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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Curiosidades - A Canonização dos Romanov

Curiosidades - A Canonização dos Romanov
A primeira fase de canonização da família Romanov à Igreja Ortodoxa Russa aconteceu em 1981 quando uma entidade independente desta instituição (a Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro) elevou a família ao estatuto de “Novos Mártires”. Juntamente com a família foram também canonizados os servos que foram mortos juntamente com eles bem como dois dos seus antigos servos (a dama-de-companhia Anastasia Hendrikova e a tutora Catherine Adolphovna Scheider) que foram mortos em Setembro de 1918. Todos foram canonizados como vitimas da opressão da União Soviética.

A irmã de Alexandra, a Grã-Duquesa Elizabeth Fyodorovna, que foi assassinada pelos bolcheviques no mesmo dia da irmã, foi canonizada também como Nova Mártir pela mesma instituição, juntamente com outros membros da família mortos durante a perseguição soviética aos membros da realeza e alguns servos também mortos com eles.


imagem da família real como martires da Igreja Ortodoxa Russa

Em 1992, a Grã-Duquesa Elizabeth Feodorovna e Varvava Yakovlevna foram finalmente canonizadas no seio da própria Igreja Ortodoxa Russa, ao contrário de outras pessoas que tinham sido mortas com elas, o que provocou alguma polémica.
Em 2000, depois de muito debate, a família Romanov foi canonizada como “Portadores da Paixão” pela instituição Ortodoxa dentro da Rússia. Contudo, ao contrário da instituição estrangeira, a Igreja Ortodoxa Russa escolheu não canonizar dois dos servos por serem de religiões diferentes. (Alexis Trupp que era Católico e Catherine Adolphovna era Luterana)
 
As canonizações foram controversas em ambas as igrejas. Em 1981, aqueles que se opuseram a tal glorificação, salientaram o carácter fraco de Nicolau como governante e afirmaram que foram as suas próprias acções que levaram à Revolução Bolchevique. Um padre da Igreja Ortodoxa no Estrangeiro respondeu a esta critica afirmando que as canonizações na Igreja Ortodoxa nada tinham a ver com as acções pessoais do Mártir, mas sim com a forma como ele ou ela foi morto. Outros críticos realçaram que, da forma que esta canonização decorreu, a Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro mais parecia estar a culpar os revolucionários judeus pelas suas mortes numa referência ao conhecido anti-semitismo do czar Nicolau II.


 

Outros rejeitaram a classificação da família como “Mártires”, uma vez que eles não foram mortos devido à sua fé religiosa e não existem provas de que a sua execução foi um assassinato ritualizado. Os líderes de ambas as igrejas também levantaram dúvidas em relação a esta canonização pois viam Nicolau II como um líder incompetente que se conduziu a si próprio e à sua família à cave da Casa Ipatiev e provocou sofrimento ao seu povo. Para estes opositores, o facto de Nicolau ter sido, na vida privada, um homem bom e um bom marido e pai não era suficiente para esconder o desastre do seu reinado.


Nicolau, Portador da Paz

Finalmente, a Igreja Ortodoxa Russa decidiu canonizar a família como “Portadores da Paz”, ou seja, pessoas que enfrentaram a morte com humildade Cristã. Os defensores desta elevação citaram vários exemplos de outros Czares e Czareviches que tinham sido canonizados antes como o Czarevich Dimitri, assassinado no final do século XVI. Realçaram também o facto de que, de acordo com alguns relatos, a Czarina e a sua filha mais velha Olga terem rezado e tentado fazer o sinal da cruz imediatamente antes de morrerem. É de notar, no entanto, que apesar de serem oficialmente designados de “Portadores da Paixão”, todos os membros da família são, geralmente, referidos como “Mártires” em publicações da igreja, ícones e em veneração popular.


icone da familia

Os corpos do Czar Nicolau II, da Czarina Alexandre II e de três das suas filhas foram finalmente enterrados na Catedral da Fortaleza Pedro e Paulo em São Petersburgo no dia 18 de Julho de 1998, 80 anos depois de serem assassinados. Os corpos de Alexis e de uma das suas irmãs continuavam desaparecidos. No dia 23 de Agosto de 2007, um arqueólogo russo anunciou a descoberta de dois esqueletos queimados num local perto de Ekaterinburgo que pareciam corresponder o local descrito pelo homem que liderou a execução da família, Yakov Yurovsky. O arqueólogo disse que os ossos eram de um rapaz que teria morrido entre as idades de 12 e 13 anos e de uma jovem mulher que teria entre 18 e 23 anos. Anastasia tinha 17 anos e um mês de idade quando foi assassinada, enquanto que a sua irmã Maria tinha 19 anos e o seu irmão Alexis estava a duas semanas de completar 14 anos. As irmãs mais velhas, Olga e Tatiana, tinham 22 e 21 anos. Juntamente com os restos mortais, os arqueólogos encontram “restos de um recipiente que continha ácido sulfúrico, unhas, pedaços de metal de uma caixa de madeira e balas de vários calibres.”


Os testes preliminares indicaram que existia uma grande probabilidade de que os restos mortais pertencessem ao Czarevich Alexis e a uma das suas irmãs de acordo com o anuncio do dia 22 de Janeiro de 2008. Mais tarde, no dia 30 de Abril de 2008, foi anunciado que os testes de ADN provavam que os restos mortais pertenciam a Alexis e Maria.

Desde o final do século XX que os crentes atribuem curas milagrosas ou conversões à Igreja Ortodoxa às suas rezas a Alexis, Maria e ao resto da família.

tumulo da família na catedral da fortaleza Pedro e Paulo em São Petersburgo

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