maria Feodorovna (Sofia Doroteia de Württemberg)



A união entre Paulo e Maria foi arranjada novamente pela mãe dele. Maria teve uma educação excelente, mas era de raciocínio lento e não muito inteligente. Mesmo assim Paulo ficou encantado com ela e os dois eram extremamente apaixonados e dedicados, principalmente durante os primeiros anos de casamento.

Paulo tinha uma personalidade difícil, mas Maria compreendia-a e equilibrava-a, ajudando o marido a lidar com ocasiões públicas. Juntos teriam 10 filhos, assegurando assim a linha de sucessão russa até à Revolução em 1917.

Eventualmente Paulo, tal como todos os homens da época, arranjou uma amante. Maria ficou extremamente desiludida com o marido e os dois afastaram-se até aos últimos anos da vida dele.

Após o assassinato de Paulo, Maria tentou reclamar o título de Imperatriz, tal como a sua sogra tinha feito, mas foi rapidamente impedida pelo filho.

Paulo, Maria e os seus dois filhos mais velhos: Alexandre e Constantino


Filhos

Alexandre I da Rússia


Constantino Pavlovich Romanov


Nascido em 1779, Constantino, tal como o seu irmão mais velho, foi enviado ainda em bebé para o palácio da avó para ser criado por ela. Catarina II preparou-o para ser o Imperador daquilo que ela pretendia ser o Império Bizantino restaurado, no entanto Constantino nunca chegaria ao trono, tendo-o recusado em favor do irmão Nicolau após a morte de Alexandre.

Em 1796, com apenas 16 anos, casou-se com a princesa Juliana de Saxe-Coburgo-Saalfield, uma tia da Rainha Vitória. O casamento foi profundamente infeliz, maioritariamente devido à personalidade imatura do Grão-duque e à mente liberal da Princesa. Os dois passaram a maioria da vida separados, vindo a divorciar-se oficialmente em 1820. Casou-se depois com a polaca Joanna Grudzińska, mas nunca teve filhos.

Politicamente o papel mais influente de Constantino foi como Governador da Polónia. Reinando-a com punho de ferro, perseguiu ferozmente os revolucionários que procuravam a independência do reino e ganhou uma impopularidade sem precedentes, acabando por ser expulso pelo próprio irmão.

Alexandra Pavlovna Romanova


Nasceu em 1783 e era considerada a mais bonita e inteligente das princesas europeias da sua época. Casou-se em 1799 com o Arquiduque José da Áustria, seguindo o plano do seu pai para melhorar as relações entre os dois países. Infelizmente a união durou pouco. Em 1801, quando Alexandra tinha 17 anos, o parto do seu primeiro filho correu mal e nem ela, nem a criança resistiram, acabando por morrer mais tarde nesse dia.

Helena Pavlovna Romanova


Nascida em 1784, Elena recebeu a alcunha de "Helena de Tróia" da sua avó devido à sua beleza. Casou-se a três meses de completar 15 anos com o grão-duque Luís Frederico de Mecklenburg-Schwerin de quem teve dois filhos. Acabaria por morrer subitamente em 1803, depois de ficar gravemente doente dias antes. Tinha 18 anos.

Maria Pavlovna Romanova


Nascida em 1786, Maria era considerada a menos bonita das suas irmãs. Mesmo assim os seus talentos eram compensados noutras áreas. Era uma grande entusiasta pelas artes, sendo uma grande pianista e pintora. Em 1804 casou-se com o grão-duque Carlos Frederico de Saxe-Weimar-Eisenach e tornou-se uma figura extremamente popular no seu Grão-ducado alemão, sendo a primeira a estimular a sua capital, Weimar, a tornar-se num centro artístico. Teve dois filhos e duas filhas. Um delas, Augusta, tornar-se-ia na primeira Imperatriz da Alemanha após o seu casamento com o kaiser Guilherme I.

Catarina Pavlovna Romanova

Nasceu em 1788 e foi desde sempre muito próxima do seu irmão mais velho, o futuro Ccar Alexandre I, ao ponto de alguns questionarem se os dois não estariam envolvidos num caso de incesto que nunca foi confirmado. Durante as Invasões Francesas, Napoleão pediu a mão dela em casamento ao irmão com o objectivo de unir os reinos francês e russo, mas foi recusado. Catarina acabaria por se casar primeiro em 1809 com o duque Pedro de Oldenburgo de quem teve dois filhos e, após a morte dele, casou-se novamente em 1816 com o rei Guilherme I de Württemberg de quem teve duas filhas. Uma delas, Sofia, tornar-se-ia rainha Consorte da Holanda após o seu casamento com o rei Guilherme III.

Ana Pavlovna Romanova


Nascida em 1795, tornar-se-ia rainha-consorte da Holanda após o seu casamento com o rei Guilherme II. Juntos teriam cinco filhos.

Nicolau I da Rússia


Miguel Pavlovich Romanov


O filho mais novo nasceu em 1798. Era pouco sensível e obcecado com a vida militar, herdando muitas características da personalidade neurótica do pai. Casou-se em 1824 com a sua prima em segundo grau, a princesa Carlota de Württemberg, que mudou o nome para Helena Pavlovna ao juntar-se à Igreja Ortodoxa. O casamento foi intensamente infeliz, principalmente para ela, mas mesmo assim o casal teve cinco filhas. Apenas duas chegado à idade adulta.

***


Curiosidade: Existe a possibilidade de que o pai biológico de Paulo I não fosse o czar Pedro III, mas sim o amante da sua mãe, Serge Saltykov. Embora muitos defendam esta possibilidade, existem factores de que isto não passa de um rumor, uma vez que Paulo era bastante parecido fisicamente com Pedro III. Os rumores podem ter surgido devido ao facto de Catarina, a Grande, odiar o seu filho e preferir excluí-lo do trono em favor do seu neto Alexandre.

Causa de Morte: Paulo foi violentamente assassinado a pontapé no seu quarto do Castelo de São Miguel por um grupo de nobres. A razão para o seu assassinato podem prender-se com o facto de ele ter descoberto e parado vários esquemas de corrupção no tesouro russo por parte destes nobres, mas o mais provável é que tudo tenha acontecido para que o seu filho subisse directamente para o trono. Há quem acredite que Alexandre I esteve envolvido directamente no assassinato, mas outros defendem que ele queria apenas pressionar o pai para abdicar.

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